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sábado, 14 de setembro de 2024

Proust e as profundezas das paixões


 “Mas de súbito foi como se ela tivesse entrado, e essa separação lhe foi uma dor tão dilacerante que ele teve de levar a mão ao peito. É que o violino subirá a notas altas onde permanecia como para uma espera, Uma espera que se prolongava sem que um instrumento cessasse e a sustentar, na Exaltação em que estava de já perceber o objeto na sua espera que se aproximava, e com um desesperado esforço para durar até a sua chegada, 


Acolhe-lo antes de expirar, manter-lhe ainda um momento Com todas as suas derradeiras forças o caminho aberto para que ele pudesse passar, como se sustenta uma porta que sem isso retombaria.”


Esse texto está em caminhos de Swann, da obra Em busca do tempo perdido, de Marcel Proust e destaquei porque é realmente de uma sensibilidade extrema. Aqui as paixõe se misturam: a música erudita e a mulher Diva, musa, Odete. 

A sensação experimentada por Swann ao ouvir essa composição marcante de música clássica é descrita de forma vívida e poética por Proust, que consegue capturar a complexidade e a riqueza das emoções humanas através das palavras. 


É um momento de epifania, em que Swann é transportado para um estado de êxtase e transcendência, mergulhando nas profundezas de sua própria alma e descobrindo novos significados e horizontes. Essa experiência musical é um dos momentos mais marcantes e emblemáticos de "Em Busca do Tempo Perdido", revelando a sensibilidade e a profundidade dos personagens e explorando a capacidade transformadora da arte na vida das pessoas. É um momento de pura beleza e emoção, que ressoa através das páginas do romance e perdura na memória do leitor.


segunda-feira, 25 de junho de 2012

Jardim de gente abre vagas para cursos gratuitos no CCBJ


O projeto Jardim de Gente inicia, hoje, o período de inscrições para 14 cursos gratuitos, que acontecem no mês de julho no Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ) e nas instituições parceiras localizadas nos bairros que fazem parte do Grande Bom Jardim. As formações, que estimulam a geração de trabalho e renda por meio da arte e da cultura, são nas áreas de Moda, Gastronomia, Fotografia, Artesanato, Música, Literatura e Comunicação. Qualquer pessoa pode participar desde que atenda aos pré-requisitos específicos de cada atividade. Aproveite o período de férias para também investir em conhecimento.

Executado pelo Instituto de Arte e Cultura do Ceará (IACC), o Jardim de Gente já atendeu a mais de 700 alunos somente no primeiro semestre de 2012. Já foram realizadas cerca de 900 horas de aulas no mesmo período. O objetivo do projeto é estimular a autoestima dos participantes e despertar o espírito empreendedor para a criação e crescimento de carreiras e iniciavas artísticas e culturais, capazes de gerar desenvolvimento social e econômico pessoal e comunitário.

Todas as atividades realizadas pelo Jardim de Gente são gratuitas e as vagas para participação nos cursos e oficinas são disponibilizadas sempre na última semana de cada mês. As aulas são orientadas por professores capacitados, sendo o Instituto de Cultura e Arte (ICA), da Universidade Federal do Ceará (UFC), um dos principais parceiros do projeto. O ICA disponibiliza facilitadores e estrutura para os cursos de moda, gastronomia, teatro e audiovisual. Além do ICA, mais de quinze (15) instituições, entre escolas, associações de moradores e religiosas também mantém parcerias com o Jardim de Gente. Todos juntos para semear a esperança em um terreno fértil de oportunidades.


Fonte: Assessoria de imprensa

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Acaraú sedia segunda edição do Encontro dos Escritores

Encontro de escritores em Acaraú. Foto: Divulgação
A cidade de Acaraú, localizada no litoral oeste cearense, será palco da segunda edição do Encontro de Escritores do Vale do Acaraú. O evento, promovido pela Prefeitura do Município, por meio da Secretaria de Cultura e Turismo, está previsto para ser realizado no próximo dia 27 de junho em horário e local ainda a ser confirmados. A iniciativa premia os destaques da região nos vários campos culturais, dentre os quais literatura, educação, música, religiosidade popular, dentre outros. Os escolhidos, cujos nomes ainda serão revelados pela pasta do Executivo, serão condecorados com o Troféu Nicodemos Araújo, poeta ilustre da região. Devem comparecer ao evento escritores e poetas da região, políticos, secretários municipais, jornalistas, radialistas, educadores e estudantes.
O poeta e memorialista da região, Nicodemos Araújo,  homenageado do evento, nascido em 10 de março de 1905, na vila de Santa Cruz, hoje, cidade de Bela Cruz, autodidata, que deixou inúmeras poesias e obras que relatam a história de vários municípios integrantes da região do Baixo Acaraú, autor de 12 livros de poesias, 12 de historia, com incursão pelo teatro, biografia e genealogia. Nicodemos pertenceu a Academia Sobralense de Estudos e Letras, Academia Cearense de Letras, Academia de Letras Municipais do Brasil e União Brasileira de Escritores, falecendo em 23 de Junho de 1999.
O escritor tem sua memória lembrada no evento, por meio não só do nome do troféu que condecora os ilustres da região, mas também com a exposição de obras, fotografias e objetos de uso pessoal. “Essa é uma iniciativa muito importante, principalmente para as gerações mais jovens, pois as estimula a conhecer o trabalho e obras do escritor Nicodemos Araújo, estimulando o gosto pela leitura, além de ser um momento importante de congraçamento dos expoentes culturais da região”, destacou o professor e poeta Dimas Carvalho, condecorado com o troféu no ano passado, neto de Nicodemos Araújo.
Um dos principais objetivos do evento é desenvolver nos participantes o gosto pelas diversas expressões culturais. “A gente não ama aquilo que não conhece, e o evento leva os presentes, principalmente os jovens, a tomarem contato com os principais feitos desses personagens, como Nicodemos Araújo e o ilustre acarauense tido como príncipe dos poetas, Padre Antônio Tomaz, possibilitando que surjam novos agentes culturais”, declarou o professor e advogado José Luiz Lira, presidente da Academia Brasileira de Hagiologia (estudo dos santos), que no ano passado ministrou palestra sobre o papel do escritor. Lira já confirmou sua presença no encontro.
Ocorrido em junho do ano passado, o I Encontro de Escritores do Vale do Acaraú, realizado na Escola Estadual de Educação Profissional Marta Maria Giffone de Souza, em Acaraú, homenageou as seguintes personalidades da região:  o poeta e escritor Dimas Carvalho, o jornalista e escritor Vicente de Freitas, o bispo Dom Edmilson da Cruz, o advogado, ex-deputado estadual e primeiro Secretário de Cultura de Acaraú, Francisco José Ferreira Gomes, o professor e memorialista Lucivan Rios (Totó) e o poeta e diretor de museu, José de Fátima.

