O que já foi um cartão-postal, não apenas da Prainha como do próprio Estado, hoje tem uma imagem desoladora. Trata-se do Centro das Rendeiras Luíza Távora, que foi desmontado para a construção de um novo equipamento há mais de oito anos e até hoje essa iniciativa não saiu do papel.
Hoje, o local, onde as mulheres ainda resistem no trabalho artesanal e nas vendas, tem uma aparência triste, como um acampamento de sem-tetos. Os boxes de alvenaria cederam lugar a uma rústica estrutura de madeira, coberta por lonas.
O Centro das Rendeiras, há tempos, deixou de ser um cartão-postal e agora está precário, com rústicas estruturas de madeira, cobertas por lonas. Mesmo assim, ainda há atividade no local FOTO: JOSÉ LEOMAR
A rendeira Maria Pereira, 66 anos, diz que amarga muito mais o descaso do poder público, do que o esvaziamento da clientela. "Nos foi prometido um Centro de primeiro abandono. Hoje, trabalhos na areia", conta. Com isso, o local chega até ser evitado pelos turistas e há anos deixou de fazer parte dos passeios dos receptivos.
Para a rendeira Maria de Lurdes de Souza, de 66 anos, o fim da prática da pesca artesanal agora se torna extensiva às rendeiras, que não possuem um lugar, conforme observa, digno para trabalhar e vender seus tradicionais produtos.
"Hoje não vemos mais nenhum jovem que queira ser pescador ou rendeira. Ao contrário, assistimos uma juventude cada vez mais envolvida com a prostituição e as drogas", afirma.
Maria de Lurdes se considera uma guerreira porque ainda se mantém no ofício. Ressalta que a Prainha se tornou um lugar perigoso, com os assaltos podendo acontecer a qualquer momento, o que torna a imagem do lugar ainda mais negativa.
"Acho que não há só um culpado pela desmonte do Centro das Rendeiras. Vejo como um conjunto de ações que levaram nossa atividade a uma situação bastante precária", destaca. Um dos poucos compartimentos que auxiliam as artesãs são um depósito para guardar seus produtos (o que não acontece pelo temor de roubos), banheiros e mais uma cozinha, onde se preparam os alimentos para aquelas que ficam manhã e a tarde no trabalha da renda.
Sob as lonas, as mulheres confeccionam nas almofadas os contornos para caminhos de mesa, camisolas e roupas femininas. Outras ainda complementam os acabamentos com bordados.
Culpados
O secretário de Turismo de Aquiraz, Eric Vasconcelos, diz que a culpa pela não construção de um novo centro é das próprias mulheres rendeiras.
Eric conta que os recursos se encontram na Caixa Econômica, mas não podem ser liberados, enquanto não houver uma medição e esta somente poderá ocorrer, quando as artesã deixarem o local. "O que aconteceu é que oferecemos um espaço alternativo para funcionar provisoriamente enquanto são realizadas as obras. Daí que algumas estão no local destinado e outras ainda permanecem no antigo lugar", disse.
Para o jornalista e pesquisador da cultura popular no Ceará, Gilmar de Carvalho, o quadro é de tristeza pelo que chama "abandono do gestor".
"Associo tanto a Prainha com a renda de bilros, que fica difícil imaginar que o Centro tenha sido desativado. Custa tão pouco manter um espaço para trabalho e comercialização de artesanato. Talvez por isso mesmo, seja visto pelo gestor como algo anacrônico", afirma.
Segundo Gilmar, o que aconteceu naquele trecho do litoral cearense foi algo muito grave. "Vejo como um crime a desativação do Centro das Rendeiras. Devia haver um ´tribunal do patrimônio´ para julgar gestores equivocados". (MP)
É do mundo exterior que o conhecimento precisa vir a nós, pela leitura, audição e contemplação. Wendy Beckett
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quarta-feira, 12 de setembro de 2012
sábado, 8 de setembro de 2012
Mayakovsky aspira buquês hostis das prostitutas do trotoar
Manhã
A chuva lúgubre olha de través.
Através
da grade magra
os fios elétricos da idéia férrea -
colchão de penas.
Apenas
as pernas
das estrelas ascendentes
apóiam nele facilmente os pés.
Mas o destroçar dos faróis,
reis
na coroa de gás,
se faz
mais doloroso aos
buquêshostisdasprostitutasdotrotoar.
No ar
o troar
do riso-espinho dos motejos -
das venenosas
rosas
amarelas se propaga
em zig-zag.
Agrada olhar de
trás do alarde
e do medo:
ao escravo
das cruzes
quieto-sofrido-indiferentes,
e ao esquife
das casas
suspeitas
o oriente
deita no mesmo vaso em cinza e brasas.
