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sábado, 3 de março de 2012

O Anel de Nibelungen reflete sobre a falta de caráter dos deuses



Há neste post assuntos tão diversos, quanto convergentes. Falo da Ópera de Wagner, a Filosofia de Nietzsche e aqui também aparecem um dos mais conceituados maestros brasileiros, o cearense de Iguatu, Eleazar de Carvalho (1912-1996) e ainda a cantora lírica paulista Neyde Thomas (1930-2011), numa apresentação do aniversário de 20 anos da TV Cultura.  O ponto em comum é a alegria que a arte nos proporciona pelos seus mais diversos instrumentos, que nos faz crer no antipessimismo, numa nova ordem humana.
Nietzsche
Vamos por partes. O anel dos Nibelungos (Der Ring des Nibelunger) é um festival cênico. A primeira representação do ciclo completo aconteceu em Bayreuth, agosto de 1876. A obra consiste de quatro dramas musicais: O ouro do Reno, a Válquíria, Siegfried e Crepúsculo dos Deuses. A história fala sobre a renúncia ao amor, a mais sagrada das emoções, em vista da cobiça de Wotan, o chefe dos Deuses, que leva ao roubo do ouro do Reno, guardado pelas donzelas, para forjar o anel que o tornará todo poderoso.
Wagner, assim como Nietzsche, não apenas se desinteressa pela divindidade, como passa a apontá-la como origem dos males. Para se livrar das maldições, Wotan se torna temporariamente mortal.O filósofo alemão, por sua vez,  faz uma comparação: "O que significa afinal que Deus tenha se tornado homem em Cristo? Significa a certeza de que vale a pena ser homem. Mas não somos seres humanos ainda estamos nos tornando isso".
Rüdiger Safranski assinala que "o mundo mítico de Wagner tem pois três planos. Embaixo, ser original de beleza e amor, corporificado pelas filhas do Reno e da terra-mãe Erda. Por cima, mundo dos Nibelungos, onde se trata do poder e posses. E sinistramente enredado nisso tudo, o terceiro mundo, o mundo dos deuses, que se afastaram de suas origens otônicas. No fim do "Ouro do Reno" as Filhas do Reno se lamentam: "Confiável e bom é só aqui no fundo/falso e covarde/quem lá em cima se alegra".
A obra é demorada e fez com que retardasse o reconhecimento do gênio de Wagner, menos para Nietzsche, que diz "a melodia interminável- a gente perde a margem, e entrega-se às ondas". Até então, o filósofo fincava sua Filosofia numa ligação muito profunda à mitologia, grega por excelência, e a sublimação desta por meio da música. Em "O Nascimento da tragédia no espírito da música", afirma: "Mesmo psicologicamente, todos os traços decisivos de minha própria natureza estão inscritos na de Wagner - o lado a lado das forças mais luminosas e das mais fatais, a vontade de potência como nunca um homem a posuiu, a audácia sem cerimônia no espiritual, a ilimitada força de aprender, sem que a vontade de ação fosse esmagada com isso".
Essa é a sensação que sinto em ouvir a música wagneriana, às vezes muita intensa, outras tranquilas e serenas como as águas de um lago. O Anel de Nibelugen não é a obra wagneriana que mais gosto. Não traz uma ária,  protofonia e/ou coro memoráveis, como em outras obras suas. Chama a atenção, no entanto, a quantidade enorme de energia gasta pelo compositor (o festival cênico é para ser apresentado em três dias) e o entusiasmo que causa em Nietzsche, como se, finalmente, tivesse resolvido o enigma existencial e, assim, se apaziguado.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Nana Mouskouri é a artista engajada nas causas da liberdade


"Quando você canta, eu canto com você, livre", afirma em francês em canto de Nana Mouskouri. Mais uma vez estou postando o famoso coro da ópera Nabuco, dividida em quatro atos, de autoria de Giuseppe Verdi, com libreto de Temistocle Solera, escrita em 1842. A ação da ópera conta a história do rei Nabucodonosor da Babilônia.
Neste novo post, há uma apresentação da cantora lírica Nana Mouskouri, numa exibição para a televisão em 1981. Nana, ou Nανά Μούσκουρη, (nascida Ioanna Mouskouri, Chania, 13 de outubro de 1934) é exemplo de artista com notório engajamento político em seu País e nas causas de defesa da liberdade.
A sua infância foi marcada pela invasão nazi da Grécia. Seu pai tornou-se integrante do movimento da resistência antinazi em Atenas. Nana começou a ter lições de canto aos 12 anos. Porém, devido à ocupação nazista, a sua família não possuía mais recursos para continuar a financiar as suas aulas. A sua professora, por achar que ela possuía um talento inigualável, ofereceu-se para continuar as aulas sem nenhum pagamento.

