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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Dolores Duran chora amores rompidos e a dor da separação


Mil novecentos e cinquenta e nove foi um ano triste para a música brasileira. Em 17 de novembro, morria Heitor Villa Lobos. Um pouco antes, em 24 de outubro, partia Dolores Duran, aos 29 anos, cujo nome verdadeiro era Adiléia Silva da Rocha. Enquanto o grande maestro morreu de câncer, a cantora da dor-de-cotovelo, gênero que se assemelhava ao blues norte americano, sofreu um infarto, não resistindo à bebida e ao descontrole do uso de barbítúricos.
A exemplo de Amy Winehouse, morta aos 26 anos este ano (e ao lembrar os fatos marcantes ocorridos em 2011), a carreira curta não apenas foi suficiente para deixar saudades, como para perpetuar um legado de interpretações e composições que fizeram da música romântica uma fonte inesgotável de inspiração, como assim escreveu Sérgio Augusto.
"O ano de 1955 foi o mais importante da carreira de Dolores não por causa do prêmio que os críticos de música cariocas lhe deram, mas sobretudo porque pouco antes de completar 25 anos, ela começou a compor. Com a cara e a coragem. Tinha noções de violão, mas uma pauta de música era, para ela, um hieróglifo", conta Sérgio Augusto.
Sendo ou não uma tradutora de seus próprios sentimentos e sofrimentos pessoais, Dolares tornou-se um ícone para a boemia carioca, que buscava os bares e boates onde se apresentava para justificar os porres etílicos, durante a sua passagem meteórica pela vida. Depois, se eternizava. Dentre suas composições, destaco Castigo, que aqui tem um show de interpretação à parte do inesquecível Jamelão

Castigo
Dolores Duran

A gente briga, diz tanta coisa que não quer dizer
Briga pensando que não vai sofrer
Que não faz mal se tudo terminar
Um belo dia a gente entende que ficou sozinha
Vem a vontade de chorar baixinho
Vem o desejo triste de voltar
Você se lembra, foi isso mesmo que se deu comigo

Eu tive orgulho e tenho por castigo
A vida inteira pra me arepender
Se eu soubesse
Naquele dia o que sei agora

Eu não seria esse ser que chora
Eu não teria perdido você
Se eu soubesse
Naquele dia o que sei agora
Eu não seria essa mulher que chora
Eu não teria perdido você

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Ulises de James Joyce

Passado de glória e encantos na decadente Jacarencanga


A ideia de incluir os antigos casarões no city tour de Fortaleza é boa e é ruim. Boa se for a longo prazo e caso ocorra uma reforma do bairro, que se encontra degradado. Ruim caso se aponte para o imediatismo e não aproveite o que a área tem de melhor para oferecer. Na verdade, foi-se o tempo em que o bairro ostentava o título de reduto das elites de Fortaleza. Seus casarões, sobrados e mansões remanescentes fazem parte de um passado glorioso. No entanto, apesar das mudanças, ainda há atrativos no Jacarecanga que o colocam como um bairro que mantém viva a memória de um passado soberbo
Exemplo disso é a casa que foi edificada pelo intelectual Thomaz Pompeu Sobrinho. O imóvel destaca-se pela forte influência do estilo art-nouveau italiano e foi erigido em 1929. Serviu-lhe de residência até o seu falecimento, em 9 de novembro de 1967, aos 87 anos de idade.

Nesse sobrado morou toda a família de Pompeu, uma média de 30 pessoas. Às vezes, até mais, quando, num rompante de curiosidade científica mas inútil (por valor nulo) e inconsequente (por não deter nenhuma noção) abrigava uma tribo indígena do Ceará no início do Século. O objetivo era estudar os costumes das etnias.
A casa tem três pavimentos e era o edifício mais alto do bairro quando foi erguido. A edificação possuía 36 cômodos, 15 quartos, 3 salas e 1 porão.De implantação isolada, gozando de jardins laterais, nos fundos e a sua frente, tendo um recuo de 6 metros em relação a rua. É composto por dois pavimentos, porão e torre mirante. O acesso acontece em nível para o porão (onde "hospedava" a tribo) e em desnível, com escadaria, para o pavimento principal. É notável o esmero no tratamento dado a portada de acesso que se abre para um vestíbulo que precede o interior do edifício.
Há outros casarões, com menos opulência, com mais charmes, mas vai entender como os ricos gastam dinheiro em nome da ostentação...O bairro poderia o último a ser escolhido para área nobre da cidade. Fica na divisa de duas linhas férreas, próximo ao cemitério público e distante da praia. Mesmo assim, foi lá onde se construído o Liceu (onde estudei) na década de 1800, o Corpo de Bombeiros e casas beneficientes para as mulheres sem famílias e os idosos.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Frequência Beatles promove show no BNB Clube da Aldeota

O Programa Frequência Beatles, veiculado pela Rádio Universitária FM 107,9, promove, dia 30 de dezembro, a partir das 20h, sua tradicional festa de final de ano. Em 2011, o palco será a sede Aldeota do BNB Clube (Av. Santos Dumont, 3646).  O ingresso custará R$ 5,00. A atração será a banda cearense “Rubber Soul”, cover dos Beatles que atua há mais de 20 anos na cena artístico-cultural de Fortaleza e é considerada uma das principais referências nacionais na divulgação da obra do quarteto de Liverpool.
No show de encerramento, o grupo traz repertório baseado no álbum “Revolver”, lançado pelos Beatles em 1966, que acaba de completar 45 anos. De acordo com Kildare Rios, músico da banda, o público pode esperar ainda muitos clássicos como “Yellow Submarine” e “Eleanor Rigby”, além da participação de amigos e convidados da banda no palco.
O Frequência Beatles é apresentado pelo jornalista e produtor Nelson Augusto e vai ao ar aos sábados, das 18h às 20h, na Universitária FM. Também é transmitido pelos sites http://www.radiouniversitariafm.com.br/ e http://www.nelsons.com.br/.
Fonte: Jornalista Nelson Augusto, apresentador do Frequência Beatles - (fone: 85 3366 7478) / Kildare Rios, da banda Rubber Soul - (fone: 85 8681 0304)

domingo, 25 de dezembro de 2011

Villa Lobos funde todos os estilos e ritmos em As Bachianas Brasileiras


Educado e culto, Heitor Villas Lobo (1887-1959), por pouco não foi médico, como queria sua mãe. No entanto, tornou-se maestro e compositor e, sobretudo, o maior nome da música brasileira de todos os tempos. Filho de um músico amador, aprendeu desde cedo a tocar o violoncelo, instrumento que prepondera na sua notória obra as Bachianas, rotulada num estilo neobarroco, misturando todos os estilos, instrumentos (inclusíve exóticos) ao clássico tradicional.
Nesta ária, há o excesso que torna genial a expressão artística de Villa Lobos: oito violoncelos (na concepção original). O compositor não nega as raízes do erudito. Pelo contrário, o incorpora assim como o fólclore brasileiro e a música sertaneja, realçando como é vital na cultura brasileira a miscigenação. 
O estilo original, a forte personalidade e a influência que exerceu  no século XX até hoje, lhe rendeu justas homenagens em países de todo o mundo, com destaqaue para a França e os Estados Unidos, A aria (Cantilena), das Bachianas Brasileiras nº 5, é dedicada a  Arminda Villa-Lobos, sua ex-aluna e sua segunda mulher, como quem viveu até morrer de câncer.
Canta a soprano:
Tarde uma nuvem rósea lenta e transparente.
Sobre o espaço, sonhadora e bela!
Surge no infinito a lua docemente,
Enfeitando a tarde, qual meiga donzela
Que se apresta e a linda sonhadoramente,
Em anseios d'alma para ficar bela
Grita ao céu e a terra toda a Natureza!
Cala a passarada aos seus tristes queixumes
E reflete o mar toda a Sua riqueza...
Suave a luz da lua desperta agora
A cruel saudade que ri e chora!
Tarde uma nuvem rósea lenta e transparente
Sobre o espaço, sonhadora e bela!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Redes de dormir dão um charme regional na decoração natalina no Ceará