Fonte: assessoria de imprensa

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Paramotiense tem poesia selecionada em concurso estadual

Escritora Katiana Queiroz
A poesia ‘Lancelote e Canarinho’, escrita por Katiana Queiroz, será publicada pela Secretaria da Educação do Ceará, no próximo ano, na coleção de literatura infantil “Paic, prosa e poesia”. A obra foi escolhida na categoria dois, destinada às crianças de 7 e 8 anos, por meio do 3º Concurso Literário do Programa Alfabetização na Idade Certa (Paic).

Com 10 estrofes – de seis, oito e dez versos –, o texto destaca a realidade do sertão, através de Lancelote (cavalo) e Canarinho (jumento). Foram três dias de produção e duas semanas para revisão da poesia, de acordo com a escritora, que buscou inspiração na infância, vivida na comunidade de Iracema, zona rural de Paramoti. “Com meus pais, Mauro Barbosa e Maria Hosana, a quem dedico esse primeiro trabalho, descobri a magia das histórias e o mundo mágico das letras”, emociona-se.

Katiana, que é coordenadora pedagógica da Escola Municipal Professora Terezinha Feijó, diz que ‘Lancelote e Canarinho’ é a primeira de muitas outras histórias que virão. “Fiquei muito feliz por poder dar um primeiro passo para a concretização de um sonho: escrever para crianças”. Ainda conforme ela, ter o texto entre os 36 selecionados pelo concurso literário é, de fato, gratificante. “A oportunidade dada pelo Paic para os escritores cearenses divulgarem seus trabalhos incentiva-nos, ainda mais, levar a leitura às crianças”.

Fonte: Assessoria de imprensa.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Poetisa diz que a fé consiste em realizar seus sonhos


Te sueño

Claudia Sands

Mi cuerpo y mi alma te llaman,
sueño con perderme en tus alas
en tus besos, encontrarme en tus ojos.
Sueño por quedarme siempre en tus brazos,
mirándote en silencio, en mi regazo,
verte dormir en silencio y
que despiertes en mis brazos.
Sueño viéndote escribir
Sueño contigo siempre,
ese momento de tenerte
amarte, sueño y sueño
porque mi corazón te busca.
Sueño porque mi alma te clama,
mis pensamientos te llaman,
mi mente te desea
y mi fe esta puesta en realizar mis sueños.
Sueño y despierto
y no encuentro tu cuerpo junto al mio,
aún más mi cuerpo te extraña
mi alma te ama
más que a mi propia vida.

(Bogotá, 2012)

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Miguel Sousa Tavares diz que 80% dos livros infantis são feitos para idiotas

Escritor português Miguel Sousa Tavares
Está marcado para acontecer em São Paulo, o  lançamento do livro A criança e o marketing, no próximo dia 31 de maio,  na Livraria da Vila Madalena. No bate-papo com pais e educadores, as autoras, psicóloga Ana Maria Dias da Silva e a especialista em comunicação Luciene Ricciotti Vasconcelos, mostram como a publicidade atinge as crianças e quais são os caminhos para previnir o consumismo.
Na verdade, é um livro para adulto, com a proposta de prevenir o consumismo infantil, mas na verdade a ideia é vender o livro, com técnicas inovadoras de mercado. A publicidade da editora afirma que "nos dias de hoje, em que muitos pais não conseguem dedicar tempo suficiente aos filhos e sentem imensa culpa por isso, a qualidade do que as crianças assistem, leem e ouvem nem sempre é questionada. Numa época em que ter é mais valorizado do que ser, os apelos do marketing infantil podem contribuir para desvirtuar o caráter dos pequenos, encurtando a infância e facilitando a formação de adultos consumistas e infelizes. Porém, é possível reverter esse quadro com informação e senso crítico. Em seu livro, Ana Maria e Luciene analisam como se dá a formação do caráter, desvendam o funcionamento das principais ferramentas de marketing e da comunicação e mostram como a publicidade atinge as crianças."
Esse conflito sobre o que escrever para meninos e meninas  fez lembrar o escritor português Miguel Sousa Tavares, que entre um romance e outro,  escreve um livro infantil, mas adverte que sempre teve cuidado de não parecer mais infantil e nem descobrir a roda. Segundo ele, 80% dos livros infantis são escritos para idiotas, algo que ele evita não tratando crianças como adultos, falando uma linguagem que não venha a compreender. Lembra que uma vez escreveu "contexto", mas viu que uma criança não entenderia.
O interessante é que a literatura infantil de Miguel Sousa aparece como um recreio. Autor de obras densas, estabelecendo diálogos entre a realidade e a ficção, se sente exausto ao término de um desses seus livros, daí passa a ingressar no mundo da criança. "É como um jornalista que depois de escrever uma reportagem muito forte se vê levado a escrever sobre o cotidiano, como os acidentes que acontecem no tráfego", compara.
Já no caso de A Criança e o Marketing, as autoras partem do pressuposto de que pais e professores podem, desde a mais tenra infância, ajudar as crianças a se tornarem consumidores conscientes.
A questão que se coloca não é falar sobre a fantasia, o lúdico e o imaginário que permeiam o universo do público alvo. A questão é ensinar como consumir e o que se deve consumir. Segundo as autoras, atualmente, pessoas de todos os níveis sociais e de todas as idades estão escolhendo o consumo como atitude de vida e não como meio de satisfazer suas reais necessidades. Enfim, há maneiras e maneiras sobre como faturar.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Tradução literária é debatida em simpósio multilingue da UFC