Je Chante Avec Toi Liberté
Quand tu chantes, je chante avec toi liberté
Quand tu pleures, je pleure aussi ta peine
Quand tu trembles, je prie pour toi liberté
Dans la joie ou les larmes je t'aime
Souviens-toi des jours de ta misère
Mon pays, tes bateaux étaient des galères
Quand tu chantes, je chante avec toi libertéEt quand tu es absente j'espère
Qui e-tu: religion ou bien réalité
Une idée de révolutionnaire
Moi je crois que tu es la seule véritéLa noblesse de notre humanité
Je comprends qu'on meure pour te défendre
Que l'on passe sa vie à t'attendre
Quand tu chantes, je chante avec toi liberté
Dans la joie ou les larmes je t'aimeLes chansosns de l'espoir ont ton nom et tavoix
Le chemin de l'histoire nous conduira vers toi
Liberté, liberté

domingo, 13 de novembro de 2011

Edipo trata das rivalidades desenvolvidas pelas crianças com seus pais e mães



Ópera oratório em dois atos de Igor Stravinsky, com base em Sófocles. Teve estreia no Théâtre Sarah Bernhardt, Paris, em 30 de maio de 1927, tendo como regente o próprio compositor. A ação é contínua, embora dividida em dois atos. Desenrola-se em seis quadros, com um mínimo de movimentação (os intérpretes são instruídos a darem a impressão de serem estátuas vivas), sendo explicada por um narrador em linguagem contemporânea. Nesse caso, o narrador descreve em japonês, falando a respeito de Édipo: Quando nasceu, uma cilada foi armada para ele e os senhores verão a armadilha fechar-se". No coro inicial, Kaedit nos pestis, os homens de Tebas lamentam a peste que vem dizimando os habiantes da cidade, implorando ajuda ao rei Édipo.

Na mitologia, Édipo é o assassino, por acaso, de seu pai Laio, e assim se torna rei de Tebas e marido de Jocasta, sua mãe. Imenso sofrimento ocorre a seu povo e acaba descobrindo o que profetizava o oráculo. O rei é expurgado e, ao descobrir a verdade, cega-lhe os olhos. Ele é renegado pelos filhos, à exceção de Antígona, que lhe apoia na velhice e na doença.
Édipo é uma das mais fascinantes histórias da mitologia grega, que não somente inspirou diferentes segmentos da arte como serviu para que a psicanálise explicasse as relações que vinculam a criança e seus pais. Freud denominou "Complexo de Édipo" o deenvolvimento das tendências sexuais no menino, tendo a mãe como objeto e a consequente rivalidade com o pai. Na menina, essa se desligaria da mãe, tornando-a responsável pela falta do pênis,que ela inveja. O desenvolvimento anormal gera as neuroses e psicoses. Essas situações são superáveis nas etapas de crescimento, com a ajuda dos substitutivos oferecidos pela cultura.
Na ópera, a obra é curta. Tem uma duração de uma hora e meia e a construção do personagem principal desperta tanto a arrogância e a perseguição contra seus inimigos, quando está no auge do poder, quanto de piedade, quando descobre tantas desgraças que se abateram sobre seu povo, sua família e, sobretudo, sobre si. Enfim, é também um retrato das relações sociais da atualidade.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O encanto da Ave Maria, cantada por Montsserat Caballé..



