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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Quixeramobim promove III Salão de Artes Plásticas



A casa onde nasceu Antônio Conselheiro, hoje sede da Secretaria de Cultura e Turismo de Quixeramobim, será a sede do III Salão de Artes Plásticas que compõe a programação da Mostra de Arte e Cultura do Sertão Central (Quiarte).
O salão permanecerá aberto para visitação de 16 a 18 de dezembro. Artistas interessados em participar da mostra têm até o dia 30/11 para enviar suas propostas para a produção do evento no Sistema Maior de Comunicação, localizado na Rua Monsenhor Salviano Pinto, 507, Centro - Quixeramobim -Ceará ou, para maiores informações, entrar em contato pelo telefone: (88) 3441.0263. A Quiarte acontece de 15 a 18 de dezembro e reúne diversas modalidades artísticas numa perspectiva de valorização da cultura do povo do Sertão Central cearense.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Uma luta renhida que vale 1% do orçamento para a cultura nos Municípios



Uma briga que vale um 1% do orçamento destinado aos Municípios. Esse é o percentual que cabe às Prefeituras Brasileiras, a fim de que sejam detentoras de recursos federais destinados exclusivamente para a cultura. Para que recebam esses valores, as Cidades devem se filiar ao sistema nacional até fevereiro do próximo ano, sob pena de ficarem de fora do rateio das verbas federais. Matéria sobre esse assunto será publicada amanhã no Diário do Nordeste.
No sentido de que não haja restrição nos repasses, as Prefeituras do Ceará estão articulando os fóruns municipais. Esse é o caso de Horizonte, que realiza amanhã e quinta-feira a III Conferência Municipal de Cultura.
A secretária de Cultura e Turismo, Vânia Dutra, informou que essa é uma iniciativa que objetiva destacar o Município na criação do Fórum Municipal de Cultura. Através desse mecanismo, explica, se poderá aderir ao Sistema Nacional de Cultura e assim captar recursos do Governo Federal,
“A criação dos Fóruns é uma necessidade que todos os Municípios têm caso queiram fazer parte do sistema nacional. Seus trâmites se assemelham aos requeridos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e, ainda, ao Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).
Vânia explica que com a regulação, os Municípios brasileiros vão receber 1% do orçamento nacional. “É um valor bem inferior ao que é repassado ao SUS, da ordem de 15%, e ao Fundeb, de 25%. Mesmo assim, é um avanço, se considerar com a realidade atual”, afirma.
A secretária de Cultura e Turismo, que é também presidente do Fórum de Cultura e Turismo da Região Metropolitana de Fortaleza, explica que outra exigência para se receber recursos do Governo Federal é que os repasses serão para as Secretaria de Cultura. Desse modo, quase todas as secretarias deverão passar por mudança de nomeclatura, inclusive, Horizonte, já que a pasta é nomeada como Secretaria de Cultura e Turismo.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Castro Alves tem retrato falado na luta pela abolição da escravatura




“Castro Alves – Retrato Falado do Poeta”, filme de Sílvio Tendler, será exibido esta terça-feira, 29/11, às 19h, fechando a programação deste ano no Cineclube Avenida (subsolo do Shopping Avenida, na Av. Dom Luiz, 300).

Rodado em 1999, “Castro Alves” traz o ator Márcio Garcia, interpretando o poeta baiano, em um misto de documentário e ficção. Castro Alves teve posição destacada pela abolição da escravatura e pela proclamação da república. O filme é dirigido por Silvio Tendler

Vozes d'África

Deus! ó Deus! onde estás que não respondes?
Em que mundo, em qu'estrela tu t'escondes
Embuçado nos céus?
Há dois mil anos te mandei meu grito,
Que embalde desde então corre o infinito...
Onde estás, Senhor Deus?...

Qual Prometeu tu me amarraste um dia
Do deserto na rubra penedia
- Infinito: galé! ...
Por abutre - me deste o sol candente,
E a terra de Suez - foi a corrente
Que me ligaste ao pé...

O cavalo estafado do Beduíno
Sob a vergasta tomba ressupino
E morre no areal.
Minha garupa sangra, a dor poreja,
Quando o chicote do simoun dardeja
O teu braço eternal.

Minhas irmãs são belas, são ditosas...
Dorme a Ásia nas sombras voluptuosas
Dos haréns do Sultão.
Ou no dorso dos brancos elefantes
Embala-se coberta de brilhantes
Nas plagas do Hindustão.

Por tenda tem os cimos do Himalaia...
Ganges amoroso beija a praia
Coberta de corais ...
A brisa de Misora o céu inflama;
E ela dorme nos templos do Deus Brama,
- Pagodes colossais...

A Europa é sempre Europa, a gloriosa! ...
A mulher deslumbrante e caprichosa,
Rainha e cortesã.
Artista - corta o mármor de Carrara;
Poetisa - tange os hinos de Ferrara,
No glorioso afã! ...

Sempre a láurea lhe cabe no litígio...
Ora uma c'roa, ora o barrete frígio
Enflora-lhe a cerviz.
Universo após ela - doudo amante
Segue cativo o passo delirante
Da grande meretriz.

....................................

Mas eu, Senhor!... Eu triste abandonada
Em meio das areias esgarrada,
Perdida marcho em vão!
Se choro... bebe o pranto a areia ardente;
talvez... p'ra que meu pranto, ó Deus clemente!
Não descubras no chão...

E nem tenho uma sombra de floresta...
Para cobrir-me nem um templo resta
No solo abrasador...
Quando subo às Pirâmides do Egito
Embalde aos quatro céus chorando grito:
"Abriga-me, Senhor!..."

Como o profeta em cinza a fronte envolve,
Velo a cabeça no areal que volve
O siroco feroz...
Quando eu passo no Saara amortalhada...
Ai! dizem: "Lá vai África embuçada
No seu branco albornoz. . . "

Nem vêem que o deserto é meu sudário,
Que o silêncio campeia solitário
Por sobre o peito meu.
Lá no solo onde o cardo apenas medra
Boceja a Esfinge colossal de pedra
Fitando o morno céu.

De Tebas nas colunas derrocadas
As cegonhas espiam debruçadas
O horizonte sem fim ...
Onde branqueia a caravana errante,
E o camelo monótono, arquejante
Que desce de Efraim

.......................................

Não basta inda de dor, ó Deus terrível?!
É, pois, teu peito eterno, inexaurível
De vingança e rancor?...
E que é que fiz, Senhor? que torvo crime
Eu cometi jamais que assim me oprime
Teu gládio vingador?!

........................................

Foi depois do dilúvio... um viadante,
Negro, sombrio, pálido, arquejante,
Descia do Arará...
E eu disse ao peregrino fulminado:
"Cão! ... serás meu esposo bem-amado...
- Serei tua Eloá. . . "

Desde este dia o vento da desgraça
Por meus cabelos ululando passa
O anátema cruel.
As tribos erram do areal nas vagas,
E o Nômada faminto corta as plagas
No rápido corcel.

Vi a ciência desertar do Egito...
Vi meu povo seguir - Judeu maldito -
Trilho de perdição.
Depois vi minha prole desgraçada
Pelas garras d'Europa - arrebatada -
Amestrado falcão! ...

Cristo! embalde morreste sobre um monte
Teu sangue não lavou de minha fronte
A mancha original.
Ainda hoje são, por fado adverso,
Meus filhos - alimária do universo,
Eu - pasto universal...

Hoje em meu sangue a América se nutre
Condor que transformara-se em abutre,
Ave da escravidão,
Ela juntou-se às mais... irmã traidora
Qual de José os vis irmãos outrora
Venderam seu irmão.

Basta, Senhor! De teu potente braço
Role através dos astros e do espaço
Perdão p'ra os crimes meus!
Há dois mil anos eu soluço um grito...
escuta o brado meu lá no infinito,
Meu Deus! Senhor, meu Deus!!...

domingo, 27 de novembro de 2011

Camões canta de amor tão docemente

Sonetos

Eu cantarei de amor tão docemente,
Por uns termos em si tão concertados,
Que dous mil acidentes namorados
Faça sentir ao peito que não sente.

Farei que o Amor a todos avivente,
Pintando mil segredos delicados,
Brandas iras, suspiros magoados,
Temerosa ousadia e pena ausente.

Também, Senhora, do desprezo honesto
De vossa vista branda e rigorosa,
Contentar-me-ei dizendo a menor parte.

Porém, para cantar de vosso gesto
A composição alta e milagrosa,
Aqui falta saber, engenho e arte.