O II Simpósio de Tradução Literária, evento multilingue da Universidade Federal do Ceará, reunirá pesquisadores de Estudos da Tradução da UFC e de outras universidades brasileiras, a partir de amanhã até a próxima sexta-feira. A conferência de abertura do simpósio, intitulada “A tradução literária e o retorno à filologia”, será proferida, às 9h, pelo professor. Maurício Santana Dias, da Universidade de São Paulo. Ainda amanhã, acontecerão mesas-redondas com a presença dos professores Luana Ferreira de Freitas (UFC), Cide Piquet (Editora 34), Marie-Hélène Catherine Torres (UFSC), Julio Cesar Neves Monteiro (UnB) e Tito Lívio Cruz Romão (UFC).
Na manhã do dia 18, os debates seguem tendo como convidados os pesquisadores Walter Carlos Costa (UFSC), Roseli de Cunha Barros (UFC), Odalice de Castro Silva (UFC), Ana Maria Pompeu (UFC), Robert de Brose (UFC) e Martine Kunz (UFC).
As inscrições podem ser feitas através do site http://www.simposiotraducaoufc.blogspot.com/. Os interessados deverão comparecer à sala de reuniões do Centro de Humanidades (Bloco da Diretoria do Centro de Humanidades - Área I – Campus do Benfica) para confirmar a inscrição. É necessário doar uma lata de leite em pó, que será entregue ao Lar Torres de Melo. A organização emitirá certificado de participação para os inscritos que obtiverem 100% de presença na programação. Mais informações e a programação do evento estão disponíveis no blog do Simpósio.
O II Simpósio de Tradução Literária da UFC é organizado pelos professores Luana Ferreira de Freitas (UFC), Orlando Luiz de Araújo (UFC) e Marie-Hélène Torres (UFSC). Entre os apoiadores, estão o Departamento de Letras Estrangeiras, o Centro de Humanidades e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Fonte: Profª Luana Ferreira de Freitas, Coordenadora do I Simpósio de Tradução Literária da UFC - (fone: 85 3366 7612)
Assessoria de imprensa

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Coletivo Camaradas lança livro e documentário no Crato sobre arte e engajamento político

A Praça Siqueira Campos no Crato será mais uma vez ocupada pelo Coletivo Camaradas, no dia 10 de maio, a partir das 18 horas. Desta vez o grupo fará o lançamento do livro e documentário “Entranhamentos entre Arte, estética, política, cultura e educação” do artista/educador Alexandre Lucas. O livro trata-se de uma coletânea de artigos baseados em experimentos, vivências e reflexões do autor, através da sua participação em coletivos de artes, como é o caso do Coletivo Camaradas. O livro tem caráter pedagógico e aborda a questão da arte de forma contextualizada com os aspectos sociais, políticos e culturais. Já o documentário reúne falas de 56 pessoas, entre artistas, pesquisadores e produtores culturais de diversos estados brasileiros. Para produzir o documentário foram captadas imagens nas cidades de Recife-PE, Rio de Janeiro - RJ, Fortaleza, Aracati e na região do Cariri. O livro faz questionamentos sobre o papel social do artista e do educador, a partir de uma tomada de posição política ligada aos interesses das camadas populares. As experiências compartilhadas ao longo dos anos com os coletivos e artistas de outros estados, através do Programa Nacional de Interferência Ambiental – PIA e do Instituto Centro Universitário de Cultura e Arte – CUCA possibilitou acumular argumentos para a produção do livro e do documentário. A apresentação do livro é feita pelo filósofo e cineasta Rosemberg Cariry que entre outras questões cita : "Entre estes novos movimentos, destaco a marcante presença do Coletivo Camaradas, à frente do qual está Alexandre Lucas e uma “nação aguerrida” de jovens artistas, com uma perspectiva mais ampla do país e do mundo, levando artes e culturas em todas as frentes; das universidades às escolas públicas, das feiras às romarias, dos palcos às praças das pequenas cidades do sertão." Para a arte/educadora, doutoranda pela Universidade de Sevilla em Artes Visuais e Educação, Sislândia Brito, “O artista/educador Alexandre Lucas tem um trabalho de engajamento político e de comprometimento com as causas populares na sua arte”, e destaca que “sempre com a preocupação de uma arte de interação com o público, seu trabalho sempre evidencia que é necessário possibilitar e criar condições para que o grande público se sinta parte do fazer artístico”. O

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Mais histórias vampirescas são o foco da série da Irmandade da Adaga Negra

Reviravoltas, lutas, intrigas e muita sedução no mundo fantástico dos vampiros e a guerra travada para a preservação da espécie. A série mais instigante de romances vampirescos modernos está de volta, com o lançamento do décimo volume de A Irmandade da Adaga Negra, da editora Universo dos Livros. Sob o título de Amante Libertada, a escritora J.R. Ward dá foco a uma personagem feminina, ao contrário dos outros livros da saga criada por ela. Aqui, Payne, irmã gêmea do guerreiro Vishous, é finalmente libertada de sua mãe (a Virgem Escriba) e se revelará uma lutadora por natureza, descobrindo sua verdadeira essência. Ao sofrer uma lesão que a paralisa, o cirurgião Manny Manello é chamado para curá-la. Embora nunca tenha acreditado em vampiros, ele será logo sugado para o secreto e perigoso mundo da Irmandade dos vampiros-assassinos e seduzido por esta misteriosa mulher que precisa salvar. À medida que Payne e Manny descobrem que têm mais do que uma ligação erótica, eles precisam enfrentar o choque entre os mundos e uma dívida de séculos atrás que será cobrada de Payne e colocará tanto seu amor como sua vida em perigo. Uma paixão arrebatadora que promete ser quente... Essa ligação erótica entre os dois universos poderá se concretizar? Amante Libertada nos leva novamente a imaginar o encontro dos vampiros sexys e glamourosos e suas batalhas contra os redutores para manter a raça. Uma narrativa criativa e apaixonante desse novo embate, recheada de cenas darks e passagens que emanam erotismo. A série de vampiros Irmandade da Adaga Negra colocou a premiada escritora J.R Ward como Best Seller na lista do New York Times e vem encantando fãs do mundo inteiro. Autora também da série Fallen Angels, lançada no Brasil também pela editora Universo dos Livros, ela hoje é considerada uma das grandes escritoras de romances modernos do gênero vampiresco.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Bizet e Proust nos libertam da sordidez e da pequenez humanas

