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segunda-feira, 30 de maio de 2011

Inscrições para o VI Salão do Artesanato começam quarta-feira

Artesanato Cearense by msgomes

Artesanato Cearense, a photo by msgomes on Flickr.




Os artesãos residentes em Fortaleza terão oportunidade de divulgar seus trabalhos no VI Salão Municipal do Artesanato. As inscrições estarão abertas a partir de quarta-feira (1º), no horário comercial, na Célula de Artesanato da SDE (Avenida Aguanambi, 1770, Fátima). O tema desta edição homenageará a escritora Rachel de Queiroz. Os interessados poderão inscrever até dois trabalhos.

No ato da inscrição, o candidato deverá apresentar RG, CPF e comprovante de endereço, além da carteira de artesão expedida pela Central do Artesanato do Ceará (Ceart). As peças inscritas deverão ser entregues no período de 1º a 12 de agosto, no Espaço do Artesanato de Fortaleza (Rua Pero Coelho, 1113, Centro).


Os artigos inscritos deverão seguir as seguintes categorias: objetos de decoração, utilitários, culto/religioso, lúdicos ou de entretenimento, além de brinquedos e trabalhos artesanais de uso pessoal, exceto roupas e sapatos. Os critérios de seleção serão inovação, estética, equilíbrio, harmonia, adequação ao uso e/ou finalidade, qualidade de acabamento, vínculos com a cultura local, respeito ao meio ambiente e compromisso social.


Os classificados em primeiro, segundo e terceiro lugares receberão prêmios de R$ 3.500,00, R$ 2.500,00 e R$ 2.000,00, respectivamente. Neste ano, também haverá premiação para o quarto e quinto lugares, no valor de R$ 1.000,00 para cada ganhador.


O Salão do Artesanato, que acontece de 4 de outubro a 4 de novembro, é realizado pela Prefeitura, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) e do Instituto Frei Tito de Alencar, com o apoio do Banco do Nordeste do Brasil (BNB).


:: SAIBA MAIS

Na edição de 2010, a mostra aconteceu no Shopping Del Paseo e a produção dos artigos artesanais foi inspirada no centenário do Theatro José de Alencar. O V Salão do Artesanato contou com a inscrição de 55 artesãos, que submeteram um total de 68 peças, das quais 31 foram selecionadas para participar da exposição.

:: SERVIÇO

VI Salão Municipal do Artesanato de Fortaleza
Inscrições: a partir de quarta-feira, 1º de junho
Local: Célula do Artesanato da SDE (Av. Aguanambi, 1770, Fátima)
Informações: (85) 3218.3717 ou (85) 3433.8841

Entrega dos trabalhos inscritos: 1º a 12 de agosto

Local: Espaço do Artesanato (Rua Pero Coelho, 1113, Centro)
Horário: 08 à 12h e das 13h30 às 17h

Exposição: de 04 de outubro a 04 de novembro, no Shopping Benfica (Av. Carapinima, 2200)

domingo, 29 de maio de 2011

Dramático e intransigente, Don Giovanni funciona como uma catarse de Mozart



O gênio precoce de Mozart, que compunha aos quatro anos de idade, deixou uma extensão produção musical, apesar de ter morrido precocemente. A sua obra inclui recitais, sinfonias, concertos e óperas. Dentre essas Don Giovanni, inspirada em seu pai. Aqui, mantém uma tradição da época que é o libreto em italiano, apesar do compositor ser de origem alemã.
Don Giovanni é uma ópera em dois atos da autoria de Wolfgang Amadeus Mozart, com libreto de Lorenzo Da Ponte. Estreou em Praga, a 29 de outubro de 1787.
Devido ao sucesso no ano anterior com a sua ópera Le Nozze di Figaro o diretor do Teatro Nacional de Praga Pasquale Bondini encomendou uma nova ópera a Mozart, que voltou a chamar o libretista Lorenzo da Ponte, o mesmo da peça anterior, e com o qual voltaria a trabalhar em Così Fan Tutte

sábado, 28 de maio de 2011

A filosofia que aprofunda e diverte o cinema de Wood Allen



Woody Allen sempre namorou a filosofia, as artes e as mulheres como forma de fazer humor no cinema e no teatro. Com baixo orçamento, teve uma profíqua produção, em que sempre oscilou entre obras regulares e brilhantes.
Manhatan, filmado em preto e branco, é uma obra exemplar de bom gosto. Ele não cita nenhum de seus autores preferidos,como Kierkegard, Sartre, Espinosa, Hume, Kafka e Camus, mas essa é a base de sua filosofia, que muitas preferiu tratar com bom humor: "Querem saber como comecei a minha filosofia. Foi assim: minha mulher, ao convidar-me para provar o pri meiro suflê de sua vida, deixou cair acidentalmente ma fatia dele no meu pé, fraturando com isso diversas artérias.
Numa das últimas cenas de Manhattan, assistimos a esse bom gosto:
Uma ideia para um conto sobre pessoas em Manhattan que vivem criando esses problemas reais, desnecessários e neuróticos em que se metem porque as impedem de pensar nos problemas insolúveis e aterradores do universo. Vamos ver… Bem… Tem de ser otimista.. Certo, tudo bem, por que vale a pena viver? Essa é uma ótima pergunta… Bem, penso que há certas coisas que fazem ela valer a pena… hm… como por exemplo…? Ok … Para mim eu diria que Groucho Marx é uma delas… E Willie Mays também… E o segundo movimento da sinfonia Júpiter.. Potato Head Blues, de Louis Armstrong… Filmes suecos, naturalmente.. Educação Sentimental, de Flaubert… Marlon Brando… Frank Sinatra… Hm… Aquelas maçãs e peras incríveis da Cézanne… hm… Caranguejo no Sam Woo’s… E… O rosto da Tracy

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Dolorosa dor sublimada na poesia de Fagundes Varela

Ficheiro:Fagundes Varela.jpg
Cântico do calvário
(À memória de meu Filho
morto a 11 de dezembro de 1863)
 