Luís de Camões

McLuhan aponta o novo mundo tribalizado da era eletrônica

Amor, sexo e sensualidade que se imortalizaram em Galathea



Conta-se que a ilha de Chipre era renomada por cortesãs. Isso incomodava o escultor Pigmaleão, que não permitindo a desfaçatez das mulheres, tornou-se um celibatário. No entanto, sua imaginação vivia permeada pela imagem da fêmea ideal. Daí que encomendou uma peça de marfim para esculpir a mulher de seus sonhos, representando a união da castidade de expressão, a beleza pudica e a pureza das formas.
Quando a obra ficou concluída, viu que faltava vida aquela escultura e pediu a Vênus para que se tornasse o marido da mulher perfeita, como a estátua que havia esculpido.
Vênus desconhecia em Chipre alguma mulher que fosse detentora dessas qualidades e para lhe ser agradável preferiu recorrer ao milagre. Deu vida a estátua, que recebeu o nome de Galathea (nome que não é encontrado nos escritos antigos. A transformação da estátua em vida se imortalizou na pintura, no óleo de Girondet, pintado em 1819. A obra chegou a ser ridicularizada, sendo consultados médicos se havia razão do artista ter primeiro animado a cabeça, se as pernas continuam ainda de marfim. Também se questionava se não deveria ter começado a vida pelo peito, onde vida se encerra no coração e no pulmão.
Não obstante as discussões, o quadro não somente ostenta o Museu do Louvre, como é a grande referência do amor, sexo e sensualidade. Outras obras derivaram do mito grego, como a versão moderna da lenda, através da peça de George Bernard Shaw, Pigmalião, ou My Fair Lady.

sábado, 26 de novembro de 2011

Nem Zé Povim , nem Povão. O certo é povo. E assim deve ser aceito socialmente



Tenho acompanhado postagens no Facebook que retratam bem a intolerância brasileira. O crescente número de participantes na rede social da moda e, na consequente migração de antigos partipantes do Orkut tomaram uma conotação de discriminação agressiva e aviltante. Escutei comentários de que o brasileiro transformou o Face, como é carinhosamente chamado, numa espécie de Orkut. Há um tom explicitamente facista, que é similar ao questionamento do racismo velado, e que passou a ser tratado como um traço natural do nosso povo, quando ascende socialmente.
Vi comentários do tipo "Se não gosta da nova interface, lidere um movimento e volte para o Orkut". Outros, criaram um selo: O Orkut Já era.
A birra tem, supostamente, origem na qualidade das postagens, ora oscilando para a pornografia, ora para o mau gosto. Quando pergunto sobre a pornografia me falam de bundas de mulheres, mas nesse caso seriam preciso destruir estátuas de Micheangelo, rasgar fotografias de Jean Gaumy ou Henri Cartier-Bresson, ou pinturas de Renoir e Rafael, apenas para citar alguns exemplos. Também foi citada uma fotografia de um homem sobre um aparelho sanitário, numa atitude escatológica. Seria o caso de destruir o urinol de Duchamp?
Não podemos esperar melhor expressão de nossa sociedade, quando ela é iletratada e aversa à leitura. Não foram poucos os comentários maldosos, dentre os mais suaves, que recebi de que era um exibicionista, quando através do blog tenho divulgado obras de artistas conhecidos e não conhecidos.
Na verdade, não há uma consciência nacional, que deveria ser anterior ao processo de alfabetização. Com isso, se poderia distinguir o que é de bom gosto ou mau gosto, para inicio de conversa. O preconceito é até necessário, porque através dele podemos expressar mais clararamente nossas preferências e rejeições. Pior quando encasteladas em porões sombrios dos sentimentos humanos e, nos raros lampejos, liberados ao sarcasmo e à pilhéria. Estamos distantes da aplicação do princípio de que devemos tratar os iguais como iguais, e desigualmente os desiguais na medida que eles se desigualam, assim preconizava Rui Barbosa. Seria querer demais. Eu apreciei o discurso da presidente Dilma, ontem, quando disse que o Brasil logo se tornará uma 5ª potência mundial, ao lançar ao mar o navio Celso Furtado, no estaleiro de Mauá, no Rio de Janeiro. Contudo, enfatizou, não com ufanismo mas um racional otimismo, que queria um Brasil de classe média, com serviços públicos de qualidade e emprego.
Não sei se o que está em discussão é o mau ou o bom gosto das pessoas que se expressam pelas redes sociais. Fico na dúvida de que são os rostos populares que incomodam uma presumida elite. "Houve um tempo que o o povo era chamado de Zé Povim. Hoje, é chamado povão. Mas povo é povo", diz Christiano Cãmara. Na verdade, a classe média, que é patamar da universalidade pretendida pela chefe do Executivo nacional, nunca aceitou o povo.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Poemas de Cecília Meireles são mote para contação de histórias



Acontece hoje, (25), a partir das 18h30min, o espetáculo de contação de histórias “Brincadeiras com Cecília”, promovido pelo Grupo Convite de Contadores de Histórias, projeto de extensão do Departamento de Ciências da Informação da Universidade Federal do Ceará. Será no auditório do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará (Av. da Universidade, 2346 – Benfica) e é gratuito.

O espetáculo acontece a partir de poemas do livro “Ou Isto ou Aquilo”, de Cecília Meireles, e será encenado por alunos do Curso de Biblioteconomia da UFC: Júlio Duarte, Jardênia Cardoso, Bianca Soares, Sara Suyane, Flávia Brena, Gecilane Cejas e Larisse Macêdo.

Além de divulgar a literatura nacional, neste caso a obra da poetisa carioca, o Grupo Convite tem como objetivo incentivar a leitura através da oralidade e narrativa, além de apresentar o lado lúdico do Curso de Biblioteconomia. O projeto ainda resgata a contação de história como ação educativa singular para a valorização da literatura, formando leitores e democratizando a leitura.

Fonte: Júlio Duarte de Oliveira, bolsista do Grupo Convite de Contadores de Histórias – (fone: 85 8769 4355)

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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Jornal Extra lança capa em quadrinhos sobre pacificação de comunidades no RJ



O jornal carioca Extra lançou nesta quinta-feira (24) uma capa e matéria em quadrinhos para ilustrar um ano da tomada do Complexo do Alemão e da Vila Cruzeiro, comunidades cariocas antes dominadas pelo tráfico de drogas.

A apuração foi feita pela redação do jornal e os desenhos por Allan Alex. Além da capa e matéria em quadrinhos, em seu site o Extra disponibilizou um vídeo com a notícia contada em quadrinhos animados

Fonte: Comunique-se

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Santo Tomaz de Aquino condena a luxúria, mas tolera a prostituição



"Aqueles que estão na autoridade toleram corretamente certos males, a fim de que certos bens não sejam perdidos, ou que certos males não sejam incorridos: assim diz Agostinho. Se você abole prostitutas, o mundo será convulsionado com luxúria". A afirmação é de Santo Tomaz de Aquino (1225-1274) na Summa Theologica, em que discorre sobre a prática da prostituição.
Em síntese, o dominicano aceitava a prostituição como necessária, numa compreensão deixada para os estudiosos da Filosofia, de que havia uma acomodação dos pensadores com males comuns de suas respectivas épocas. Daí que Aristóteles tolerou a escravidão e a Igreja Católica não repreendia o tráfico de escravos. Também durante séculos se cultuou o sacrificio humano. A explicação era que a compaixão estaria embotada por uma super exposição.
Interessante notar, como assinalou Bertrand Russell, que "filosficamente, o sistema tomista talvez não seja tão importante como poderia sugerir a sua influência histórica. Sofre com o fato de que suas conclusões são inexoravelmente impostas de antemão pelo dogma cristão". Dai a questão é, se ele afirma que a luxúria é pecado mortal, porque entende que a prostituição deva ser permitida pelo Estado? Há uma inclinação utilitarista?
A foto ao lado é de Natinho Rodrigues, em 13 de janeiro deste ano, por volta das 2 horas da madrugada. Foi feita com uma máquina Sony Cyber. A ideia era fazer flagrantes de pontos de prostituição na Praia de Iracema, que de coração afetivo e berço da boemia cearense transformou-se em área degradada e marginal. Um desses locais foi verificado exatamente em frente à Delegacia de Proteção ao Turista.
Para o polemista católico, Roberto Cavalcanti, historicamente, prostituição foi tolerada como um mal necessário por toda a Idade Média ao longo de descrições similares à posição de São Tomás. Alguns mesmo pensavam que a disponibilidade da prostituição protegia a integridade das famílias.
"A reação da Igreja esteve por procurar a reforma das prostitutas através de missões de resgate e conventos para penitentes. O Papa Inocêncio III elogiou aqueles que casavam com uma prostituta, e Gregório IX encorajou solteirões a casarem com mulheres arrependidas ou que entrassem no convento. Gradualmente, sistemas de regulação local emergiram e algumas cidades tinham bordéis públicos para taxação. O movimento legal para suprimir a prostituição é relativamente recente na história. Não era assim até o fim do século quinze, visto que a opinião social mudou como um resultado de temor concernindo a dispersão da sífilis que destruiu as populações primeiro do sul, depois do norte da Europa. Os movimentos Protestante e de Reforma Católica contribuíram para pressionar o fechamento de bordéis. Mas pelo fim do século dezessete, a supressão da prostituição mudou as preocupações com limpeza e higiene. A Grã-Bretanha não tornou seus bordéis ilegais até o meio do século dezoito, enquanto os Estados Unidos não aboliram legalmente esses infames distritos da luz vermelha até 1912, em conjunção com a aprovação da Lei Mann do Congresso, proibindo o transporte entre Estados de mulheres para propósitos imorais. O que é interessante a respeito da posição de Santo Tomás sobre a prática da prostituição é o limite que ele põe sobre o estatuto civil para legislar o comportamento. Ele está ciente do papel que a condição moral de uma sociedade toca em conduzir política pública. O estatuto civil pode somente reclamar até onde a moralidade de seus cidadãos possa tolerar. Nisso, Santo Tomás está mais de acordo com as visões políticas modernas e contemporâneas.
"Ele é também contrário à lei reclamar um nível de comportamento moral pessoal além do que é necessário para o bem comum e, neste sentido, é oposto a muitas correntes do politicamente correto que existem hoje. Tolerando a prática da prostituição apesar de registrar sua grave pecaminosidade, Santo Tomás tanto reconhece a condição concreta da humanidade e a necessidade da graça que transcende quaisquer soluções do tecnicismo da política pública. Ele também demonstra um cuidado benevolente para aqueles envolvidos na vida da prostituição por reconhecer seus direitos monetários enquanto ao mesmo tempo estipulasse condições para possível reconciliação com a Igreja. Fazendo isso, evita um hipermoralismo por detestar o pecado, mas amar o pecador".

