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sábado, 7 de abril de 2012

Egito e Vietnã ensinaram que não se deve baixar a guarda em datas religiosas



É difícil pensar em guerra no dia de hoje, mas não é um pensamento absurdo, principalmente se olharmos um pouco para nossa identidade religiosa e um pouco mais para trás. Mais importante do que o Natal, a Páscoa é a maior festa religiosa para os católicos. Afinal, trata da ressurreição de Jesus Cristo, celebrada amanhã, como prova da vitória sobre a cruz. Ontem, o Papa Bento XVI lembrou que a cruz tem um significado ôntico, pois significa o sofrimento que passa todo ser humano e isso não tem sido diferente no presente com a crise econômica internacional, provocando desemprego e desesperança.
Para os católicos, a Páscoa é a esperança concretizada de que se passará da tristeza para a alegria. Deus enviou seu filho à Terra para que morresse pelos nossos pecados. Por tanto, todo o período da Semana Santa é um chamado para a reflexão da dor e da sua superação, por meio da promessa.
Se o Brasil fosse tão católico quanto no passado, se os seus inimigos fossem mais explícitos e beligerantes esse seria o momento ideal para um ataque. Mas isso não é sequer cogitado pelo Ministério da Defesa ou por qualquer pessoa sã.
O jejum da Sexta-feira Santa, a obrigação de não se comer carne, as igrejas sem missas e a procissão sem cânticos, com marcações esporádicas das matracas são tradições que perdem adeptos a cada momento e não ecoam nos sentimentos do grosso da comunidade católica.
Curiosamente, a não indiferença com a data até se justificaria historicamente no aspecto militar. Foram nos momentos de fervor religiosos que grandes potências sofreram baixas consideráveis, quando se pensavam no respeito à fé.
Primeiro foi a Guerra do Yom Kippur, quando forças egípcias atacaram israelenses na primeira linha de defesa, ao longo do canal de Suez, com chuvas de granadas. Isso aconteceu no chamado Dia do Perdão, maior feriado judeu, onde a tônica é a reconciliação incondicional, em 6 de outubro de 1967.
Foi uma retaliação à Guerra dos Seis Dias, que contou com o apoio da Síria, mesmo país que está sendo execrado na atualidade pela repressão cruel com os opositores do regime. A surpresa deveria deixar lições para os países beligerantes. Mas não foi isso o que aconteceu.
Anos depois, durante a guerra do Vietnã, as forças norte-americana baixaram a guarda no que foi chamado maior ataque daquele País a forças americanas. Detalhe: também aconteceu durante o feriado religioso vietnamita que jamais se pensaria em tamanha desobediência aos preceitos ao Tet, maior feriado do ano, ocorrendo em torno de tarde de janeiro a início de fevereiro.
O arquiteto da ofensiva foi o general Vo Nguyen Giap, principal responsável pela fragorosa derrota norte-americana em 1975. Poderia ter sido um mito, mas é difícil encontrar citações sobre seus feitos mesmo na internet. Os Estados Unidos nunca o perdoaram. É muito provável que o generais ianques tenham pensando: ah, vamos relaxar. Hoje, os comunistas estarão rezando. Não é uma contradição?
No Brasil, mais precisamente no Ceará, aconteceu no dia 1º deste ano, o momento mais grave na segurança pública. Quando se comemorava o Dia da Confraternização Universal, a Polícia promoveu a maior greve de sua história. Não houve conflitos fatais, mas não deixou de ser uma ação traumatica, que implicou, inclusive, na vinda de forças do Exército para intervir na segurança pública, um ato que não acontecia desde a retomada da democracia.
Tudo isso serve para entender que não há mais determinismo, quer filosófico, como assim pensava o marxismo, quer religioso, como prega o livro de Eclesiaste.
Temos um mundo não apenas menos apegado a normas e preceitos, mas muito menos religioso.
Baixar a guarda é somente para os incautos. No livro de São Mateus, diz que se o pai de familia soubesse que hora o ladrão chegaria a sua casa, vigiaria e não deixaria que fosse arrombada a sua morada. Se o espírito da paz reinasse na Semana Santa não haveria tantos assassinatos e acidentes de trânsitos fatais em maior número do que no período de Carnaval. São Mateus sugere que devemos orar e vigiar.

sábado, 10 de março de 2012

América do Sul vai às compras no mercado internacional de armas (final)


