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quinta-feira, 31 de março de 2011

Praia de Iracema contará com o Museu do Forró

Noite de Segunda by marcus peixoto
Noite de Segunda, a photo by marcus peixoto on Flickr.
Está previsto para ser inaugurado na Praia de Iracema, até 2012,  o Museu do Forró. Entre os projetos de revitalização daquele trecho da orla, esse tem um efeito especial, ao apresentar mais um centro cultural para um espaço que há décadas se encontra degradado, assim como promove o forró a um patamar mais elevado, que vai além da manifestação artística. Para quem gosta da boa música, se faz ressalva com a safra de canções e grupos de musicais do gênero que se disseminaram em quase todo o País, tornando um negócio rico. Poderia ser algo da moda, não foi. Na verdade, esse é o maior referencial de música e dança que o Ceará apresenta para o mundo todo. Que digam os frequentadores do Pirata, na chamada "segunda-feira mais louca do Planeta". Vamos aguardar, atentamente, o acervo que irá compor esse importante equipamento, como mais um atrativo para a Capital.

quarta-feira, 30 de março de 2011

A Origem do Totalitarismo é a reflexão suprema sobre a humanidade




Hannah Arendt, nascida como Johanna Arend, escreveu a Origem do Totalitarismo (1951) , em que discorre, sobre a história do povo judeu através dos séculos. Em tempos de faculdade, sua leitura era quase obrigatória, pela erudição e cultura pessoal, em que analisava o fenômeno do ponto de vista da defesa do individualismo e da moral. um tópico importante, foi escrito depois como uma contribuição para a revista New Yorker, com uma análise sobre Karl Adolf Eichmann, com o título Eichmann em Jerusalém
Eichmann foi considerado o grande responsável pela logística na retirada de judeus de guetos e levados para os campos de extermínio. Sobre ele, Hannah escreveu que não se tratava de um monstro, mas um funcionário aplicado e eficiente, sem refletir sobre seus atos. Não se tratava de banalizar os crimes, mas mostrar a indiferença do povo alemão e o processo de formação do sujeito político em ser isolado do diálogo com os outros. O general alemão foi preso na década de 1960 na Argentina, numa ação ousada do Mossad, o serviço secreto de Israel, e condenado à pena de morte..
A reflexão se insere nos seus estudos sobre o totalitalismo instigando o leitor a reconhecer os efeitos e as responsabilidades praticadas pelos agentes do nazismo, na chamada "Solução Final", questionando a existência dos tribunais, como o de Jerusalém, em que se destacasse a Condição Humana, e não apenas o problema vivido pelos judeus.

terça-feira, 29 de março de 2011

Escritora portuguesa escuta a voz das coisas

Passagem molhada by marcus peixoto
Passagem molhada, a photo by marcus peixoto on Flickr.
Poema de Sophia Andresen:

Quero
Nos teus quartos forrados de luar
 "Onde nenhum dos meus gestos faz barulho
Voltar.
E sentar-me um instante
Na beira da janela contra os astros
E olhando para dentro contemplar-te,
Tu dormindo antes de jamais teres acordado,
Tu como um rio adormecido e doce
Seguindo a voz do vento e a voz do mar
Subindo as escadas que sobem pelo ar.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Projeto Cine Freud exibe “A história de Ian Curtis”

O Cine Freud, projeto de extensão ligado ao Laboratório de Psicanálise da Universidade Federal do Ceará, exibe quarta-feira (30), às 14h, o filme "Controle - A história de Ian Curtis", do diretor Anton Corbijn. A obra retrata os últimos anos da vida de Ian Curtis, vocalista da banda inglesa “Joy Division”. A sessão será na Casa Amarela Eusélio Oliveira (Av. da Universidade, 2591 - Benfica). As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no site do Cine Freud (https://sites.google.com/site/cinefreud) ou no local da exibição (apenas no horário do evento).
Haverá sorteio de livros e será entregue declaração de participação. Depois do filme, abre-se debate com a participação da psicanalista Caciana Linhares. O Cine Freud é organizado pelos estudantes Raquel Adeodato, Henrique Riedel, Eduardo Taveira e Clarissa Esmeraldo, do curso de Psicologia da UFC, sob coordenação do Prof. Orlando Cruxên.
Fonte: Cine Freud - Laboratório de Psicanálise da UFC - (fone: 85 3366 7727)

domingo, 27 de março de 2011

Fragonard vai além do decorativo para firmar o gesto vigoroso



A jovem leitora, de Jean-Honoré Fragonord, 1776, discípulo de François Boucher, tem sido muito lembrado como uma apologia ao estilo decorativo.
Há expressões suaves no rosto da adolescente, na tonalidade da parede e no enquadramento geométrico, ao mesmo tempo que são de grande vigor. É também uma atitude que destaca o gosto pela leitura, de forma concentrada e receptiva.
 Desde a elegância ao sentar-se, as almofadas acolhedoras, a postura de ato prazeiroso e as cores pasteis douradas oferecem a sensação de apaziguamento e satisfação, interferindo na interpretação de que todo o gesto da pintura é belo
Fragonord é considerado ainda uma antecipação de Renoir. O gesto frívolo é uma marca do período rococó, em que o pintor tornou-se conhecido por levá-lo ao extremo, para obter um acabamento altamente refinado.

sábado, 26 de março de 2011

Liza Minnelli canta porque todo mundo ama um vencedor



Maybe this time, I'll be lucky
Maybe this time, he'll stay
Maybe this time,
For the first time,
Love won't hurry away.