Eras na vida a pomba predileta
Que sobre um mar de angústias conduzia
O ramo da esperança. Eras a estrela
Que entre as névoas do inverno cintilava
Apontando o caminho ao pegureiro.
Eras a messe de um dourado estio.
Eras o idílio de um amor sublime.
Eras a glória, a inspiração, a pátria,
O porvir de teu pai! - Ah! no entanto,
Pomba, - varou-te a flecha do destino!
Astro, - engoliu-te o temporal do norte!
Teto, - caíste!- Crença, já não vives!
Correi, correi, oh! lágrimas saudosas,
Legado acerbo da ventura extinta,
Dúbios archotes que a tremer clareiam
A lousa fria de um sonhar que é morto!
Correi! um dia vos verei mais belas
Que os diamantes de Ofir e de Golconda
Fulgurar na coroa de martírios
Que me circunda a fronte cismadora!
São mortos para mim da noite os fachos,
Mas Deus vos faz brilhar, lágrimas santas,
E à vossa luz caminharei nos ermos!
Estrelas do sofrer, gotas de mágoa,
Brando orvalho do céu! Sede benditas!
Oh! filho de minh'alma! Última rosa
Que neste solo ingrato vicejava!
Minha esperança amargamente doce!
Quando as garças vierem do ocidente
Buscando um novo clima onde pausarem,
Não mais te embalarei sobre os joelhos,
Nem de teus olhos no cerúleo brilho
Acharei um consolo a meus tormentos!
Não mais invocarei a musa errante
Nesses retiros onde cada folha
Era um polido espelho de esmeralda
Que refletia os fugitivos quadros
Dos suspirados tempos que se foram!
Não mais perdido em vaporosas cismas
Escutarei ao pôr-do-sol, nas serras,
Vibrar a trompa sonorosa e leda
Do caçador que aos lares se recolhe!
Não mais! A areia tem corrido, e o livro
De minha infanda história está completo!
Pouco tenho de andar! Um passo ainda
E o fruto de meus dias, negro, podre,
Do galho eivado rolará por terra!
Ainda um treno, e o vendaval sem freio
Ao soprar quebrará a última fibra
Da lira infausta que nas mãos sustenho!
Tornei-me o eco das tristezas todas
Que entre os homens achei! o lago escuro
Onde o clarão dos fogos da tormenta
Miram-se as larvas fúnebres do estrago!
Por toda a parte em que arrastei meu manto
Deixei um traço fundo de agonias!...
Oh! quantas horas não gastei, sentado
Sobre as costas bravias do Oceano,
Esperando que a vida se esvaísse
Como um floco de espuma, ou como o friso
Que deixa n'água o lenha do barqueiro!
Quantos momentos de loucura e febre
Não consumi perdido nos desertos,
Escutando os rumores das florestas,
E procurando nessas vozes torvas
Distinguir o meu cântico de morte?
Quantas noites de angústias e delírios
Não velei, entre as sombras espreitando
A passagem veloz do gênio horrendo
Que o mundo abate ao galopar infrene
Do selvagem corcel!... E tudo embalde!
A vida parecia ardente e doida
Agarrar-se a meu ser!... E tu tão jovem,
Tão puro ainda, ainda n'alvorada,
Ave banhada em mares de esperança,
Rosa em botão, crisálida entre luzes,
Foste o escolhido na tremenda ceifa!
Ah! quando a vez primeira em meus cabelos
Senti bater teu hálito suave:
Quando em meus braços te cerrei, ouvindo
Pulsar-te o coração divino ainda;
Quando fitei teus olhos sossegados,
Abismos de inocência e de candura,
E baixo e a medo murmurei: meu filho!
Meu filho! Frase imensa, inexplicável,
Grata como o chorar de Madalena
Aos pés do Redentor... ah! pelas fibras
Senti rugir o vento incendiado
Desse amor infinito que eterniza
O consórcio dos orbes que se enredam
Dos mistérios do ser na teia augusta
Que prende o céu à terra e a terra aos anjos!
Que se expande em torrentes inefáveis
Do seio imaculado de Maria!
Cegou-me tanta luz! Errei, fui homem!
E de meu erro a punição cruenta
Na mesma glória que elevou-me aos astros,
Chorando aos pés da cruz, hoje padeço!
O som da orquestra, o retumbar dos bronzes,
A voz mentida de rafeiros bardos,
Torpe alegria que circunda os berços
Quando a opulência doura-lhes as bordas,
Não te saudaram ao sorrir primeiro,
Clícia mimosa rebentada à sombra!
Mas, ah! se pompas, esplendor faltaram-te,
Tiveste mais que os príncipes da terra!
Templos, altares de afeição sem termos!
Mundos de sentimento e de magia!
Cantos ditados pelo próprio Deus!
Oh! quantos reis que a humanidade aviltam,
E o gênio esmagam dos soberbos tronos,
Trocariam a púrpura romana
Por um verso, uma nota, um som apenas
Dos fecundos poemas que inspiraste!
Que belos sonhos! Que ilusões benditas!
Do cantor infeliz lançaste à vida,
Arco-íris de amor! luz da aliança,
Calma e fulgente em meio da tormenta!
Do exílio escuro a cítara chorosa
Surgiu de novo e às virações errantes
Lançou dilúvios de harmonia! O gozo
Ao pranto sucedeu. As férreas horas
Em desejos alados se mudaram.
Noites fugiam, madrugadas vinham,
Mas sepultado num prazer profundo
Não te deixava o berço descuidoso,
Nem de teu rosto meu olhar tirava,
Nem de outros sonhos que dos teus vivia!
Como eras lindo! Nas rosadas faces
Tinhas ainda o tépido vestígio
Dos beijos divinais, - nos olhos langues
Brilhava o brando raio que acendera
A bênção do Senhor quando o deixaste!
Sobre teu corpo a chusma dos anjinhos,
Filhos do éter e da luz, voavam,
Riam-se alegres, das caçoilas níveas
Celeste aroma te vertendo ao corpo!
E eu dizia comigo:- teu destino
Será mais belo que o cantar das fadas
Que dançam no arrebol, - mais triunfante
Que o sol nascente derribando ao nada
Muralhas de negrume!... Irás tão alto
Como o pássaro-rei do Novo Mundo!
Ai! doido sonho!... Uma estação passou-se
E tantas glórias, tão risonhos planos
Desfizeram-se em pó! O gênio escuro
Abrasou com seu facho ensangüentado
Meus soberbos castelos. A desgraça
Sentou-se em meu solar, e a soberana
Dos sinistros impérios de além-mundo
Com seu dedo real selou-te a fronte!
Inda te vejo pelas noites minhas,
Em meus dias sem luz vejo-te ainda,
Creio-te vivo, e morto te pranteio!...
Ouço o tanger monótono dos sinos,
E cada vibração contar parece
As ilusões que murcham-se contigo!
Cheias de frases pueris, estultas,
O linho mortuário que retalham
Para envolver teu corpo! Vejo esparsas
Saudades e perpétuas, sinto o aroma
Do incenso das igrejas, ouço os cantos
Dos ministros de Deus que me repetem
Que não és mais da terra!... E choro embalde.
Mas não! Tu dormes no infinito seio
Do Criador dos seres! Tu me falas
Na voz dos ventos, no chorar das aves,
Talvez das ondas no respiro flébil!
Tu me contemplas lá do céu, quem sabe?
No vulto solitário de uma estrela.
E são teus raios que meu estro aquecem!
Pois bem! Mostra-me as voltas do caminho!
Brilha e fulgura no azulado manto,
Mas não te arrojes, lágrima da noite,
Nas ondas nebulosas do ocidente!
Brilha e fulgura! Quando a morte fria
Sobre mim sacudir o pó das asas,
Escada de Jacó serão teus raios
Por onde asinha subirá minh'alma.
Fagundes Varela

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Israel patrocina a educação de boa qualidade em 32 países

Movimento quer beneficiar 700 mil alunos no CE

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A reunião contou com a presença de secretários de Educação de 18 municípios, além de representantes de escolas particulares do Estado do Ceará

FOTO: FRANCISCO VIANA
O movimento visa proporcionar uma ampla mobilização da sociedade para oferecer ensino de qualidade

Atender 230 mil escolas públicas e particulares e cerca de 700 mil alunos no Ceará. Essa é a meta que a Comunidade Internacional para Cooperação em Educação Mind Group, entidade criada há quatro anos em Israel, pretende atingir ainda este ano no Estado.

O passo inicial foi dado, ontem, em reunião que contou com secretários de educação de 18 municípios, além de representantes de escolas particulares. O evento aconteceu no Marina Park Hotel e deverá se estender para outros polos de desenvolvimento do Estado.

A curadoria do evento esteve a cargo do professor Mozart Ramos, que é educador, membro da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação e Fundador do Movimento Todos Pela Educação.

Ele explicou que o movimento visa a proporcionar uma ampla mobilização da sociedade, no sentido de oferecer ensino de qualidade de forma democrática. Para tanto, lembrou um ditado africano que diz: "a educação de uma criança envolve toda a aldeia".

"Esse ditado tem uma grande significação, em vista de que não mais podemos aceitar saídas para a educação de forma verticalizada. Ou seja, de cima para baixo", argumenta. O projeto prevê a criação de redes, voltadas para regiões, e que não sofreriam o problema da descontinuidade com mudanças de gestores públicos.

A melhoria do ensino fundamental e médio, segundo ele, é necessária não apenas no Nordeste, mas em todo o País, onde se vê a política interferindo na continuidade de programas desenvolvidos em gestões anteriores. Ele citou ainda como um problema comum a falta de valorização dos professor e a deficiência dos estudantes nas disciplinas das Ciências Naturais, tal como a Matemática.