(Poemas (1912) – Vladímir Maiakovsky. Trad. Augusto de Campos e Boris Schnaiderman)
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Maiakovsky,
Poesia
Fundação em Tauá festeja 20 anos de luta na preservação da caatinga
O museu possui um acervo reunindo mais de mil itens em exposição permanente, que conta um pouco da história da ocupação do Ceará FOTO: EDUARDO RAMOS
Uma extensa programação está sendo desenvolvida pela Fundação Bernardo Feitosa para comemorar seus 20 anos de existência. Ao longo do tempo, a entidade tem como principal missão estimular a população dos Inhamuns, especialmente de Tauá, para a consciência ecológica do bioma natural da região, que é a caatinga.
Este mês, está ainda aberta a exposição "Tauá, transformações da Urbe", reunindo fotografias antigas e atuais, sendo estas tendo o crédito de Jorge Moura e como curadora Salete Vale.
A exposição teve início em agosto e deve permanecer no Museu dos Inhamuns, em Tauá até outubro. Depois, a ideia é que percorra escolas de ensino fundamental do Município.
A vice-presidente da Fundação, Fátima Feitosa, explicou que boa parte das fotografias são do início do século XX, quando a cidade consolidou seu perímetro urbano, e foram doadas pelas famílias tradicionais da cidade. Essa iniciativa é mais um dos eventos que visa a marcar as comemorações das duas décadas de atividade, que tem como principal função cuidar do Museu dos Inhamuns. Atualmente, conta com um acervo de mais 1 mil peças, entre objetos da pré-história com registros de pinturas rupestres, armas em pedra lascada e polida, fósseis e, em especial, objetos das famílias interioranas do período colonial.
Progamação
A programação alusiva aos 20 anos começou de fato em fevereiro deste ano, já que a data fundação é o dia 2 daquele mês. Na ocasião, houve um sarau lítero musical, tendo como tema o "Patrimônio material e imaterial da preservação ambiental".
De maio a junho passado, aconteceu a exposição de fotografias "Mulheres: histórias e memórias", também como curada Salete Vale. Retratos mostraram a presença feminina em seus mais diversos segmentos sociais, tanto privilegiando as elites, como juízas, comerciantes, passando pelas artesãs e até conhecidas prostitutas, que residiam no passado da localidade. "Foi uma ação desprovida de preconceito", explicou Fátima.
De 13 a 22 de junho deste ano, esteve presente na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, foi realizada na cidade do Rio de janeiro, credenciada pela Organização das Nações Unidas (ONU), com direito a voto nas participações das mesas realizadas no Rio Centro.
Ainda para este ano, estão previstas a realização do projeto de re-funcionalização do Museu e a publicação do livro sobre a trajetória da presidente Maria Dolores de Andrade Feitosa. São entidades parceiras a Prefeitura Municipal, Sebrae, Secult, Funart, Bancos do Brasil e do Nordeste.
MARCUS PEIXOTO
REPÓRTER
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
Enciclopédia do rádio esportivo brasileiro foi lançado no Publicom
Flávio de Souza cita nomes que compõe a Enciclopédia do rádio esportivo brasileiro |
No terceiro dia do XXXV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, que se encerra amanhã, promoveu, ontem, o VII Publicom, Encontro com Autores/Editores de Publicações Recentes sobre Comunicação, destinado ao lançamento de novas publicações, entre livros, revistas, portais e demais produtos de difusão acadêmica.
Na ocasião, foi um espaço rico para troca, no qual autores e editores inscritos no congresso puderam dialogar com leitores e curiosos sobre suas obras. Cada autor ou pessoa delegada pelo mesmo terá de 10 à 15 minutos para apresentar e autografar sua obra em auditórios reservados para tal.
Um destaque desta edição do Publicom foi o lançamento da Enciclopédia do Rádio Esportivo Brasileiro, fruto da investigação coletiva do Grupo de Pesquisa Rádio e Mídia Sonora da Intercom. A obra reúne biografias ilustradas dos 230 mais importantes radialistas esportivos, de todos os estados brasileiros. O livro conta com 119 colaboradores.
Um dos seus objetivos é promover a socialização das publicações de professores da área de comunicação de todo o Brasil. Nesta edição, estão sendo apresentadas cerca de 60 obras, dentre livros impressos, online, documentários e e-books. Entre os autores presentes, estarão: Sandra Reimão, filósofa, mestre e doutora, autora de “Repressão e resistência: censura a livros na ditadura militar” e José Marques de Melo, professor e doutor, autor de “Journalism made in USA”, resultado de sua pesquisa no pós-doutorado.