He will hold me fast,
I'll be home at last.
Not a loser anymore
Like the last time and ...
the time before.

Everybody loves a winner
So nobody loved me.
Lady Peaceful
Lady Happy
That's what I long to be.

All the odds are
They're in my favor
Something's bound to begin
It's got to happen
Happen sometime
Maybe this time I'll win.

Cause everybody
They love a winner
So nobody loved me.
Lady peaceful
Lady happy
That's what I long to be.

All the odds are
They're in my favor
Something's bound to give in
It's got to happen
Happen sometime
Maybe this time...Maybe this time
I'll win!!!.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Un dì all'azzurro" faz um contraste da beleza da natureza e a miséria que o homem cria



Umberto Giordano, de Andrea Chénier, é Ópera em quatro atos, que teve sua estreia no Teatro Alla Scala, Milão, em 28 de março de 1886 Chénier é um personagem histórico cuja vida é aqui romanceada pelo libretista de Giordano, Luigi Illica. Ele nasceu em Constantinopla e foi educado em Paris, onde participou da Revolução, tornando-se afinal sua vítima.
"Un di, all´azzurro spazio" contrasta a beleza da natureza e a miséria que o homem cria a ser redor. Denunciando egoísmo dos que detém o poder - políticos, aristrocatas e padres - Chénier vê suas opiniões muito mal recebidas pelos convidados (embora a ária tenha se popularizado imediatamente após a estreia).

quinta-feira, 24 de março de 2011

O Andarilho, de Nietzche, manifesta o anarquista esnobe

Sertão Central by marcus peixoto
Sertão Central, a photo by marcus peixoto on Flickr.

O Andarilho, de Nietzsche:

"Quem alcançou em alguma medida a liberdade da razão, não pode se sentir mais que um andarilho sobre a terra – e não um viajante que se dirige a uma meta final: pois esta não existe. Mas ele observará e terá olhos abertos para tudo quanto realmente sucede no mundo; por isso não pode atrelar o coração com muita firmeza a nada em particular; nele deve existir algo de errante, que tenha alegria na mudança e na passagem. Sem dúvida esse homem conhecerá noites ruins, em que estará cansado e encontrará fechado o portão da cidade que lhe deveria oferecer repouso; além disso, talvez o deserto, como no Oriente, chegue até o portão, animais de rapina uivem ao longe e também perto, um vento forte se levante, bandidos lhe roubem os animais de carga. Sentirá então cair a noite terrível, como um segundo deserto sobre o deserto, e o seu coração se cansará de andar. Quando surgir então para ele o sol matinal, ardente como uma divindade da ira, quando para ele se abrir a cidade, verá talvez, nos rostos que nela vivem, ainda mais deserto, sujeira, ilusão, insegurança do que no outro lado do portão – e o dia será quase pior do que a noite. Isso bem pode acontecer ao andarilho; mas depois virão, como recompensa, as venturosas manhãs de outras paragens e outros dias, quando já no alvorecer verá, na neblina dos montes, os bandos de musas passarem dançando ao seu lado, quando mais tarde, no equilíbrio de sua alma matutina, em quieto passeio entre as árvores, das copas e das folhagens lhe cairão somente coisas boas e claras, presentes daqueles espíritos livres que estão em casa na montanha, na floresta, na solidão, e que, como ele, em sua maneira ora feliz ora meditativa, são andarilhos e filósofos. Nascidos dos mistérios da alvorada, eles ponderam como é possível que o dia, entre o décimo e o décimo segundo toque do sino, tenha um semblante assim puro, assim tão luminoso, tão sereno-transfigurado: - eles buscam a filosofia da manhã"