Poucos engenheiros - O resultado disso, conforme enfatizou, tem sido o número reduzido de engenheiros no Brasil. Por ano, são formados 30 mil engenheiros, enquanto que na China são 400 mil/ano e na Coreia do Sul, 300 mil.

Segundo Alvaro Cruz, presidente da comunidade no Brasil, "o evento fez parte da rodada internacional para a alta liderança comprometida com a melhoria continuada da educação, o aumento da aprendizagem em sala de aula e o desenvolvimento de habilidades para o século 21. "O Mind Group pretende continuar a fazer relevantes investimentos na educação brasileira, e para tanto, promove esses encontros", afirmou acrescentando que, "temos de direcionar da forma mais inteligente, os quase R$ 7 milhões que investiremos em 2011".

Na ocasião, foram apresentados os resultados do estudo internacional feito pelo Mind Group, em parceria com o Instituto de Avaliação e Desenvolvimento Educacional (Inade), com milhares de alunos do País. O objetivo foi avaliar o aumento de habilidades emocionais, sociais, cognitivas e éticas, com os novos projetos. O evento foi voltado para secretários de educação, mantenedores e lideranças da sociedade civil.


MARCUS PEIXOTO
REPÓRTER
Diário do Nordeste

terça-feira, 24 de maio de 2011

Warner aposta numa série de televisão que envelhece sem perder a graça


Ficheiro:Jim Parsons.png
Jim Parson, ator que interpreta Sheldon
 The Big Bang Theory está chegando ao final de sua quarta temporada engraçado, mas não menos tenso do que as etapas anteriores. Se o pretexto para a queda da audiência da temporada passada foi o roteiro morno para o namoro de Penny e Leonard, não é mais problema agora. Esse se desfez e nem por isso houve uma subida de audiência considerável.
Atuamente, podemos dizer que ainda se ressente da fluidez de uma série cômica, em que os escritores escevem melhor para um personagem (Sheldon) e menos para os demais, especialmente para a Penny, que dá uma harmonia especial ao grupo de nerds formados ainda por Raj e Howard.
Para quem não acompanha pela Warner é compreensível o desinteresse pelo tema. No entanto, desde Friends, passando por Two and Half Man é o entretenimento televisivo divertido e instingante do momento. Muito se fala entre os fãs do programa sobre o tema principal: a capacidade de dominar as ciências naturais e ter atitudes infantis e e até desastrosas no relacionamento social e afetivo.
Na terça-feira passada, Prya (formada em Direito e capaz de advogar em três países) a nova namorada de Leonard, doutor em Física Experimental, leva Sheldon, doutor em Física experimental à loucura, com a intervenção no cotidiano do apartamento onde esse mora com o namorado. O stress leva a um sério transtorno, em vista da sua compulsão pela rotina. Ela é irmã do doutor em Física Astronômica Raj, ambos de origem indiana, e amigos de Howard, o único do grupo masculino que detém "apenas" um mestrado pelo MIT, como engenheiro, embora seja construtor de peças para a Nasa. Ontem, criaria um tabuleiro de xadrez para três jogadores.
O fato é que os personagens vão envelhecendo e os criadores Chuck Lorre e Bill Prady, desde sua estreia em 24 de setembro de 2007, nos Estados Unidos vão inovando, mexendo peças e fazendo o que podem para garantir o sucesso. De lá para cá, ao invés de ficar mais engraçado, projeta-se para se tornar ainda mais tenso, com personagens que relutam em sair da adolescência, puberdade e infãncia  e desdenhando o sofrimento que advém dessa situação. Vamos torcer que tenha uma vida longa. Afinal, não bom saber que Friends chegou a sua 10ª temporada com o enredo já caindo pelas tabelas, mas mantendo a sorte de se contar com elenco estável. Já o mesmo não aconteceu com Two and Half Man.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Fortaleza é contemplada com 32 projetos culturais voltados para o Território da Paz


Foto: Arquivo Prefeitura de Fortaleza

 
O Território de Paz de Fortaleza se destaca rente ao ser contemplado com 32 projetos nos Microprojetos Mais Cultura Territórios de Paz. O Grande Bom Jardim foi o território com maior número de inscrições em todo o Brasil, com 130 projetos. 

Promovido pelo Ministério da Justiça, através do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), e o Ministério da Cultura, por meio do Programa Mais Cultura, a iniciativa visa proporcionar às comunidades dos Territórios de Paz do Brasil acesso à produção, reconhecimento e consumo de bens culturais. Em Fortaleza, a gestora do Pronasci é a Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza (GMF).


Os valores destinados aos projetos variam de 1 a 30 salários mínimos, tendo como valor mínimo R$ 510,00 e valor máximo R$ 15.300,00. Os projetos abrangem iniciativas que contemplam produção de obras, realizações de exposições, oficinas, aquisição de materiais e outras formas de apresentação voltadas para as áreas de artes visuais, artes cênicas, música, literatura, audiovisual, artesanato, cultura afro-brasileira, cultura popular, cultura indígena, design, moda e artes integradas.

domingo, 22 de maio de 2011

Barbeiro de Sevilha é ópera cômica que brinca com as preferências do amor




Após os êxitos no Norte da Itália, Rossini foi contratado em 1815 pelo célebre empresário Domenica Babaia para trabalhar em associação com o San de Carlo de Napoles, para o qual composoria nove óperas sérias e uma cômica. Como esse é o caso.
O barbeiro de Servilha possui uma de sua árias mais conhecidas e cantadas por um barítono, que é o próprio Fígaro. Fala de um pretenso triângulo amoroso, envolvendo o conde Rosina e o verdadeiro dono de seu coração.
O Barbeiro de Sevilha, ou a precaução inútil (Il barbiere di Siviglia, ossia L'inutile precauzione) é uma ópera-bufa em dois atos do compositor italiano Gioachino Rossini, com estréia da ópera, com o título de Almaviva, ou a inútil precaução, ocorreu no Teatro Argentina, em Roma, em 20 fevereiro de 1816.

MAUC inaugura sala permanente de Arte Estrangeira


Constelações, by Joan Miró

O Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará (MAUC) inaugurou, na semana passada,  a sala “Arte Estrangeira”, com obras de artistas internacionais que compõem seu acervo permanente. Será a sétima sala do equipamento, com exposição de heliogravuras de Rembrandt (Holanda) e Albrecht Dürer (Alemanha) e outros trabalhos de Joan Miró (Espanha), Pablo Picasso (Espanha), Jacques Villon (França), Albano Neves e Souza (Angola), Massimo Campigli (Itália) e Zao Wou-Ki (China). O Museu já conta com as salas permanentes de Aldemir Martins, Raymundo Cela, Antonio Bandeira, Descartes Gadelha, Chico da Silva e Cultura Popular. 

A abertura da sala permanente de Arte Estrangeira está na programação comemorativa dos 50 anos do MAUC, assim como da 9ª Semana Nacional de Museus. Inaugurado em 25 de junho de 1961, o Museu de Arte da UFC preserva e difunde a cultura artística regional e universal. Ele está na Av. da Universidade, 2854 – Benfica e é aberto para vi-sitação de segunda a sexta-feira, de 8h às 12h e de 14h às 18h. A entrada é gratuita. Mais informações através do telefone 3366.7481. 

Fonte: Museu de Arte da UFC (MAUC) - (fone: 85 3366 7481)

quinta-feira, 19 de maio de 2011

A dor pela perda expressada na arte dos mausoléus

SÃO JOÃO BATISTA

Cemitério vira atração turística em Fortaleza

 
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A beleza arquitetônica dos mausoléus chama a atenção dos visitantes. Há visitas guiadas no São João Batista
FOTO: BRUNO GOMES
Apesar de alguns estarem abandonados, mausoléus do campo santo fazem parte da memória da cidade
A ideia é antiga, mas somente agora vem ganhando corpo nas escolas por iniciativa dos próprios estudantes. Tratam-se das visitas ao Cemitério São João Batista, que fica no Centro de Fortaleza, e seus mausoléus, que fazem parte da memória da cidade. Através deles, se conta a história do apogeu das classes ricas, sendo que alguns se encontram abandonados.