Há povos que são como os animais. Os latinos, por exemplo, assemelham-se às raposas. Por não serem providos de força superior, usam ardis para capturar suas presas. Chegam a fingir mortas. São assim os italianos, espanhois, franceses e os portugueses, e as pessoas de suas antigas colônias. Já os anglo saxônicos, não. Como são muito fortes, os norte-americanos, ingleses e alemães não precisam de simulações e fingimentos. Usam a robustez para se sobrepor na cadeia alimentar. Esses são os leões.
Essa introdução é para dizer porque o general Figueiredo, então chefe do Comando Militar da Amazônia (hoje na reserva), dizia que uma das formas de se defender dos ataques de uma força de maior vigor seria as forças terrestres adotarem a estratégia da guerra de guerrilhas. Deu certo no Vietnã, na Baía dos Porcos, em Cuba, porque incita o patriotismo e faz com que a população em número bem maior subjulgue o invasor.
Ele chegou a lembrar o Iraque, fazendo algumas comparações na reportagem Fronteiras Ameaçadas, publicada pelo Diário do Nordeste em 2004. Os ataques terroristas resultaram em caos e não há como dizer que o desfecho da guerra foi positivo para os iraquianos.
O fato é que a guerrilha, tão apregoada pelo PC do B, que chegou a adotá-la no Araguaia durante os Anos de Chumbo, é vista como uma forma rudimentar e desesperada e não está à altura do aparato tecnológico que os países detêm, formados por raposas e leões. O Brasil tem que se armar. Tem que investir em planejamento para longo prazo e, sobretudo, a curto prazo, como é o caso da aviação.
Mas aqui há uma polêmica. Quais os aviões mais confiáveis, os da Boeing dos Leões, os mesmos que rejeitaram as aeronaves da Embraer, ou as raposas dos Rafalis franceses, que produzem gente com o mesmo tecido de Jérome Valcker, que esnoba, insulta e pensa que tudo se resolve com um ardiloso e arrependido pedido de desculpas?
O deputado federal Chico Lopes, do PC do B, conversando, ontem, comigo na Praia do Futuro, durante o aniversário do secretário João Ricardo do Procon, acredita ainda que a opção mais viável são os caças franceses, porque há um compromisso de transferência de tecnologia. Entende que o Ministro da Defesa deveria ser o Aldo Rebelo, porque o partido sempre apoiaria as forças armadas mais fortes e com maior investimento em pesquisa. Ele defende melhores soldos. "Sabe quanto ganha um general com um céu e todas as estrelas em cada ombro?" Indagou-me. "Ganha R$ 15 mil Esse é o Exército mais barato do mundo", afirmou o parlamentar. Por tanto, entende que não se deveria economizar dinheiro para se chegar aos fins em defesa da soberania nacional.
Concordo. Com relação aos caças, penso diferente. Acho que o obstáculo na compra dos aviões da Embraer era só o pretexto que faltava para o Brasil tender para os Rafalis. No livre mercado, a compra é para o fornecedor que vende o melhor produto e o mais barato. Se o Congresso Norte-americano é protecionista e está preocupado com o emprego dos seus nativos, por que os nossos políticos não passam a adotar igual conduta? Mas não. Estão preocupados com o caixa dois, com os mensalões, com a partilha de cargos ou então a presidente Dilma não terá a base aliada que tanto precisa. No caso dos franceses, quem garante que haverá tansferência de tecnologia? Vão criar cobras para poder picá-los? Vão nos aparelhar de tecnologia para que roubemos depois seus potenciais clientes? Prefiro acreditar nos leões. Os vários milhões de dólares que se ganhariam com a venda dos aviões brasileiros (com tecnologia norte americana) são uma economia de palitinhos, no âmbito da macro economia, comparada com o que se enconomizaria com os caríssimos produtos da Dassault e, vale à pena ressaltar, somente adquiridos até agora pela Índia.
Toda a América do Sul está indo às compras por armas e o mercado mais promissor são os EUA. Não devemos sentir melindres por isso. A Embraer continuará sendo uma empresa forte e não lhe faltará mercado. Não deixaremos de vender produtos de alta tecnologia, porque o Brasil se emepenhou para isso. Esse é o caso do agronegócio. O nosso país não esconde o know how de produzir grãos fartamente nos trópicos, graças as pesquisas da Embrapa, mas é aqui que temos terras, água e o clima tropical. Não vamos deixar de vender petróleo obtido em águas profundas. Esse manejo é totalmente made in Brazil e contamos com uma receita federal e um sistema eleitoral que nos destacam no mundo moderno.