quarta-feira, 23 de março de 2011

Simone de Beauvoir mostrou extenso lastro cultural

Simone de Beauvoir, por Henri Cartier-Bresson


Tanto tenho apreço pela fotografia de Henri Cartier-Bresson, quanto pela fotografada, a escritora francesa Simone de Beauvoir, em Paris,  1946. Nesta época, ela já havia publicado seu primeiro romance A Convidada, em 1943, aos 36 anos. Os ideais feministas estavam muito definidos em sua obra e na vida pessoal, refletindo a juventude francesa, como seu companheiro Jean-Paul Sartre, que detinha vasta bagagem cultural e deram vazão às demandas modernas.
Sua literatura é de primeira qualidade e nos faz causar inveja toda a classe em que as relações humanas se desenvolvem em A convidada, considerada uma obra auto-biográfica. Não escrevia melhor que Sartre, mas reconhecia isso. Em Memórias de uma Moça Bem Comportada (1958), disse sobre o parceiro que: "foi a primeira vez em minha vida que me senti intelectualmente inferior a alguém".
Depois de seu primeiro romance, escreveu mais  oitenta. Tinha estilo enxuto, quase não gostava de descrever lambientes e lugares e se prendia à ação. Não foi por isso que não ganhou o Nobel, ao contrário de Sartre (e rejeitado). Também contribuiu o tamanho do poço da sabedoria. Se Sartre já não era muito original na defesa do Existencialismo (pois se inspirou em Heidegger, Nietzsche e Husserl), sua bases filosóficas batiam no raso.

terça-feira, 22 de março de 2011

Colóquios de Cultura Clássica prorrogam inscrições


 Foram prorrogadas, até 28 de março, as incrições para ouvintes dos Colóquios de Cultura Clássica. A promoção é do Grupo de Estudos da Cultura Clássica, criado este ano para discutir o tema. As incrições para comunicações continuam abertas até o dia 4 de abril.
 A taxa de inscrição é de R$ 10,00, com direito a certificado de 40 horas/aula, aproveitáveis como créditos complementares. Há seis vagas gratuitas destinadas a bolsistas de quaisquer cursos da UFC.
Os interessados devem enviar nome, curso, instituição, tefones de contato e a modalidade (ouvinte ou comunicação) para o e-mail: grecc_ufc@yahoo.com.br. Candidatos a palestantes devem ter, no mínimo, Curso de Especialização e enviar dados por e-mail com sugestão de palestra e data. Mais informações pelo telefone (85) 8862.8536 ou através do blog grecc-ufc.blogspot.com. O evento é aberto ao público. O Grupo de Estudos da Cultura Clássica é coordenado pela Profª Ana Maria Cesar Pompeu.
Fonte: Yara Ferreira, Monitora do Grupo de Estudos de Cultura Clássica /UFC - (fone: 85 8862 8536)

segunda-feira, 21 de março de 2011

Tennessee William compara seus sentimentos a punhado de poeira


Poema de Tennessee William:

Blue Song

Estou cansado
Estou cansado de discurso e de ação
Se você me reconhecer na rua não me questione
Posso lhe dizer apenas o meu nome
E o nome da cidade que nasci
Isso é suficiente

Não importa se o amanhã vai chegar
Se não houver só esta noite e depois a manhã
Não importa agora

Estou cansado
Estou cansado de discurso e de ação
No meu coração você encontrará um pequeno punhado de poeira
Pegue e solte no vento
Deixe que o vento encontrar o caminho de casa

sexta-feira, 18 de março de 2011

.Franco Corelli interpreta Faust de Charles Gounod




Ópera em cinco atos de Guonod. Faust teve sua estreia em 19 de março de 1859, no Théâtre Lyrique, Paris. Fausto perdeu a esperança de resolver o enigma do universo. Idoso, fracassado em sua busca de conhecimento e da razão, ele está para ingerir veneno, quando, nascendo o dia, ouve lá fora o alegre canto dos jovens trabalhadores a caminho do trabalho. A música se distancia, e ele faz novamente menção de levar o líquido à boca, mas ouve, então, um coro de trabalhado. Fausto amaldiçoa a idade e o tempo que passa, invocando a ajuda de Satanás.
Baseado em Fausto de Goethe, Guond teve que fazer várias alterãções, inclusive no balé, a fim de se acomodar com as exigências do Teatro. O fato é que grande parte do material autógrafo de Faust se encontra em poder de colecionadores particulares e da primeira versão só resta um esboço primitivo do libreto. Aqui, a ária Quel Trouble inconnu na interpretação de Franco Corelli.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Van Gogh levou para a tela aquilo que seria os nossos sonhos



"A tristeza durará para sempre". Essas foram as últmas palavra de Vicent Van Gogh (1853-1890), com uma vida pessoal e turbulenta. São vários os auto-retratos do pintor holandês, sendo que em 1859, após uma violenta crise psicótica foi internado no hospício de Saint-Remy-de Provence, onde pintou este quadro. Isso somente era possível porque seu irmão Theo, bancava os custos da internação e solicitou, sendo atendido, um apartamento onde também pudesse funcionar como ateliê para o artista. Para os críticos, o auto-retrato possui  expressão digna, séria e calma, com escolha de tons e expressões que demonstram um intelecto superior, não importando quanto sofrimento interior passava naquele momento. A composição foi baseada em cores frias, como o cinza e o azul, em redemoinhos ao fundo,  e a cabeça de Van Gogh salta do quadro como uma chama de fogo.
Há quem diga que não sabia desenhar muito bem. Mas quase todos seus quadros me passam lembranças de sonhos e não realidades. Ele pintou mais de 800 quadros e nunca vendeu nenhum. Quem vê seus girassóis, o quarto em Arlen, os campos de trigo, os comedores de batatas devem pressentir como há alternância de humor, mas não de criatividade. É impossível saber o que pintor realmente sentia no momento em que dava vida a sua imaginação. Acabou se suicidando.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Camerata Eleazar de Carvalho acolhe os visitantes do TJA