Otelo, ópera em quatro atos de Giuseppe Verdi, teve sua estreia em 5 de fevereiro de1887, no Alla Scala, Milão e teve um êxito digno de nota. Esse trabalho surgiu 16 anos depois de Aida, quando muitos pensavam que o velho compositor já havia se aposentado. No auge de sua capacidade criativa, ele surge quase no mesmo momento em que as plateias festejavam Requiém, de Mozart (1884), que na comparação de obras de grande envergadura, constatou-se quanto valia o gênio do autor italiano, que primava pelos corais.
Muita além da grandiosidade da obra, Otelo, o general mouro de Veneza, é uma das reflexões mais sérias sobre o ciúme, vivido ora por pessoas inseguras, ora por sentimentos mórbidos, que beiram à paranoia. No caso do militar, que chegava a Veneza vitorioso de guerras, acabava se convertendo num prisioneiro da cor de sua pele. Por seus dotes militares, é tolerado, mas não aceito pelos venezianos, que nutrem com relação a ele sentimentos racistas. Otelo está ciente desse preconceito e se sente inseguro. Para dissimular sua insegurança, comporta-se de modo grosseiro e impulsivo, a ponto de intimidar sua própria mulher, Desdêmona. Numa das cenas, do terceiro ato da ópera, ele a esbofeteia, em frente aos embaixadores.

A Ave Maria é cantada no IV ato, quando Desdêmona vive o inferno do ciúme de Otelo, movida por uma conspiração palaciana. É uma das mais belas composições, pela leveza e poesia. Vale à pena ressaltar que o libreto é uma condensação de mais de 3.500 versos da peça de Shakespeare, convertido em torno de 800.
Aqui, temos uma interpretação de Montserrat Caballé, considerada uma das maiores sopranos dos últimos tempos.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

A sensualidade inexcedível em Tristão e Isolda, de Wagner




Ópera em três atos de Richard Wagner, que teve estreia em Munique, em 10 de junho de 1865. Começa a bordo do navio em que Tristão conduz Isolda à Cornualha. Ele pensa que ela não o ama. Ela pensa o mesmo dele e decide suicidar-se. Tristão resolve tomar o mesmo destino, uma vez que acredita que não será o marido da sua amada. No entanto, Bragâne, a acompanhante de Isolda, troca o frasco do veneno, por uma porção amorosa, a ponto de transformar o amor dos dois numa paixão irresistível.
Em 1832, Donizetti apresentava o Elixir do Amor, também com a ideia de que uma porção química seria capaz de incendiar os corações. A ópera italiana, apesar de seus bons momentos, como a ária "Uma lágrima furtiva", ficou a dever em grandiosidade para o tema que seria retomado por Wagner anos depois.
Na verdade, é considerada a mais extraordinária partitura construída para uma história de amor. O compositor alemão, notório por suas composições com o uso excessivo dos metais, apresenta melancolia nesse prelúdio. As qualidades musicais são as mais diversas. Mais importante é a sensualidade percebida em Tristão e Isolda. No dueto famoso "expertos" contaram-se 11 orgasmos, pelo menos, como acontece no dueto "Noite Sagrada".

sábado, 30 de julho de 2011

Com a ária Se Pieta, Sandrine Piau interpreta a Cleópatra em Júlio César, de Händel





Ópera em três atos, com libreto em italiano, tratando das implicações de Giulo Cesarie (Júlio César), após sua vitória sobre Pompeu em Fársalos, 48 a.C. Estreou em Londres, no Haymarket Theatre, no dia 20 de fevereiro de 1724. Trata-se da maior ópera de Händel e uma das maiores do repertório mundial, e tem como principal mérito a complexidade e o convencimento da expressão teatral.
Apesar do título é Cleópatra que brilha. Ela é a personagem principal. Usa as armas femininas para seduzir César e assim não perder seu palácio. Age com astúcia e, mais do que isso, com inteligência. Sabe que a melhor saída é a política. Na ária Si Pietá di me non senti, a música retrata sentimentos contraditórios da rainha, entre vingar seus inimigos e o medo de que seja abatido o homem cujo amor é o mais importante.