Boa parte das edificações, construídas para reverenciar os mortos, são datadas de 1860, quando o local foi inaugurado. Na arquitetura dos jazigos, vários estilos se misturam, com destaque para o neo clássico e o barroco. A ideia da administração do equipamento é fazer com que o local passe a ser frequentado pelos visitantes, fazendo com que esteja integrado ao roteiro turístico da Capital.

O administrador Antônio Carvalho informou que já há entendimentos com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), através da Santa Casa de Misericórdia, administradora do local, com vista a se chegar a um termo como o Governo Federal. Assim, seria possível ajudar o São João Batista e inseri-lo como um destino turístico do Centro.

"Por enquanto, estamos aguardando uma vista de técnicos do órgão. O objetivo é no sentido de reabilitar o cemitério para a visitação de turistas", ressaltou o administrador.

No entanto, a expectativa maior é no sentido de que haja repasse de recursos com vistas ao restauro dos mausoléus, que estão, há vários anos, sem que passar por reformas.

Antônio Carvalho explica que é esse o mais sério gargalo, já que o São João Batista não recebe recursos dos governos estadual e municipal e está vinculado à Santa Casa de Misericórdia, entidade filantrópica.

Apesar da indefinição de apoio de verba pública, o cemitério, curiosamente vem sendo visitado por grupos de estudantes, de forma voluntária ou por iniciativa de entidades, como a Terra da Luz.

Guias
A estudante de turismo e funcionária do cemitério Layane Gadelha, diz que os grupos têm aumentado a cada dia. Ontem, por exemplo, grupo de estudantes do Liceu do Ceará estiveram no local e aproveitaram para conhecer a história das personalidades sepultadas e com forte ligação com a história do Ceará.

"Muitas pessoas chegam aqui sem sequer saber que temos um serviço de guia. Somos treinados para prestar informações sobre a história do cemitério das principais personalidades sepultadas", disse Layane.

Para ela, esse serviço é importante para os estudantes, porque são repassadas informações importantes sobre figuras históricas, antes somente conhecidas pelos nomes de ruas e avenidas.

No caso do São João Batista, Layane lembra que há uma arquitetura muito expressiva, onde se mesclam várias tendências, umas com muitas ostentação e outras nem tanto, mas sempre transmitindo o sentimento de pesar pela morte dos entes queridos.

Ela lamenta, no entanto, que muitos mausoléus se encontrem abandonados. O principal deles é onde estão os restos mortais do Barão de Aratanha, homem importante que residia na Parangaba e grande proprietário de imóveis no Centro. No seu mausoléu estão sepultados outros membros da família Albano. "Há vários mausoléus abandonados, por não mais existir descendentes ou por decisão dos herdeiros", ressaltou

Segundo a Coordenação de Patrimônio Histórico e Cultural da Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor) não existe nenhum projeto de proteção ou restauro do São João Batista, No entanto, qualquer cidadão ou entidade pode solicitar um pedido formal nesse sentido para o Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural (Comphic). Mais informações 3105.1291.

ARTE
Barroco e o neoclássico predominam no local
Enquanto o Mausoléu do Barão de Aratanha traz lembranças do período barroco, pela religiosidade e pela expressão dos rostos das imagens, há uma predominância do neoclássico, onde há uma repaginação da arquitetura greco-romana.

O memorialista Marciano Lopes destaca esse mausoléu pela imponência. Elaborado em cobre, tem imagens com tamanho real e está desde o final da década de 90 sem receber serviços de manutenção.

Outro ícone de arquitetura e arte é o mausoléu da família Ferreira Fontenele. O mais importante foi construído para Joana Cabral da Mota. Erguido com mármore, há imagens de ninfas. Recentemente, foram instaladas placas de granito. A obra teve assinatura do artista plástico Frederico Skinner.

Exemplo de esquecimento é do estudante João Nogueira. Para a administração do São João Batista é o mausoléu com maior diversidade de detalhes e símbolos. Trata de um jovem de 22 anos que foi morto à queima roupa, no chamado crime movido pela defesa da honra. Ele havia esmurrado um cobrador de seu pai, e depois foi vingado com a execução em frente ao Clube dos Diários, em 1912.

JustiçaO mausoléu traz a expressão latina ´Justus Deus´ (Justiça de Deus), numa alusão, a falta de punição ao autor do assassinato (absolvido em três julgamentos). Há também imagens dos pais chorando sobre o caixão e dois corações com uma flecha transpassando, numa imagem de dor pela perda.

MARCUS PEIXOTO
REPÓRTER
Diário do Nordeste

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Livro sobre ensino de História da África será lançado no MAUC

O Departamento de História e a Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional da Universidade Federal do Ceará lançam no Museu de Arte da UFC (MAUC), às 18h30 do dia 23 de maio, o livro “África, Brasil, Portugal – História e Ensino de História”. Os organizadores da publicação são os professores Eurípedes Funes, Francisco Régis Lopes, Franck Ribard e Kênia Sousa Rios, todos vinculados àquele Departamento.

A obra, que leva o selo das Edições UFC e reúne artigos de pesquisadores cearenses, africanos e portugueses, é fruto do III Festival UFC de Cultura, realizado em outubro do ano passado sob o tema “Ceará, África, Lusofonia: encontros e diálogos além mar”. O objetivo dos autores é divulgar o livro junto às instituições de ensino, secretarias de educação e instituições afins, para diminuir a carência por materiais didáticos sobre a temática afro-brasileira, cuja inclusão no currículo da Educação Básica é exigida pela Lei nº 10.639/2003.

O Departamento de História da UFC já vem, há quase 10 anos, desenvolvendo projetos para ampliar o debate sobre história e cultura africana, especialmente no contexto da formação de educadores. Um deles é o Curso de Aperfeiçoamento em História da África, que iniciou uma nova turma no dia 16 de maio. Destina-se a professores da rede pública e educadores de movimentos sociais e organizações não-governamentais. 

Fontes: Professores Régis Lopes, Franck Ribard e Kênia Rios, do Departamento de História - (fone: 85 9121 9261 / 8892 2121 / 8698 0495)

Cine Refluxus exibe “Poço da Pedra”


Produção e elenco de Poço da Pedra

 

O Cine Refluxus, promoção do Curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal do Ceará, exibe quinta-feira (19) o filme “Poço da Pedra”, de Gerardo Damasceno, às 14h, na Vila das Artes (Rua 24 de Maio, 1221 – Centro). 

Trata-se de uma ficção de 96 minutos produzida no Ceará que enfoca uma comunidade tomada pela ambição de políticos e poderosos interessados em dominar as terras de um pequeno distrito, diante da possível valorização da área com a construção de uma rodovia federal. Mais informações no endereço: http://www.cinerefluxus.blogspot.com/

Fonte: Cine Refluxus, projeto de extensão do Curso de Cinema e Audiovisual da UFC / E-mail: cinerefluxus@gmail.com)

Luar e canções de amor nunca serão obsoletos


As Time Goes By
(Billie Holiday)
You must remember this
A kiss is still a kiss
A sign is just a sign
The fundamental things aplly
As time goes by


And when two lovers woo
They still say I love you
On that you can rely
No matter what the future brings
As time goes by


Moonlight and love songs never out of date
Hearts full of passion, jealousy and hate
Woman needs man
And man must have his mate
That no one can deny