Formação continuada na busca do aprimoramento da prática e da estética na execução da música de concerto. Os jovens músicos integrantes da Orquestra de Câmara Eleazar de Carvalho (Orcec) contam com um espaço a mais em seu desenvolvimento profissional, a Camerata Eleazar de Carvalho. O grupo de instrumentistas de cordas (violino, viola, violoncelo e contrabaixo) é presença garantida nas comemorações alusivas ao aniversário do Theatro José de Alencar. E, sempre aos 17 de cada mês, acolhe os visitantes da mais tradicional casa de espetáculos do Ceará. Pela série Música de Câmara, a Camerata Eleazar de Carvalho realiza concerto nesta quinta-feira, 17 de março, às 18h, no hall de entrada do Theatro José de Alencar. A entrada é franca. A Orquestra de Câmara Eleazar de Carvalho (Orcec) é uma ação da Associação Artística de Concertos do Ceará (AACC), com o apoio do Governo do Estado do Ceará, por meio da Secretaria da Cultura (Secult).
Serviço
Música de Câmara - Camerata Eleazar de Carvalho
Dia 17 de Março de 2011, às 18h
Hall de entrada do Theatro José de Alencar
Aberto ao público

Mais informações
AACC: 85 3252.2278
Roberto César Lima: 86 8828.6405

terça-feira, 15 de março de 2011

Mimi dá um baile de sensualidade em Lua de Fel




Lua de Fel (Bitter Moon), de 1992 é considerado um filme menor na biografia de Roman Polanski. Na verdade, como artista que se preza teve seus altos e baixos, assim como também foi sua vida pessoal. Impressionante que o enredo não despertaria grande interesse, se comparado com temáticas expostas de forma primorosa em o Bebê de Rosemary e Chinatown. Afinal, Oscar (Peter Coyote) um escritor norte-americano radicado em Paris, e Mimi (Emmanuelle Seigner) uma jovem francesa dançarina, vão desenvolvendo uma relação de amor e ódio, que vez por outra é reprisado na manifestação dos temidos instintos humanos.
Aqui vale pela diferença que o diretor faz entre erotismo e pornografia, pois a sensualidade  é uma linguagem expressando o fosso entre o animal e o ser humano. É um dos meus favoritos, porque Polanski coloca no seu devido lugar a dramaturgia, a plasticidade e a dança

segunda-feira, 14 de março de 2011

Casa de Cultura Alemã homenageia Chopin em mostra



“Fryderyk Chopin Em Cena” é a mostra de recital e fílmica que a Casa de Cultura Alemã da Universidade Federal do Ceará realiza, nos dias 21, 23, 25, 28 e 30 de março, sempre a partir das 18h. O evento terá início no dia 21, às 18h, com recital e palestra “Cognição na Música de Chopin”, com o pianista Vitor Duarte. Em seguida, a soprano Liana Fonteles se apresenta às 18h30, antes da exibição do documentário “Chopin Música e Memória”, realizado em comemoração ao bicentenário do compositor polaco.
A programação completa pode ser acessada no Portal da UFC (http://www.ufc.br/). As inscrições são gratuitas e podem ser feitas na secretaria da CCA (Av. da Universidade, 2683 – Área 1 do Centro de Humanidades – Campus do Benfica), de 8h às 12h e de 14h às 17h. O público inscrito terá direito a certificado de participação. A mostra tem o apoio dos Amigos do Piano do Ceará e da Embaixada da República da Polônia. Mais informações podem ser obtidas através do telefone (85) 3366.7643.
Fonte: Profª Magdalena Szymanska, da Casa de Cultura Alemã – (fone: 85 3366 7643)

domingo, 13 de março de 2011

Canções de guerra incitam o espírito da infantaria e das forças especiais

 O terreiro lá de casa não se varre com vassoura, varre com ponta de fio e onda de metralhadora.


Se eu morrer e for pro céu, desço a terra no rapel, mas se no inferno eu for parar, eu subo a terra no lepar


Quando eu morrer vou de farda de instrução (bis) Até o cemintério pagando flexão. Quando eu chegar no céu azul (bis) vou falar com o são pedro na posição de canguru. Quando eu morrer quero ir todo engomado (bis) até na morte eu não quero ser torrado. Quando eu morrer eu vou de fal e de bereta (bis) chegar no inferno e dar um tiro no capeta. E o capeta vai gritar desespero (bis) meu Deus do céu tira daqui esse guerreiro.