"Num lento ritmo ela o encaminhava primeiro por um lado, depois por outro, depois mais além, para uma felicidade nobre, ininteligível e precisa. E, de repente, no ponto aonde ela chegara e onde ele se preparava para segui-la, depois da pausa de um instante, ei-la que bruscamente mudava de direção e num movimento novo, mais rápido, miúdo, incessante e suave, arrastava-o consigo para perspectivas desconhecidas. Depois despareceu. Ele desejou apaixonadamente revê-la uma terceira vez. E ela com efeito reapareceu, mas sem falar mais claramente, e causando-lhe uma volúpia menos profunda. Mas, chegando em casa, sentiu necessidade dela, como um homem que, ao ver passar uma mulher entrevista um momento na rua, sente que lhe entra na vida a imagem de uma beleza nova que á maior valor à sua sensibilidade, sem que ao menos saiba se poderá algum dia reaver aquela a quem já ama e da qual o nome ignora". Essas são descrições mais belas que vi sobre uma música, contida em Em busca do Tempo Perdido, nos Caminhos de Swann, de Marcel Proust. Poderia ser minueto em mi bemol maior, de Bizet (o mesmo autor de Carmen), como também Sonata ao Luar, de Beethoven. Ninguém sabe ao certo. O certo é quanto essa melodia me desarma e me liberta de tantos pensamentos sórdidos. Que essa sensação seja extensiva a todos os sensíveis.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Secretaria de Cultura promove homenagem a Monteiro Lobato


Na segunda edição do Cultura na Praça, a Secretaria da Cultura do Estado do Ceará faz  uma homenagem a um dos principais escritores que descreveu os costumes e lendas do folclore de um Brasil plural, Monteiro Lobato. Contação de histórias, oficinas de origami, teatro, a sonoridadedas crianças da Casa Esperança, oficina de Roi-Roi, exposição das obras de Monteiro Lobato e o ônibus da Biblioteca Volante, fazem parte da programação desta sexta, 27, das 10h às 17h, na Praça do Ferreira. As atividades alusivas ao Dia Nacional do Livro Infantil valoriza e reafirma o compromisso da Secult em disseminar iniciativasde arte, cultura, educação e cidadania para os fortalezenses com atividades programadas pela Biblioteca Pública Governador Menezes Pimentel

Com acervo composto por cerca de 3000 livros, distribuídos entre literatura infanto-juvenil, obras de referência e obras gerais, o ônibus da Biblioteca Volante abre a programação do Cultura na Praça convidando o público presente a conhecer uma composição de obras que inclui a produção de escritores e editoras cearenses, contemplando todas as faixas de idade. Dentro deste universo das viagens literárias, haverá contação de histórias, realizada pelos servidores, Tamires Diego e Luis Carlos, do setor braile da Biblioteca Pública Governador Menezes Pimentel e exposição das obras de Monteiro Lobato.

O contato com aliteratura dá asas à imaginação das crianças na oficina de origami de Fátima Siqueira onde o papel reciclado, ganha formas,junto ao conceito da sustentabilidade na arte. A brincadeira segue viagem na oficina de Roi- Roi, ministrada por Ranilson? transformando madeira em jogo divertido para a criançada.

A diversão continua com a música das crianças da Casa da Esperança e com o teatrinho sobre o mosquito da Dengue, realizado pelos funcionários da Biblioteca, e com mostra de documentários do cineclube do Sobrado Dr.José Lourenço em comemoração aos 286 anos de Fortaleza. A ação pulsante do Cultura na Praça já é parte integrante das manifestações culturais da Praça do Ferreira com dia certo no calendário cultural da cidade, a ultima sexta-feira de cada mês,promovendo um encontro com as artes do Ceará.


Serviço: Cultura naPraça

Local: Praça doFerreira

Horário: das 10h às17h.


Para solicitar aBiblioteca Volante no seu bairro e na sua cidade:

e-mail:bibliotecavolante@secult.ce.gov.br

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Nada é para sempre ecoa sons das águas e florestas na dureza de rochas e corações


Existem pessoas que pedem ajuda e, com a nossa insenbilidade, essa é negada. Outros simplesmente não querem ajuda, embora saibamos que sem ela rumarão rapidamente para a auto-destruição. Por fim, têm aqueles que ajudamos, mas não na medida devida e isso resulta em mais uma ação malograda. É mais ou menos isso, que apreendemos quando assistimos "Nada para é para Sempre". No início do século XX, em Missoula, Montana, a família MacLean é comandada pelo reverendo MacLean (Tom Skerrit) e sua mulher (Brenda Blethyn), rígido na educação de seus filhos, Norman (Craig Sheffer), intelectual e romântico, e Paul (Brad Pitt), um endonista. Por sinal, jornalista. A trama sobre quem precisa de ajuda e quem pode ajudar é muito complexa para falar aqui, porque não vou querer tirar o gosto de quem pretende assistí-lo. Mas gostaria de contribuir para levar a uma compreensão ou de um exercício intelectual e, sobretudo, espiritual. A trama extrapola a ficção, para abordar a autobiografia do escritor Norman MacLean, que busca dar um estilo para uma vida medíocre e trágica. Mas voltemos a questão principal quem se interessa em ajudar aqueles que sofrem? O intelectual Norman, que teve o privilégio de sair de Montana e estudar Literatura, ou o pastor que percebe a pequenez humana diante dos grandes apelos da carne e da resignação, que antecede a revolta? Também assistimos a queixumes, mas não com ações efetivas sobre o que fazer. Esse é o caso Jessie Burns (Emily Lloyd), a amada de Norman, que também tem um irmão mais do que desenraizado, um homem sem bússola. Entre prostitutas, jogadores, as alternativas mais fáceis para se obter prazer, há uma natureza exuberante, com seus rios de água fluindo e suas florestas que fazem ecoar poesias à toa. Mas as perguntas permanecem, por que isso não basta para uma ideia de felicidade, se isso for pedir muito, mas de uma vida que nos alegra e nos faça vencer a melancolia, a sordidez e a monotonia.Em meio à beleza, existem infernos interiores e exteriores. Há um desfecho para toda essas indagações. Seriam saídas individuais ou coletivas? Melhor deixar a dúvida porque sei que alguém pode se interessar ainda por este bom filme. Em cartaz na Warner.

domingo, 15 de abril de 2012

Canudos resiste nos poemas em cordel de Babi Guedes



"Canudos, a Saga do Povo Nordestino" é um libelo da luta do povo contra a opressão e motivo de maior orgulho da região pelo espírito da resistência e a força da mística. Essa é a leitura que desprende do livro escrito pelo poeta, cordelista e compositor Babi Guedes, relançado no mês passado pela Ensinamento Editora, dentro do projeto Cesta Básica da Cultura e do Abastecimento (CBCC), com apoio da Lei Rouanet.