América do Sul vai às compras no mercado internacional de armas (I Parte)



Há duas verdades inquestionáveis. Uma é a estabilidade deste lado do hemisfério, que permite séculos seguidos de paz e quase nenhuma preocupação como os vizinhos. A última guerra que o Brasil se envolveu foi a do Paraguai, que durou de 1864 a 1870. Outra assertiva é que o tamanho tem importância e conta sim. A dimensão territorial brasileira praticamente inviabiliza uma invasão, assim como a história demonstrou com outros países gigantes, como os Estados Unidos, Rússia, Canadá e China.
Contudo, os observadores dos serviços de inteligência não têm deixado passar o crescente interesse por armas na América do Sul. O Chile possui, hoje, uma das melhores marinhas do Continente e sua eficiência na Antártida garantiu a sobrevivência de muitos marinheiros brasileiros, após o incêndio na Estação Antártica Comandante Ferraz, no dia 25 passado. Seu preparo, no entanto, é específico para situações de conflitos.
No lado da Amazônia, existem a Colômbia, que não poupou recursos para modernizar suas Forças Armadas e, com isso, incitar que situação parecida acontecesse com a Venezuela. Em 2004, escrevi um caderno especial para o Diário do Nordeste, com o título Fronteiras Ameaçadas, que revelei a existência de um contigente militar de apenas 934 homens para vigiar a área fronteiriça. De lá para cá, a Colômbia já bombardeou território equatoriano e expandiu ainda mais as bases norte-americanas, ainda na gestão de Barack Obama.
Não digo que o Brasil não fez nada e, muito menos, que não deve fazer. O fato de não ter havido conflitos até agora não significa que não terá. É impossível imaginar que um militar brasileiro seja fadado a cumprir toda uma carreira sem se envolver sequer num conflito real (aqui não vale mencionar missões de paz). Nos Estados Unidos, um militar não passa dois anos que não seja mobilizado para o campo de batalha, seja onde for.
O tamanho do Brasil também não é motivo para que deixe suas fronteiras desguarnecidas, porque a invasão colombiana, especialmente motivada pelo narcotráfico ainda é a mais séria ameaça à nossa soberania pelo lado oriental, mesmo as Farcs não sendo tão medonhas como propagavam há oito anos. O que não entendo, e isso será o tema de minha reflexão amanhã, é porque o País não aproveita este momento superavitario de sua economia e investe da indústria de defesa e segurança nacional, expandindo o mercado de trabalho e assegurando a integridade de nossas inestimáveis fortunas, particularmente na Amazônia Azul, onde há as maiores reservas petrolíferas na camada do pré-sal. Não digo que essas ações não estejam sendo executadas, mas não consigo me convercer do contrário: de que essas se apresentam incipientes diante das urgentes demandas, decorrentes da riqueza e do poder, que se refletem no fato de alçarmos o sexto lugar entre as economias mundiais.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Brasil é o primeiro país a gerar energia limpa a partir de biocombustível na Antártica



O Brasil vai iluminar a Estação Antártica Comandante Ferraz com um motogerador a etanol. A ação faz parte da comemoração dos 30 anos da Estação, operada pela Marinha do Brasil, e conta com a parceria da Vale Soluções em Energia (VSE) e da Petrobras.
Nesta quarta-feira (11), o ministro da Defesa, Celso Amorim, estará na Antártica para visitar a Estação, onde dará partida na operação do motogerador a etanol, que tem capacidade de suprir, com folga, toda a energia necessária às operações e aos programas científicos lá realizados.
A partir do evento, o motogerador passará a operar continuamente na Antártica, dando início ao programa científico que faz do Brasil o primeiro país do mundo a utilizar biocombustível para produção de energia no continente.
Segundo Celso Amorim, a iniciativa brasileira é digna de celebração, pois coloca o país em destaque no cenário tecnológico mundial e alinhado com a meta da ONU, que declarou 2012 como o Ano Internacional de Energia Sustentável para Todos.
O projeto – O motogerador a etanol brasileiro foi desenvolvido com tecnologia totalmente nacional e gera energia limpa, sem qualquer tipo de aditivo, a partir de um sofisticado equipamento de controle e comando via internet. A tecnologia foi desenvolvida pela VSE, uma empresa da Vale e do BNDES.
A Petrobras fornece 350 mil litros de etanol, idêntico ao utilizado nos veículos nacionais, e fará o acompanhamento tecnológico para validar a utilização do biocombustível em condições climáticas severas.
O projeto é beneficiado pela Lei da Inovação, por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), que promove e incentiva o desenvolvimento de produtos e processos inovadores voltados para atividades de pesquisa.
O equipamento e o biocombustível partiram em outubro do Brasil para a Antártica no navio de Pesquisas Oceânicas Ary Rongel. Em seguida, uma equipe de engenheiros brasileiros partiu para o continente para realizar as instalações e os testes necessários ao funcionamento do equipamento.
A partir de agora e durante um ano, o motogerador vai operar em total sincronismo com os motogeradores já existentes a diesel, preservando o parque energético atual como uma medida adicional de segurança.
Estação Antártica Comandante Ferraz – A estação brasileira é operada pela Marinha do Brasil e foi instalada na Baía do Almirantado, localizada na Ilha Rei George, no verão de 1984. A partir de 1986, passou a ser ocupada anualmente e guarnecida por militares da Marinha do Brasil e pesquisadores, podendo acomodar até 58 pessoas. A estação possui laboratórios destinados às ciências biológicas, atmosféricas e químicas.