Os especialistas afirmam que poucas óperas forneceram tantos números isolados ao repertório de concertos, embora se reconheça que as árias de Händel surtem muito mais efeito no devido contexto dramático. Aqui, Se Pieta é interpretada pela soprano Sandrine Piau, 46 anos, especialista em obras barrocas, onde Händel é o grande mestre e a melhor referência do gênero.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Mickey rege com graciosidade a estonteante ópera Guilherme Tell



Aqui duas paixões minhas: o desenho animado e a ópera. Apesar de gostos tão extremos, aparentemente, o pronfundamente maduro da arte se associa ao diletantismo infantil, resultando num momento de alegria e contentamento pela obra clássica. Novamente, apresenta-se a ópera Guilherme Tell, de Rossini, que já foi postada ainda este mês.
O bom nessa versão da Disney é o aproveitamento da música não apenas para entreter, como para revelar os efeitos dos instrumentos musicais e, mais ainda, da força da abertura. Ao mesmo tempo em que os metais chegam "rasgando" na passagem da tempestade, há as cordas fazendo o contraponto da suavidade e calmaria- não no desenho, onde somente aparecem instrumentos de sopro e percussão,
Para os amantes da ópera e do desenho animado, para as pessoas de todas as idades, um dos desenhos que mais me encantam.

domingo, 19 de junho de 2011

Guilherme Tell nos passa sensações de serenidade, tempestade e bravura



Ópera em quatro atos de Gioacchino Rossini, que teve sua estreia em Paris, em 3 de agosto de 1829. Ao mesmo tempo em que a abertura ganhou, justificadamente, projeção no mundo todo, o desenrolar da obra é lento (são quase cinco horas) e pouco memorável. No entanto, são grandiosos os momentos lentos, em que lembram a calma das montanhas, assim como são expressivas a menção da tempestade. 
Guilherme Tell (Wilhelm Tell)  foi um herói lendário. Um governador austríaco tirano, Gessler, pendurou num poste um chapéu com as cores da  Aústria, numa praça  Todos que por lá passassem teriam de fazer uma cumprimento como prova do seu respeito. O chapéu era guardado por soldados que se certificariam que as ordens do governador fossem cumpridas.
Um dia, Guilherme e seu filho passaram pela praça e não saudaram o chapéu. Prenderam-no imeditamente e levaram-no à presença do governador que, reconhecendo-o, o fez, como castigo, disparar a flexa  a uma maçã na cabeça do filho. Tell tentou demover Gessler, sem sucesso; o governador ameaçaria ainda matar ambos, caso não o fizesse.
Tell foi assim trazido para a praça de Altdorf, escoltado por Gessler e os seus soldados e a população amontoava-se na expectativa de assistir ao castigo (e, sobretudo, ao seu culminar). O filho de Guilherme foi atado a uma árvore, e a maçã foi colocada na sua cabeça. Contaram-se 50 passos. Tell carregou a besta, fez pontaria calmamente e disparou. A seta atravessou a maçã sem tocar no rapaz, o que levaria a população a aplaudir os dotes do corajoso arqueiro.
Não obstante, Guilherme trazia uma segunda seta. Gessler, ao vê-la, perguntou por que ele a trazia. Tell hesitou. Gessler, apressando a resposta, assegurou-lhe que se dissesse a verdade, a sua vida seria poupada. Guilherme respondeu: "Seria para atravessar o seu coração, caso a primeira seta matasse o meu filho".

domingo, 12 de junho de 2011

Enrico Caruso canta "Vesti la giubba", em Pagliacci de Leoncavallo




Ópera em dois atos de Ruggero Leoncavallo (1858-1919), tendo como personagens Canio (Pagliaccio), diretor de uma trupe de saltibancos (tenor); Nedda (Colombina), sua mulher (soprano); Tonio (Taddeo), um palhaço (barítono); Beppe (Arlequim); Sílvio, Aldeão (barítono).
Pagliacci começa com um prólogo, em que Tonio passa a cabeça pela fresta da cortina pedindo permissão ao público.  Na tradição da arte da comédia,  diz-se para o público não se preocupar se houver uma tragédia no palco, porque, apesar de tudo, é somente uma peça e não a vida real. Tonio, entretanto, traz uma mensagem muito diferente:

Senhoras e senhores! Na peça que estão prestes a assistir, o autor quer capturar as velhas tradições e mostrá-las novamente. Mas ele não pretende contar-lhes o que estão sempre acostumados a dizer. Não! Este autor quer mostrar-lhes um verdadeiro pedaço de vida. A verdade foi sua inspiração. Verão o amor como o povo real ama. Verão os trágicos resultados do ódio e espasmos da dor real. Escutarão gritos de raiva real e risos cínicos.