A publicação gira sobre os conflitos entre o Exército brasileiro e os seguidores de Antônio Conselheiro, com ênfase ao período compreendido entre 1896 e 1897. A campanha somou quatro ofensivas militares, sendo estes literalmente humilhados até a quarta e última investida vitoriosa sobre o povoado.

Babi Guedes é o nome artístico de Potengy Guedes Filho, cearense, 58 anos, e residente na aldeia Tapeba Jandaiguaba. Além de escritor e cordelista, é cantor, compositor mamulengueiro e artesão.

Sensibilidade

Sensível à arte e ávido pela cultura popular, foi instigado a escrever sobre Canudos e a saga de Antônio Conselheiro, tendo por principal fonte de inspiração o Livro "Os Sertões", de Euclides da Cunha. Ficou entusiasmado com a fibra e a mística da história ocorrida nos sertões baianos, tendo como protagonista principal um cearense, nascido em Quixeramobim.

Fortes como os trovões anunciando as primeiras chuvas no sertão, os versos têm som, cheiro e sabor da terra. O tema, contudo, não poderia ficar restrito para um grupo de pessoas. Daí que Babi teve a ideia de recontar Canudos, com a poética do cordel, entendendo que assim obteria mais fácil compreensão. Seu intuito foi mais além. Acabou criando mais de 1.200 sextetos, com métrica e rima, que permitem que sejam cantados numa cadencia melódica.

O poeta explica que a escolha pela rima não é porque é fácil ou difícil, mas porque se faz necessária. Do mesmo modo, é cuidadoso com a distribuição do enredo, que conta desde o nascimento de Antônio Mendes Maciel, nome de batismo de Antônio Conselheiro, sua peregrinação pelas cidades do Nordeste, a aridez do solo, a política que beneficiava o opressor, a República que negava os valores da Igreja Católica e, numa crescente comoção, a resistência dos penitentes reunidos em Canudos, ou Belo Monte, que naquela época chegou a ser a segunda cidade mais importante da Bahia, perdendo apenas para a Capital Salvador.

As estrofes, intercaladas por desenhos bico de pena, do ilustrador Valdério Costa, contam a história do nascimento do fundador da comunidade, que tentava reviver um cristianismo primitivo, radical.

Em seguida, o leitor é remetido a inteirar-se sobre a predestinação ao sofrimento e a perseguição. O ponto catalizador foi sua rejeição à República, especialmente pela ruptura com a Igreja Católica e os excessos cometidos pelas forças repressoras na cobrança de impostos. Isso fazia com que se tomasse terras e propriedades, de um povo já tão destituído de bens.

Enquanto isso, difundia-se naquele meio a vinda de dom Sebastião, espécie de rei louco português, que para os lusitanos iriam recuperar a autonomia nacional, perdida para a Espanha, enquanto que para os sertanejos brasileiros significaria o restabelecimento da Monarquia. Uma promessa que era alimentada com superstições e pelo delírio de uma terra agonizante.

Isso atraiu seguidores e uma fúria de crueldade que resultou no massacre de mais de 20 mil sertanejos e o incêndio de todas as casas do arraial. Mas tudo isso aconteceu não sem dificuldades, conforme conta o livro. O povo de Canudos numa região inóspita, de difícil acesso e que tinha a natureza com maior aliada para inibir a investida do invasor. O lugar, também conhecido como o Raso da Catarina, era o mesmo que servia de esconderijo para Lampião e seu bando, quando não encontravam mais nenhum outro refúgio.

Ao todo, foram quatro expedições contra o arraial, que tinha como principal afronta o fato de crescer em adeptos e na ruptura com instituições governamentais. O livro é encontrado na cesta básica, oferecido pelo governo federal, que além de alimentos, inclui revistas, CDs e outros produtos culturais. Este é o segundo livro de Babi. O primeiro foi da Borduna à Cibernética, escrito no início desta década. Na obra de Babi, conta-se sobre os sermões, firmados no Evangelho e na comunhão; a promessa da redenção, alcançada com orações e penitência. Mas eis que Canudos sucumbiu.

Mais informações:

Babi Guedes, Aldeia Tapeba Jandaiguaba - Caucaia
Região Metropolitana de Fortaleza
Telefones: (85) 9700.0184 e
(85) 8595.9025

MARCUS PEIXOTO
REPÓRTER

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Mecenato atual é uma forma dissimulada de publicidade subsidiada

Quanto mais converso com os artistas, principalmente escritores e pintores, mais me convenço que não descobrimos uma forma de incentivo real às manifestações culturais e artísticas. Falo, especialmente,  da Lei n° 8.313/1991 (Lei Rouanet), que é uma forma de estimular o apoio da iniciativa privada ao setor cultural. O proponente apresenta uma proposta cultural ao Ministério da Cultura (MinC) e, caso seja aprovada, é autorizado a captar recursos junto a pessoas físicas pagadoras de Imposto de Renda (IR) ou empresas tributadas com base no lucro real visando à execução do projeto.
No papel, é um projeto excelente. O problema é a prática. E aí cito as conversas já matidas com os artistas, que consideram esse tipo de mecenato ardiloso e criador de falsas perspectivas. Pelo menos, essa é a opinião do poeta e cordelista Babi Guedes, que na sua opinião o que existe é uma espécie de publicidade subsidiada. Ou seja, as empresas tendem a apoiar exclusivamente aqueles que já são conhecidos do grande público e o investimento resulta em vantagens para a promoção do órgão ou empresa promotora.
Babi sabe do que está falando porque há mais de uma década vinha tentando editar um livro que narra a Guerra de Canudos, e somente agora encontrou uma forma de viabilizá-lo.
A questão não é sequer o tempo que se leva até se chegar onde chegou. Ele explica que a dificuldade maior está na burocracia, na forma de se comercializar o produto, que mesmo com os incentivos fiscais da Lei, não são compensadores para quem produz arte.
O País do Vale Tudo, tema de uma tele novela da década de 1990, ainda se mantém nos dias de hoje. Os empresários faturam em cima de obras que já despontam para a consagração, a priori de sua qualidade. É o inverso do humanismo existencialista de Sartre. A existência não precede a essência. A essência precede a existência.
Se sairmos para as edições bancadas pelo próprio bolso é quase uma certeza que se encontrará o encalhe. O que um escritor, por exemplo, vai fazer com mil livros, além daqueles que pode comercializar nas noites de lançamento? Ser escritor de uma única edição é uma predestinação, especialmente na nossa realidade.
Tudo isso pode parecer muito amargo, mas o leitor não se iluda: é muito pior do que pode estar parecendo. Não aconselho que se desista, até porque é inútil quando se tem uma determinação de um fanático como Antônio Conselheiro, a frieza de um androide e a loucura de um santo para se manter artista.
Então, prepare-se para conviver num mundo hostil. Veja os duendes que irão rir, explicitamente muitas vezes, de sua obra. Prepare-se para amargar momentos de solidão e delírios noturnos. Os dedos dos inquisidores lhe apontando por mal desvo de energias. Mesmo assim, talvez esteja aqui uma receita e a inspiração para mais uma obra. E aí o artista encontra forças para ir adiante.