Foto: Divulgação
Denise Braga, arquiteta, e Pablyto Leivio, publicitário, é um casal unido pela  criatividade. Dessa união surgiu a primeira ideia, em 2006, de fazer uma árvore de 2 metros, com mini redes, para decorar a casa deles.
A repercussão foi tanta que, em 2007 ela ganhou maiores proporções, transformando-se na protagonista da decoração da cidade de Fortaleza, enfeitando duas das principais praças da cidade: a praça Portugal e a praça do Ferreira.
O sucesso se deu devido à sacada de saber reunir dois importantes símbolos: a árvore de Natal e a rede de dormir nordestina. A ideia de buscar um forte elemento da cultura regional para dar vida a um dos principais símbolos do Natal, a árvore, transformou a ideia na decoração de maior sucesso da história de Fortaleza.
Devido a esse acontecimento a proposta foi repetida e ampliada em 2011. Esse ano, além da árvore estar presente nas praças Portugal e do Ferreira, ela está também em uma das principais avenidas da cidade: Washington Soares.
Agora, além das três da Capital, as duas importantes cidades do interior do Ceará: Juazeiro do Norte,  e Sobral, também estão com as árvores de rede.
As árvores de rede, que misturam a cultura nordestina com o clássico do Natal, mostram o poder da criatividade e de uma boa ideia para dar vida a uma cidade e mexer com o sentimento das pessoas.

Fonte:  Denise Braga e Pablyto Leivio

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Na guerra da selva, não é preciso ser bom homem para ser bom soldado


Por causa de uma dívida de R$ 40 mil, referente a venda de um carro, um homem entra numa loja do devedor e atira à queima roupa. O morto pouco tempo teve para compreender que seu dia tinha chegado ao fim, já às  vesperas do final do ano. Afinal, quem atirava era o filho do dono de uma loja de revendas de automóveis, aquele que manteve empenhada a palavra de que seria pago, mas num gesto frio não se compadeceu em ceifar a vida de quem considerou como um traidor da confiança. Porém, numa ironia do destino, porque não é comum isso acontecer, rapidamente equipes de policiais em motocicletas ao ouvirem o disparo, cercaram e prenderam o assassino e o comparsa que conduzia o veículo da fuga, numa ação espetacular - e rara - de prisão em flagrante.
Nunca vi tanta televisão como nestes últimos dias de mais repouso, mesmo que a contragosto. Por exemplo, vi o Papa Bento XVI, que disse em sua primeira encíclica que era pecado advinhar, concluir sua homilia natalina afirmando que tanto o preocupava a crise econômica na Europa, quanto a crise da fé. Orou pela paz mundial, por fim. Vi o último comboio dos Estados Unidos abandonar o Iraque. Num instante seguinte, um atentado mata mais mais de 70 pessoas e deixa dezenas de ferido em Bagdá. Os conflitos se agravam na Siria, reconhecendo o Brasil ainda um aliado. O Supremo Tribunal Federal praticamente engaveta o processo do mensalão, causando protestos em vários setores da sociedade. O que fazer? Lá não estão os melhores juristas, aqueles do maior saber da magistratura, mas chegando lá não tem mais para onde ir. Mudo de canal. Procuro os da televisão fechada e assisto, olha que coincidência, "Os homens que encaravam as cabras", que conta sobre um grupo de soldados norte-americanos para-normais, que eram treinados para destruir seus oponentes com o poder da mente. Acaba sendo engraçado, mas de um humor que magoa os iraquianos, os animais e o sentido dos Exércitos. Não é possível que nada na literatura ou no cinema não contrarie a máxima chinesa de que se não é preciso bom ferro para se fazer pregos, também não são necessários bons homens para se fazer bons soldados.
Por fim, olhei para dentro de mim mesmo e vi a batalha que travava pela minha saúde. Como Al Capone, não posso mudar as condições. Apenas as enfrento sem recuar. Assim como Deus fez erguer o Exército dos Ossos Secos, dando-lhe fibra, carne e vida, como diz o Livro de Ezequiel, assim vamos enfrentando os inimigos, ocultos ou não, com moral alta, fortalecido pela esperança e fé e, sobretudo, sendo um reconhecedor das batalhas já vencidas, como um predestinado para a vitória.
As batalhas acontecem muito mais facilmente do que aquelas que conseguimos perceber. Há uma tendência natural do homem para o combate, como se fossem infindáveis as motivações. Na vida real, ou na televisão há um mundo cruel que luta renhidamente. Algumas bombas caem com efeito pirotécnico. Algum sangue derramado, quando não o nosso, nos faz lembrar quanto a vida nos foi generosa e nos poupou daquela tragédia. Mas que a felicidade não nos chegue por esse mesquinho preço. Enquanto isso, vou pensando como Kant: "Duas coisas nunca deixam de me causar espanto e admiração:o céu estrelado lá no alto e a lei moral dentro de mim".

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Linguagem e a sede das Águas no Dia que Lisboa Tremeu


Chegou ao Brasil o Livro Quando Lisboa Tremeu e que será objeto de crítica do poeta e imortal Carlos Augusto Viana, no Caderno Cultura, da edição do próximo domingo do Diário do Nordeste. Com 478 páginas e custando R$  44,00 (em Lisboa, 19,96 euros), trata de um romance que ousa na linguagem híbrida e, sobretudo, o impacto que as forças da natureza causam sobre as pessoas. Está dividido em quatro partes: Terra, Água, Fogo e Ar e a forma compactada somente aumenta o interesse de se avançar os capítulos e se chegar ao âmago da história, que acontece na Capital Portuguesa, em  1 de Novembro de 1755. "Aqueles foram dias terríveis, dias em que perdemos os nossos gestos e pensamentos mais bondosos..."
Como diz o autor, Domingos Amaral, diretor da revista portuguesa GQ, a manhã nasce calma na cidade, mas na prisão da Inquisição, no Rossio, irmã Margarida, uma jovem freira condenada a morrer na fogueira, tenta enforcar-se na sua cela. Na sua casa em Santa Catarina, Hugh Gold, um capitão inglês, observa o rio e sonha com os seus tempos de marinheiro. Na Igreja de São Vicente de Fora, antes da missa começar, um rapaz zanga-se com sua mãe porque quer voltar a casa para ir buscar a sua irmã gémea. Em Belém, um ajudante de escrivão assiste à missa, na presença do Rei D. José. E, no Limoeiro, o pirata Santamaria envolve-se numa luta feroz com um gangue de desertores espanhóis.
De repente, às nove e meia da manhã, a cidade começa a tremer. Com uma violência nunca vista, a terra esventra-se, as casa caem, os tetos das igrejas abatem, e o caos gera-se, matando milhares. Nas horas seguintes, uma onda gigante submerge o terreiro do Paço e durante vários dias incêndios colossais vão atemorizar a capital do reino. Perdidos e atordoados, os sobreviventes andam pelas ruas, à procura dos seus destinos. Enquanto Sebastião José de Carvalho e Melo tenta reorganizar a cidade, um pirata e uma freira tentam fugir da justiça, um inglês tenta encontrar o seu dinheiro e um rapaz de doze anos tenta encontrar a sua irmã gémea, soterrada nos escombros.
Uma boa leitura assim como recomendo a crítica criteriosa de Carlos Augusto Viana.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Carnaval jazzístico de Guaramiranga divulga atrações de 2012


A 13ª edição do Festival Jazz & Blues, no Ceará, já começa a tomar forma. As atrações para o ano de 2012 já estão confirmadas e inclui nomes dos EUA, Cuba, Israel, Bélgica e Brasil. Tradicionalmente realizado em Guaramiranga no período do Carnaval, o festival será de 18 a 21 de fevereiro de 2012 na cidade serrana, descendo na quarta-feira de cinzas para atividades em Fortaleza de 23 a 25/02 e em Sobral no dia 25/02.