Corridinha mixuruca, que não dá nem pra cansar, eu vou dar a volta ao mundo, vou até o Ceará. Fraco é a vovozinha, a turma aqui é pra valer, a gente corre a vida inteira, e não se cansa de correr.


Assim são as cantigas de guerra, usadas em marchas ou nas corridas para a preparação física. Claro que os Exércitos, assim como as demais armas, sonham com equipamentos modernos, que estejam acessíveis para a defesa de posições e para a dissuasão dos inimigos. No entanto, a valentia e o espírito guerreiro da Infantaria não se compram. Em todos os países, onde os militares se fazem muito presente nas decisões da Nação, existem as Forças Especiais, que no caso do Brasil é o Comandos, oriundos dos antigos grupos de para-quedistas com decisiva atuação - e desproporcional - na guerrilha do Araguaia. Também não menos importante na retaliação de militares mortos no rio Solimões, por membros das Farcs colombianas, no final da década de 1990.Hoje, a crítica é que não mais praticam as operações secretas (conhecidas no jargão militar, como black ops), exceto algumas missões de reconhecimento em regiões de fronteiras. A falta de operacionalidade é um fator de desvantagem não apenas com outras forças de países de primeiro mundo, mesmo comparando com o Bope, especializado em conflitos urbanos reais. 

quinta-feira, 10 de março de 2011

V Festival de Artes Cênicas do BNB começa dia 13

Apresentação da Rainha do Nada

O V Festival Banco do Nordeste das Artes Cênicas apresentará ao público, no período de 13 a 27 (Dia Mundial do Teatro) deste mês, um elenco diversificado de atividades orientadas para o teatro, o circo e a dança. Com entrada franca, o Festival acontecerá nos três Centros Culturais Banco do Nordeste (Fortaleza; Cariri, em Juazeiro do Norte, no sul do Ceará; e Sousa, no alto sertão paraibano).

Nesta quinta edição, serão realizadas quatro mostras (Palco, Infantil, Rua e Dança), totalizando 32 espetáculos de companhias de seis estados nordestinos (Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia e Sergipe), além de outros três brasileiros (Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná) e um espetáculo internacional, fruto de uma parceria ítalo-pernambucana.

A programação também contemplará ações formativas, como as oficinas de formação artística voltadas para o público adulto e oficinas de iniciação para o público infantil. Igualmente importantes são as atividades relacionadas à instrução patrimonial e à apreciação de outras áreas que empreendem diálogo com as artes cênicas, a exemplo do cinema.



Cortejos de abertura e encontro sobre profissionalização

Na abertura do Festival, acontecerão cortejos nas três cidades. Em Fortaleza, no dia 13 (domingo), às 10 horas, haverá o cortejo de bonecos gigantes e uma apresentação do grupo Batuqueiros, um coletivo percussivo focado nos ritmos da cultura popular nordestina e afro-brasileira.

Em Juazeiro do Norte, no dia 16 (quarta-feira), às 17 horas, os grupos de Reisado "Discípulos do Mestre Pedro" e "Guerreiro Santa Madalena" levam a tradição popular, em um cortejo que sai da Praça Padre Cícero em direção ao Largo do Memorial Padre Cícero.

Em Sousa, o cortejo de abertura contará com quatro grupos convidados e acontecerá no dia 17 (quinta-feira), a partir das 17 horas, saindo da Praça da Matriz em direção ao Centro Cultural Banco do Nordeste.

No CCBN-Fortaleza, no próximo dia 15 (terça-feira), no período de 10h às 18h, acontecerá o Encontro sobre Profissionalização de Grupos de Teatro. O evento será um momento de informação de troca de ideias sobre os caminhos, os tributos, as leis e as diferentes formas de apoio do poder público e privado para que os grupos adquiram sustentabilidade com o seu fazer artístico-profissional. Contará com a presença de representantes dos Ministérios da Cultura e do Trabalho, Cooperativa Paulista de Teatro, Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado do Ceará (SATED-CE) e de importantes grupos nordestinos de teatro, a exemplo do Bagaceira (CE) e do Clowns de Shakespeare (RN).



Mostra Palco

Entre os destaques da Mostra Palco, estão os seguintes espetáculos e respectivos grupos: "Roliúde", com o grupo carioca EmCartaz Empreendimentos Culturais; "O Capitão e a Sereia", com o Grupo de Teatro Clowns de Shakespeare, do Rio Grande do Norte; "Marotes e Mamulengos", com o grupo cearense Circo Tupiniquim; "Só Sei Que Foi Assim", com o coral cearense Seios da Face; "Engenharia Erótica - Fábrica de Travestis", com o Grupo Parque de Teatro, do Ceará; "Tropeço", com a Cia. Tato Criações Cênicas, do Paraná; "Sebastião", monólogo com o autor, encenador e ator baiano Fábio Vidal; "A Descoberta das Américas", com o Leões de Circo Pequenos Empreendimentos, do Rio de Janeiro; "Cordel do Amor Sem Fim", com O Poste Soluções Luminosas e Samuel Santos, de Pernambuco; e "O Auto da Índia", com o grupo sergipano Marionetas.