Aparecida Silvino e Celso Viáfora estarão sábado no Mercado dos Pinhões



Neste mês, a Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor) promove uma programação especial noMercado dos Pinhões no sábado, dia 26, com a presença da cantora Aparecida Silvino e do compositor, intérprete e violonista Celso Viáfora.

Reunindo uma das mais aplaudidas intérpretes da cena musical cearense e um compositor de renome nacional, a apresentação celebra a parceria e a cumplicidade entre os dois artistas. Sorte do público, que poderá conferir as influências e criações de Aparecida e Celso, em clima de fértil e criativa informalidade.



Aparecida Silvino foi agraciada com Prêmio Nelsons da Música Cearense como Melhor Intérprete Cearense e Melhor Intérprete Feminina, em 2003 e 2004. Ganhou o título de Melhor Intérprete no Festival da Meruoca/CE, defendendo a música “Curta a vida”, composta em parceria com Zé Edu Camargo, em 2006. Entre seus parceiros musicais, estão: Sonekka, Zé Edu Camargo, Luhli, Gilvandro Filho e Alan Mendonça. Na apresentação no Mercado, Aparecida lança seu segundo cd "Sinal de Cais", totalmente autoral.



Celso Viáfora ingressou no cenário artístico em 1979, participando de festivais e apresentando-se em teatros do Rio e S. Paulo. Tem músicas gravadas por Ney Matogrosso ("A cara do Brasil"), Nana Caymmi (“Só Prazer”), Jane Duboc ("De alma e corpo), Simone (“Atlântida” e “Veneziana”), Vânia Bastos ("Linda de lua"), Ivan Lins ("Papai Noel de camiseta" e “Deus de Deus”), Nílson Chaves ("Não vou sair", “Olhando Belém”, entre outras), Eduardo Gudin ("Minha cara no espelho"), Jane Monheit (“Rio de Maio”), Maria Scheneider (também “Rio de Maio”), Fafá de Belém ("Cio baby doll"). Em 2010 lançou o seu primeiro DVD e sétimo CD, “Batuque de Tudo”, gravado no ESTÚDIO SOLLUA, todo ele situado dentro de uma fazenda, em Alambari-SP, onde recebeu parceiros de longa data.

Fonte: Secultfor

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Carmina Burana, de Carl Orff, detém a grandiosidade orquestral e exuberante alegria



Carmina Burana é uma cantata cênica de poesias latinas medievais, pretendida para ser representada e dançada, posta sobre textos em baixo latim e baixo alemão, os quais foram extraídos de uma colocação de duzentas peças poéticas diversas compiladas pelo final do século XIII.
A palavra Carmina é o plural de Carmen (em português, Canção). O título inteiro significa literalmente: Canções dos Beurens; esta última palavra se refere ao fato de que os textos escolhidos para esta cantata secular foram descobertos em 1803 em um velho mosteiro beneditino da Baviera, em Benediktbeuren, no sudoeste da Alemanha.
Esta cantata é emoldurada por um símbolo da Antigüidade, o conceito da Roda da Fortuna, eternamente girando, trazendo alternadamente boa e má sorte. É uma parábola da vida humana exposta a constante mudança. E assim o apelo em coral à Deusa da Fortuna (O Fortuna, Velut Luna) tanto introduz quanto conclui a obra, que se divide em três seções: o encontro do Homem com a Natureza, particularmente com a Natureza despertando na primavera (Veris eta facies). Seu encontro com os dons da Natureza, culminando com o dom do vinho (In taberna); e seu encontro com o Amor (Amor volat undique).
A maioria dos mais de duzentos poemas sacros e seculares remonta ao século XIII e foi escrita por um grupo profano de errantes chamados Goliardos. Estes monges e menestréis desgarrados passavam o seu tempo deliciando-se com os prazeres da carne e os poemas que eles deixaram, faziam a crônica de suas obsessões por vezes ao ponto da obscenidade.
Este manuscrito abrange todos os gêneros, de versificação erudita à paródias de textos sacros, incluindo canções de amor e melodias irreverentes e até grosseiras. O fato de que o texto original destes Poemas de Benediktbeuren seja executada hoje em dia com tão extraordinário sucesso artístico, permite ao ouvinte discernir ainda melhor as intenções de Orff onde sua música não se expressa claramente.
Como uma antologia, Carmina Burana apresenta tudo o que o mundo cristão entre os séculos XI e XII fora capaz de exprimir. Aquela época não foi secionada como a nossa, nem inibida pelos nossos tabus. Assim, os autores anônimos dessas saturnálias escritas não temiam espalhar a chama incandescida pelo contato inesperado de uma melodia litúrgica e uma blasfêmia, mais precisamente um priapismo verbal, ou inversamente de uma nova melodia profana e uma profissão de fé.
Neste sentido, a coleção original restaura para nós, todo um cosmo onde o Bem não existe sem o Mal, o sacro sem o profano e a fé sem maldições e dúvidas: a oscilação onde se encontra a grandeza da Humanidade.
A dialética freudiana foi necessária para a redescoberta deste humanismo medieval até então considerada bárbara e cruel; uma vitalidade que permitiu ao homem sobreviver ao sofrimento da guerra, o mundo infestado pela praga em que ele era submetido à injustiça, à instabilidade, e mantido na ignorância de tudo que não fosse santificado pelo dogma. Sabemos que insultos dirigidos contra a autoridade, palavras ofensivas e blasfêmias que temperavam de maneira acre a expressão dessa energia vital eram herdadas do mundo antigo e chegaram ao começo do renascimento na tradição dos Carnavais e Triunfos que Lorenzo de Medicis e Rabelais ilustrariam, cada qual por sua vez.
Esta genealogia espiritual era tão familiar a Orff que ele concebeu Carmina Burana como apenas o primeiro elemento de uma trilogia intitulada Trionfi-Trittico Teatrale, que incluiria Catulli Carmina (1943) e Trionfi dell'Afrodite (1952), uma obra que revelou a significação do todo: só o Desejo e o Amor podem capacitar o Homem a viver, lutar e crer.
A primeira apresentação de Carmina Burana foi na Ópera de Frankfurt em Junho de 1937. Causou uma grande impressão sobre o público, e a aclamação mundial que recebeu a partir daí prova que não perdeu nada do seu efeito hipnótico.
A trilogia Carmina Burana é obra coral de exuberante alegria e fortes acentos eróticos; a obra, inicialmente destinada para representação como ópera, venceu, porém, nas salas de concerto. A música é deliberadamente anti-romântica. É uma música inteiramente original, quase sem harmonia, baseada só em elementar forma rítmica, acompanhada por orquestra inédita: principalmente instrumentos de percussão e vários pianos.
O manuscrito original inclui poucas melodias anotadas que Carl Orff levou em consideração, mas não citou diretamente, ampliando apenas sua atmosfera particular com instrumentos ancestrais que usou em seu Método, aqueles mais exigidos pela música contemporânea: uns poucos instrumentos de sopro, sem violinos, mas uma ampla família de percussão.
Não há contradição entre a obra do compositor e seu Método: ambos falam ao mesmo irredutível descendente dos homens das cavernas, que aparentemente estão tão pouco à vontade hoje em dia em seu universo de ar condicionado.



Extraído de http://reduce.to/carminaburana

domingo, 20 de novembro de 2011

Sensualidade vencia a tristeza e a dependência química nos quadros de Rossetti


A modelo é Jane, do quadro O Devaneio (1880), mulher do artista plástico William Morris, pintada por Dante Gabriel Rossetti (1828-1882), integrante do Grupo Pré-Rafaelita. O artista nasceu de uma familia de artistas e versátil. Era também poeta e sua arte, a exemplo de outros artistas do movimento, forma uma mistura de representações pictóricas com referências em obras literárias.
Rossetti foi casado com Elisabeth Siddal, sua modelo em Ofélia (inspirada na peça de Shakespeare). Antes, porém, já havia se especializado em retratar donzelas de estonteante beleza, sempre atento a detalhes. Elisabeth, uma jovem neurótica e viciada em drogas, morreu dois anos após o casamento, deixando o artista arrasado. Logo depois tentaria o suicídio, mergulhando nas bebidas e também nas drogas.
No quadro, nota-se uma disciplicência da mulher com relação ao livro e às flores. Ninguém sabe a origem de seu devaneio, mas entende que o pintor se esmera num ideal feminino, na plena beleza. O verde predomina a cena, mas se distribui em matizes das folhas e na cor do vestido. Há uma atmosfera de sensualidade, a mesma que sempre inspirou seus óleos.
A perda do vigor sexual e a depressão tiveram, no passado, grande influência na vida da pessoas e, especificamente aqui, na vida dos artistas. T.S Eliot demonstrou seu desespero e a impotência sexual em seus poemas como Terra Devastada. Viveu tempos de tristeza infinita. Somente encontrou alegria aos 68 anos, quando se casou com sua secretária de 32. Picasso recorreu a degradar os rostos pintados de ex-amantes.
Foram poucos aqueles que, sem os remédios encontrados hoje, puderam superar com o amor a depressão e a impotência. Sartre, já cego, morreu deprimido, apesar de ter esnobado um Nobel de Literatura, e ter a vida cercado de mulheres. Hoje, esses tormentos seriam combatidos com a química.