domingo, 1 de abril de 2012

Centenários comemorados por poucos amigos ou convidando todos aqueles que se acham amigos


Cem anos de Nelson Rodrigues, 100 anos da eclosão da Semana de Arte Moderna e 100 anos da morte do Barão do Rio Branco. Estes centenários que ocorrem em 2012 e tão importantes servem não apenas para reparar equívocos nos reconhecimentos de personalidades e movimentos, como também para refletir que rumos tomaram o teatro brasileiro, a arte de modo geral, e a diplomacia.

No Teatro, desconheço qualquer homenagem a Nelson em Fortaleza e no Interior no presente momento. E não é por falta de casas de espetáculos: José de Alencar, Sesc, São José, Shopping Via Sul... são apenas alguns palcos que me vêm à lembrança de imediato. A explicação para que a dramaturgia não tenha obtido maior envergadura é o isolamento da Capital. A cidade mais próxima com população acima de 250 mil habitantes é Sobral. Enquanto isso, Recife, chega a um patamar elevado, pela aproximação com capitais como João Pessoa, Natal, além de cidades importantes como Campina Grande, na Paraíba, e Carpina, em Pernambuco.

Mas isso só justificaria por pouco se falar da dramaturgia de Nelson? Há explicações que não alcanço, mas bem que seria oportuno que se retomassem suas peças, especialmente neste período em que o cinema a teledramaturgia insistem na temática que rende dinheiro fácil e não instiga maior reflexão das classes sociais mais pobres.

O que se aplica para entender a inanição teatral no Ceará estende-se ainda a compreensão da apatia em se debater a Semana de Arte Moderna, um movimento que fez uma semana ter a duração de três dias. Mas o sentido da irreverência, da quebra de padrões e da revolução estão nas suas manifestações originais, em romper com o colonialismo cultural, o academicismo e a tendência de se vencer o eterno complexo de inferioridade diante da Europa, no passado, e dos Estados Unidos, no presente.

Se no caso de Nelson, a justificativa para que se não façam tanto alarde das festas que virão é porque o grosso das comemorações acontece a partir do segundo semestre, em agosto precisamente, no caso da Semana de Arte Moderna e da morte do Barão do Rio Branco, que se celebraram em fevereiro, o impacto ficou restrito a country clubs burocráticos, formados especialmente por mão de obra operária que sobrevive da área cultural, quer na área pública ou privada. Curiosamente, cada vez mais tomando um perfil de que a credencial de acesso, o pré requisito, é a antipatia, o deboche e o desprezo pelos artistas marginais. Infelizmente, o debate não chegou com nenhuma ou quase nenhuma veemência ao meio acadêmico, não obstante o acréscimo nos últimos 10 anos não apenas no número de universidades particulares, como públicas, inclusive chegando ao interior do Estado

Por que tão pouca alusão àqueles que representaram uma nova era para o Brasil na Litetaratura, Teatro, Pintura, Arquitetura e Música? Cadê as referências - e didáticas - de Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Zina Aita, Vicente do Rego Monteiro, Ferrignac (Inácio da Costa Ferreira), Yan de Almeida Prado, John Graz, Alberto Martins Ribeiro e Oswaldo Goeldi,Victor Brecheret, Hildegardo Leão Velloso e Wilhelm Haarberg, Antonio Garcia Moya e Georg Przyrembel, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti del Picchia, Sérgio Milliet, Plínio Salgado, Ronald de Carvalho, Álvaro Moreira, Renato de Almeida, Ribeiro Couto e Guilherme de Almeida Villa-Lobos, Guiomar Novais, Ernâni Braga e Frutuoso Viana?

Por fim, a confusão de meus pensamentos chega ao Barão do Rio Branco, considerado um herói nacional. O homem que, através da diplomacia, demarcou as fronteiras brasileiras, sem necessidades de guerras, mesmo em áreas de litígios, como foi a questão do Rondônia (cuja Capital leva o seu nome). Gostaria que houvesse mais debates nas universidades para discutir os rumos da diplomacia atual, que ora prega o princípio da não indiferença para opinar sobre a crise na Síria, ora nada diz sobre a supressão dos direitos humanos em Cuba e a ausência de liberdade de expressão na China e também no mundo árabe. Ter cara de poucos amigos não significa ser mais inteligente. Mas também, como disse ontem a Folha de São Paulo, querer ser amigo de todo mundo resulta na perda de respeito.

domingo, 25 de março de 2012

Triângulo amoroso inspira as melhores manifestações da arte

´Série de Tv Capitu. Imagem: Divulgação

Com a disseminação da pornografia pelos canais de televisão fechados e até abertos, nas revistas, e até mesmo na internet, a pergunta que se faz é se houve ou não maior motivação para o adultério. As opiniões se dividem e as correntes tendem para o moralismo, com pseudos argumentos inclusive, e outros para uma crença que o temor da Aids e a emancipação feminina preponderam muito mais para uma monogamia mais racional e mais blindada aos arroubos impetuosos.
Fatal como a morte, o triângulo amoroso tem servido ao longo da existência humana de "matéria prima" para os artistas, os quais encontram no amor a três inspiraçãoe beleza estética. Literatura, cinema e música são impregnados pelo tema, como se os tormentos fossem expiados e sublimados pelo imaginário criador.