Assim, não devem pensar em nosso pobres truques teatrais. Devem pensar em nossas almas, pois somos pessoas de carne e osso - e neste mundo solitário respiramos o mesmo ar que vocês.Todo o conjunto da abertura provoca grande efeito na ópera e resulta em ser extremamente popular em concertos, como nota o Conde de Herewood.
Neste trecho interpretado por Caruso, Canio expressa sua dor numa das árias mais célebres do repertório italiano, "Vesti la giubba", com o trágico "Ridi Pagliacci", resumindo a história do bufão que deve rir e fazer os outros rirem mesmo com o coração partido.





domingo, 29 de maio de 2011

Dramático e intransigente, Don Giovanni funciona como uma catarse de Mozart



O gênio precoce de Mozart, que compunha aos quatro anos de idade, deixou uma extensão produção musical, apesar de ter morrido precocemente. A sua obra inclui recitais, sinfonias, concertos e óperas. Dentre essas Don Giovanni, inspirada em seu pai. Aqui, mantém uma tradição da época que é o libreto em italiano, apesar do compositor ser de origem alemã.
Don Giovanni é uma ópera em dois atos da autoria de Wolfgang Amadeus Mozart, com libreto de Lorenzo Da Ponte. Estreou em Praga, a 29 de outubro de 1787.
Devido ao sucesso no ano anterior com a sua ópera Le Nozze di Figaro o diretor do Teatro Nacional de Praga Pasquale Bondini encomendou uma nova ópera a Mozart, que voltou a chamar o libretista Lorenzo da Ponte, o mesmo da peça anterior, e com o qual voltaria a trabalhar em Così Fan Tutte

domingo, 22 de maio de 2011

Barbeiro de Sevilha é ópera cômica que brinca com as preferências do amor




Após os êxitos no Norte da Itália, Rossini foi contratado em 1815 pelo célebre empresário Domenica Babaia para trabalhar em associação com o San de Carlo de Napoles, para o qual composoria nove óperas sérias e uma cômica. Como esse é o caso.
O barbeiro de Servilha possui uma de sua árias mais conhecidas e cantadas por um barítono, que é o próprio Fígaro. Fala de um pretenso triângulo amoroso, envolvendo o conde Rosina e o verdadeiro dono de seu coração.
O Barbeiro de Sevilha, ou a precaução inútil (Il barbiere di Siviglia, ossia L'inutile precauzione) é uma ópera-bufa em dois atos do compositor italiano Gioachino Rossini, com estréia da ópera, com o título de Almaviva, ou a inútil precaução, ocorreu no Teatro Argentina, em Roma, em 20 fevereiro de 1816.

sábado, 14 de maio de 2011

Hino da luta contra o pessimismo em As Valquírias

A Cavalgada das Valquíria (Die Walküre) é ópera em três atos, de Richard Wagner, de1824. Durante uma grande tempestade, Siegmund procura abrigo na residência do guerreiro Hunding. O local é uma habitação rude, e há uma grande árvore no centro da sala. O dono da casa não se encontra no local, mas, exaurido e caindo próximo a uma lareira, Siegmund é recepcionado por Sieglinde, esposa infeliz de Hunding. A história envolve mitologia nórdica, onde divindades severas procuram intervir na humanidade, vivenciando o drama dos mortais.
Esse trecho da ópera, que trata da ida das mulheres em seus corceis ao monte onde está enfeitiçada a futura mãe de Siegfield, exemplo maior da valentia germânica, tornou-se popular com o filme Apocalypse Now. Depois, Wagner daria sequência a trilogia, com Siegfield e o Crepúsculo dos Deuses. Não há como negar o caráter marcial da composição, nem como o envolvimento emocional com a atmosfera de confronto, mas de questionar o pessimismo dos deuses.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