Fonte: Assessoria de imprensa
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quarta-feira, 5 de setembro de 2012
Museu aposta na difusão cultural de Maranguape
Contar a história da cidade por meio de personalidades ilustres, mobiliários e fotografias não é uma característica inusitada do Museu da Cidade, localizado na Rua Major Agostinho. Isso não vem sendo feito, mas não sem dificuldade. Restrição do acervo e limitação de pessoal são obstáculos para o pleno funcionamento, que, curiosamente, não funciona nos fins de semana.
Estudantes do Município formam o maior público de visitantes no local Fotos: José Leomar
Criado em 2004, o museu tem expandindo os seus atrativos, mas ainda esbarra em questões estruturais básicas. A terra natal do humorista Chico Anysio, que morreu neste ano, entende que é preciso mais investimentos para que o equipamento se torne um dos recursos didáticos adequados indispensáveis para promover a cultura, a arte e expandir as opções de lazer na cidade, conhecida nacionalmente como a "terra de Chico Anysio".
O museu que conta com duas salas dedicadas ao artistas cearense. Enquanto isso, são poucas as referências a outras personalidades, como o historiador Capistrano de Abreu e o comerciante Tibúrcio Cavalcante.
O coordenador do museu, Alexandre Cabral, reconhece a limitação do acervo, mas vê a iniciativa pelo lado positivo. Afinal, conforme destaca, Maranguape está na frente como uma cidade que aposta no local como equipamento de difusão da cultura e promoção dos valores históricos.
Para Alexandre, é uma prioridade que o museu funcione nos fins de semana. Mas, esse acesso fica bloqueado porque não há funcionários para o atendimento ao público. Aliás, há um vigia que foi orientado para informar sobre as peças expostas, porém, está longe de dominar os fins e os símbolos do acervo.
Uma curiosidade é que, diferentemente de qualquer museu do mundo, esse não fecha às segundas-feiras para que sejam executados os serviços de manutenção. "Isso tem sido bom porque atraímos os estudantes das escolas públicas que estão localizadas nas proximidades", observa Alexandre Cabral.
Interesse
O maior interesses dos visitantes é com relação à exposição do humorista da terra. Essa conta com 14 marionetes de personagens de Chico Anysio, de um metro de altura, confeccionadas em madeira e tecido pelo artista plástico Gandhy Piorski. Dentre os personagens, incluem-se o Coalhada, Bento Carneiro, Salomé, Véio Zuza, Silva, Professor Raimundo, Tim Tones e Pantaleão.
Também estão expostas caricaturas assinadas por diversos cartunistas brasileiros. São alguns dos desenhos originais que compuseram o livro "É mentira, Chico?", organizado por Ziraldo e lançado, em 2007, pela editora Resultado, onde apresenta 77 personagens criados por Chico Anysio, retratados por 40 dos principais cartunistas do Brasil. As 20 caricaturas expostas foram doadas pelos autores para compor o acervo permanente.
Hiperdesenvolvido em Chico Anysio, o visitante pode se ressentir da atrofia de referência de outros nomes importantes da história não apenas do Município. Esse é o caso do historiador Capistrano de Abreu, lembrado por uma fotografia da casa onde nasceu, na localidade de Columinjuba e mais um exemplar de um de seus livros escritos.
Do médico Braga Herbster, profissional conceituado na cidade entre as décadas de 1950 a 1980, foram doados equipamentos utilizados no ofício de clínico geral e obstetra. Do comerciante Tibúrcio Cavalcante, há uma variação de mobiliário e objetos de louça. Ao todo, estão reunidas cerca de 100 peças.
Alexandre Cabral admite que é muito pouco para atingir as metas planejadas. No entanto, diz que dificuldades maiores já foram vividas. Agora, só falta haver maior colaboração do povo de Maranguape para que, no desapego de objetos pessoais herdados pelos antepassados, possam servir a um público geral e melhor contar a história e o desenvolvimento de Maranguape.
Antiga cadeia é uma atração à parte
Maranguape. Se fosse enumerar tudo que falta, o Museu da Cidade seria mais um depósito de tentativas fracassadas do que um sucesso cultural tão consolidado com seu austero prédio do século XIX. Pelo menos, essa é a crença dos gestores, desde a sua fundação, em 2004, pelo então prefeito Marcelo Silva.