Serão muitas horas de boa música, do jazz ao blues, passando por ritmos afins, do Brasil e de outros países. Como já é tradição, a programação acontece ao longo de todo dia, sob a luz do sol e a luz da lua, em espaços abertos e fechados, com shows, ensaios abertos, cortejos, conversas com músicos e oficinas.

Tudo isso proporciona aos mais de 12 mil visitantes a possibilidade um Carnaval diferente, com música de qualidade e a proximidade de grandes artistas, usufruindo ainda da beleza natural de um dos mais belos destinos turísticos do Ceará. O Festival Jazz & Blues 2012 é realizado pela Via de Comunicação e Cultura.

Guaramiranga localiza-se a uma distância de 110km da capital, na Área de Proteção Ambiental do Maciço de Baturité, com cachoeiras e a beleza da flora característica da Mata Atlântica. Fica a 865 metros, com temperatura amena que pode chegar a 15º. É uma pequena cidade de veraneio, com menos de 6.500 habitantes, que mantêm uma forte tradição cultural.


A 13ª edição do Festival Jazz & Blues terá: Omar Puente (Cuba), Atiba Taylor (EUA) com Artur Menezes (CE), Gadi Lehavi (Israel) com Ravi Coltrane (EUA), Jaques Morelenbaum e o Cello Samba Trio (RJ), Yamandu Costa (RS), Grupo Solar com Tatiana Parra (SP), Weli (Bélgica), Roberto Taufic e Eduardo Taufic (RN), Marco Lobo (BA/RJ), Cainã Cavalcante (CE), Puro Malte (CE) e Gabriel Grossi (SP).


Neste fim de semana, dias 17 e 18, estudantes e arte educadores de Sobral, Quixadá, Iguatu, Icó, Crato, Juazeiro do Norte e Brejo Santo participam das Oficinas de Sensibilização para a Cultura Musical, que integram o projeto Música é para a Vida. A atividade é uma parceria da Secretaria da Educação do Estado (SEDUC), com a Sociedade Cearense de Jornalismo Científico e Cultural e o Festival de Jazz & Blues.

Realizadas aos sábados e domingos desde o dia 03 de dezembro, as oficinas já foram ministradas em outras 12 cidades (Maracanaú, Itapipoca, Acaraú, Camocim, Tianguá, Canindé, Horizonte, Baturité, Russas, Jaguaribe, Crateús e Tauá). Nos dias 7 e 8 de janeiro a oficina será realizada em Fortaleza e haverá ainda em Senador Pompeu, com data a confirmar. Até o final das atividades, terão participado do projeto 441 alunos e 159 arte educadores, totalizando 600 participantes de todas as CREDE/SEFOR do estado.

A ideia do projeto Música é para a Vida é dar a alunos e professores da rede pública a possibilidade de acesso ao amplo universo da música, através de um programa que contempla desde a sensibilização para iniciantes até a formação mais aprofundada para alunos já familiarizados com a prática instrumental, conciliando formação artística, inclusão social e protagonismo juvenil.

 Dentre os 600 participantes das Oficinas de Sensibilização para a Cultura Musical, serão anunciados até o dia 25 de janeiro os 100 alunos e 21 arte educadores selecionados para as Residências Artísticas que acontecerão no Maciço de Baturité na semana que antecede o Festival Jazz & Blues.

Nos dias do Festival Jazz & Blues na serra os alunos terão um espaço destinado a apresentações musicais, acompanhados por seus arte educadores. Pela manhã, haverá ainda um seminário exclusivo para os residentes.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Memória de Fortaleza é destruída porque o cidadão não quer ter saudade de seu passado de miséria

Christiano e Douvina. Foto:Luana Araújo


Quem quer ter memória de seu passado miserável?" Indaga Christino Câmara, no Programa Movimento Urbano, transmitido hoje à noite pela TV O Povo. Entrevistado pela jornalista Cinthia Medeiros, essa foi uma das críticas ferinas disparadas pelo memorialista e pesquisador, que aos 76 anos, sente orgulho de ter nascido e viver até hoje na casa localizada na Travessa Baturité, no Centro de Fortaleza, ao lado de sua mulher Douvina.

A crítica que Christiano faz às elites cearenses têm uma relação com a  degradação ambiental e histórica da cidade, que viu seus principais monumentos sendo destruídos para uma presumida tentativa de desenvolvimento, dentre esses a casa de seu avô e onde nasceu o falecido bispo de Recife e Olinda, dom Hélder Câmara. No entanto, ele reforça: tudo não passa de se querer fugir do passado. Por isso, diz que o memorialista para se ter apoio do Estado ou das próprias elites tem que ficar de boca fechada. Não pode fazer crítica e se limitar a fazer comparações: Antes era assim. Hoje é assim.

Para quem conhece o memorialista como eu conheço, sabe que suas  observações são bem mais contudentes, quando se encontra em seu próprio habitat, a casa com quintal (pasmem) ao lado da Catedral. No entanto, me chamou  a atenção sua preocupação com o"boom" de construções previsto para Copa do Mundo de 2014. Ele teme pelos "elefantes brancos'. Ou seja, obras que serão construídas para turistas, mas que depois sofrerão o desgaste ou abandono por não contar com verbas para a manutenção. É sempre bom lembrar que os estádios construídos na África do Sul estão hoje sendo ameaçados de virem á baixo, porque não há como mantê-los. Uma coisa é construir, observa Cãmara, outra é preservar.


A destruição do patrimônio histórico foi ensejada pela igreja católica, dentre outros empreendedores, como se referiu ao desabamento da antiga igreja da Sé, construida em na década de 1800, passando pelos espigões instalados na Praia de Iracema. Daí que adverte: a natureza não reclama. Ela se vinga. E faz uma profecia aterradora. Um dia o mar deverá cobrar o espaço que lhe foi tomado.

Poderia citar aqui muitos momentos interessantes e instigantes desse personagem que toda a cidade é devedora. Assim como também mostrar que é vidraça e fica meio inapropriado o anacronismo, ao rejeitar a internet, o aparelho celular e recordar os rostos mais bonitos do cinema, aqueles que desfilaram pelas de décadas de 1930 e 1940, como se nos dias de hoje também não houvessem essas beldades. Mas sem Chistiano, quem mais poderia exercer um espírito crítico sobre o criminoso desmanche da história da Cidade? Ele lembra que não devemos chorar como crianças, quando deveríamos ter reagido como homens. Então, solta uma gargalhada. "Dizem que eu fico rindo porque tenho dinheiro. É aquela forma de se asociar alegria sempre ao dinheiro", afirmou.