It is still the same old story
The fight for love and glory
A case of do or die
The world will always welcome lovers
As time goes by

terça-feira, 17 de maio de 2011

Salão de abril revoluciona na imagem da mortificação do eu


Uma mulher, vestida apenas de sutiã e calcinha, encontra-se deitada, exibida pelo vidro da geladeira de um frigorífíco como se estivesse congelada. Com ela, há imagens de queijos, e outros frios. Rapidamente, a câmara dá um zoom no rosto da mulher, quando na maior parte do tempo se dedica ao plano geral, mostrando uma multidão de curiosos que se aglutinam em torno do estabelecimento comercial localizado no centro de Fortaleza.
Esse é um dos vídeos que está em exposição no Salão de Abril, que estará aberto ao público até o próximo dia 31 na Galeria Antônio Bandeira, localizada no Centro de Referência do Professor (CRP), onde funcionava o antigo Mercado Central da cidade. A obra é da artista paulista Ana Tomimori no bar do Raimundo dos Queijos no Centro.
O evento chegou a sua 62º ano edição, com uma diversidade deapresentações artísticas e enfatizando o tema "Subjetividades das Formas do Eu". São apresentados várias manifestações artistísticas, como a pintura, escultura, fotografia e vídeo. A apresentação do vídeo acima descrito é do artista  e presta homenagem ao artista plástico cearense Zé Tarcísio, que terá um espaço reservado para a exposição de suas obras.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Obra de arte do impressionismo foi adquirida por Assis Chateaubriand


O quadro "As Meninas Cahen d'Anvers" (conhecido como "Rosa e Azul"), pintado por Renoir em 1881, com 119x74 cm,  em exposição permanente no Museu de Arte de São Paulo (Masp) foi encomendado pelo banqueiro Louis Raphael Cahen d'Anvers, pai das meninas que aparecem no quadro - Alice e Elisabeth Cahen d'Anvers.
A família do banqueiro não gostou do resultado e o quadro ficou esquecido, escondido em um lugar qualquer obscuro da casa e só muitos anos depois foi redescoberto.
 Além de ser uma obra-prima, Rosa e Azul sintetiza algumas das preferências de Renoir. O nome remete às tonalidades que estarão presentes em muitas das telas, sendo suas cores favoritas.


Além disso, o quadro apresenta uma mistura de técnicas que marca muito o trabalho de Renoir. Temos aqui três momentos bem distintos, criados com três técnicas diferentes. O primeiro deles é o rosto polido das meninas, praticamente sem sombras, muito bem trabalhado e de forma bem arredondada.

Em seguida, percebe-se a tinta gorda esticada com um pincel chato que dá todo o volume e textura do cinturões dos vestidos.
O terceiro momento é a sensação causada pela textura do vestido, pelo qual ele deixa transparecer a estrutura do corpo das meninas.

Neste caso, ele aplica a técnica do pontilhismo - muito usada por seu amigo Alfred Sisley (1839-1899) - os tons são divididos em semitons e lançados na tela em pequeninos pontos visíveis de perto, mas que se fundem na visão do espectador ao serem vistos a distância.

Este quadro demonstra ainda toda a energia de vida que Renoir sempre quis retratar em suas obras.  

Por Percival Tirapeli - Professor de Estética da Unesp

sábado, 14 de maio de 2011

Hino da luta contra o pessimismo em As Valquírias

A Cavalgada das Valquíria (Die Walküre) é ópera em três atos, de Richard Wagner, de1824. Durante uma grande tempestade, Siegmund procura abrigo na residência do guerreiro Hunding. O local é uma habitação rude, e há uma grande árvore no centro da sala. O dono da casa não se encontra no local, mas, exaurido e caindo próximo a uma lareira, Siegmund é recepcionado por Sieglinde, esposa infeliz de Hunding. A história envolve mitologia nórdica, onde divindades severas procuram intervir na humanidade, vivenciando o drama dos mortais.
Esse trecho da ópera, que trata da ida das mulheres em seus corceis ao monte onde está enfeitiçada a futura mãe de Siegfield, exemplo maior da valentia germânica, tornou-se popular com o filme Apocalypse Now. Depois, Wagner daria sequência a trilogia, com Siegfield e o Crepúsculo dos Deuses. Não há como negar o caráter marcial da composição, nem como o envolvimento emocional com a atmosfera de confronto, mas de questionar o pessimismo dos deuses.

Maïakovski destaca que o mar da história é agitado

Maïakovski by alexisorloff
Maïakovski, a photo by alexisorloff on Flickr.
E então, que quereis?...

Maiakóvski


Fiz ranger as folhas de jornal
abrindo-lhes as pálpebras piscantes.
E logo
de cada fronteira distante
subiu um cheiro de pólvora
perseguindo-me até em casa.
Nestes últimos vinte anos
nada de novo há
no rugir das tempestades.



Não estamos alegres,
é certo,
mas também por que razão
haveríamos de ficar tristes?
O mar da história
é agitado.
As ameaças
e as guerras
havemos de atravessá-las,
rompê-las ao meio,
cortando-as
como uma quilha corta
as ondas.

Habitat das Artes movimenta Parque Rio Branco neste domingo



Cláudio Lima
Amanhã,  (15), a Prefeitura, através da Secultfor, promove o primeiro Habitat das Artes, a partir das 16h, no Parque Rio Branco. O evento, uma ação conjunta entre os Institutos Nordeste Cidadania (INEC) e Semente das Artes, é uma proposta de requalificação e ocupação do parque, que vem se tornando espaço de convivência diária entre a comunidade, para prática de exercícios físicos e interação social.

A programação busca agregar a população do bairro Joaquim Távora e das comunidades próximas. O evento contará com a apresentação de grupos de afoxé e de percussão, oficina de arte-identidade e contação de histórias. Toda a programação é gratuita. 

:: SERVIÇO
Habitat das Artes
Data: domingo, 15 de maio
Horário: 16h às 19h 
Local: Parque do Rio Branco (Av. Pontes Vieira, entre a Av. Visconde do Rio Branco e a R. Capitão Gustavo)
Apresentações de Grupos de Afoxés, Percussão, Oficina de Arte-Identidade e Contação de Histórias.
Informações: (85) 3105.1386 / (85) 3209.9235
 

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Horrores do holocausto foram vividos dia a dia por Anne Frank

Citação 1: "Ainda", escreve ela, "o que isso importa, eu quero escrever, mas mais do que isso, eu quero trazer para fora todos os tipos de coisas que estão enterradas no fundo do meu coração?". Sábado, 20 de junho de 1942, pg. 2 2

Citação 2: "A primeira coisa que eu pus neste diário, em seguida, rolinhos de cabelo, lenços, livros escolares, um pente, velhas cartas, eu coloquei as coisas mais loucas com a idéia de que nós estávamos indo se esconder Mas eu não estou arrependida; Lembranças significammais para mim do que vestidos. ". Quarta-feira 8 de julho de 1942, pg. 12 12

"Eu quero continuar vivendo, mesmo depois de minha morte e, portanto, eu sou grata a eus por me dar este presente, esta possibilidade de desenvolvimento de mim mesmo e de escrever, de expressar tudo o que está em mim eu posso sacudir tudo!. se eu escrever, minhas tristezas desaparecem, minha coragem é renascer ".
O diário era o único amigo e confidente. Anne Franck era uma garota judia, que começou a escrever seu diário aos 13 anos. Ela se dedicava a esse ofício, dedicadamente, numa tentativa de não se calar diante do sofrimento vivido entre os compartimentos escondidos de uma casa, onde a família e outros fugitivos do regime hitlerista. Aos 16 anos, morreu num campo de concentração nazista.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Revista O Cruzeiro deu lições de bom jornalismo