Madame Bovary, de Flaubert e Ana Karenina, de Tolstoi, são exemplos clássicos da literatura universal que abordam a infidelidade nas relações amorosas. Ambas as personagens femininas, talvez punidas pelo inconsciente machistas, pagam com a vida o preço de suas buscas de amor: Madame Bovary é envenenada e Ana Karenina se joga tragicamente de um trem.
A literatura brasileira reserva também um bom número de histórias de adultério e traições. Dom Casmurro, de Machado de Assis, mostra uma Capitu capaz de levar seu amante ao delírio de ciúmes e desconfianças. Ela igualmentente não sobrevive até o final do romance.
Do mesmo modo é farto o assunto no cinema: Amargo Regresso, a Bela da Tarde, Esposamente, Atração Fatal...Agora, pelo menso dois ironizam radicalmente o mais prosaico instrumento inventado pelo homem para garantir a fidelidade de suas mulheres, o cinto de castidade. "Tudo que você queria saber de sexo', de Woody Allen, e Obscuro objeto de desejo, de Buñel, relembram a peça criada pelos que partiam para as Cruzadas, na Idade Média, com a certeza de que se vivos retornassem para seus lares, trariam sobre suas cabeças apenas os louros da vitória.
Cena de A Bela da Tarde

As desditas amorosas provocadas pelas mulheres que buscam outros braços para seus alentos tiveram nos compositores da velha guarda da Música Popular Brasileira um campo fértil de inspiração muscial, sendo os seus principais expoentes Noel Rosa e Lupíscínio Rodrigues, com as composições "Vingança" e "Nervos de aço". O tema é também retomado por Roberto Carlos (Detalhes) e Chico Buarque (Olhos nos Olhos).
Para mim, a mais impressionante obra que trata da não aceitação da perda amorosa está no filme "A mulher do lado", de François Truffaut. A personagem mata o amante e em seguida se mata. no seu túmulo é escrito o epitáfio "Nem com você, Nem sem você".

quinta-feira, 15 de março de 2012

Sesc Crato abre inscrições para concurso de contos


Com o objetivo de incentivar e promover a produção e publicação de textos literários, o SESC Crato realiza o IV Concurso de Contos, que premiará os 10 melhores textos selecionados para publicação. As inscrições são destinadas a autores cearenses e acontecem gratuitamente de 15/3 a 15/5 pelo email concursodecontos@sesc-ce.com.br.
Os textos serão selecionados a partir de 16/7. Já a premiação e o lançamento do livro, que reúne os melhores trabalhos, estão previstos para o mês de outubro, no SESC Crato. Os autores dos contos selecionados receberão 15 exemplares da publicação.
O regulamento está disponível no endereço eletrônico http://www.sesc-ce.com.br/ e impresso nas unidades do SESC Ceará.
           
 
SERVIÇO
IV Concurso de Contos - Inscrições
Período: 15/3 a 15/5
Email: concursodecontos@sesc-ce.com.br

segunda-feira, 12 de março de 2012

Inscrições abertas para a III Feira do Livro Infantil de Fortaleza



A Casa da Prosa, com apoio da Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor), realiza, de 29 de agosto a 1º de setembro deste ano, a III Feira do Livro Infantil. As editoras interessadas em participar do evento como expositoras deverão participar do processo seletivo. As inscrições estão abertas desde o dia 27 de fevereiro e seguem até o dia 31 de março. O resultado das editoras selecionadas será divulgado dia 18 de abril, durante o lançamento da Feira do Livro Infantil, na Praça do Passeio Público, às 16h. O momento será uma prévia do que será realizado nos quatro dias do evento.

Urik Paiva, coordenador de Literatura, Livro e Leitura da Secultfor, destaca que a Feira do Livro Infantil de Fortaleza já é um evento reconhecido na cidade. Prova disso é que, nas duas primeiras edições, o evento contou com participação massiva e produtiva de crianças, pais e professores. Na terceira edição, a tendência é que essa participação cresça em termos de quantidade e qualidade.


O coordenador ressalta que o apoio da Prefeitura à Feira é um complemento ao conjunto de políticas de literatura, livro e leitura para a cidade, cujo objetivo é tornar Fortaleza uma cidade de leitores e leitoras. "Colaborando com um evento popular, no coração da cidade - a Praça do Ferreira, estamos democratizando o acesso da população a esse bem social precioso que é o livro e a essa atividade enriquecedora que é a leitura", frisa.


Ao todo, serão selecionadas 36 editoras brasileiras do segmento de literatura infantil e juvenil. Elas dividirão a Praça do Ferreira com uma programação cultural que festejará 12 novos lançamentos literários. Serão ofertados ainda 32 minioficinas para a criançada, 16 oficinas de Fanzines para jovens, oito oficinas sobre leituras e contação de histórias para professores e quatro Programa Leituras Favoritas, com escritores convidados - encontro entre leitores e escritores ou ilustradores, além de contação de histórias todos os dias do evento.


Dando continuidade à edição 2012, será realizado um programa de doação de livros infantis para crianças e adolescentes de escolas públicas, através do Vale Leitura. A ideia é distribuir cinco mil livros para este público. As escolas poderão se inscrever no início do mês de de agosto.


Outro destaque da III Feira do Livro Infantil são as oficinas para professores e jovens, com tendas armadas no Passeio Público e na Praça dos Leões. As oficinas serão coordenadas pelos Agentes de Leitura, através da Secultfor.


Alem dos descontos de cerca de 30% em livros expostos e bons lançamentos, nesta 3ª edição o evento trará grandes nomes da literatura brasileira e atrações musicais de peso, que estão pré-agendados. Toda a programação será gratuita.