Hallelujah-Händel: abandonemos a doutrina e vivamos o amor


"King of kings forever and ever / And Lord of lords / hallelujah hallelujah". Dizem os  versos do notório movimento que celebra a vinda de Jesus Cristo à Terra. Messiah de Händel é um oratório composto  por 51 movimentos, sendo que o mais conhecido é  "Hallelujah", que se inclui entre as árias mais populares de todos os tempos. Como obra sacra (Händel era um cristão fervoroso) também fez parte por várias ocasiões da História como canção integrante da liturgia religiosa, embora não tenha sido concebida para esse fim.
Importante nessa composição é o êxtase que se dá pela notícia do nascimento do Menino Jesus, como a alegria maior para a nossa redenção. Assim como disse o Papa Bento XVI, repetindo o que já havia sido externando como máxima no Concílio do Vaticano II, podemos abandonar a doutrina, mas não o amor. É através desse que superamos nossos instintos selvagens e  vivemos a plenitude da humanidade.
O Natal que nos leva a consumir mais, a fazer parte das festas de confraternização no trabalho, nos movimentos de igreja, nas reuniões familiares, a motivar uma reflexão sobre o que feito ao longo do ano (em vista da sua aproximação com as festas de Novo Ano) deve ser, sobretudo, momento de se checar no íntimo de cada um se as profecias do Antigo Testamento, rememoradas nos Novo Testamento, em diversos Livros, fala realmente do mesmo ser divino.
Sendo ou não cristão, vale refletir sobre o advento. O mais rico em citações é Isaías, o profeta messiânico, ou do "Servo Sofredor", mas o perfil do Deus que se fez homem é retratado pelos evangelista Mateus, dentre outros. "Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens" (Isaías 53:3).Na noite em que foi traído, ele disse como sua alma era "profundamente triste" (Mateus 26:36-41).  "Por juízo opressor foi arrebatado" (Isaías 53:8).
Não se trata de proselitsmo religioso, mas de itens que podem nos levar a pensar sobre o Natal, sendo ou não uma farsa materialista. Então, viva a alegria, viva a causa ganha em Seu nome, Minhas homenagens natalinas a todos os leitores desse blog. Que deixemos de lado a doutrina e vivamos de fato a fraternidade sem utopias, aquela construída dentro de nossos limites de vícios e fraquezas, mas também de virtudes.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Primeiro-Ministro da França visita as obras do PROSUB, em Itaguaí (RJ)

Amanhã,  às 16h30, o Primeiro-Ministro da República Francesa,  François Fillon, visitará as obras da Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM) e do Estaleiro e Base Naval (EBN), em Itaguaí (RJ). Acompanhado do Ministro  da Defesa, Embaixador Celso Amorim, do Comandante da Marinha, Almirante-de-Esquadra Julio Soares de Moura Neto, e do Diretor-Geral do Material da Marinha, Almirante-de-Esquadra Arthur Pires Ramos, o Primeiro-Ministro conhecerá as futuras instalações que possibilitarão a construção do submarino com propulsão nuclear.
 A parceria estratégica entre a República Federativa do Brasil e a República Francesa adotou, entre outras, a Cooperação na Área de Defesa, como parte de um Plano de Ação, mediante o qual os dois países desenvolverão a cooperação de longo prazo, fundada em parcerias industriais e transferência de tecnologia, abrangendo, entre outras metas, o desenvolvimento compartilhado de quatro submarinos com propulsão convencional (S-BR) e a assistência da França ao desenvolvimento da parte não-nuclear do projeto de submarino com propulsão nuclear brasileiro (SN-BR), de uma base de submarinos e à construção, modernização e manutenção de estaleiros.
 O Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) tem como principal objetivo capacitar o Brasil a produzir e operar submarinos convencionais e movidos a propulsão nuclear, visando fortalecer a defesa e controle das Águas Jurisdicionais Brasileiras.

Fonte: Assessoria de imprensa do Nuclep

Estudantes e professores do estado participam de oficinas de Sensibilização para a Cultura Musical


Amanhã e domingo,  dias 17 e 18, estudantes e arte educadores de Sobral, Quixadá, Iguatu, Icó, Crato, Juazeiro do Norte e Brejo Santo participam das Oficinas de Sensibilização para a Cultura Musical, que integram o projeto Música é para Vida. A atividade é uma parceria da Secretaria da Educação do Estado (Seduc), com a Sociedade Cearense de Jornalismo Científico e Cultural e o Festival de Jazz & Blues, que chega à 13ª edição no período do Carnaval em Guaramiranga (18 a 21/02) e no pós-Carnaval em Fortaleza (23 a 25/02) e Sobral (25/02).

Realizadas aos sábados e domingos desde o dia 3 de dezembro, as Oficinas de Sensibilização para a Cultura Musical já foram ministradas em outras 12 cidades (Maracanaú, Itapipoca, Acaraú, Camocim, Tianguá, Canindé, Horizonte, Baturité, Russas, Jaguaribe, Crateús e Tauá). Nos dias 7 e 8 de janeiro a oficina será realizada em Fortaleza e haverá ainda em Senador Pompeu, com data a confirmar. Até o final das atividades, terão participado do projeto 441 alunos e 159 arte educadores, totalizando 600 participantes de todas as Crede/Senor do Estado.

Dentre os 600 participantes das Oficinas de Sensibilização para a Cultura Musical, serão anunciados até o dia 25 de janeiro os 100 alunos e 21 arte educadores selecionados para as Residências Artísticas que acontecerão no Maciço de Baturité na semana que antecede o Festival Jazz & Blues.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Cacique ministra aulas finais do Curso de Magistério Indígena



O Curso de Magistério Indígena Tremembé Superior (MITS) conclui, amanhã, a última etapa de aulas com a disciplina "Torém: Ciência, Filosofia e Espiritualidade Tremembé", ministrada pelo Cacique João Venança, na Escola Maria Venância, na Praia de Almofala, em Itarema. Com o final das aulas e entrega dos trabalhos de conclusão de curso (TCCs) por parte dos alunos, o MITS formará a primeira turma de professores indígenas da Região Nordeste com graduação superior, sendo um dos pioneiros do País. A Colação de Grau está programada para junho de 2012, na Concha Acústica da Reitoria.

O curso, iniciado em julho de 2006, foi estruturado pela própria comunidade índia e contou com apoio da Universidade Federal do Ceará, que o reconheceu, juntamente com o Ministério da Educação. Para a etapa final das aulas dessa primeira turma, o Coordenador pela UFC, Prof. Babi Fonteles, do Curso de Psicologia da UFC em Sobral, faz um convite aos professores que ministraram aulas no curso a comparecerem a este momento. “Basta que nos avisem com alguma antecedência”, diz.

No total, 36 professores indígenas concluirão o curso de graduação, na modalidade Licenciatura Intercultural, mas no dia da solenidade de formatura faltará uma concludente que foi pioneira na educação indígena no Ceará: Raimunda Marques do Nascimento, fundadora da Escola Alegria do Mar, em Almofala, em 1991. “Raimundinha”, como era conhecida, filha do cacique João Venâncio, faleceu aos 37 anos, em 15 de maio de 2009. O Professor Babi informa que uma homenagem será prestada a ela no dia da solenidade.

Raimundinha estudou até a quarta série primária e, em Fortaleza, trabalhou em casas de família. Voltando para Almofala, começou a dar aulas por conta própria. Ensinou crianças e adultos a ler, escrever, dançar o torém, bem como outras tradições da etnia Tremembé, que estavam se perdendo. Depois, ela mesma voltou a estudar. Fez o curso de Magistério Indígena em nível médio e, em seguida, ingressou na graduação, que não pôde concluir.

A contribuição da UFC na formação de professores indígenas é destaque no Brasil. Além dos cursos já mencionados, a Universidade tem participação ativa no curso de Magistério Indígena Superior Intercultural dos Povos Pitaguary, Tapeba, Kanindé, Jenipapo-Kanindé e Anacé (Misi-Pitakaja), que começou em janeiro de 2010. O projeto tem coordenação ampliada, com participação de lideranças indígenas, representantes de conselhos e secretarias de Educação, prefeituras e faculdades parceiras. O curso faz parte do Programa de Formação Superior e Apoio a Licenciaturas Indígenas (Prolind) do Ministério da Educação.

O objetivo geral é a formação e qualificação de 80 professores em nível superior para gestão e ensino na Educação Básica das escolas Pitaguary, Tapeba, Kanindé, Jenipapo-Kanindé e Anacé, no segundo segmento do Ensino Fundamental e Ensino Médio. Faz parte também do projeto a capacitação política, para atuarem como agentes interculturais na promoção dos projetos de sua comunidade. A questão da educação diferenciada indígena foi a base da tese de doutorado do Prof. Babi Fonteles, defendida em 2003, na Faculdade de Educação da UFC.