Nada mais fugaz nem tão leve que o interesse do leitor de notícias. Um rápido passar de olhos sobre o título e, às vezes, a graça de uma leitura apressada do texto compensam, muitas, muitas vezes, dias, semanas, meses de esforços, riscos, ansiedade, toda a vigília de um repórter. Este é o seu prêmio. O comentário. Uma frase de elogio. O telefonema de um amigo. Na manhã seguinte, ele troca Peron por um mestre de gafieira e vai gastando a sua lama, as suas emoções, a sua sensibilidade, o seu fígado, a sua alegria, vai-se desidratando, vai secando o seu estilo, vai depenando a imaginação, vai cortando as asas de veludo de sua fantasia, para ser apenas um relator de fatos, um contador de histórias que acontecem. O repórter é um anatomista. A notícia é o cadáver…” A citação é Mário Moraes, pela professora de jornalismo e Marialva Barbosa, com pós-doutorado em Comunicação pelo CNRS/LAIOS, Paris, 1999 e é doutora em História Social pela Universidade Federal Fluminense. A lembrança desse trecho é para ressaltar a importância do jornalismo e, mais especificamente, sobre a revista O Cruzeiro, objeto de sua pesquisa. Lançada pelo Grupo Diários Associados no final da década de 1920 teve uma influência decisiva na transição do jornalismo sensacionalista, para o formato atual, adotado não apenas no Brasil, mas em quase todo o mundo.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Esperança reacende para a Escola de Música do Ancuri

CASTELO BÁVARO

Itaitinga assume Escola de Música na área do Ancuri

Publicado em 9 de maio de 2011
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Estilo bávaro: construído em 1989, castelo abriga a Escola de Música do Ancuri, mas precisa de reformas
FOTOS: NATINHO RODRIGUES
As negociações ainda estão em andamento, mas custos de reforma serão apresentados ainda este mês
No meio de uma vegetação intensa que envolve os territórios de Fortaleza e de outros municípios vizinhos, está erguido um castelo, onde, desde 1989, funciona a Escola de Música do Ancuri (EMA), uma melancólica edificação semi abandonada.

No entanto, a precarização do prédio instigou a Prefeitura de Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza, no sentido de não apenas assumir a escola, como buscar meios para a reforma da edificação.

A informação foi dada, ontem, pelo prefeito de Itaitinga, Abdias Patrício. Ele adiantou que as negociações com o frei Wilson Fernandes, criador da Escola de Música, começaram na semana passada e há um entendimento para que o frade seja indenizado pelo prédio.

Com a suspensão do convênio com a Prefeitura de Fortaleza, afirma Abdias, houve um crescente processo de degradação do prédio, sem falar na suspensão das atividades, que ensinavam o manejo dos instrumentos musicais e até de regência.

Segundo o prefeito, somente na sua gestão foi descoberto que o terreno onde foi construída a unidade de ensino pertence ao seu município e não a Fortaleza, onde, durante anos, a Prefeitura mantinha um convênio.

"Nós vamos pagar pelo prédio, já que o terreno pertence à Prefeitura", afirmou Abdias. Ele admite que houve uma confusão inicial sobre se a escola estava em território de Fortaleza ou de Itaitinga, mas os levamentos feitos recentemente não deixaram mais dúvida quanto ao fato de que a EMA não apenas está localizada em Itaitinga, como o terreno é registrado em nome do Município. "Aqui é como uma Faixa de Gaza (região do Oriente Médio). Estamos nos limites de Fortaleza e Itaitinga", compara o frade.

Para o frei Wilson, esse entendimento é que há de novo, no sentido de resgatar a escola. Ele destaca que a negociação já se iniciou, mas não precisou quanto será cobrado pela indenização. "Para mim, o mais importante é que a Escola seja resgatada. Quanto ao prédio, essa é uma questão menor e, certamente, trará grandes benefícios aos jovens", disse o religioso.

Para a primeira dama do Município, Ianê Oliveira, a manutenção do prédio importa muito para Itaitinga, bem como para todo o Estado. Daí que serão realizados projetos, que deverão arrecadar fundos para a recuperação também do prédio. Ianê acredita que a partir de junho, a Escola de Música já esteja funcionando com o apoio de Itaitinga, embora em outro local, enquanto a casa passa por serviços de reforma.

Nesse sentido, o mês de maio será dedicado pela administração local para um levantamento dos custos do prédio, da forma como se encontra, e quanto seria necessário para os serviços de recuperação e manutenção.

Atualmente, o castelo, construído em estilo bávaro, tanto se destaca na paisagem rural do Ancuri, quanto chama a atenção para o estado de degradação na parte interna.

Bonito por fora e oco por dentro, o castelo já cedeu parte de seus compartimentos para o funcionamento de um depósito de construção. As paredes perderam o reboco e deixam visível a alvenaria. O portão principal está sempre aberto, o que favorece, ainda, a entrada de pessoas no terreno, onde também há um pequeno pomar com frutas regionais. Aliás, a ideia da Prefeitura de Itaitinga é construir uma praça em frente à Escola de Música.

Segundo Frei Wilson, a Escola ainda mantém aulas de flauta, às segundas, quartas e sextas-feiras, pela manhã, reunindo cerca de 60 alunos. As aulas acontecem em compartimentos inadequados, causando desconforto para o grupo que ainda se reúne na casa. "Graças a Deus, hoje são os ex-alunos que estão querendo também assumir a escola, no sentido de repassar seus conhecimentos para novos estudantes", disse Frei Wilson.

Ele lembra que o fechamento da EMA também já suscitou que pessoas residentes em outros países manifestassem o desejo de ajudar. Contudo, ressalta que até o momento não houve nenhum encaminhamento prático nesse sentido. "Recebemos propostas de pessoas residentes na Europa, querendo nos ajudar. Porém, não há uma explicação de como viria essa ajuda", disse o frade.

A Escola já foi referência na formação de crianças e jovens instrumentistas. A instituição já abrigou simultaneamente 260 alunos. Mas, desde o primeiro semestre de 2005, as atividades, incluindo a orquestra sinfônica, ficaram paralisadas por falta de verba. Hoje, as portas do casarão de três andares estão fechadas.

Na parte interna, há um mural retratando a Jerusalém bíblica. Esse é um dos poucos ornamentos que ainda se preservou, apesar do abandono. Já as salas de aula deram lugar a outras alternativas de subsistência, inclusive o depósito de material de construção.


ENSINO
60
alunos assistem a aulas de flauta no local. As lições se dão em espaços inadequados, gerando desconforto entre os estudantes de música


ENQUETE
O valor da Escola
"Fico feliz com a retomada da escola, porque somente trouxe benefícios aos jovens e ao Ancuri ao longo de sua existência"
Edilene Ferreira lima,31 ANOS
Dona de casa


"Estudei flauta por um ano e senti muita falta quando a Escola deixou de funcionar. Mas nunca perdemos a esperança"
Natália lima, 14 ANOS
Estudante
(Diário do Nordeste)
MARCUS PEIXOTO
REPÓRTER

sábado, 7 de maio de 2011

Cuca da Barra do Ceará promove atividades artísticas de 3ª a domingo

vista da Barra by marcus peixoto
vista da Barra, a photo by marcus peixoto on Flickr.


O Centro Urbano de Cultura, Arte, Ciência e Esporte (Cuca) Che Guevara promove a cada mês uma programação diversificada aos jovens da cidade, especialmente aos moradores de bairros e comunidades da Secretaria Executiva Regional (SER) I. Opções de teatro, dança, exposição de arte, cinema, música e literatura são oferecidas de terça a domingo, das 8 às 22 horas, gratuitamente, a pessoas que gostam de aproveitar os momentos de lazer e valorizar a cultura local e nacional.
Além da programação cultural, o Cuca oferta cursos intensivos (de curta duração) e extensivos (de longa duração) em diversas áreas de formação. Os cursos são gratuitos e voltados para jovens de 15 a 29 anos. Equipamento público municipal, o Cuca está localizado às margens do Rio Ceará, em uma das vistas mais bonitas da capital cearense. Aqui, você pode aproveitar o final de tarde para namorar, se encontrar com os amigos, jogar uma bolinha na quadra ou andar na pista de skate. Tudo isso feito de forma livre e gratuita.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Continua impasse do novo papel das Forças Armadas

CONTRA A DENGUE

Prefeitura e Exército vedam caixas-d´água

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Os trabalhos de vedação de caixas-d´água iniciados ontem no Conjunto Ceará, se estenderão até o dia 12 de setembro, cobrindo todas as etapas daquela localidade
FOTO: THIAGO GASPAR
Parceria com a Secretaria Municipal de Saúde reúne 72 soldados em trabalho de prevenção à dengue
"Estamos travando uma guerra contra um inimigo minúsculo e aparentemente fácil de ser vencido, mas na verdade, o mosquito transmissor da dengue é perigoso e difícil de ser controlado. A epidemia da dengue não é algo que se decreta, mas sim que se constata".