O improvável e o impossível são questões menores em Aida

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A Marcha Triunfal é considerada, assim como uma unanimidade, como a maior inspiração de Verdi. O esplendor cênico, a variedade da caracterização e o vigor do espírito triunfal faz com que merecidamente tenha sido sucesso de público e de crítica, desde sua estreia, em 1871. Trata-se da ópera Aida, em quatro atos, que acontece no Egito antigo, do tempo de Mênfis, Radamés e nos papeis principais a soprano Aida (uma escrava);  Amneris, filha do rei do Egito (mezzosoprano); Amonasro, rei da Etiópia, pai de Aida (barítono) e um mensageiro (tenor).
O enredo envolve uma tragédia, de mais sacrifícios e renúncias e amores impossíveis como foi boa parte da temática do compositor italiano. Do mesmo modo, são improváveis como a história se desenvolve, culminando em gestos grandiosos de desprendimento. Pela repetição, poderia não tê-lo elevado a um patamar tão alto na ópera em todo o Mundo. Em Aida, por exemplo, Verdi nos passa a sensação da conquista que é festejada com intensa alegria.
No geral, em toda a sua obra, há uma música grandiosa, espiritual, que se transforma num empreendimento de grandes captações sensitivas e efusivas.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Montserrat Caballe canta Norma de Bellini



Uma promoção voltada para os amantes da ópera é oferecida pela Folha de São Paulo aos seus leitores. No próximo domingo, a Coleção Folha Grandes Óperas leva às bancas "Norma", de Bellini. Possui uma ária famosa por ser um desafio a grandes cantoras sopranos, onde somente as excepcionais conseguem a perfeição exigida e permitida na canção.
"Norma sem uma verdadeira cantora é um desastre", afirmou um crítico novecentista. A revista New Yorker lembra que exige "potência vocal, elegância na cantilena lenta, pureza e fluência na colatratura, energia física suavidade mas também violência na entonação, força e intensidade na declamação verbal e uma imperiosa presença cênica".
Ópera em em dois de atos de Vicenzo Bellini, como estreia em 1831, no La Scala, em Milão. Norma é uma sacerdotisa gaulesa dos tempos da ocupação romana que se envolve com um oficial inimigo e fica dividida entre a lealdade à pátria e o amor. Enciumada porque seu amante se envolveu com outra mulher, ela chega a pensar em matar os filhos que teve com o romano. Na Coleção Folha, Norma é encarnada pela catalã Montserrat Caballé, considerada como uma das maiores divas do pós guerra.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Angela Gheorghiu canta a ária de Leonora em Il trovatore




"Porque eu cresci em um país onde não havia nenhuma possibilidade de ter uma opinião, isso me fez mais forte agora. Muitos cantores têm medo de não serem convidados novamente para uma casa de ópera se eles se impuserem. Mas eu tenho a coragem de ser, de certa forma, revolucionária. Eu quero lutar pela ópera, pois ela deve ser levada a sério. Música pop é para o corpo, mas ópera é para a alma."A afirmação é da soprano romena, Angela Gheorghiu, 46 anosa, ao ser indagada pelo seu intempestivo temperamento, que ao lado do seu marido, o tenor Roberto Alagna, têm levado pânico para os teatros e para companhias, com exigências que beiram ao cúmulo do absurdo e cancelamento de apresentações..
Ela canta a ária de Leonora, da Ópera Il Trovatore, de Verdi, que teve sua estreia no Teatro Apolo, de Roma, em 1853. A cena se passa num jardim, quando Leonora confidencia a Inez que está apaixonada por um cavaleiro, que venceu um recente torneio. E que esse sabe que esse amor é correspondido. É mais uma demonstração da força da música, produzido por um Verdi aos 40 anos. Tudo isso está além dos egos.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

O Guarani detém maior número de representações no mundo inteiro



Ópera baile em quatro atos do compositor paulista Carlos Gomes com base no romance O Guarani, do escritor cearense José de Alencar. Sua estreia aconteceu no Teatro alla Scala, Milão, em 1870. É a ópera brasileira com maior número de representações em todo o mundo. A protofonia, que se tornou o segundo hino nacional brasileiro, é ainda hoje uma espécie de vinheta da Hora do Brasil, e somente foi introduzida um ano depois, durante uma exposição industrial em Milão.
A história se firma numa trama amorosa formada por Cecília (Ceci), Peri (indígena), Álvaro e Gonzalez. A mulher branca se apaixona pelo nativo num jogo de intrigas que envolve o martírio, o sacrifício e, especialmente, o conflito de culturas. Não apenas esse caldo exótico, mas a beleza musical encantou o Scala e logo Carlos Gomes foi associado ao maior compositor operístico de sua época: Verdi.
Há quem veja na obra do compositor brasileiro o traço derivativo e formalmente pobre. No entanto, há inovações que desafiaram a ópera italiana, como incluir um balé, que depois foi adotado por Verdi, em Aída.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Un dì all'azzurro" faz um contraste da beleza da natureza e a miséria que o homem cria