Quando foi a última vez que vimos Mark Morrisroe?



Mark Morrisoe (1959-1989) morreu jovem, mas teve tempo de ser contemporâneo do seu sucesso como artista. Ao longo de uma vida curta, tinha mais de 2.000 peças de trabalho com o seu nome, como fotógrafo e performático, uma arte colaborativa que ganhou força na década de 1980 nos Estados Unidos. Foi assim que fez este auto retrato, em 1983, quando padecia das complicações da Aids.
Nos seus 30 anos de existência, trabalhou com polaroids, filmes super 8, colagens e manipulação de cores. Fotografou seus amantes, traficantes e expoentes do movimento punk, que se destacou em Boston, entre as décadas de 1970 e 1980, além de paisagens e amigos que frequentavam seu apartamento.
O reconhecimento pela originalidade, a criatividade e sua participação pessoal nas fotografias lhe rendeu exposições e aquisição de obras de colecionadores ricos. Seu trabalho foi exibido pela Galeria Pat Hearn a partir de 1985, incluindo exposições individuais em 1986 e 1988.
Ele sentia grande necessidade do auto retrato. Quando tinha 17 anos, foi baleado pelas costas, por um cliente que ficou insatisfeito pelo seu trabalho. Depois incorporou imagens de seu peito ferido a de prostitutas e amigos íntimos. Isso somente reforçava seu empenho na arte undergroud, nas escolhas muito particulares de sua vida pessoal e no tipo de arte que melhor expressava a sua criação.
A fotografia, que imortalizou seu momento quando jazia no leito nu e somente pele e osso, surgia ainda quando a Aids era temida e que tornava os homossexuais ainda mais vítimas da homofobia. Não era a coragem que lhe rendia elogios, mas a estranheza da composição, que se mesclava a resignação e a ternura que nunca lhe abandonou.
Tal como o câncer, a Aids leva as pessoas ao desespero. Quem teve amigos que morreu de complicações do HIV em meados de 1980 sabe o quanto enloqueciam, tão logo a doença era diagnosticada. Daí que havia transformações radicais, e em períodos muito curtos, de personalidades, atitudes e formas de criação, no caso de artistas. Assim como no filme Quando foi a última vez que você viu seu pai?, também era pertinente perguntar quando foi a última vez que se viu Cazuza, Renato Russo e, nesse caso específico, Mark Morrisoe.
O fotógrafo foi enterrado em McMinnville, Oregon na fazenda de seu último namorado, Ramsey McPhillips. Sua fama aumentou desde a sua morte.

sábado, 19 de novembro de 2011

A ficção que embalava os sonhos de Maika, a falsa judia



Ha alguma manifestação artística que caberia a história de Maika, a judia. Na verdade, esse não era seu nome verdadeiro e nem tampouco era judia aquela que eu conheci. Sua passagem marcou profundamente minha adolescência e boa parte parte da vida adulta. Fui moldando minha formação e meu gosto literário, bebendo dos livros emprestados daquela mulher morena, de seios volumosos, olhos castanhos e com uma das bocas mais lindas que já tinha visto quando recitava poesias.
O que parace mais distante da mentira é que Maika era uma empregada doméstica de uma judia, que se chamava, essa verdadeiramente, Maika. A fêmea de carne e osso que nos atraía à sua casa com pretextos de saraus, dizia-se parte do Povo Eleito. Há algumas décadas, contava, ascendentes seus vieram ao Brasil, ao conseguir fugir das perseguições nazistas e, sobretudo, dos campo de concentração. Saíram da Bulgária, através de Portugal, e se instalaram num pequeno povoado do interior gaúcho. Pouco se sabe da história de Maika auto ego e a que trazia na sua linhagem a estela de Davi, porque essa ficou ensombreada pela falsa.
Aos poucos, fomos sabendo que herdou a casa, os livros e a identidade da patroa já falecida. Então, posso compreender porque não sabíamos muito das tradições judaicas. Na minha ingenuidade, percebia no primeiro momento que assim como sua cor havia se miscigenado, suas referências intelectuais se tornaram universais, multiraciais e antrópicas.
No entanto, chegamos a imaginar o que aconteceu com a autêntica, pelo que externava a cópia, sempre muito extrovertida, letrada, conhecedora da obra de Jorge Amado (daí passei a amar, primeiramente platonicamente, a Bahia) e os clássicos: T.S Eliot, Ezra Pound e Emily Dickinson. Sabia versos decorados, que entoava com tons equilibrados de dramaticidade ou deslumbramento, dependendo da ocasião. Infelizmente, isso acontecia menos nos momentos em que se encontrava sóbria.
Entre delírios etílicos e sem a definição do que era crível, conviviamos com a antonomásia. Por tanto, soube que havia nascido no Rio Grande do Sul.
Depois, os pais faleceram. Com os recursos deixados pela família veio para ao Nordeste, morando na Bahia, onde teve uma filha, e conheceu o Ceará, onde se encantou com o litoral, o provincianismo e a hospitalidade locais. Sem trabalho e com a velhice avançando, foi se desfazendo dos bens, ficando apenas uma casa com três quartos e uma grande biblioteca, com muitos livros publicados em Inglês e outra parte em Português.
Certa noite, quando eu e um amigo bebíamos em sua casa, ela falou frases numa língua desconhecida. Disse que era hebraico. Não podíamos contestar. Mas quando recitou Terra Arrasada, de Eliot, acompanhei num livro, e vi que na tradução não faltava uma palavra.
O que é verdadeiro ou não nessa história, nunca procurei saber tenazmente. Alguns fatos me foram expostos, quisesse ou não reconhecê-los. Preferi, por muito tempo, acreditar que nada merecia ser questionado e sim lamentado: a descaracterização que via em cada dia no rosto daquela mulher, embriagada e pedindo sempre dinheiro para beber mais.
A dúvida pelo atavismo capenga, o irracional no lugar do racional, o virtual, o simulado e a ficção se sobrepondo o absoluto chegariam a um fim. Não da forma cruel como aconteceu. Contudo, surgiu do fato de que nenhuma mentira perdura a vida toda ou por muito tempo. Cedo ou tarde, alguém desconfia, suspeita, investiga, bisbilhota e desconstrói a fantasia. Aí resplandeceram os apontadores de dedos, os mestres na destruição de sonhos, as serpentes que invadem o paraíso, tal como relata o livro de Moisés.
A doméstica, pela bebida e pela realidade que não conseguia extirpá-la da sua vida, ia ficando feia e desesperada, como personagens de literatura já conhecidos e outros que estariam em elaboração. Já prestes a me despedir dela e do lugar onde vivia, perguntei sem nenhuma pretensão de fazê-la sofrer, sobre que nome gostaria de ter, se lhe fosse dada uma escolha. "Maika. Não consigo me ver sem este nome". E assim viveu o mito, que foi mais resistente do que a verdade.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O Existencialismo é um humanismo

José Cícero nos conta sobre o dia que viu o Salgado lá de cima



Tomo a liberdade para publicar aqui essa poética e sentimental crônica do secretário de Cultura de Aurora, José Cícero

O dia em vi o Salgado lá de cima...

Por José Cícero*

O que me fez viajar de avião pela primeira vez na vida não foi o desejo da experimentação, nem por necessidade profissional, tampouco a curiosidade como tem sido comum a muitos que se dão a este mister. Malgrado está eu já mergulhado na chamada idade da razão. Ainda assim, continuo morrendo de medo de voar. Posto que não confio o suficiente na suposta mecânica infalível das máquinas mundanas. Como de resto, confesso, não tenho tanta pressa de viver...

Nunca quis me dá a este luxo, da ousadia (a meu ver) perigosa de querer inutilmente me igualar ao poder dos pássaros. Ou quem sabe, como muitos dizem; sentir por completo a imensurável sensação de está muito mais perto de Deus.

Mas não. Que me perdoe o nosso bom e visionário Santos Dumont... A sua fantástica invenção ainda não tocou este meu ser medroso e provinciano por completo... Diria, entretanto, que o meu medo de voar ainda é forte o bastante, ao ponto de eu preferir a segurança de continuar andando pelo chão, apenas com receio de alguns pequenos tombos. No fundo, o medo da morte é, em última instância, o grande fantasma que carrego nestes momentos de vacilações imponderáveis. Eis aí a razão maior do meu verdadeiro pavor de avião. Além da crença na lei das probabilidades, claro.

Portanto, como disse, o que me impulsionou a viajar de avião pela primeira vez foi tão somente a vontade de puder enxergar do alto – o rio da minha aldeia Cariri, pelo qual devoto ainda hoje uma verdadeira adoração. Salgado é seu nome. E que para mim é, indubitavelmente, o rio mais doce do mundo. Decerto, o caminho da nossa ancestral colonização. E que, através do qual, subjetivamente, correm todas as minhas melhores memórias afetivas.

Ansiava assim, vê-lo lá de cima em toda a sua grandeza ambiental. Uma realização de um antigo sonho de menino ribeirinho. Queria lobrigá-lo de forma diferente. Do altíssimo monte. Quem sabe, do Nebo do mundo. Na sua compleição mais forte, completa e verdadeira. Como sempre sonhei desde que me entendi por gente.