A afirmação é do titular da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Alex Mont´Alverne, ao falar, ontem, para cerca de 72 soldados, cabos e um sargento do Exército Brasileiro. O contingente vai auxiliar as equipes da SMS na vedação e telamento de caixas-d´água nas áreas das Secretarias Executivas Regionais III e V (SER III e SER V).

Durante a preleção, que aconteceu na Unidade Profissionalizante de Atendimento ao Menor (Upam), no Conjunto Ceará, o secretário municipal de Saúde, lembrou que os números estão sendo reveladores da necessidade de ampla mobilização da sociedade, inclusive recorrendo aos empresários e, particularmente, às forças armadas brasileiras. Até ontem, haviam sido registradas 36 mortes por dengue no Ceará, sendo que 13 aconteceram na Capital, afora mais nove casos que estão em investigação.

A escolha do Conjunto Ceará para dar início da operação de vedamento de caixas-d´água foi explicada por Alex Mont´Alverne por ter sido o bairro que apresentou menor cobertura na Capital. Ou seja, apenas 14% dos seus imóveis estão devidamente protegidos.

"A ação é fundamental para reduzir a incidência da doença, pois os recipientes, quando desprotegidos, são propícios à reprodução de larvas do Aedes aegypti", comentou.

A primeira casa visitada pelos soldados foi a situada na Rua 608, nº 72, na segunda etapa. A proprietária, Maria Virgínia Moreira, disse que vinha pensando em tomar essa providência, mas sempre adiava, em vista de outros afazeres da família.

Meta
O supervisor de Endemias da SMS, Edilberto Nunes, disse que a meta é atingir 13 mil caixas-d´água, que é o número pertinente às telas que foram doadas pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec). Segundo Edilberto, é difícil precisar quantas unidades serão vedadas por dia, tanto por conta do tamanho das unidades a serem cobertas, quanto pela dificuldades de se trabalhar durante o período chuvoso.

Uma outra preocupação é que essa atividade seja extensiva às demais caixas-d´água que se encontram desprotegidas em outros bairros da cidade. Para tanto, as autoridades de saúde do Município acreditam que o gesto do Exército e da Fiec deverá motivar outras entidades e instituições a aderirem à campanha de combate a dengue, especificamente nessa atividade.

Divididos em 36 duplas, os homens do Exército visitarão prédios dos bairros Autran Nunes, Bom Sucesso e Quintino Cunha, na Regional III, até o dia 6 de setembro.

O trabalho na SER V se estenderá até 12 de setembro, cobrindo o Conjunto Ceará. A escolha dos bairros levou em consideração os índices de infestação predial, o número de caixas-d´água e as condições socioeconômicas e ambientais.

ALDEOTADois prédios abandonados preocupam vizinhança
Dois prédios abandonados no coração da Aldeota estão causando temor na vizinhança, por conta dos focos de dengue. Apesar de as obras terem sido interrompidas a algum tempo, os moradores do entorno afirmam que ainda não houve uma inspeção da SMS para o controle focal. Um dos prédios fica localizado entre as ruas Beni de Carvalho e Coronel Jucá, com quatro pavimentos. O outro fica na confluência das ruas Monsenhor Catão e Henriqueta Galeno.

De acordo com Heloísa Caracas, moradora do Condomínio Angelina Góes, pelo menos quatro moradores contraíram a doença no prédio, que fica localizado na Rua Henriqueta Galeno. Em um desses prédios, na Rua Henriqueta Galeno, do alto dá para ver que há moradores residindo no local. Além de um fogão, também foram avistados animais domésticos, inclusive galinhas.

A diarista Fátima da Silva Freitas disse que o lugar causa aflição para os moradores, porque os prédios inacabados são locais onde residem sem tetos e até mesmo servem de esconderijos para ladrões. O gerente de Vigilância Ambiental, da SMS, Urânio Nogueira, disse que mandará equipes no local para que seja feito o controle focal. Ele informou que caso haja algum impedimento para o acesso da equipe, é provável que se requeira uma ação judicial.

MARCUS PEIXOTO
REPÓRTER
Diário do Nordeste
Assim tem sido a realidade das Forças Armadas Brasileiras. Enquanto o Exército mantém o gosto pela alvenaria, construindo estradas, barragens ou em operações civis, a Marinha utiliza hoje suas embarcações militares para excursões escolares. Exemplo disso acontece nas suas fragatas e no milionário porta-aviões de origem francesa, o São Paulo,que até hoje não fez outra coisa senão boiar. Já o caso da Força Aérea é a nossa eterna novela das 8. Com o dilema na escolha dos caças,  passou a ser paraquerada por franceses (hoje sem muitas chances), os suecos (com muito poucas) e os norte-americanos, os mais cogitados. A indenição do povo papel das Forças Armadas, que devem se inserir no papel constituicional de defesa da soberania nacional, torna esse instrumento precário e inseguro.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Curso estimula o olhar crítico e estético para obras coreográficas

 O artista, pesquisador e crítico de dança Joubert Arrais ministrará o curso "Coreografias nordestinas - obras e contextos", no Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza (rua Floriano Peixoto, 941 - Centro - fone: (85) 3464.3108), no período de 10 a 13 deste mês (de terça a sexta-feira da próxima semana), de 14 horas às 17 horas. Gratuitas, as inscrições estão abertas até o dia 10, na recepção do CCBNB-Fortaleza (de terça-feira a sábado, de 10h às 20h; e no domingo, de 10h às 18h). Ao todo, são 80 vagas disponíveis.

O objetivo do curso é estimular o olhar crítico e estético para obras coreográficas produzidas no contexto do Nordeste brasileiro. No decorrer do curso, Joubert Arrais compartilhará com o grupo de alunos a sua pesquisa intitulada "Coreografias nordestinas - algumas escritas estéticas e críticas sobre a contemporaneidade de uma produção artística de dança no Nordeste", desenvolvida em 2008 e 2009, com o apoio da Fundação Nacional das Artes - Funarte/MinC.



Metodologia

Segundo Joubert Arrais, o curso será ministrado em dois momentos diários: "apreciação de obras" e "estudo crítico". No primeiro momento, serão utilizados recursos como projeção de vídeos para a apreciação das obras. No segundo, terá início o estudo crítico com uma breve conversa sobre a obra em questão, para perceber as primeiras impressões, enfatizando aquilo que foi visto e o que comunicou (o produto artístico).

Na sequência, haverá uma conversa sobre como a obra foi desenvolvida e o que outras possibilidades emergem da obra (o processo de criação), com informações mais detalhadas. Ao final de cada um dos quatro dias do curso, todos os participantes, na medida do possível, serão convidados a fazer leitura pública do texto ou comentário escrito, inclusive o ministrante, com textos seus e de outros críticos/jornalistas sobre as obras em apreciação, que foram publicados na imprensa e na internet.



Conteúdo do curso

Cada dança contemporânea tem uma singularidade pelo que discute como questão e pelo modo como se relaciona com o tempo presente. Uma obra artística é, pois, um fato. Uma vez produzida, apresentada, tornada pública, é algo irrevogável, cuja factualidade demarca um tempo. É, portanto, um acontecimento. Nesse movimento, a dança como coreografia está conectada a uma história não apenas de nomes próprios, nem de mera sequência de passos, tampouco trajetória linear e fixa. Trata-se de uma história dinâmica de confrontos e continuidades, segundo uma visão sistêmica do que se faz, do que se pensa, o que se pode e do que se deseja com dança.