:: SERVIÇO
III Feira do Livro Infantil de Fortaleza
Data: 29 de agosto a 1º de setembro de 2012
Horário: 8h às 21h
Local: Praça do Ferreira


As editoras interessadas devem em participar devem solicitar a ficha de inscrição através do e-mail: flivrofortaleza@gmail.comEste endereço de e-mail está protegido contra spam bots, pelo que o Javascript terá de estar activado para poder visualizar o endereço de email


Mais informações - 3252.3343

Fonte: Assessoria de imprensa

quarta-feira, 7 de março de 2012

Engraçadinha encerra publicações que homenageiam Nelson Rodrigues



"Nelson é o maior escritor mundial. Se não fosse o idioma, que bem poderia ter sido o Espanhol, seria consagrado no mundo todo, assim como deveriam ter sido Guimarães Rosa e Machado de Assis". A afirmação é do psiquiatra e escritor Airton Monte, ao prestar sua homenagem no Sobrearte pelo centenário de Nelson Rodrigues.
Segundo Airton Monte, como todo artista esteve muito à frente de seu tempo. Por tanto, não lhe cabe os rótulos de direitista ou racista. "Wagner era racista, anti-semita, mas deixou uma obra fabulosa", compara. No caso do romancista e teatrólogo, diz que a peculariedade  maior na sua bibliografia é a ênfase que deu aos dramas familiares. "Nelson trouxe a família de classe média para dentro da sua dramaturgia ou para suas crônicas", diz o psiquiatra e escritor. Daí que temas tabus como incestos, obsessões, abortos, traições das mulheres e dos homens são recorrentes na vida real até hoje.
Nelson Falcão Rodrigues, dramaturgo, romancista e jornalista brasileiro, nasceu no Recife, PE, em 23 de agosto de 1912. Rui Castro nos conta, em O Anjo Pornográfico, que quando Nelson estava com cinco anos de idade, seu pai, deputado e jornalista do Jornal do Recife, por problemas políticos, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde foi trabalhar como redator parlamentar do jornal Correio da Manhã. Por envolvimento em questões políticas, o pai de Nelson foi preso e o jornal que ele dirigia silenciado pelo governo durante oito meses. Ao sair da prisão, Mário resolveu fundar seu próprio jornal: A Manhã. Foi nesse jornal que Nelson Rodrigues, com apenas treze anos de idade, iniciou sua carreira jornalística como repórter de polícia e esportivo. Além dele, trabalhavam no jornal seus irmãos mais velhos, Milton, Roberto e Mário Filho.
Foi nesse jornal que aconteceu uma tragédia familiar e que marcaria toda a vida de Nelson. A publicação de uma notícia sobre uma mulher que estaria praticando adultério, esta tomada pelo ódio e desejo de vingança adentrou a redação e atirou no seu irmão Roberto. Não valeram as manchetes do dia seguinte classificando a mulher de meretriz. A ferida nunca cicratrizaria.  Pouco mais de dois meses depois, ainda em decorrência da morte do filho, Mário Rodrigues sofre uma trombose cerebral e morre aos 44 anos de idade.

Assim como foi precoce a carreira de jornalista, Nelson também constituiu família muito cedo. Escondido casou-se com Elza. Com os filhos nascendo, tinha que escrever avidamente. Em maio de 1941, Nelson Rodrigues produz sua primeira peça: A mulher sem pecado.
Mantive o primeiro contato com a obra de Nelson da forma errada; através das adaptações de suas peças para o cinema, que incluíam Vestido de Noiva, Toda Nudez será Castigada e A Dama da Lotação (esta com ainda estonteante bealdade Sônia Braga). Mas não se firmavam como cinemas refletores da alma rodriguiana. Pelo contário, atolava o cinema brasileiro ainda mais num nível escatológico e, como era moda na época, na onda pornô soft.




Tempos depois, li seus livros de crônicas e acompanhei pela televisão as versões feitas pela TV Globo. Em cada história, uma tara, uma capacidade inimaginável do instinto dominar o homem. O drama passional percorre quase todas as tramas e muitas vezes a esperança dos protagonistas dá lugar ao desespero ou até mesmo a morte.
Nelson Rodrigues morreu no dia 21 de dezembro de 1980. Dois meses depois, Elza cumpriu o seu pedido de, ainda em vida, gravar o seu nome ao lado do dele na lápide, sob a inscrição: Unidos para além da vida e da morte. E só.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Tuiteiros do Ceará se reúnem para discutir blogs literários e o cotidiano do escritor


Em tempos de “#eu tuito #tutuita  #nostuitamos e partilhamos” um grupo de São Paulo, juntou-se a outro no Rio de Janeiro, a outro em Curitiba, a outro em Fortaleza e daí a outras cidades, totalizando 17 no Brasil e presença internacional em Barcelona, Turquia e Amsterdam. A disseminação de informações e debates sobre cultura e educação uniu essas pessoas que decidiram interagir também na vida offline, daí nasceram os Encontros de Twitteiros Culturais (ETC).

O evento logo ganhou um site próprio e passou a ser coordenado nacionalmente pelo multidisciplinar José Luiz Goldfarb, da Poiesis; Ricardo Costa, do Publishnews; e Fernanda Musardo, que administra o site ETC_Brasil.

Já se passaram três anos desde que foi realizado o 1º ETC –  leia o manifesto – e o projeto continua “invadindo” eventos, como a 21ª Bienal do Livro de São Paulo.

Em Fortaleza, o ETC foi abraçado pela jornalista e editora Albanisa Dummar (@albanisal), a jornalista Luiza Helena Amorim ( @luizahelena) e a socióloga Glória Diógenes ( @gloriadioge) que cuidam da organização do evento no Armazém daCultura, Casa Editora e Espaço Multicultural.  A cada bate-papo, são escolhidas temáticas diferentes, como Twitter e Relacionamentos (“Rede Socais - uma nova geografia da arte e dos afetos”) , o último discutiu temas como ética online, empreendedorismo digital, marketing digital/comunicação integrada e comportamento dos usuários/geração y e contou com uma palestra do  professor de Marketing Digital Gabriel de Oliveira (@wgabriel1).

Para esta edição o tema será “Blogs Literários e o cotidiano do escritor”, com a participação da escritora Ana Miranda, da blogueira Ana Waleska Maia ( Blog O ser em movimento), do blogueiro Raymundo Netto ( AlmanaCultura) e com mediação do curador do Prêmio Jabuti José Luiz Goldfarb. Blogueiro ou não, mas, se você consome, produz ou partilha cultura nas Redes Sociais (ou não), se achegue neste sábado, 25, ao VI Encontro de Twitteiros Culturais de Fortaleza.  Como diria o @jlgoldfarb  #VqV ( Vamos que Vamos), a boa cultura nos espera!



Serviço

VI Encontro de Twitteiros Culturais de Fortaleza (@ETC_Fortaleza)

Data: 25 de fevereiro, às 16 horas

Local: Armazém da Cultura (Rua Jorge da Rocha, 154, Aldeota)

Mais informações: Luiza Helena Amorim ou pelo site www.armazemcultura.com.br.

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Por: Luiza Helena Amorim