Aspirava enxergá-lo, da mesma perspectiva dos pássaros altaneiros. Ver como ele era de verdade na sua exuberante geografia hídrico-geológica; serpenteando e cortando o solo sagrado do rincão em que nasci, como que correndo a vida inteira deixando para trás a Araripe. Como um sertanejo do oco do mundo, ansiando também ver o mar pela primeira vez. Este, ainda agora é o Salgado que tenho comigo, junto ao peito e que me fez perder o medo de voar pelo menos por alguns instantes...

Vislumbrar, portanto, com meus próprios olhos do alto dos céus, algo que do chão eu já imaginava, mas queria ter certeza, isto é, todas as agruras da sua degradação total. E a partir daquele momento, na sua versão mais verdadeira e cruel possível. Queria ver o Salgado de cima, quem sabe para cobrar de Deus em meus pensamentos e orações o direito a sua proteção. Deste modo, tive que vencer meu medo e adentrei o avião pela primeira vez, na esperança de avistar todo o panorama do meu Salgado. Seus afluentes riachos, suas feridas abertas e sangrando em carne viva.

E confesso. Caso eu tivesse morrido naquele momento. Havia de morrer feliz e em paz por haver realizado o meu desiderato de menino-adolescente, ou seja, ter visto o Salgado do alto, tal qual o belo carcará – a águia do Nordeste. Mesmo após ter constatado o quão maltratado está todo o seu bioma. Foi-me, por assim dizer, uma visão deveras surreal e inesquecível.

Mas também fiquei triste e desolado quando o vi daquele jeito. Do alto foi possível enxergar todo o amargor daquele rio. Uma imensa angústia invadiu meu peito por completo. Chorei por dentro como jamais havia chorado. Posto que, senti em mim mesmo, no mais profundo do meu íntimo as dores porque passava o rio da minha infância.

Psicologicamente ouvi seus gritos a nos perdir socorro, como som de mil trombetas a romper meus tímpanos, muito além do barulho provocado pelas turbinas daquele avião. Vi o Salgado como uma criança no mais completo abandono. Um cristão moribundo em seus últimos estertores. Um desvalido em seus desesperos. Uma metáfora em carne e osso do próprio homem sertanejo entregue à própria sorte. Toda uma geração de oprimidos e injustiçados de mãos levantadas aos céus, pedindo a intervenção divina para amainar o seu destino.

Fingindo está com medo passei boa parte daquela viagem refletindo. Pensando dentre outras coisas, como tivemos coragem de deixar que aquele rio chegasse aquele ponto. No limite. Quase um caminho sem voltar... para em seguida, concluir: ser a humana raça a própria besta-fera da vida em particular e, das espécies em geral.

E as águas do Salgado que corriam lá embaixo na direção do Castanhão eram como lágrimas dos que choram e sofrem a vida inteira, a própria tragédia das gentes sertanejas. Desiludido daquele avião, pude finalmente perceber que somente eu enxergava o Salgado em seu iminente caos. Dado que, todos os passageiros (ao que pareceu) estavam entretidos demais com seus assuntos comezinhos e cotidianos, ilusões mirabolantes, preocupações de negócios, vontades de poder e de dinheiro...

Os que ali voavam pareciam esquecidos, não apenas do drama salgadiano, mas do planeta inteiro, tamanha era a indiferença diante do horrível panorama que era possível se perceber lá embaixo. Um chão sem cor, calcinado, corroído, retalhado, acinzentado. Quase um novo Saara do meridional cearense. Fumaças das queimadas em evidências. Raridade de clorofila. O verde como que na mais completa extinção total... Uma tragédia ecológica e humana plenamente anunciada.

E quando por fim desembarquei tive a inusitada sensação de que somente eu sobrevivi a grande tragédia daquele vôo marcante. Apenas não compreendi como foi possível, a mais ninguém se dá conta de algo tão tocante, evidente e perigoso quanto está sendo a destruição dos nossos ecossistemas e seus recursos naturais.

E saber que um dia tudo ali embaixo era tomado pelo verde das matas virgens. Abundância de fauna e flora. Um oceano de água doce. E que o rio Salgado corria forte e exuberante o ano todo, engravidando literalmente o Jaguaribe na sua ânsia igualmente invencível de querer ser mar. Eu chorei por dentro como nunca...

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Bruckner gargalhou para os seus demônios, que teimavam arrastá-lo para a morte



Pode-se afirmar que muitos gênios são loucos. Mas não é o fato de alguém ser louco que pode ser gênio. Do mesmo modo vale para os espíritos atormentados. Muitos desses deixaram a marca de seu talento, como a lembrar que esse foi produzido a partir de seu sofrimento e dos conflitos interiores. Nem todo atormentado foi gênio.

O caso do austríaco Anton Bruckner (1824-1896), considerado como uma das figuras mais fascinantes e estranhas da história da música, aponta para o artista sublime. De origem rural modesta, o jovem Anton aprendeu órgão com o pai, vindo mais tarde a ser o organista de St. Florian, em 1851.
Inseguro, com obra influenciada por Wagner (quem admirava muito), era conhecido por sentar-se numa cadeira sozinho e dar gargalhadas com o tempo. Ao concluir a 8a. sinfonia, essa que acompanhamos um trecho, chegou a tentar o suicídio, porque não era compreendida.
Tempos depois, foi considerada como a sua mais importante obra, embora a 4ª Sinfonia tenha sido a mais popular, chegando a obter um sucesso estrondoso.
Porém, o tormento foi a marca da carreira de Bruckner, como músico e compositor, sobretudo, de obras sacras. Humilde e inseguro, reescreveu algumas das sinfonias (em particular extensão a Terceira e a Oitava), o que teve como consequência não ter podido terminar a Nona.
Esse tormento da alma, que alguns conseguem sublimar pela arte, é algo parecido com o que aconteceu com Beethoven e suas paixões platônicas. Ou ainda com Picasso, atingindo pela importência sexual (nos tempos em que não havia as pílulas azuis) dedicava-se a extravasar seus traumas na arte, especialmente na deformação e mutilação dos modelos femininos.
A Oitava sinfonia, que destacamos agora, acabou por ser também um sucesso.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Ministério da Cultura propõe ações em defesa do livro sem apoio popular



Será que em menos de 20 anos a maconha será liberada no Brasil, como profetizou o traficante Nem, e isso poderá resultar num evento que virá primeiro do que a aprovação da Vale Cultura e do livro popular a R$ 10,00? Meu caro leitor, a intenção não é chocar e nem manifestar o pessimismo. O fato é que ninguém mais tem uma convicação porque a leitura deixou o imaginário das pessoas, não somente as pobres, mas tambem os universítários e aqueles com alto poder aquisitivo.
Há pouco tempo vimos as classes C e D frequentarem os shoppings e compartlharem de produtos jamais sonhados. O celular, a televisão de plasma deram novo alentos àqueles que trabalhavam sofridamente apenas para comer e muitos sem ter a certeza se teria a comida no dia seguinte.
O livro não entrou na relação de novos produtos de consumo. Na classe média, torna-se cada vez mais comum aparelhos e subprodutos eletrônicos ocuparem prateleiras e espaços que antes pertenciam aos livros.
Também há pouco tempo o Minitério da Cultura deparava-se com o questionamento se o livro caro era causa ou consequência do afastamento do leitor. Daí se concebeu a criação do livro popular de qualidade que seria vendido a R$ 10,00. O projeto encontra-se em tramitação na Cãmara Federal, assim como o vale cultura, no valor de R$ 50,00. Com o livro custando R$ 10,00, se poderia comprar até cinco unidades.
Poderia, mas não é bem assim que a carruagem anda. Com a crise econômica que retrai o investimento público e inibe os cofres públicos não será agora que esses dois dispositivos ganharão celeridade e prioridade pelo parlamento. Não adianta o deputado federal Artur Bruno, vice-presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Leitura, mobilizar assembleias e câmaras quando o povo não se sente motivado a se debruçãr numa publicação impressa. Muito prefeitos relutam em formar bibliotecas, porque alegam que os recursos são insuficientes para as necessídades básicas de seus municípios. Prefeituras que apostam no projeto Agente de Leitura prorrogam prazos para atrair pessoal e há uma briga ferrenha contra o desinteresse.
Não é agora que esse fenômeno nos atinge e muito menos o Brasil é um caso isolado de retração da leitura. O filósofo Marshall McLuhan previu revoluções com o advento da televisão, na chamada etapa pós Gutemberg, e é bem provável que essa forma de expressão cultural se extinga.
Para o romancista, o escritor, aquele que não é apenas um apaixonado pela leitura, mas faz da escrita seu ofício e seu apostolado, a perda de público, por mais que possa ser exagerada, preocupa. Também não deveria. Afinal, a revolução artística torna irrelevante o sucesso ou fracasso, se a iniciativa é séria. Além disso, logo logo, talvez não tão rápido como a profecia de Nem, alguém vai se dar conta, que nesse mundo competitivo, ter dois olhos que enxergam ainda não o tornará rei (e viva a República!), mesmo em terra de cego. Será preciso muito mais. Muito mais informações que a obtida de forma liner pelas luzes da televisão ou da tela do computador.
(Foto: Marshall McLuhan)