São essas as questões que atravessam o curso de apreciação de arte "Coreografias nordestinas - obras e contextos". O curso está alicerçado numa investigação sobre dança contemporânea na região do Nordeste brasileiro, realizada com apoio da Funarte/MinC, e atualmente em caráter independente, inscrevendo-se como produção crítica em dança. Para tanto, estrutura-se em torno da mesma questão: qual a contemporaneidade de uma dança contemporânea num contexto tido comumente como regional?

Durante o curso, serão analisadas quatro obras coreográficas: "Os tempos", da Cia. de Arte Andanças (Fortaleza - CE, 2008); "Corpo-massa: pele e ossos", da Cia. Etc. (Recife - PE, 2007); "O poste, a mulher e o bambu", do Grupo Dimenti (Salvador - BA, 2006); e "Bull dancing - urro de omi boi", do Núcleo Dirceu (Teresina - PI, 2006).

As quatro obras são configurações de dança onde há cumplicidade dos processos de criação com as possibilidades de existência artística, através de políticas de apoio e outros modos de organização cênica e artística. São sintomáticos.

"Os tempos" fala dos afetos que emergem das possibilidades de encontro e do estar juntos. "Corpo-massa: pele e ossos" questiona o estatuto estético do corpo humano na busca por outros modos de se organizar politicamente. "O poste, a mulher e o bambu" faz do riso irônico a estratégia cênica para desestabilizar identidades midiáticas. "Bull dancing - urro de omi boi" discute a violência e o estrangeiro a partir da Dança do Boi.



Breve currículo

Joubert Arrais é artista pesquisador e crítico de dança. Mestre em Dança (PPGDanca/UFBA) e bacharel em Comunicação Social/Jornalismo (UFC), com formação artística pelo Centro Em Movimento - c.e.m. (Lisboa/Portugal). Escreve na imprensa cearense desde 2003 (O POVO e Diário do Nordeste). Foi bolsista de Produção Crítica em Dança 2008/2009 (FUNARTE/MinC). Em 2008, participou do II Workshop para Jovens Críticos (Transdisciplinary European Arts Magazines - TEAM Network & Alkantara Festival/Portugal). Atualmente coordena o comitê temático Produção de Discurso Crítico sobre Dança, da Associação Nacional de Pesquisadores em Dança - ANDA (Gestão 2011/2012).



ENTREVISTAS E INFORMAÇÕES ADICIONAIS:

* Joubert Arrais (professor do curso) - (85) 9925.0120 / 3491.4326 - joubertarrais@gmail.com; joubertarrais@hotmail.com ; www.enquantodancas.blogspot.com

terça-feira, 3 de maio de 2011

E Juca ouvia a voz das Coisas



Menotti del Picchia


A Voz das Coisas

E Juca ouviu a voz das coisas. Era um brado:
"Queres tu nos deixar, filho desnaturado?"

E um cedro o escarneceu: "Tu não sabes, perverso,
que foi de um galho meu que fizeram teu berço?"

E a torrente que ia rolar para o abismo:
"Juca, fui eu quem deu a água do teu batismo".

Uma estrela, a fulgir, disse da etérea altura:
"Fui eu que iluminei a tua choça escura
no dia em que nasceste. Eras franzino e doente.
E teu pai te abraçou chorando de contente...
— Será doutor! — a mãe disse, e teu pai, sensato:
— Nosso filho será um caboclo do mato,
forte como a peroba e livre como o vento! —
Desde então foste nosso e, desde esse momento, nós
te amamos, seguindo o teu incerto trilho,
com carinhos de mãe que defende seu filho!"

Juca olhou a floresta: os ramos, nos espaços,
pareciam querer apertá-lo entre os braços:

"Filho da mata, vem! Não fomos nós, ó Juca,
o arco do teu bodoque, as grades da arapuca,
o varejão do barco e essa lenha sequinha
que de noite estalou no fogo da cozinha?
Depois, homem já feito, a tua mão ansiada
não fez, de um galho tosco, um cabo para a enxada?"

"Não vás" — lhe disse o azul. "Os meus astros ideais
num forasteiro céu tu nunca os verás mais.
Hostis, ao teu olhar, estrelas ignoradas
hão de relampejar como pontas de espadas.
Suas irmãs daqui, em vão, ansiosas, logo,
irão te procurar com seus olhos de fogo...
Calcula, agora, a dor destas pobres estrelas
correndo atrás de quem anda fugindo delas..."

Juca olhou para a terra e a terra muda e fria
pela voz do silêncio ela também dizia:
"Juca Mulato, és meu! Não fujas que eu te sigo...
Onde estejam teus pés, eu estarei contigo.
Tudo é nada, ilusão! Por sobre toda a esfera
há uma cova que se abre, há meu ventre que espera...
Nesse ventre há uma noite escura e ilimitada,
e nela o mesmo sono e nele o mesmo nada.

Por isso o que vale ir fugitivo e a esmo
buscar a mesma dor que trazes em ti mesmo?
Tu queres esquecer? Não fujas ao tormento...
Só por meio da dor se alcança o esquecimento.
Não vás. Aqui serão teus dias mais serenos,
que, na terra natal, a própria dor dói menos...
E fica, que é melhor morrer (ai, bem sei eu!)
no pedaço de chão em que a gente nasceu!"


Publicado no livro Juca Mulato (1917). 

domingo, 1 de maio de 2011

Galos, peixes e dragões de Chico da Silva ganharam fama na Europa


Quando o médico e descobridor da vacina oral contra a poliomielite Albert Sabin  (a "gotinha"), então casado com a brasileira Heloísa Carneiro, esteve em Fortaleza, na década de 1970, o apresentador do programa Show do Mercantil, Augusto Borges, lhe retribuiu a participação no programa, presenteando-com um quadro de Chico da Silva (1923-1985). Era um gesto em que o ser humano tira as vestes da soberba e doa o que tem de melhor para oferecer.
Naquela época, o pintor acreano, filho de uma cearense e um índio peruano, já era uma celebridade e reconhecido como artista talentoso pelos especialistas do mundo todo. Em 1966, havia recebido a menção honrosa na XXXIII Bienal de Veneza. Alguns de seus quadros foram adquiridos pela rainha Elisabeth II e hoje destaca paredes de colecionadores ricos.
O que fazia a pintura de Chico da Silva tão especial? Conheci Chica da Silva, a filha dele, que também pintava os quadros com o estilo do pai e esse apenas dava a sua assinatura. Com um pouco mais instrução e a sorte de ter conhecido gente como o pintor Jean-Pierre Chabloz (o descobridor de Chico da Silva e seu mestre no óleo sobre tela), talvez tivesse uma carreira solo e com uma identidade própria. 
Aliás foi a grande demanda pelos seus quadros que fez com que a obra do pintor se tornasse individual e comunitária. A grande procura fazia com que filhos e vizinhos residentes no bairro do Pirambu, pintassem os galos, os dragões, peixes e todo um mundo colorido, que se chamava de primitivismo, mas na verdade, para os especialistas, não se encaixava em nenhuma escola. 
Vale ressaltar a alegria das cores, a ênfase nos detalhes das penas, dos olhos arregalados dos bichos e da fantasia que inspirava. Era  uma arte que se inseria com o declínio do figurativismo e a elevação da fotografia. Daí, que consciente ou não, o menino grafiteiro, ingênuo e enganado por mercadores de arte inescrupulosos e vencido pelo alcoolismo fez o que se esperava para um artista de vanguarda: apresentar elementos a mais para a figuração.  Uma oportunidade para conhecer parte do legado do artista está no segundo pavimento do Shopping Benfica, em explosição permanente.