Mostras Rua, Infantil e Dança

Por sua vez, a Mostra Rua traz como atrações os seguintes espetáculos e grupos: "Cordel do Pega Pra Capá", com a companhia baiana Gente de Teatro e Funceb; "Circo Arlequin", com a Trupe Arlequin de Circo Teatro, da Paraíba; "Palhaço Colorau e Neorlândio", com o grupo cearense Tempero do Riso; "Por que a gente não é assim? Ou Por que a gente é assado?", com o grupo cearense Bagaceira; e "Silêncio Total - Vem Chegando o Palhaço", com o ator e diretor paraibano Luiz Carlos Vasconcelos.

Abrilhantam a Mostra Infantil sete espetáculos e grupos, a saber: "Mamulengo, Arte do Riso", com a companhia cearense Te-Tê-Rê-Te-Tê; "Il Transporto Umano", com o Circo em Bothiglia (Itália-Brasil); "Criaturas de Papel", com os cearenses do Bricoleiros; "Canções e Brinquedos Roceiros - Uma Ópera Caipira", com o grupo paulista Tempo de Brincar; "Zero", com a companhia paulista Mevitevendo; "Alegria, Alegria! O Circo Chegou", com o grupo cearense Garajal; e "A Rainha do Nada", com a companhia cearense de Teatro Epidemia de Bonecos.

A Mostra Dança apresenta quatro grupos e espetáculos: "Avesso do Passo", Cia. de Dança da Escola Municipal de Frevo do Recife; "Diferente Olhar Infinito", com o grupo cearense N Infinito; "Folgança", com a Escola de Dança do Paracuru (CE); e "Brincando", com a Cubos Companhia de Dança, de Sergipe.



Debates, curtas, entrevista e noites de autógrafos

A programação do Festival ainda contará com debates, palestras, exibição de curtas-metragens sobre Teatro e uma entrevista aberta ao público com o ator Luiz Carlos Vasconcelos, dentro do programa Nomes do Nordeste. Também acontecerão Noites de Autógrafos com lançamentos literários sobre Artes Cênicas patrocinados pelo Programa Banco do Nordeste de Cultura. Serão lançados os livros "O ator risível - procedimentos para as cenas cômicas", do professor-doutor Fernando Lira, e "Criador & Criatura", do ator, diretor, professor e pesquisador teatral Hemetério Segundo.

Franco Corelli canta Nessun dorma





Turandot é Ópera em três atos de Giacomo Puccini, com estreia no Teatro Alla Scala, Milão, em 25 de abril de 1926. Trata-se de uma adaptação de antigo conto de fadas sobre a princesa oriental que matava todo aquele que a amava. A beleza de Turandot é lendária, e dos países mais distantes acorrem a Pequim os pretendentes. Antes de se aproximarem dela, no entanto, devem eles submeter-se a um teste. Se conseguirem solucionar três enigmas, obterão a mão da princesa e, com ela, o trono da China. Se falharem, estarão condenados à morte.
Calaf sabe que a princesa Turandot faz uma vítima atrás da outra. Mesmo assim, se submete ao teste. Calaf vence decifra os enigmas e a princesa implora para que não seja entregue a um estrangeiro.   "Solucionei os três enigmas. mas se até o amanhecer descobrires um só segredo - o nome que tenho, e que não conheces - morrerei como teria morrido se não houvesse respondido às três perguntas. O homem não se altera  e na ária "Nessum dorma" manifesta a convicção de que só ele mesmo revelerá seu segredo, quando Turandot tornar-se sua à luz do sol.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Agripino Grieco desconstroi e vive para negar na crítica literária

Agripino Grieco, (1888-1973), carioca foi considerado o mais mordaz crítico literário brasileiro. Seu estilo irônico e rebuscado destruiu carreiras, embora complacente com os amigos e com autores que apenas iniciavam sua primeira obra. Fora isso, viveu para descontruir, ao contrário de construir (sua obra é sofisitacada e não é memorável), mais para negar do que para afirmar. Esse trecho provém de uma entrevista que apareceu na Revista d' O Jornal, de 10/12/1944 