domingo, 13 de novembro de 2011

Eliot expõe seu desespero pela perda em Terra Devastada




poema de T.S. Eliot
“A Terra Devastada”
tradução de Ivan Junqueira

1. O enterro dos mortos

Abril é o mais cruel dos meses, germina
Lilases da terra morta, mistura
Memória e desejo, aviva
Agônicas raízes com a chuva da primavera.
O inverno nos agasalhava, envolvendo
A terra em neve deslembrada, nutrindo
Com secos tubérculos o que ainda restava de vida.
O verão; nos surpreendeu, caindo do Starnbergersee
Com um aguaceiro. Paramos junto aos pórticos
E ao sol caminhamos pelas aléias de Hofgarten,
Tomamos café, e por uma hora conversamos.
Big gar keine Russin, stamm' aus Litauen, echt deutsch.
Quando éramos crianças, na casa do arquiduque,
Meu primo, ele convidou-me a passear de trenó.
E eu tive medo. Disse-me ele, Maria,
Maria, agarra-te firme. E encosta abaixo deslizamos.
Nas montanhas, lá, onde livre te sentes.
Leio muito à noite, e viajo para o sul durante o inverno.
Que raízes são essas que se arraigam, que ramos se esgalham
Nessa imundície pedregosa? Filho do homem,
Não podes dizer, ou sequer estimas, porque apenas conheces
Um feixe de imagens fraturadas, batidas pelo sol,
E as árvores mortas já não mais te abrigam, nem te consola o canto dos grilos,
E nenhum rumor de água a latejar na pedra seca. Apenas
Uma sombra medra sob esta rocha escarlate.
(Chega-te à sombra desta rocha escarlate),
E vou mostrar-te algo distinto
De tua sombra a caminhar atrás de ti quando amanhece
Ou de tua sombra vespertina ao teu encontro se elevando;
Vou revelar-te o que é o medo num punhado de pó.
Frisch weht er Wind
Der Heimat zu
Mein Irisch Kind,
Wo weilest du?
''Um ano faz agora que os primeiros jacintos me deste;
Chamavam-me a menina dos jacintos."
- Mas ao voltarmos, tarde, do Jardim dos Jacintos,
Teus braços cheios de jacintos e teus cabelos úmidos, não pude
Falar, e meus olhos se enevoaram, eu não sabia
Se vivo ou morto estava, e tudo ignorava
Perplexo ante o coração da luz, o silêncio.
Oed' und leer das Meer.
Madame Sosostris, célebre vidente,
Contraiu incurável resfriado; ainda assim,
É conhecida como a mulher mais sábia da Europa,
Com seu trêfego baralho. Esta aqui, disse ela,
É tua carta, a do Marinheiro Fenício Afogado.
(Estas são as pérolas que foram seus olhos. Olha!)
Eis aqui Beladona, a Madona dos Rochedos,
A Senhora das Situações.
Aqui está o homem dos três bastões, e aqui a Roda da Fortuna,
E aqui se vê o mercador zarolho, e esta carta,
Que em branco vês, é algo que ele às costas leva,
Mas que a mim proibiram-me de ver. Não acho
O Enforcado. Receia morte por água.
Vejo multidões que em círculos perambulam.
Obrigada. Se encontrares, querido, a Senhora Equitone,
Diz-lhe que eu mesma lhe entrego o horóscopo:
Todo o cuidado é pouco nestes dias.
Cidade irreal,
Sob a fulva neblina de uma aurora de inverno,
Fluía a multidão pela Ponte de Londres, eram tantos,
Jamais pensei que a morte a tantos destruíra.
Breves e entrecortados, os suspiros exalavam,
E cada homem fincava o olhar adiante de seus pés.
Galgava a colina e percorria a King William Street,
Até onde Saint Mary Woolnoth marcava as horas
Com um dobre surdo ao fim da nona badalada.
Vi alguém que conhecia, e o fiz parar, aos gritos: "Stetson,
Tu que estiveste comigo nas galeras de Mylae!
O cadáver que plantaste ano passado em teu jardim
Já começou a brotar? Dará flores este ano?
Ou foi a imprevista geada que o perturbou em seu leito?
Conserva o Cão à distância, esse amigo do homem,
Ou ele virá com suas unhas outra vez desenterrá-lo!
Tu! Hypocrite lecteur! - mon semblable -, mon frère

Trecho de ''Terra Desolada'', publicado pela Editora Nova Fronteira em ''T.S. Eliot - Poesia''.

Edipo trata das rivalidades desenvolvidas pelas crianças com seus pais e mães



Ópera oratório em dois atos de Igor Stravinsky, com base em Sófocles. Teve estreia no Théâtre Sarah Bernhardt, Paris, em 30 de maio de 1927, tendo como regente o próprio compositor. A ação é contínua, embora dividida em dois atos. Desenrola-se em seis quadros, com um mínimo de movimentação (os intérpretes são instruídos a darem a impressão de serem estátuas vivas), sendo explicada por um narrador em linguagem contemporânea. Nesse caso, o narrador descreve em japonês, falando a respeito de Édipo: Quando nasceu, uma cilada foi armada para ele e os senhores verão a armadilha fechar-se". No coro inicial, Kaedit nos pestis, os homens de Tebas lamentam a peste que vem dizimando os habiantes da cidade, implorando ajuda ao rei Édipo.

Na mitologia, Édipo é o assassino, por acaso, de seu pai Laio, e assim se torna rei de Tebas e marido de Jocasta, sua mãe. Imenso sofrimento ocorre a seu povo e acaba descobrindo o que profetizava o oráculo. O rei é expurgado e, ao descobrir a verdade, cega-lhe os olhos. Ele é renegado pelos filhos, à exceção de Antígona, que lhe apoia na velhice e na doença.
Édipo é uma das mais fascinantes histórias da mitologia grega, que não somente inspirou diferentes segmentos da arte como serviu para que a psicanálise explicasse as relações que vinculam a criança e seus pais. Freud denominou "Complexo de Édipo" o deenvolvimento das tendências sexuais no menino, tendo a mãe como objeto e a consequente rivalidade com o pai. Na menina, essa se desligaria da mãe, tornando-a responsável pela falta do pênis,que ela inveja. O desenvolvimento anormal gera as neuroses e psicoses. Essas situações são superáveis nas etapas de crescimento, com a ajuda dos substitutivos oferecidos pela cultura.
Na ópera, a obra é curta. Tem uma duração de uma hora e meia e a construção do personagem principal desperta tanto a arrogância e a perseguição contra seus inimigos, quando está no auge do poder, quanto de piedade, quando descobre tantas desgraças que se abateram sobre seu povo, sua família e, sobretudo, sobre si. Enfim, é também um retrato das relações sociais da atualidade.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Poeta tange poema em louvor à Praia de Iracema

CALÇADÃO DE IRACEMA ENTRE REMOS E RIMAS


Diogo Fontenelle



Praia de Iracema,
Quem tange teu poema?

Ponte dos Ingleses,
Dos noivos corteses...

Pirata das Segundas-feiras,
Das noites violeiras...

Estoril de festas mil,
De lembrança azul anil...

Casa do Mincharia,
Dos boêmios em folia...

Largo Luiz Assunção,
Dos desejos em lunação...

Calçadão de Iracema,
Entre brumas e algas,
És passeio feito poema...
Que sonho tu cavalgas...

Compra de caças poderá ainda não sair no começo de 2012



A crise econômica que graça pela Europa e já respinga nos países emergentes e a piora nas relações comerciais Brasil e Estados Unidos são as principais causas para que o País ainda no começo do próximo ano não se defina pela renovação da frota de aviões militares. Desde o governo de Fernando Henrique Cardoso, vêm-se avaliando as propostas de compra de caças da francesa Dassault Aviation, da americana Boeing e da sueca Saab, numa operação milionária.
Que será necessária uma renovação urgente, ninguém tem dúvida. Afinal, não podemos assistir aos caças remanscentes terem o mesmo fim do avião presidencial conhecido como "Sucatinha" que foi aposentado esta semana, após transportar sete presidentes em 34 anos de voo. A aeronave ficará exposta no Museu Aeroespacial. Foram mais de 27 mil horas de voo e estava fora de operação desde 2010.
Se não fossem as implicâncias e o protecionismo norte americano, respectivamente, para a transferência de tecnologia e a expansão dos negócios da Embraer nos Estados Unidos, certamente já estaria definida a escolha pelos F-18. Mais viáveis pelo preço e pelas vantagens bélicas sobre o Rafale, etc. O problema de transferência de tecnologia não deveria ser posto de forma tão inflexível pelo Brasil, porque infelizmente possui limitações de engenheiros e nenhum País negociará transferência sabendo que o País será um competidor no mercado. Além disso, o Ministério da Defesa não trabalha apenas com caças para a estratégia da segurança nacional. Marinha e Exército têm prioridades que se somam as Aeronáutica.
No entanto, o bom senso ainda aponta para os aviões norte-americanos e sobre esses deverá recair a preferência da presidente Dilma Rouseff. Alguém dúvida que há algum país melhor do que os Estados Unidos no comércio de armas?
Júlio Verne, no livro da Terra à Lua, reconhecia o engenho ianque: "No que os americanos ultrapassaram singularmente os europeus foi na ciência da balística. Não que as suas armas atingissem mais alto grau de perfeição, mas porque ofereceram dimensões inusitadas, tendo, por conseqüência, alcances desconhecidos até então. No que respeita a tiros rascantes ou de rajada, os ingleses, os franceses e os prussianos nada mais tinham a aprender; mas os seus canhões, os seus obuses, os seus morteiros não passavam de pistolas de bolso comparados com os formidávei engenhos bélicos da artilharia americana. Isto não deve espantar ninguém: os ianques, esses primeiros mecânicos do Mundo, são engenheiros, como os italianos são músicos e os alemães metafísicos - de nascença".
Então, como um expert em defesa nacional já afirmou num blog especializado> "se queremos carros compraremos dos alemães. Se o caso for queijo, dos franceses. Mas se as necessidades são as armas, então os compradores naturais são os norte americanos". Simples assim.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Prorrogadas até o dia 11 de novembro as inscrições para Agente de Leitura