Fonte: Prof. Babi Fonteles, Coordenador dos Cursos de Magistério Indígena Superior pela UFC - (fone: 88 9986 4499)

Vítimas cobram dívidas deixadas pela repressão do regime militar



Há quem diga que os dois lados mentem: os militares dizem que não "bateram" tanto quanto afirmam as vítimas, porque se tivessem apanhando muito não estariam tão inteiras. Essas dizem que apanharam muito. E a própria presidente Dilma conta que foi vítimas de torturas terríveis aos 19 anos. É muito provável que a maioria minta. Por isso, nada mais adequado que a instalação da Comissão da Verdade, sancionada pela presidente em 18 de novembro passado.
Embora haja quem reconheça como uma medida revanchista, os clamores das famílias que ainda têm seus entes queridos desaprecidos, ou a convivência impune de torturades e espiões do Regime Militar sem nenhuma crise moral insultam os sobreviventes e aqueles que sofreram indiretamente os tempos de "Anos de Chumbo'.
Aqui reproduzo uma carta aberta de meu primo e jornalista Mirton Peixoto, filho do militante de esquerda Aloíso Peixoto, meu tio. Católico fervoroso, Mirton não fala em revanche mas na mais transparente verdade que venha á tona e possa esclarecer o conflito entre militares e seus opositores.

Comissão da verdade: hora de abrir o baú das injustiças contra o povo brasileiro

Por Mirton Peixoto*

Tomo a liberdade de resgatar a história da minha família, que na época no Brasil não podia se expressar e nem sequer viver com ideias democráticas. Foram momentos de muita tensão, entre o Estado Novo (1946) e a Ditadura Militar, nos anos de 1964 a 1968, e que ainda se estendeu até 1985. Hoje está sendo criada a Comissão Nacional da Verdade em que vai ser aberto o baú das injustiças contra o povo e a própria sociedade. Momento oportuno para colocar em pratos limpos tudo que aconteceu naquela época.

A veracidade dos fatos é a minha própria vida e a de minha família. Não temos documentos, mas temos fatos concretos de desrespeito e autoritarismo que ocorreram e ficaram para sempre na memória.

A vida do meu pai e todos os meus irmãos foi de tremenda luta pela sobrevivência e os resquícios dessa época são grandes e deixaram muitas feridas abertas. Qual o perigo que oferece um trabalhador (meu pai era soldador), que só tentava organizar a classe que ocupava? Por que viver na clandestinidade um operário, por simplesmente pensar em uma sociedade mais justa e solidária? Porque um líder comunitário que procurava ajudar a sociedade por melhores condições de vida era perseguido? Como uma filha de um “sonhador” não poderia assumir um concurso público ou trabalhar numa empresa por causa do nome do pai?

Um homem que não podia usar sua própria identidade, porque não era bem recebido pela classe patronal e uma sociedade militarista atrasada. Lembro-me de histórias contadas pelo meu pai que teria levado um tiro de “raspão” no braço direito em um comício de Luis Carlos Prestes, na chamada “Coluna Prestes", nos finais da década de 30. Para não ser preso ele fugia. Ele escrevia cartas para minha mãe em um papel em branco com limão. Para ler a carta, era preciso colocar o papel aparentemente branco sob a luz. Portanto, todo cuidado era pouco, para a sobrevivência. Contava, em forma de piada, acontecimentos verdadeiros, como, por exemplo, que todo sujo de carvão (para não ser reconhecido) a polícia federal chegou a perguntar a ele por ele próprio. E dizia: “sei lá quem é esse fdp” e pegando uma pá com carvão jogou pó no olho do policial. E assim mais uma vez fugiu e continuava vivendo na clandestinidade, sem praticamente identidade própria.

Lembro-me muito bem quando eu estava junto dele e “Dom Helder Câmara”, em 1963, antes de ir para Recife, pediu para ele não deixar cair o “Centro Maternal da Piedade” - local onde as lavadeiras lavavam as roupas para a sobrevivência e suas crianças ficavam no berçário. Lembro também quando ele contava que o então Governador Virgílio Távora estava em uma reunião em Messejana e outras pessoas estavam falando mal de meu pai, e o governador perguntou a essas pessoas, “esse Aloisio é o da Piedade? Pois enquanto vocês estão falando mal dele aqui, ele está lá trabalhando pela comunidade”. Meu pai tinha uma ligação com a esposa do Virgílio, a Dona Luiza Távora, ele a chamava de “Dona Zelinda” e conseguia tudo com ela para a comunidade.

Tenho uma irmã que estudou na Escola Normal Justiniano de Serpa na época em que alunos pularam o muro para não ser levados pela polícia. Daí ela não foi mais para a Escola. Só após alguns anos, ela continuou a estudar no Colégio São José, onde terminou o Segundo Grau. Outro irmão foi depor na Polícia Federal, pois era do Centro de Estudantes Secundaristas do Ceará. Lá também quem participava era perseguido.

O lema de meu pai era “justiça, igualdade e fraternidade”. E por causa desse “projeto” a minha família sofreu perseguições, foi negado emprego a ele e a todos os irmãos mais velhos. E ele teve que trocar de profissão e passou a ser contabilista. Enfim, vivíamos de trabalhos diários para a sobrevivência. Eu poderia dizer que matar um leão por dia era fácil. O problema maior era conviver com as cobras.

Nessa luta diária, eu, com menos de dez anos de idade, tinha a preocupação de sobrevivência e todos os dias esperava meu pai trazer a notícia do dia: se tinha conseguido dinheiro para comer no dia seguinte, pois, em muitos dias, não se tinha nem o necessário. Como dizia minha mãe, era “arroz e feijão na água e no sal, sem mistura”, pois emprego fixo era negado a toda família. Eu passei a ajudar meu pai nessa busca diária por dinheiro a partir dos 12 anos. Tinha uma irmã que cobria botões. Outros faziam serviços de escrita fiscal para mercearias. Outro irmão trabalhava como pintor numa empresa de um primo da minha mãe. Teve época em que meu pai devia tanto, que tomaram até o “ganha pão” dele, que era uma máquina de escrever e outra de calcular.

Eu, como filho mais novo, vi os meus irmãos serem privados de emprego, de falar, de gritar por condições mínimas de saúde e de sobrevivência. Eu com um ano de idade perdi a visão do olho direito. Outro irmão se arrastava pelo chão - não andava - era paralítico de nascença e morreu com 18 anos. Uma irmã mais nova morreu ainda. Vi minha irmã mais velha ser demitida e o dinheiro, guardado em casa, após alguns anos (talvez 15 anos), quando precisou, não valia mais nada, pois foi trocada a moeda do país. Outra irmã fugiu de casa para casar.

A história do Brasil tem uma dívida com a sociedade, que precisa, pelo menos, conhecer a verdade, o que aconteceu com todo o povo, que muito lutou, e que não tinha sequer identidade própria.

Como foi difícil a caminhada até aqui. Ficaram os frutos da organização de classe, trabalhos comunitários, luta por justiça e melhores condições de vida e de saúde. Posso dizer que a luta continua, mas pelo menos hoje temos a liberdade de expressar as opiniões, mesmo sabendo que ainda reinam as injustiças sociais e que o trabalho é desvalorizado pelos empresários. Os lucros ainda são concentrados nas mãos dos patrões e os trabalhadores ainda não estão conscientes de que é o trabalho que gera a riqueza.

Que este Brasil, de hoje e do futuro, aprenda com a história, que os fatos sejam revelados, que nunca mais voltem governos autoritários e que se possa apontar o erro, falar e expressar com liberdade. Posso dizer que na ditadura perdeu-se o brilho e a graça, diante da violência e da falta de Deus nos corações das pessoas, acreditando que a Comissão da Verdade revelará ao povo brasileiro a memória oculta nas sombras do regime de exceção.

* Diretor de Ação Sindical do Sindjorce e do DIEESE-CE e ministro extraordinário da Sagrada Comunhão da paróquia Bom Jesus dos Aflitos (Parangaba) e fundador da comunidade Santo Expedito (Maraponga).