A obra dos julgadores de livros vale pela forma em que está vazada, pela ironia, pela irreverência, pelo que possa representar de negação dos valores oficiais. Nem a Medicina é ciência, quanto mais a Crítica...  Depois, isso de dar lições ao público cansa e não produz efeito. Porque repare que há uma maçonaria dos leitores: trabalhos elogiadíssimos constituem formidáveis encalhes, ao passo que outros, de que os aristarcos não gostam, vendem-se aos milhares. De um modo geral, abomino os criticóides. Para mim, a rigor, só contam os músicos e os poetas. E se ainda hoje leio Sainte-Beuve é porque escrevia maravilhosamente bem. Portanto, voltamos ao princípio: o que vale é a forma. Ademais, veja que a crítica, parecendo gênero difícil, pela soma de conhecimentos que deve exigir, ao contrário é muito fácil e até adolescentes conseguem exercê-la com sucesso, pelo menos entre nós... Depois, que coisa precária a emissão de juízos num país como este, onde os autores mais populares não conseguem vender cinco mil exemplares e os editores são obrigados a verdadeiros passes de mágica para lançar a terceira edição de um romance. Numa terra em que os livros, porque não têm contextura resistente, envelhecem tão depressa, para que assumir ares professorais e pedantescos ao tecer-lhes o comentário? É o caso de perguntar o que é feito de Os Corumbas, do Sr. Amando Fontes, volume que suscitou há tempos rumoroso e extenso movimento de opinião. E não me refiro apenas aos romancistas, pois nos outros ramos da atividade intelectual, na historiografia, por exemplo, ser-se aqui Capistrano ou Calmon é a mesma coisa, e o segundo vai até obtendo mais sucesso que o primeiro, por muitos considerado apenas um sujeito maçante...

terça-feira, 8 de março de 2011

Para Picasso, Cézanne é "o pai de todos nós"

Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - Masp

Madame Cézanne em Vermelho. Trata-se de Hortense Fiquet, principal modelo e amante de Paul Cézanne, (1893 – 1906). Tornou-se sua mulher 14 anos após engravidar do pintor, No entanto, além de manter uma relação conjugal estável, Hortense foi sua principal modelo,  durante toda a sua vida de casado. Ao todo, são 18 quadros que ela é retratada, inclusive Madame Cézanne costurando. 

A esposa foi retratada por Cézanne em vários quadros da década de 1890: Madame Cézanne na Varanda (Nova York, Metropolitan Museum), três versões de Madame Cézanne na Cadeira Amarela, uma no Chicago Art Institute e duas em coleções particulares, ambas datadas entre 1890 e 1894. Em relação aos demais, Madame Cézanne parece estar nesse retrato, segundo Venturi  mais tranqüila, mais satisfeita, mais singela. As flores nas mãos conferem-lhe um ar mais simpático. 

A crítica Janice Anderson afirma que "Cézanne atinge um grau de simplificação que só viria a ser enconteado mais tarde, nos trabalos de artistas tais como Modigliani, no século XIX. Ele é considerado o pai da pintura moderna. palavra ‘todos’ incluía os pintores do fauvismo, do cubismo e do abstracionismo. Segundo Denis Coutagne, diretor do Museu Granet de Aix-en-Provence (sul da França). cada uma destas escolas, no início do século XX, sistematizou uma direção tomada por Cézanne.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Natalie Portman derruba Galliano da maison Dior

Desfile da grife Galliano

No domingo do Oscar dei palpites sobre os vencedores de Melhor Filme e Melhores Atriz e Ator. Acertei todos. Mas sem querer me vangloriar, tudo estava muito prevísivel. Assim, do mesmo modo, para quem acompanha o mundo da moda estava previsível a saída de John Galliano, demitido na semana passada da maison Dior. Suas declarações antissemitas não assustavam somente o mundo da alta costura, como pessoas sensíveis.
Esse foi o caso da atriz Natalie Portman, vencedora do Oscar 2011 de Melhor Atriz, por sua participação em O Cisne Negro. A garota prodígio, que aos 12 anos roubava a cena em O Profissional, tem origem israelense e é a nova diva da Dior, inclusive sendo o rosto de uma linha de perfume. Portman disse para os executivos que seria incompatível trabalhar com um apologista do nazismo.
Nessa história de "eu ou ele", sempre a preferência para a saída recai sobre quem ameaça. Não foi o caso de Portman, uma grande artista - porque seu filme era entretenimento, mas sua interpretação foi artística - , enfrentou outro artista, de talento indiscutível, mas vivendo o século XIX, quando se falava em sub raça

domingo, 6 de março de 2011

Cristiano Câmara: Povo quer o bordão

Lamartine Babo

MAMÃE EU QUERO
(Jararaca-Vicente Paiva - 1937)
Mamãe eu quero, mamãe eu quero
Mamãe eu quero mamar
Dá a chupeta, dá a chupeta
Dá a chupeta pro bebe não chorar

Dorme filhinho do meu coração
Pega a mamadeira
e vem entrar pro meu cordão

Eu tenho uma irmã que se chama Ana
De piscar o olho já ficou sem a pestana
Olho as pequenas mas daquele jeito
Tenho muita pena não ser criança de peito