Foram prorrogadas, mais uma vez, agora até o dia 11 de novembro as inscrições para o Projeto Agentes de Leitura, vinculado ao Programa Mais Cultura, em Fortaleza. A iniciativa é uma parceria da Prefeitura Municipal de Fortaleza, através da Secultfor, com o Ministério da Cultura. Os selecionados atuarão no sentido de democratizar o acesso ao livro e na formação de leitores em bairros e comunidades da cidade com baixos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) e da EducaçãoBásica (IDEB), definidos respectivamente pela Unesco e pelo Ministério da Educação. Na cidade, as ações estarão espalhadas nas SER's 1 (Barra do Ceará e Pirambu), 2 (no Cais do Porto: Serviluz e Titanzinho), 3 (Autran Nunes), 5 (Conjunto Ceará) e 6 (no Jangurussu: Conjunto Habitacional Maria Tomásia).
Cada agente receberá, depois de capacitado, um kit com 100 livros, mochila, uniforme, bicicleta e bolsa mensal de R$350, durante um ano. Serão responsáveis por visitas domiciliares, empréstimos de livros, rodas de leitura, contação de histórias, criação de clubes de leitura e saraus literários abertos para as comunidades.
As bolsas são destinadas a jovens entre 18 e 29 anos que tenham concluído o Ensino Médio e residam em um dos bairros contemplados pelo projeto. A prioridade é para os cadastrados no Bolsa Família, comprovando que estão enquadrados abaixo da linha de pobreza. A seleção consiste em três fases: habilitação, avaliação de conhecimentos e, por último, análise de currículo e entrevista.
Os jovens atuarão em duas frentes: ou como Agentes de Leitura, realizando ações de mediação cultural nos Pontos de Leitura, bibliotecas municipais e junto a 30 famílias cadastradas de sua comunidade; ou como Agentes Articuladores de Leitura, contribuindo com a gestão, articulação, acompanhamento sistemático e avaliação dos Agentes de Leitura. Ao todo, serão 55 bolsas, sendo 10 para agente e 1 para articulador em cada regional.
As inscrições podem ser feitas tanto na Secultfor, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, como nas seis regionais. Estão previstas ainda oficinas explicativas sobre o processo de inscrição em cada um dos pontos, com datas a serem definidas.

Fonte: Secultfor

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Picasso pintava o repulsivo que se enternizava nas nossas mentes


A família de Saltimbancos (1905), de Pablo Ruiz Picasso (1881-1973), representada no quadro acima é um dos mais ilustrativos da fase rosa do artista espanhol. O pintor viveu muitos anos na pobreza e quando migrou para a França, teve seus primeiros quadros classificados na fase azul. Rosa ou azul, Picasso pintava a tristeza, a degradação humana, uma hora com muito ressentimento, a exemplo do que fazia com suas ex-mulheres, em outros momentos as circunstâncias de vivências pessoais.
O quadro mostra a depressão de artistas de circo: são cinco acrobatas que se revelam em posturas de constrangimento e uma atmosfera sombria. Na inversão da alegria circernse, há uma expressa emoção de tristeza. Mostrar o artista do circo da forma mais melancólico é recorrente na obra de arte. Chaplin nos apresenta o palhaço decadente em Luzes da Ribalta, cujo número mais engraçado é o do domador de pulgas.
A ópera de Leoncavallo, Pagliacci (Palhaços), tem uma ária chamada "Vesti la giubba", com o trágico "Ridi Pagliacci", em que o bufão que deve rir e fazer os outros rirem mesmo com o coração partido.
Picasso não foi excessão em mostrar a depressão após a euforia do encantamento do circo. Mas chegou a ser repetitivo na forma como tratou e destratou os rostos humanos. A mulher que chora, retrato de sua ex-mulher Dora Maar, é reconhecidamente uma forma de mutilar o modelo, num rompante de ressentimento.
Picaso morreu rico e reconhecido como artista importante, talvez o maior do século XX, tornando-se nome de envergadura do surrealismo e, sobretudo, do cubismo. Há uma compreensão de que a transição de um status social tem um custo e sua arte por muitas vezes foi posta em dúvida pelo valor que apresentava. No entanto, o encanto está na contradição. Nunca deixará de ser horrendo o mundo que pintava. Nunca deixará de ser repulsivo. No entanto, não há como tirá-lo da nossa cabeça.

sábado, 5 de novembro de 2011

Livro de Eli é despido do materialismo para se viver somente a Palavra



"Combati o bom combate, acabei a carreira, mantive a fé". A frase se encontra no livro de São Paulo a Timoteo e é que a mais norteia o filme O Livro de Eli (The Book of Eli, 2010), dirigido pelos irmãos Allen e Albert Hughes, que está em exibição este mês na tv paga, pela HBO. É de fato uma película instigante porque do começo ao fim se remete a um cenário exótico, monocromático, onde não há dúvidas que se parece com a Terra, mas pode também não ser: ela foi destruída como no Apocalipse e há uma briga bárbara pela água e, como diria Sheldon Cooper, pelas últimas latas de atum.
Eli (Denzel Washington)é um andarilho desprovido de ego e um guerreiro contra o hedonismo. Ele tem um objetivo muito claro: levar o livro até um lugar seguro onde possa ser reimpresso, e assim ser criada uma nova ordem na humanidade. Esse é o livro da Biblia, fazendo com que o protagonista leia todos os dias uma passagem. As citações acontecem fora de ordem: há os Salmos e trechos do Gênesis.
No entanto, tem como obstáculo Carnagie (Gary Oldman) - sempre impecável como vilão -, que não mede esforços para tomar posse da obra. Há quem diga que é uma referência a um ex-presidente poderoso, que citava palavras de Deus para invadir países. Carnagie domina uma cidade tomada por ladrões. Na sua caminhada, encontra Solara (Mila Kunis), analfabeta, oprimida e filha da companheira de Carnagie. Assim, busca caminhar junto com Eli e ser a colaboradora na missão.
Aliás, um ponto fraco do filme está na grandeza da inspiração, que se dá ao extrair temas ou citações da Bíblia. Quantos e quantos escritores já recorreram a esse expediente, que deixou de ser uma novidade e até uma limitação criativa? Podemos citar desde José de Alencar, passando pelo autor de best seller Jeffrey Archer (autor de Caim e Abel), até o único Nobel de Literatura de Língua Portuguesa, José Saramago.
Eli é implacável contra seus inimigos e obstinado na missão de preservar o livro até que um dia ele observa que não há porque se apegar à matéria, se ele é detentor na memória de todas as palavras contidas na Bíblia. Se as assimila , por tanto, pode barganhar. Deixa que lhe seja arrebatado em troca de uma sobrevida, de modo a lhe garantir tempo até chegar um lugar indefinido do Oeste, onde as muralhas são vigiadas por guardas armados. No lugar, se tenta recompor uma novo acervo cultural, com livros de Shakespeare, música de Bach, enfim, tudo aquilo que nos dignifica pelo bom gosto e refinamento e que é o oposto do que se encontra no final dos tempos.
Recomendo o filme, porque apesar de guardar os clichês dos filmes de ação, não abre mão de instrumentos que elevaram o cinema à categoria de arte.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O ressentimento e ódio também se imortalizam na fotografia


Christiano Câmara me ensinou que a fotografia acabou com a morte. De certo modo, há imagens que se imortalizam, muito mais do que na pintura, uma vez sujeita a manipulações por parte dos poderosos, que faziam com seus retratos oficiais. Pessoas feias, como Dom João VI, apareciam garbosa e bonitas nos quadros. Dizem que o rei fugido para o Brasil era muito mais feio do que aparece nas gravuras etc.
No entanto, temos aqui um flagrante da década de 1950, na Carolina do Norte, fotografia de Elliott Ervitt. Mostra os tempos da segregação racial nos Estados Unidos, antes da luta pelos direitos civis, tendo à frente Martin Luther King.
É bem verdade que o Brasil nunca teve grandes líderes negros como Luther King, Samora Machel, Nelson Mandela ou até mesmo o poeta comunista Agostinho Neto. Também não chegamos ao extremo do apartheid. Na fotografia, há uma distinção entre bebedouros para brancos e negros. Não obstante ambos equipamentos serem obsoletos para os dias de hoje, é evidente que há qualidade melhor oferecida para o grupo caucasiano.
Por esse motivo, elogiamos o retrato feito pelo filme sem manipulação (embora não seja contra o photoshop) como arte. Elogiamos o Brasil, por ser um País mestiço e, que apesar de todo o racismo introvertido, não chegamos à raia do ódio e do ressentimento. Esses não se apagam. São eternos e se imortalizam como na fotografia.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O Senhor Embaixador

8ª Bienal Internacional de Dança do Ceará se encerra no dia 6 no Cariri




Depois de um mês inteiro de atividades formativas e espetáculos, iniciadas no dia 03 de outubro, a 8ª Bienal Internacional de Dança do Ceará continua até o dia 06 de novembro em Fortaleza e quatro cidades do Cariri, por meio de dois programas, Bienal Estação Criança e CirculaDança.