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Eliot entoa sua canção de amor de J. Alfred Prufrock



A CANÇÂO DE AMOR DE J. ALFRED PRUFROCK

S'io credesse che mia risposta fosse
A persona che mai tornasse al mondo,
Questa fiamma staria senza piu scosse.
Ma perciocche giammai di questo fondo
Non torno vivo alcun, s'i'odo il vero,
Senza tema d'infamia ti rispondo.

Dante Alighieri. Ladivina Commédia
Inferno, XXVII, 61-66 (N. do T.)

Sigamos então, tu e eu,
Enquanto o poente no céu se estende
Como um paciente anestesiado sobre a mesa;
Sigamos por certas ruas quase ermas,
Através dos sussurrantes refúgios
De noites indormidas em hotéis baratos,
Ao lado de botequins onde a serragem
Às conchas das ostras se entrelaça:
Ruas que se alongam como um tedioso argumento
Cujo insidioso intento
É atrair-te a uma angustiante questão . . .
Oh, não perguntes: "Qual?"
Sigamos a cumprir nossa visita.

No saguão as mulheres vêm e vão
A falar de Miguel Ângelo.

A fulva neblina que roça na vidraça suas espáduas,
A fumaça amarela que na vidraça seu focinho esfrega
E cuja língua resvala nas esquinas do crepúsculo,
Pousou sobre as poças aninhadas na sarjeta,
Deixou cair sobre seu dorso a fuligem das chaminés,
Deslizou furtiva no terraço, um repentino salto alçou,
E ao perceber que era uma tenra noite de outubro,
Enrodilhou-se ao redor da casa e adormeceu.

E na verdade tempo haver á
Para que ao longo das ruas flua a parda fumaça,
Roçando suas espáduas na vidraça;
Tempo haverá, tempo haverá
Para moldar um rosto com que enfrentar
Os rostos que encontrares;
Tempo para matar e criar,
E tempo para todos os trabalhos e os dias em que mãos
Sobre teu prato erguem, mas depois deixam cair uma questão;
Tempo para ti e tempo para mim,
E tempo ainda para uma centena de indecisões,
E uma centena de visões e revisões,
Antes do chá com torradas.

No saguão as mulheres vêm e vão
A falar de Miguel Ângelo.
E na verdade tempo haverá
Para dar rédeas à imaginação. "Ousarei" E . . "Ousarei?"
Tempo para voltar e descer os degraus,
Com uma calva entreaberta em meus cabelos
(Dirão eles: "Como andam ralos seus cabelos!")
- Meu fraque, meu colarinho a empinar-me com firmeza o
queixo,
Minha soberba e modesta gravata, mas que um singelo alfinete
apruma
(Dirão eles: "Mas como estão finos seus braços e pernas! ")
- Ousarei
Perturbar o universo?
Em um minuto apenas há tempo
Para decisões e revisões que um minuto revoga.

Pois já conheci a todos, a todos conheci
- Sei dos crepúsculos, das manhãs, das tardes,
Medi minha vida em colherinhas de café;
Percebo vozes que fenecem com uma agonia de outono
Sob a música de um quarto longínquo.
Como então me atreveria?

E já conheci os olhos, a todos conheci
- Os olhos que te fixam na fórmula de uma frase;
Mas se a fórmulas me confino, gingando sobre um alfinete,
Ou se alfinetado me sinto a colear rente à parede,
Como então começaria eu a cuspir
Todo o bagaço de meus dias e caminhos?
E como iria atrever-me?

E já conheci também os braços, a todos conheci
- Alvos e desnudos braços ou de braceletes anelados
(Mas à luz de uma lâmpada, lânguidos se quedam
Com sua leve penugem castanha!)
Será o perfume de um vestido
Que me faz divagar tanto?
Braços que sobre a mesa repousam, ou num xale se enredam.
E ainda assim me atreveria?
E como o iniciaria?

.......

Diria eu que muito caminhei sob a penumbra das vielas
E vi a fumaça a desprender-se dos cachimbos
De homens solitários em mangas de camisa, à janela
debruçados?

Eu teria sido um par de espedaçadas garras
A esgueirar-me pelo fundo de silentes mares.

.......

E a tarde e o crepúsculo tão .docemente adormecem!
Por longos dedos acariciados,
Entorpecidos . . . exangues . . . ou a fingir-se de enfermos,
Lá no fundo estirados, aqui, ao nosso lado.
Após o chá, os biscoitos, os sorvetes,
Teria eu forças para enervar o instante e induzi-lo à sua crise?
Embora já tenha chorado e jejuado, chorado e rezado,
Embora já tenha visto minha cabeça (a calva mais cavada)
servida numa travessa,
Não sou profeta - mas isso pouco importa;
Percebi quando titubeou minha grandeza,
E vi o eterno Lacaio a reprimir o riso, tendo nas mãos meu
sobretudo.
Enfim, tive medo.

E valeria a pena, afinal,
Após as chávenas, a geléia, o chá,
Entre porcelanas e algumas palavras que disseste,
Teria valido a pena
Cortar o assunto com um sorriso,
Comprimir todo o universo numa bola
E arremessá-la ao vértice de uma suprema indagação,
Dizer: "Sou Lázaro, venho de entre os mortos,
Retorno para tudo vos contar, tudo vos contarei."
- Se alguém, ao colocar sob a cabeça um travesseiro,
Dissesse: "Não é absolutamente isso o que quis dizer
Não é nada disso, em absoluto."

E valeria a pena, afinal,
Teria valido a pena,
Após os poentes, as ruas e os quintais polvilhados de rocio,
Após as novelas, as chávenas de chá, após
O arrastar das saias no assoalho
- Tudo isso, e tanto mais ainda? -
Impossível exprimir exatamente o que penso!
Mas se uma lanterna mágica projetasse
Na tela os nervos em retalhos . . .
Teria valido a pena,
Se alguém, ao colocar um travesseiro ou ao tirar seu xale às
pressas,
E ao voltar em direção à janela, dissesse:
"Não é absolutamente isso,
Não é isso o que quis dizer, em absoluto."

Não! Não sou o Príncipe Hamlet, nem pretendi sê-lo.
Sou um lorde assistente, o que tudo fará
Por ver surgir algum progresso, iniciar uma ou duas cenas,
Aconselhar o príncipe; enfim, um instrumento de fácil
manuseio,
Respeitoso, contente de ser útil,
Político, prudente e meticuloso;
Cheio de máximas e aforismos, mas algo obtuso;
As vezes, de fato, quase ridículo
Quase o Idiota, às vezes.

Envelheci . . . envelheci . . .
Andarei com os fundilhos das calças amarrotados.

Repartirei ao meio meus cabelos? Ousarei comer um
pêssego?
Vestirei brancas calças de flanela, e pelas praias andarei.
Ouvi cantar as sereias, umas para as outras.

Não creio que um dia elas cantem para mim.

Vi-as cavalgando rumo ao largo,
A pentear as brancas crinas das ondas que refluem
Quando o vento um claro-escuro abre nas águas.

Tardamos nas câmaras do mar
Junto às ondinas com sua grinalda de algas rubras e castanhas
Até sermos acordados por vozes humanas. E nos afogarmos.