A edificação é a antiga cadeia pública, construída no Século XIX, entre os anos de 1877 e 1879, e que foi desativada em 1980, por conta da instalação da Colônia Agrícola do Amanari e de presídios em Fortaleza e Itaitinga, na região metropolitana
Antiga cadeia pública, o prédio foi construído entre os anos de 1877 e 1879, conforme conta Alexandre Cabral. Como casa de detenção, funcionou até a década de 1980, sendo depois desativado em função da vinda da instalação do presídio agrícola do Amanari e, principalmente, com a construção de presídios em Fortaleza e em Itaitinga.
Por muitos anos, a antiga cadeia ficou abandonada e sem contar sequer com um projeto para sua utilização. Mesmo assim, o prédio era alvo de fotografias dos visitantes na cidade, que identificavam parte do passado da cidade na austeridade e no vigor das paredes da edificação.
Financiamento
Foi somente com o prefeito Marcelo Silva que se planejou em transformá-la em um museu, com o restauro sendo financiado pelo Ministério da Cultura, na gestão do então ministro e cantor Gilberto Gil.
"Ainda hoje, o prédio é uma atração à parte. Muitos turistas aproveitam a estadia na cidade para tirar fotografias", conta a estudante da Escola de Ensino Fundamental Deputado Manuel Rodrigues, Andressa Silva de Sousa, de 15 anos.
Assim, a construção se destaca na cidade, a exemplo do solar de Bonifácio Câmara, onde hoje está instalada a Biblioteca Pública Municipal.
Para Alexandre, a antiga cadeia teve o seu melhor destino, ao servir como equipamento cultural. Os amplos espaços abrigam tanto a exposição permanente como a itinerante.
A grande alavancada foi o festival de humor, que aconteceu no entorno do Museu. A primeira edição foi realizada em 2009. A iniciativa visava a destacar Maranguape e o Ceará na vocação para a anedota irreverente e o bom humor do povo do lugar.
Na época, Chico Anysio foi convidado para o evento, mas não pôde comparecer, por de ter contraído uma pneumonia. No seu lugar, veio um filho. Sua presença aconteceu, de fato, na segunda edição, em 2011.
Assim, o Museu foi se tornando mais conhecido e mais pessoas passaram a contribuir com o acervo, onde há uma galeria de personalidades queridas e estimadas, que precisam ser melhor conhecidas pelas novas gerações, em nome da memória da cidade de Maranguape. "Vamos lutar para fazer com que esse espaço seja, cada vez mais, uma referência da cultura da região e dos esforços de seus filhos", diz a moradora Dadinha Saturnino.
Mais informações:
Museu da Cidade (Rua Major Agostinho, s/n, Maranguape).
Aberto de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 17h.
Telefone: (85) 3369.9195
MARCUS PEIXOTO
REPÓRTER
Estudantes do Município formam o maior público de visitantes no local Fotos: José Leomar
Criado em 2004, o museu tem expandindo os seus atrativos, mas ainda esbarra em questões estruturais básicas. A terra natal do humorista Chico Anysio, que morreu neste ano, entende que é preciso mais investimentos para que o equipamento se torne um dos recursos didáticos adequados indispensáveis para promover a cultura, a arte e expandir as opções de lazer na cidade, conhecida nacionalmente como a "terra de Chico Anysio".
O museu que conta com duas salas dedicadas ao artistas cearense. Enquanto isso, são poucas as referências a outras personalidades, como o historiador Capistrano de Abreu e o comerciante Tibúrcio Cavalcante.
O coordenador do museu, Alexandre Cabral, reconhece a limitação do acervo, mas vê a iniciativa pelo lado positivo. Afinal, conforme destaca, Maranguape está na frente como uma cidade que aposta no local como equipamento de difusão da cultura e promoção dos valores históricos.
Para Alexandre, é uma prioridade que o museu funcione nos fins de semana. Mas, esse acesso fica bloqueado porque não há funcionários para o atendimento ao público. Aliás, há um vigia que foi orientado para informar sobre as peças expostas, porém, está longe de dominar os fins e os símbolos do acervo.
Uma curiosidade é que, diferentemente de qualquer museu do mundo, esse não fecha às segundas-feiras para que sejam executados os serviços de manutenção. "Isso tem sido bom porque atraímos os estudantes das escolas públicas que estão localizadas nas proximidades", observa Alexandre Cabral.
Interesse
O maior interesses dos visitantes é com relação à exposição do humorista da terra. Essa conta com 14 marionetes de personagens de Chico Anysio, de um metro de altura, confeccionadas em madeira e tecido pelo artista plástico Gandhy Piorski. Dentre os personagens, incluem-se o Coalhada, Bento Carneiro, Salomé, Véio Zuza, Silva, Professor Raimundo, Tim Tones e Pantaleão.
