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quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Museu aposta na difusão cultural de Maranguape

Contar a história da cidade por meio de personalidades ilustres, mobiliários e fotografias não é uma característica inusitada do Museu da Cidade, localizado na Rua Major Agostinho. Isso não vem sendo feito, mas não sem dificuldade. Restrição do acervo e limitação de pessoal são obstáculos para o pleno funcionamento, que, curiosamente, não funciona nos fins de semana.

Estudantes do Município formam o maior público de visitantes no local Fotos: José Leomar

Criado em 2004, o museu tem expandindo os seus atrativos, mas ainda esbarra em questões estruturais básicas. A terra natal do humorista Chico Anysio, que morreu neste ano, entende que é preciso mais investimentos para que o equipamento se torne um dos recursos didáticos adequados indispensáveis para promover a cultura, a arte e expandir as opções de lazer na cidade, conhecida nacionalmente como a "terra de Chico Anysio".

O museu que conta com duas salas dedicadas ao artistas cearense. Enquanto isso, são poucas as referências a outras personalidades, como o historiador Capistrano de Abreu e o comerciante Tibúrcio Cavalcante.

O coordenador do museu, Alexandre Cabral, reconhece a limitação do acervo, mas vê a iniciativa pelo lado positivo. Afinal, conforme destaca, Maranguape está na frente como uma cidade que aposta no local como equipamento de difusão da cultura e promoção dos valores históricos.

Para Alexandre, é uma prioridade que o museu funcione nos fins de semana. Mas, esse acesso fica bloqueado porque não há funcionários para o atendimento ao público. Aliás, há um vigia que foi orientado para informar sobre as peças expostas, porém, está longe de dominar os fins e os símbolos do acervo.

Uma curiosidade é que, diferentemente de qualquer museu do mundo, esse não fecha às segundas-feiras para que sejam executados os serviços de manutenção. "Isso tem sido bom porque atraímos os estudantes das escolas públicas que estão localizadas nas proximidades", observa Alexandre Cabral.

Interesse

O maior interesses dos visitantes é com relação à exposição do humorista da terra. Essa conta com 14 marionetes de personagens de Chico Anysio, de um metro de altura, confeccionadas em madeira e tecido pelo artista plástico Gandhy Piorski. Dentre os personagens, incluem-se o Coalhada, Bento Carneiro, Salomé, Véio Zuza, Silva, Professor Raimundo, Tim Tones e Pantaleão.

Também estão expostas caricaturas assinadas por diversos cartunistas brasileiros. São alguns dos desenhos originais que compuseram o livro "É mentira, Chico?", organizado por Ziraldo e lançado, em 2007, pela editora Resultado, onde apresenta 77 personagens criados por Chico Anysio, retratados por 40 dos principais cartunistas do Brasil. As 20 caricaturas expostas foram doadas pelos autores para compor o acervo permanente.

Hiperdesenvolvido em Chico Anysio, o visitante pode se ressentir da atrofia de referência de outros nomes importantes da história não apenas do Município. Esse é o caso do historiador Capistrano de Abreu, lembrado por uma fotografia da casa onde nasceu, na localidade de Columinjuba e mais um exemplar de um de seus livros escritos.

Do médico Braga Herbster, profissional conceituado na cidade entre as décadas de 1950 a 1980, foram doados equipamentos utilizados no ofício de clínico geral e obstetra. Do comerciante Tibúrcio Cavalcante, há uma variação de mobiliário e objetos de louça. Ao todo, estão reunidas cerca de 100 peças.

Alexandre Cabral admite que é muito pouco para atingir as metas planejadas. No entanto, diz que dificuldades maiores já foram vividas. Agora, só falta haver maior colaboração do povo de Maranguape para que, no desapego de objetos pessoais herdados pelos antepassados, possam servir a um público geral e melhor contar a história e o desenvolvimento de Maranguape.

Antiga cadeia é uma atração à parte

Maranguape.
Se fosse enumerar tudo que falta, o Museu da Cidade seria mais um depósito de tentativas fracassadas do que um sucesso cultural tão consolidado com seu austero prédio do século XIX. Pelo menos, essa é a crença dos gestores, desde a sua fundação, em 2004, pelo então prefeito Marcelo Silva.

A edificação é a antiga cadeia pública, construída no Século XIX, entre os anos de 1877 e 1879, e que foi desativada em 1980, por conta da instalação da Colônia Agrícola do Amanari e de presídios em Fortaleza e Itaitinga, na região metropolitana

Antiga cadeia pública, o prédio foi construído entre os anos de 1877 e 1879, conforme conta Alexandre Cabral. Como casa de detenção, funcionou até a década de 1980, sendo depois desativado em função da vinda da instalação do presídio agrícola do Amanari e, principalmente, com a construção de presídios em Fortaleza e em Itaitinga.

Por muitos anos, a antiga cadeia ficou abandonada e sem contar sequer com um projeto para sua utilização. Mesmo assim, o prédio era alvo de fotografias dos visitantes na cidade, que identificavam parte do passado da cidade na austeridade e no vigor das paredes da edificação.

Financiamento

Foi somente com o prefeito Marcelo Silva que se planejou em transformá-la em um museu, com o restauro sendo financiado pelo Ministério da Cultura, na gestão do então ministro e cantor Gilberto Gil.

"Ainda hoje, o prédio é uma atração à parte. Muitos turistas aproveitam a estadia na cidade para tirar fotografias", conta a estudante da Escola de Ensino Fundamental Deputado Manuel Rodrigues, Andressa Silva de Sousa, de 15 anos.

Assim, a construção se destaca na cidade, a exemplo do solar de Bonifácio Câmara, onde hoje está instalada a Biblioteca Pública Municipal.

Para Alexandre, a antiga cadeia teve o seu melhor destino, ao servir como equipamento cultural. Os amplos espaços abrigam tanto a exposição permanente como a itinerante.

A grande alavancada foi o festival de humor, que aconteceu no entorno do Museu. A primeira edição foi realizada em 2009. A iniciativa visava a destacar Maranguape e o Ceará na vocação para a anedota irreverente e o bom humor do povo do lugar.

Na época, Chico Anysio foi convidado para o evento, mas não pôde comparecer, por de ter contraído uma pneumonia. No seu lugar, veio um filho. Sua presença aconteceu, de fato, na segunda edição, em 2011.

Assim, o Museu foi se tornando mais conhecido e mais pessoas passaram a contribuir com o acervo, onde há uma galeria de personalidades queridas e estimadas, que precisam ser melhor conhecidas pelas novas gerações, em nome da memória da cidade de Maranguape. "Vamos lutar para fazer com que esse espaço seja, cada vez mais, uma referência da cultura da região e dos esforços de seus filhos", diz a moradora Dadinha Saturnino.

Mais informações:

Museu da Cidade (Rua Major Agostinho, s/n, Maranguape).
Aberto de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 17h.
Telefone: (85) 3369.9195

MARCUS PEIXOTO 
REPÓRTER

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