(tradução: Ivan Junqueira)

O nu que escandalizou Paris em almoço na relva de Monet



Não foi à toa que Le déjeuner sur l'herbe (O piquinique) tenha sido rejeitado no Salão de 1866, onde se tornou a atração principal, gerando tanto riso e escândalo. Afinal, quem poderia entender a inadequação de uma modelo nua em meio a pessoas sobriamente compostas? A presença de uma mulher despida entre os homens vestidos não se justificava nem por precedentes mitológicos nem alegórico, como afirmou um crítico da época.
Pior: tratava-se de uma prostituta. Assim, Monet trilhava caminhos parecidos de Toulouse Lautrec, em enaltecer figuras do bas-fond. Por mais que a sociedade francesa e, toda a Europa, fosse àquela época mais tolerante com a prostituição o quadro não deixava de ser obsceno aos olhos do público.
Mais tarde, tentou se reconciliar com o mesmo tema numa tela maior, que se ficou inacabada. No óleo posterior há os personagens masculinos vestidos, mas sem a protagonista da discórdia.
Monet, à exemplo de Renoir e Sisley foram os mais fiéis à escola impressionista, com as pinturas ao ar livre. Ao mesmo tempo que mantinha as diretrizes conservadoras, rompia com os paradigmas das temáticas, convenções e uso de cores. Muito provavelmente por todo esse conjunto tenha sido apontado como o ponto de partida para a Arte Moderna.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Circo mantém seu encantamento atravessando décadas e séculos



O encanto do circo é um dos temas de fotografias que a revista New Yorker exibe esta semana. O deleite que é pago, mas com a certeza de que se sairá feliz, é uma das verdades que Ernest Hermingway mantinha como um credo. Daí que o tempo passa, mas a velha fórmula é mantida: palhaços, acobratas, elefantes e macacos.
Da imagem antiga do picadeiro retratada por Charles Chaplin, em o Circo, até as exibições sofisticadas do Cirque du Soleil, não há como não se divertir na magia e no magnestismo que esse entretenimento nos oferece e bem que causa a nossa alma.
Nesta foto, de Sverre Braathen, há uma imagem inocente de crianças do meio oeste do Estados Unidos e macacos numa brincadeira de bicicleta. O fotógrafo era um fã de circo que regularmente, ao longo da vida, ocupou-se em acompanhá-lo nas décadas de 1940 e 1950.
O mais interessante nessa imagem é a espontaneidade inerente das crianças. Não se sabe se são meninos que acompanham a troupe ou típicamente nativos de ascendentes tipicamente eslavos do meio oeste. A expressão é natural e, claro, muito engraçada vendo os animais se exibindo como ciclistas nos seus momentos de lazer.

Leia mais http://www.newyorker.com/online/blogs/photobooth/2011/12 # ixzz1gBqmQWjK

sábado, 10 de dezembro de 2011

Gypsy Rose Lee inventou o striptease norte-americano



Uma das mulheres mais bonitas do cinema de todos os tempos, Gypsy Rose Lee (1914-1970) é considerada a inventora do striptease norte-americano. Porém, não há nada de sexo sujo ou supeficial como as danças que são apresentadas nos dias de hoje. Aqui se nota claramente suas deficiências como dançarina e cantora. No lugar dessas qualidades, há uma presumida sensualidade e um humor, que se adequavam à moral da época.
Aliás, vale lembrar que os meados da década de 1940 eram da eclosão da II Guerra Mundial. Na Europa e nos Estados Unidos, experimentavam-se o fluxo e o refluxo da permissividade, que se expressavam na literatura, no cinema e na dança. Não foi à toa que o The Times se antecipava a essa época, em 1930, e declarava: "A degradação moral é o prelúdio da queda".
Rose Lee, também conhecida por Rose Louise Hovick/Louise Hovick, foi atriz de filmes, teatro burlesco e escritora, escreveu em homenagem a sua mãe, a peça musical e filme "Gypsy".
Em 1941, Gypsy Rose Lee escreveu um livro de suspense chamado "The G-String Murders" que se transformou em filme em 1943, "Lady of Burlesque", estrelado por Barbara Stanwyck. Seu segundo livro, "Mother Finds a Body", foi publicado em 1942.
Enquanto trabalhava no Minsky's, Gypsy Rose Lee teve uma vida amorosa intensa, com diversos parceiros. Em Hollywood, ela se casou com Arnold "Bob" Mizzy em 1937 por insistência do estúdio, o casamento acabou em 1941. Gypsy naquela época estava apaixonada por Michael Todd, e em 1942 numa tentativa de provocar ciúmes, ela se casou com William Alexander Kirkland. Se divorciaram em 1944 e tiveram um filho. Gypsy Lee foi casada ainda por uma terceira vez em 1948 com Julio de Diego, mas também se divorciaram. Também teve um caso público com o escritor Carson McCullers.
Em 1969, foi diagnosticado câncer nos pulmões pelos médicos. Ela fundou uma das primeiras instituições dedicadas a cães chineses nos EUA, que foi vendida após sua morte para Ida Garrett e Deborah Woods.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Abertas inscrições para o Prêmio de Literatura Unifor



Os amantes das letras já podem começar a preparar os trabalhos para participar do Prêmio de Literatura Unifor, previsto para março de 2012. As inscrições estão abertas e seguem até 23 de dezembro. Nesta edição, o prêmio contempla o gênero poesia.

O concurso se divide em duas áreas: obra inédita e trabalhos inéditos. Na primeira, os autores devem apresentar um livro de poesia. Já na segunda, poesias avulsas. Nas duas, os textos precisam ser inéditos, sendo o descumprimento deste critério motivo de eliminação.

Na categoria obra inédita, um trabalho será premiado com uma viagem a Washington, para visitar a Biblioteca Nacional do Congresso Americano, além da publicação da obra do autor. Na categoria trabalhos inéditos, 20 autores serão premiados: o 1º lugar ganha uma viagem ao Rio de Janeiro, para visitar a Biblioteca Nacional, e os classificados do 2º ao 20º lugar terão seus trabalhos publicados em uma coletânea.

Inscrições

As inscrições devem ser feitas na Vice-Reitoria de Extensão da Unifor, que fica no campus - prédio da Reitoria, 1º andar (Av. Washington Soares, 1321, Bairro Edson Queiroz – Fortaleza/CE, CEP: 60811-905). Quem preferir, também pode inscrever seu trabalho via correio. Dúvidas podem ser esclarecidas pelo telefone (85) 3477 3311.

Os trabalhos inscritos serão julgados por uma comissão em janeiro de 2012. A solenidade de divulgação do resultado, entrega dos prêmios e lançamento dos livros está prevista para o dia 21 de março de 2012, no Teatro Celina Queiroz.

Lançado em 22 de outubro de 2009, como parte da programação do Mundo Unifor, essa é a quarta edição do Prêmio de Literatura Unifor.



Maiores informações: Edital R. Nº 32/2011



Serviço: Prêmio de Literatura Unifor

Inscrições de trabalhos | 16 de novembro a 23 de dezembro de 2011

Divulgação do resultado e entrega dos prêmios | 21 de março de 2012

Mais informações | 85 3477 3311

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O "boom" da comunicação de baixo custo e de enormes resultados


Há alguns dias venho dividindo minhas atenções com o blog Sobrearte e com o site www.marcuspeixotojornalismo.webnode.com.br.
Ambos têm merecidos mimo e acuidade, sem descuidar das minhas atividades profissionais, como jornalista e assessor de imprensa. O fato para que disponha de tamanha disposição e interesse é que a web foi um facilitador para a comunicação gratuita ou de baixo custo. Isso nos permite o deleite e capacidade para mostrar práticas comerciais inteligentes de manter espaço na mídia. Tudo sem perder o prazer e nem desprender muito esforço ou tempo.
O Sobrearte surgiu porque gosto de poesia, pintura, escultura, filosofia e todo tema que desenvolva uma expressão culturamente subliminar. Como isso aconteceu? Na verdade, surgiu há muito tempo, quando em tenra (desculpe-me, leitor, o termo não faz parte da linguagem moderna) idade me tornei um leitor voraz, mas se tornou um impulso agudo com essa onda de rede social, que tendo ou não conteúdo se corre grande risco de se ficar falando, e até gritando, como fazem muitos, sozinho. Ou seja, é muito provável que quase ninguém leia o que você escreve. Essa é uma questão que antecede todas as outras. Aliás, e aqui não vai nenhuma crítica, muitos podem até dar mais importância à informação de que se "vai cortar o cabelo" do que a "Mostra reúne artistas populares do Ceará". Daí que preferi, da forma como entendo expressão de qualidade da informação, divulgar assuntos da arte e da cultura.
Já o site foi resultado da descoberta de que se pode viabilizar uma nova ferramenta de comunicação, que tenha retorno para o comunicador e o usuário. Isso é uma invenção da internet e da inteligência humana. Através de blogs e site gratuitos, manter links com os produtos e serviços há um custo reduzido que entra na conta do anunciante. No entanto, essa outra faceta não se reduz ao aproveitamento da mídia eletrônica. Resulta de todo o conjunto da experiência intelectual que deve ser útil para quem busca um serviço profissional de jornalismo e assessoria de imprensa. Daí a necessidade da métrica, de se ponderar bem o que se propõe e o que resultará dessas ações.
Mas para que escrever ou divulgar esses assuntos, produtos e serviços se há uma tendência de se recorrer ao trivial? Como escrevi, é uma questão que antecede todas as outras. No entanto, O raciocínio brandamente nos fala que o desenvolvimento individual e social aponta para a consequência. O perfil do empreendedor se relaciona como se posiciona perante os meios de comunicação social e, desse modo, garantir a melhor qualificação do mercado. Claro, que as grandes mídias, jornal impresso e televisão, são os veículos de grande massa e que detêm os maiores faturamentos de publicidade, respectivamente. Mas tudo é uma questão se pesar ação e resultado. Ou ainda, avaliar custo e benefício.
Na verdade, a grande aposta é o ser e a família humana unidos por ideais que impliquem em bem estar e o direito ao banquete da vida. Isso se consegue, sobretudo, pelo compromisso moral, intelectual e solidário.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

A morte do Caixeiro Viajante/Um bonde Chamado desejo

Mundo da dança se agita com encontro de coreógrafos e criadores


Coreógrafos e criadores se reúnem na Vila das Artes (Rua 24 de Maio, 1221, Centro), hoje e amanhã, com o objetivo de fortalecer suas relações, dividindo estratégias e ações já desenvolvidas para fomentar, difundir e ampliar a possibilidade de realização em Dança na América Latina, tanto no âmbito da criação em si, como na difusão das obras.
O encontro potencializará processos individuais e de grupos, despertando reflexões e proposições acerca de novas estratégias de articulação e ocupação de espaços voltados à Dança no Brasil. O evento é fruto do projeto da Funarte Outras Danças: Brasil ǀ Chile ǀ Colômbia, que reúne em Fortaleza gestores, intérpretes-criadores, críticos, programadores e produtores em dança do Brasil, do Chile e da Colômbia para investigarem novos caminhos para a Dança na América Latina.

Entre os dias 12 e 17, acontece a Mostra de Solos e Duos no Teatro Boca Rica (Rua Dragão do Mar, 260 – Praia de Iracema) e, entre os dias 13 e 16, o seminário “Novos Caminhos e Outras Danças na América Latina: Criação, Produção e Gestão” no Auditório José Albano (Centro de Humanidades da UFC). A programação é gratuita e aberta aos interessados. Informações: contato@outrasdancas.com.br | outrasdancas.com.br | (85) 3235-4063 (Quitanda das Artes).

Fonte: Vila das Artes

sábado, 3 de dezembro de 2011

Alex Costa se destaca em 2011 com Respeitem à Educação



Minha homenagem chega tarde e, relativamente, um tanto cedo porque 2011 não acabou. No entanto, considero essa fotografia como a mais expressiva publicada no jornalismo impressso cearense este ano, quando foi capa do Diário do Nordeste em 30 de setembro passado. Trata-se do confronto entre professores e policiais militares, durante ocupação na Assembleia Legislativa do Ceará.
Alex Costa, com 14 anos de profissão, está muito próximo à cena. Ele não usa teleobjetiva, revelando várias leituras do confronto entre trabalhadores da educação e policiais, com os rostos de revolta, a determinação em se reprimir o movimento e o eloquente sangue, valor somente menos caro do que a morte nos atos de heroismo.
Ele conta que a grande dificuldade foi se aproximar para fotografar, uma vez que a repressão teve uso de gás pimenta. "Tanto eu quanto meu colega, o Rodrigo Carvalho, tínhamos dificuldade de fotografar com os olhos ardendo. Tínhamos que usar pano no rosto, mas a sensação era extremamente desconfortável", conta.
O confronto aconteceu em decorrência da luta dos docentes estaduais de ensino para o nivel médio pelo reajuste para R$ 1.187. O objetivo era lutar pela equiparação salarial ao piso nacional. O movimento rendeu ainda greve de fome, envolvendo três professores, e uma prolongada greve. No mês passado, uma nova reunião deliberou pelo não retorno do movimento paredista, apesar de que a maioria tenha concordado que os pleitos não foram atendidos.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

UFC, Fagner e Manassés recebem a Medalha Lauro Maia


(Comissão que esteve à frente dos agraciados com a medalha Lauro Maia. Foto: Evilázio Bezerra)

O Curso de Educação Musical da Universidade Federal do Ceará recebeu a Medalha Lauro Maia pelo trabalho que realiza na consolidação, formação, pesquisa e difusão da cultura, como justificou o Vereador Guilherme Sampaio, propositor da homenagem, em seu discurso na solenidade realizada na noite de ontem (1º) no plenário da Câmara Municipal de Fortaleza. Foram agraciados, também, o cantor e compositor Raimundo Fagner e o compositor e instrumentista Manassés, num "reconhecimento público de nossa sonoridade, de nosso talento, de nossas criações como expressão de quem somos, de como somos", complementou Guilherme Sampaio.

Ao agradecer a honraria, o Reitor Jesualdo Farias lembrou que há mais de meio século a UFC “vem cumprindo uma missão que se enquadra na tradição das universidades, desde os seus primórdios, qual seja, fomentar o desenvolvimento técnico e científico e, paralelamente, no mesmo nível de prioridades, respaldar as atividades culturais".

Asseverou que “os louros da Medalha Lauro Maia hão de ser repartidos entre todos os que, na Universidade, fazem da música uma chave para abrir as portas da sensibilidade, para defender o nosso patrimônio cultural, para trabalhar a inclusão social e para derrubar fronteiras”. Finalizando afirmou que o "Ceará de Lauro Maia, de Fagner, de Manassés, do saudoso professor Orlando Leite (recentemente falecido), de Alberto Nepomuceno, Eleazar de Carvalho e Jacques Klein, de Humberto Teixeira e dos Irmãos Aniceto, tem talentos que vicejam do litoral ao Cariri e que, para florescer, só precisam que se lhes ofereçam as sete notas musicais, uma rabeca, talvez um piano, ou um fole de oito baixos. Porque melodia, harmonia e ritmo, nós cearenses já trazemos no sangue".

O Vereador Guilherme Sampaio, que resgatou na Câmara a Medalha Lauro Maia, criada em 1993 pelo então Vereador Artur Bruno, afirmou que "assim como Lauro, Fagner e Manassés vêm contribuindo para a difusão de uma sonoridade cearense. Suas guitarras e violas, que são ibéricas e nordestinas ao mesmo tempo, embalam a voz de Fagner que, gutural e primitiva, nos remete a um canto ancestral, que nos acolhe, embala e comove".

Encerrando a solenidade, Fagner, Manassés, Rodger Rogério e Téti interpretaram "Trem de ferro", de Lauro Maia. A mesa dirigente da sessão solene foi presidida pelo Vereador Adail Jr., Vice-Presidente da Câmara, e composta pelo Deputado Federal Artur Bruno, pelo Deputado Estadual Paulo Facó e pelo Vereador Guilherme Sampaio, além dos homenageados.

Fonte: Coordenadoria de Comunicação e Marketing Institucional da UFC (fones: 85 3366.7331 / 3366.7332)