Umberto Giordano, de Andrea Chénier, é Ópera em quatro atos, que teve sua estreia no Teatro Alla Scala, Milão, em 28 de março de 1886 Chénier é um personagem histórico cuja vida é aqui romanceada pelo libretista de Giordano, Luigi Illica. Ele nasceu em Constantinopla e foi educado em Paris, onde participou da Revolução, tornando-se afinal sua vítima.
"Un di, all´azzurro spazio" contrasta a beleza da natureza e a miséria que o homem cria a ser redor. Denunciando egoísmo dos que detém o poder - políticos, aristrocatas e padres - Chénier vê suas opiniões muito mal recebidas pelos convidados (embora a ária tenha se popularizado imediatamente após a estreia).

sexta-feira, 18 de março de 2011

.Franco Corelli interpreta Faust de Charles Gounod




Ópera em cinco atos de Guonod. Faust teve sua estreia em 19 de março de 1859, no Théâtre Lyrique, Paris. Fausto perdeu a esperança de resolver o enigma do universo. Idoso, fracassado em sua busca de conhecimento e da razão, ele está para ingerir veneno, quando, nascendo o dia, ouve lá fora o alegre canto dos jovens trabalhadores a caminho do trabalho. A música se distancia, e ele faz novamente menção de levar o líquido à boca, mas ouve, então, um coro de trabalhado. Fausto amaldiçoa a idade e o tempo que passa, invocando a ajuda de Satanás.
Baseado em Fausto de Goethe, Guond teve que fazer várias alterãções, inclusive no balé, a fim de se acomodar com as exigências do Teatro. O fato é que grande parte do material autógrafo de Faust se encontra em poder de colecionadores particulares e da primeira versão só resta um esboço primitivo do libreto. Aqui, a ária Quel Trouble inconnu na interpretação de Franco Corelli.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Franco Corelli canta Nessun dorma





Turandot é Ópera em três atos de Giacomo Puccini, com estreia no Teatro Alla Scala, Milão, em 25 de abril de 1926. Trata-se de uma adaptação de antigo conto de fadas sobre a princesa oriental que matava todo aquele que a amava. A beleza de Turandot é lendária, e dos países mais distantes acorrem a Pequim os pretendentes. Antes de se aproximarem dela, no entanto, devem eles submeter-se a um teste. Se conseguirem solucionar três enigmas, obterão a mão da princesa e, com ela, o trono da China. Se falharem, estarão condenados à morte.
Calaf sabe que a princesa Turandot faz uma vítima atrás da outra. Mesmo assim, se submete ao teste. Calaf vence decifra os enigmas e a princesa implora para que não seja entregue a um estrangeiro.   "Solucionei os três enigmas. mas se até o amanhecer descobrires um só segredo - o nome que tenho, e que não conheces - morrerei como teria morrido se não houvesse respondido às três perguntas. O homem não se altera  e na ária "Nessum dorma" manifesta a convicção de que só ele mesmo revelerá seu segredo, quando Turandot tornar-se sua à luz do sol.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Va Pensiero é um hino de liberdade e independência

Ópera em quatro atos de Giuseppe Verdi, que acabou sendo seu primeiro sucesso no mundo todo, principalmente na Itália, logo associada a um hino de liberdade e independência. O nacionalismo foi manipulado, inclusive por partidos políticos nacionais (o PL foi exemplo disso), mas isso é uma outra conversa. Importante notar as grandes qualidades musicais de Va, Pensiero sull'ali dorate, como uma expressão de esperança e consolo. A estreia foi no La Scala, de Milão, em 9 de março de 1842 e o enredo se dá em Jerusalém e na Babilônia, 586 A.C.

Essa é a segunda vez que tento postar esse mesmo tema mas a primeira vez foi retirado  porque não era de domínio público, presumo. Aqui compartilho mais uma vez, entendendo porque a alma italiana é tão grandiosa




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