Também estão expostas caricaturas assinadas por diversos cartunistas brasileiros. São alguns dos desenhos originais que compuseram o livro "É mentira, Chico?", organizado por Ziraldo e lançado, em 2007, pela editora Resultado, onde apresenta 77 personagens criados por Chico Anysio, retratados por 40 dos principais cartunistas do Brasil. As 20 caricaturas expostas foram doadas pelos autores para compor o acervo permanente.
Hiperdesenvolvido em Chico Anysio, o visitante pode se ressentir da atrofia de referência de outros nomes importantes da história não apenas do Município. Esse é o caso do historiador Capistrano de Abreu, lembrado por uma fotografia da casa onde nasceu, na localidade de Columinjuba e mais um exemplar de um de seus livros escritos.
Do médico Braga Herbster, profissional conceituado na cidade entre as décadas de 1950 a 1980, foram doados equipamentos utilizados no ofício de clínico geral e obstetra. Do comerciante Tibúrcio Cavalcante, há uma variação de mobiliário e objetos de louça. Ao todo, estão reunidas cerca de 100 peças.
Alexandre Cabral admite que é muito pouco para atingir as metas planejadas. No entanto, diz que dificuldades maiores já foram vividas. Agora, só falta haver maior colaboração do povo de Maranguape para que, no desapego de objetos pessoais herdados pelos antepassados, possam servir a um público geral e melhor contar a história e o desenvolvimento de Maranguape.
Antiga cadeia é uma atração à parte
Maranguape. Se fosse enumerar tudo que falta, o Museu da Cidade seria mais um depósito de tentativas fracassadas do que um sucesso cultural tão consolidado com seu austero prédio do século XIX. Pelo menos, essa é a crença dos gestores, desde a sua fundação, em 2004, pelo então prefeito Marcelo Silva.
A edificação é a antiga cadeia pública, construída no Século XIX, entre os anos de 1877 e 1879, e que foi desativada em 1980, por conta da instalação da Colônia Agrícola do Amanari e de presídios em Fortaleza e Itaitinga, na região metropolitana
Antiga cadeia pública, o prédio foi construído entre os anos de 1877 e 1879, conforme conta Alexandre Cabral. Como casa de detenção, funcionou até a década de 1980, sendo depois desativado em função da vinda da instalação do presídio agrícola do Amanari e, principalmente, com a construção de presídios em Fortaleza e em Itaitinga.
Por muitos anos, a antiga cadeia ficou abandonada e sem contar sequer com um projeto para sua utilização. Mesmo assim, o prédio era alvo de fotografias dos visitantes na cidade, que identificavam parte do passado da cidade na austeridade e no vigor das paredes da edificação.
Financiamento
Foi somente com o prefeito Marcelo Silva que se planejou em transformá-la em um museu, com o restauro sendo financiado pelo Ministério da Cultura, na gestão do então ministro e cantor Gilberto Gil.
"Ainda hoje, o prédio é uma atração à parte. Muitos turistas aproveitam a estadia na cidade para tirar fotografias", conta a estudante da Escola de Ensino Fundamental Deputado Manuel Rodrigues, Andressa Silva de Sousa, de 15 anos.
Assim, a construção se destaca na cidade, a exemplo do solar de Bonifácio Câmara, onde hoje está instalada a Biblioteca Pública Municipal.
Para Alexandre, a antiga cadeia teve o seu melhor destino, ao servir como equipamento cultural. Os amplos espaços abrigam tanto a exposição permanente como a itinerante.
A grande alavancada foi o festival de humor, que aconteceu no entorno do Museu. A primeira edição foi realizada em 2009. A iniciativa visava a destacar Maranguape e o Ceará na vocação para a anedota irreverente e o bom humor do povo do lugar.
Na época, Chico Anysio foi convidado para o evento, mas não pôde comparecer, por de ter contraído uma pneumonia. No seu lugar, veio um filho. Sua presença aconteceu, de fato, na segunda edição, em 2011.
Assim, o Museu foi se tornando mais conhecido e mais pessoas passaram a contribuir com o acervo, onde há uma galeria de personalidades queridas e estimadas, que precisam ser melhor conhecidas pelas novas gerações, em nome da memória da cidade de Maranguape. "Vamos lutar para fazer com que esse espaço seja, cada vez mais, uma referência da cultura da região e dos esforços de seus filhos", diz a moradora Dadinha Saturnino.
Mais informações:
Museu da Cidade (Rua Major Agostinho, s/n, Maranguape).
Aberto de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 17h.
Telefone: (85) 3369.9195
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