Eu tenho uma irmã que é fenomenal
Ela é da bossa e o marido é um boçal

ABRE ALAS

(Chiquinha Gonzaga, 1899)

Ó abre alas que eu quero passar
Ó abre alas que eu quero passar
Eu sou da lira não posso negar
Eu sou da lira não posso negar

Ó abre alas que eu quero passar
Ó abre alas que eu quero passar
Rosa de ouro é que vai ganhar
Rosa de ouro é que vai ganhar

AALLAH-LÁ-Ô

(Haroldo Lobo-Nássara, 1940)

Allah-lá-ô, ô ô ô ô ô ô
Mas que calor, ô ô ô ô ô ô
Atravessamos o deserto do Saara
O sol estava quente
Queimou a nossa cara
Viemos do Egito
E muitas vezes
Nós tivemos que rezar

Allah! allah! allah, meu bom allah!
Mande água pra ioiô
Mande água pra iaiá
Allah! meu bom allah

ME DÁ UM DINHEIRO AÍ

(Ivan Ferreira-Homero Ferreira-Glauco Ferreira, 1959)

Ei, você aí! 
Me dá um dinheiro aí!
Me dá um dinheiro aí!

Não vai dar? 
Não vai dar não?
Você vai ver a grande confusão
Que eu vou fazer bebendo até cair

Me dá me dá me dá, ô!
Me dá um dinheiro aí!

CACHAÇA

Mirabeau Pinheiro-Lúcio de Castro-Heber Lobato, 1953

Você pensa que cachaça é água
Cachaça não é água não
Cachaça vem do alambique 
E água vem do ribeirão

Pode me faltar tudo na vida
Arroz feijão e pão
Pode me faltar manteiga
E tudo mais não faz falta não

Pode me faltar o amor 
Há, há, há, há!
Isto até acho graça
Só não quero que me falte
A danada da cachaça

CABELEIRA DO ZEZÉ

João Roberto Kelly-Roberto Faissal, 1963

Olha a cabeleira do zezé
Será que ele é
Será que ele é

Será que ele é bossa nova
Será que ele é maomé
Parece que é transviado
Mas isso eu não sei se ele é

Corta o cabelo dele!
Corta o cabelo dele!

AURORA

Mário Lago-Roberto Roberti, 1940

Se você fosse sincera 
Ô ô ô ô Aurora
Veja só que bom que era 
Ô ô ô ô Aurora

Um lindo apartamento
Com porteiro e elevador
E ar refrigerado
Para os dias de calor

Madame antes do nome
Você teria agora
Ô ô ô ô Aurora

A JARDINEIRA

Benedito Lacerda-Humberto Porto, 1938

Ó jardineira porque estás tão triste
Mas o que foi que te aconteceu
Foi a camélia que caiu do galho
Deu dois suspiros e depois morreu

Vem jardineira vem meu amor
Não fiques triste que este mundo é todo seu
Tu és muito mais bonita 
Que a camélia que morreu.

O TEU CABELO NÃO NEGA

Lamartine Babo-Irmãos Valença, 1931

O teu cabelo não nega mulata
Porque és mulata na cor
Mas como a cor não pega mulata
Mulata eu quero o teu amor

Tens um sabor bem do Brasil
Tens a alma cor de anil
Mulata mulatinha meu amor
Fui nomeado teu tenente interventor

Quem te inventou meu pancadão
Teve uma consagração
A lua te invejando faz careta
Porque mulata tu não és deste planeta

Quando meu bem vieste à terra
Portugal declarou guerra
A concorrência então foi colossal
Vasco da gama contra o batalhão naval

SACA-ROLHA

Zé da Zilda-Zilda do Zé-Waldir Machado, 1953)

As águas vão rolar 
Garrafa cheia eu não quero ver sobrar
Eu passo mão na saca, saca, saca rolha
E bebo até me afogar 
Deixa as águas rolar

Se a polícia por isso me prender
Mas na última hora me soltar 
Eu pego o saca, saca, saca rolha
Ninguém me agarra ninguém me agarra.


Marchinhas de Carnaval deixaram de existir há quase meio século. O último sucesso foi Bandeira Branca,  de Max Nunes. Para o historiador Cristiano Câmara, Carnaval é a marchinha, fazendo com que o povo repita as canções espontaneamente. Embora sem sofisticação na letra, a repetição, como herança da cultura indígena, impregnava no gosto popular meses antes dos festejos mominos. "O povo quer o bordão. Mamãe eu quero, mamãe eu quero", afirma Cristiano.
Ele culpa a televisão, por ter um polo concentrador no Rio de Janeiro, impondo o samba como marca do Carnaval. O colonialismo cultural, na sua opinião, mudou gostos e estilos. Isso sem falar que a música carnavalesca, adotada por músicos em trios elétricos, virou um grande negócio.