Até a data final, esta edição da Bienal Internacional de Dança do Ceará, que comemora 15 anos, terá passado por Fortaleza, Paracuru, Guaiúba, Aracati (Canoa Quebrada), Sobral, Limoeiro do Norte, Itapipoca, Juazeiro do Norte, Barbalha, Crato e Nova Olinda. O Encerramento Oficial será no próximo domingo, 06, às 18h, na Praça Verde do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (CDMAC), com o espetáculo Sagrada, da Edisca, e dois trabalhos da Escola de Dança de Paracuru: Mova-se e Bolero de Ravel.

A 8ª Bienal de Dança é apresentada pelo Ministério da Cultura, Petrobras (na qualidade de projeto convidado do Petrobras Cultural) e BNDES. Tem como patrocinadores Banco do Nordeste, Funarte, Oi e Caixa Econômica Federal, além do apoio cultural do Ministério da Cultura (Lei Federal de Incentivo à Cultura), Centro Cultural Banco do Nordeste, Oi Futuro, Governo do Estado do Ceará, por meio da Secretaria da Cultura (Lei Estadual de Incentivo à Cultura), prefeituras dos municípios sedes, entre outros parceiros. A realização é da Indústria da Dança.

A Bienal Estação Criança, que vem acontecendo ao longo de toda a Bienal de Dança, se propõe a desenvolver ações formativas que estimulem a reflexão sobre a dança como fazer educativo, lúdico, artístico e performático, apresentando ainda obras dançantes para o público infantil. É um programa da Bienal, resultado de uma parceria com a Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor) e o Festival Ponto.CE.

A Bienal Estação Criança estará em Juazeiro do Norte nos dias 03 e 04 deste mês, numa ação conjunta com o BNB/Mostra Corpo, Arte e Movimento. Será no CCBNB, a partir das 19h. Na quinta-feira, 03, serão apresentados os espetáculos Anatomia das Coisas Encalhadas, de Silvia Moura, e Broto, de Luiz Otávio Queiroz e Thiago Pinheiro Braga, ambos de Fortaleza. Na sexta-feira, 04, apresentam-se o Grupo N ∞, com Mistura – A Dança das Coisas, e a Rudá Cia. de Dança, com o espetáculo Estar Aqui.

Em Fortaleza, o programa Bienal Estação Criança acontece juntamente com o Festival Ponto.CE, nos dias 04 e 05 na Praça Verde do CDMAC e no dia 06 no Sesc Senac Iracema. Na sexta-feira, às 17h, serão apresentados No Ceará é Assim, do Grapel Kids, Brincar de que?, do Grupo Expressart, e Alice no País das Maravilhas e Pinocchio, com o Centro de Ballet Clássico Mônica Luíza. No sábado, também às 17h, a Cia. Balé Baião, de Itapipoca, apresenta Finitude: Meninice para Sempre, a Companhia Vidança, de Fortaleza, participa com o espetáculo Quintal de Mangue e a Escola de Dança de Paracuru leva ao palco Folgança. No domingo, às 14h, apresentam-se Luiz Otávio Queiroz, com O pensamento se faz na boca, e a Cia. Arte em Rua, em Sonata para Movimento.

Em parceria com o Festival Ponto.CE, a Bienal de Dança leva ao Sesc Senac Iracema na quinta-feira, 03, às 20h, a Cia Etra (CE), com Dança em Curva, e a bailarina Marina Carleial (CE), em Compartir. Na sexta-feira, 04, além dos espetáculos das 17h do programa Bienal Estação Criança, a programação segue às 19h com Silvia Moura (CE) em Anatomia das Coisas Encalhadas, Clarice Lima (SP) em DPI e Thelma Bonavita (SP) com o espetáculo Eu sou uma fruta gogoia em três tendências. No sábado, 05, às 20h, é a vez de Kalinka Prates (SP) em OCO e Cia. Dita (CE) em De-vir. E no domingo, 06, às 19h30, também no Sesc Senac Iracema, Marcelle Louzada (MG) apresenta Vaca e Eduardo Fukushima (SP), sobe ao palco com o espetáculo Como superar o grande cansaço?.


Entre os dias 2 e 6 deste mês a Bienal de Dança estará também no Cariri, com atividades em Juazeiro do Norte, Barbalha, Crato e Nova Olinda, por meio do programa CirculaDança. De 02 a 04 pela manhã, na Associação Dança Cariri, em Juazeiro do Norte, Carlos Simioni, do Grupo Lume (SP), ministra a última das quatro oficinas Da Energia à Ação, realizadas durante a Bienal. Em outubro esta ação esteve também em Fortaleza, Itapipoca e Paracuru.

No Cine Teatro Neroly Filgueira, do Crato, Simioni apresenta-se na quinta-feira, 03, às 20h, com o espetáculo Sopro. É ele também quem abre a programação em Nova Olinda, no dia 06, às 17h, no Teatro Casa Grande, com a demonstração técnica Prisão para a Liberdade, onde aborda sua trajetória de 26 anos de pesquisa junto ao Lume, que é o Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais da Unicamp, do qual é ator fundador.

Também serão apresentados nos últimos dias da 8ª Bienal de Dança no Cariri: Graça/ Evidência-Um de Percurso e O Tempo da Paixão ou O Desejo é um Lago Azul, com a Cia. da Arte Andanças (Fortaleza/CE), Erêndira, da Cia. CLE (Fortaleza/CE), remontagem de A Cadeirinha e Eu, com Gerson Moreno (Itapipoca/CE), grupo Impact Break (Barbalha/CE), Vórtices, de Alysson Amâncio Cia. de Dança (Juazeiro do Norte/CE) e Ma Vie, com Aspásia Mariana (Fortaleza/CE), e serão realizadas as oficinas Danças Tradicionais Brasileiras, de Graça Martins (Fortaleza/CE) e Improvisação e Composição: a construção poética do visível, com Andréa Bardawil (Fortaleza/CE).



SERVIÇO

8ª Bienal Internacional de Dança do Ceará – Até o dia 6 de novembro em Fortaleza e outras cidades cearenses. A programação completa pode ser consultada no www.bienaldedanca.com. Todas as apresentações têm acesso gratuito. Info: (85)3045.1703 e bienal@bienaldedanca.com.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Secult discute ações de valorização da cultura circense no Estado



A abertura de um acento para linguagem circense no Conselho Estadual de Cultura, oportunizando a participação mais efetiva na elaboração das políticas públicas culturais para o segmento e também a elaboração de um edital específico para o Circo, foi discutido na manhã de hoje, 31, durante reunião da secretaria adjunta da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, Maninha Morais, com a comissão formada pelos representantes do circo e a Associação dos Proprietários Artistas e Escolas de Circo do Ceará (Apece).

Com o compromisso de construir de foma compartilhada as políticas públicas culturais do estado, a Secult recebeu a comitiva para ouvir suas reivindicações acerca do Edital das Artes de 2011, que será lançado ainda este ano, no valor estimado em R$ 3milhões e 200mil, contemplando todas as expressões artísticas, e que mantém os recursos destinados em 2010 ao circo. O grupo reforçou as reivindicações de ampliação deste valor, por meio de uma minuta, anteriormente já entregue ao governador.

De acordo com a secretária Maninha Morais, a construção deste edital e das demais pautas públicas culturais, sempre são levadas ao Conselho Estadual de Cultura e consequentemente ao Comitê Gestor do Fundo Estadual de Cultura, que além de aprovar, dialoga também com os representantes de cada segmento. "E este diálogo nós já tivemos com os representantes da Apece, contudo, o valor do Edital não pode ser ampliado, pois à exemplo de todos os outros Editais, lançados pela Secult neste ano, não houve alteração do montante, seguindo uma determinação do próprio governador", atestou a secretária.

A diretora do Theatro José de Alencar e integrante do Comitê Gestor do FEC, Silêda Franklin, fez um histórico deste processo de discussão com representantes do Circo e da APECE, lembrando que havia sido acordado com a categoria a otimização dos recursos do Edital, com quatro premiações de R$ 25 mil para estrutura/ e ou manutenção de circo; e mais oito premiações de R$ 7.500 mil para criação e montagem de números artísticos e/ou de técnicas circenses para coletivos ou trupes circenses compostas de, no mínimo, três pessoas e 20% do valor para a formação, fechando assim, o valor total de R$200mil.

Maninha acrescentou que a categoria tem sido pauta nas discussões da Secult, que acredita no potencial de desenvolvimento sócio cultural do circo, seguindo a lógica de desenvolvimento, respeitando a tradição circense visualizando potencial da criação de circo escolas no estado entre outras ações que promovam o desenvolvimento e difusão da arte.
A presença do circo nos Fóruns de discussões culturais, segue amparado pela aprovação do Comitê Gestor do Fundo Estadual de Cultura, de dois projetos aprovados pelo FEC e que aguardam a aprovação do MAP - Riso Circo: I Encontro de Humor e Circo nos Bairros, com valor de R$ 90mil e I Mostra de Palhaçaria com valor de R$ 87mil.

Coordenação de Comunicação da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará