Calaram-se as cordas. Já não se ouvem mais os descontentes. A vitória de Vargas Llosa, vencedor este ano do Prêmio Nobel de Literatura, repete o reconhecimento para mais um nome da literatura das Américas. No passado ainda próximo, Jean-Paul Sartre, ao explicar porque recusava o mesmo prêmio. dizia que não se olhava para as Américas, assim como não se dava a mínima para a revolução venezuelana. Ele achava que naquele momento devia homenagear o chileno Pablo Neruda.
O Continente foi muito bem representando anteriormente por Gabriel García Márquez, escritor colombiano e que eu percebia ser muito mais sedutor, do que qualquer outro escritor lido em meados da década de 1980. Isso valia também para Llosa, que subverteu o tempo em Conversa na Catedral. foi também político atuante, enfrentando Fujimore e, num período anterior, a ação do Sendero Luminoso.
Entender porque a literatura se desenvolveu tanto na América do Sul, com suas justiças e injustiças, se dá porque tivemos uma considerável herança humanística dos colonizadores católicos e uma sensibilidade latina incomum. Talvez sim, talvez não.
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