A partida na operação do motogerador a etanol é um dos eventos que marcam os 30 anos do Programa Antártico Brasileiro (Proantar), gerenciado pela Marinha por meio da Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (SECIRM).
Criado em janeiro de 1982, o Proantar tem realizado importantes pesquisas científicas em diversas áreas de conhecimento, de forma a respaldar a condição do Brasil de membro consultivo do Tratado da Antártica, assegurando a participação nacional nos processos decisórios relativos ao futuro daquele continente.
Acompanham o ministro da Defesa na missão à Antártica o comandante da Marinha, almirante-de-esquadra Julio Soares de Moura Neto, e o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro-do-ar Juniti Saito.

Fonte: Marinha do Brasil

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Cinema mostra tragédia que devastou o Haiti

Comerciante desnuda by marcus peixoto
Comerciante desnuda, a photo by marcus peixoto on Flickr.
O filme Haiti, 12 de janeiro, dirigido por Cleonildo Cruz, será lançado no dia 12, às 18h, na Vila das Artes. No dia 19, o filme será exibido novamente, desta vez com a presença do diretor para debate. A obra, de 52 minutos, retrata a realidade do Haiti após dois anos da maior catástrofe das Américas, em que mais de 250 mil haitianos morreram e mais de 1 milhão ficaram desabrigados. Haitianos que sobreviveram relatam o caos estabelecido no dia do terremoto que atingiu a cidade de Porto Príncipe e redondezas. A chegada do primeiro contingente de militares brasileiros, em 2004, é resgatada, traçando uma linha histórica linear até os dias atuais.
Estive em Porto Príncipe, em 2006. Naquela época, a presença das Forças Armadas Brasileiras se destacava dentre as as nações que integravam a Minustah, missão de paz criada pela  Organização das Nações Unidas (ONU), dois anos antes. O então comandante era o general Elito Carvalho Siqueira, subsituindo o general Urano Bacelar, que havia se suicidado com um tiro na boca num hotel na capital haitiana.
Foi uma visita que se restringiu à Capital e não houve nenhuma oportunidade de contato com as lideranças que protestavam contra a ocupação do País, o mais pobre das Américas. Cercados por forte segurança, os jornalistas convidados a participar da mudança de efetivos brasileiros, com grande predominância de soldados nordestinos, inclusive do Ceará, estiveram sempre acompanhados de oficiais e soldados do Exército e com pouco contato com a população.
Bem antes da catástrofe que iria mergulhar o Haiti no mais radical caos, que teve início com a epidemia de cólera (atribuída a tansmissão dos próprios militares ocupantes) e culminando com o terremoto, era um lugar tomado pelas trevas,não havia energia elétrica, e pelo lixo. Muitos jovens, adolescentes por sinal, vendiam sangue para hospitais de primeiro mundo (dizem que inclusive de Miami) em troca de alguns dólares, além de um pouco de alimento dado para quem se submete às doações.
Como se não bastassem tanto sofrimento impigido aos haitianos, o País funcionou como um laboratório do emprego antiguerrilha urbana, que hoje é empregado pelo Exército brasileiro para inibir a violência nas grandes cidades. Essa metologia vem sendo empregada no Ceará, especificamente em Fortaleza, em  vista da greve dos policiais militares que se arrasta desde a quinta-feira passada. Tudo indica que esse aprendizado será bem aplicado nos próximos dias na Capital, diante da aplicação das sanções pela ilegalidade do movimento grevista e da determinação de enfrentamento dos grevistas ao Governo. São dramas que se misturam, que espelham a miséria pessoal e coletiva e a falta de sensibilidade humana.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Exército pode ser um convidado perigoso

Tanques no cotidiano by marcus peixoto
Tanques no cotidiano, a photo by marcus peixoto on Flickr.
Em 1994, Antônio Calado escreveu: "O Rio resume o Brasil. Posto sob alguma espécie de controle militar, o Rio deixa de ser uma calamidade carioca; é um vaticínio para o resto do País. Militar brasileiro gosta tanto de ser chamado a restabelecer a ordem nas ruas quanto uma solteirona de ser convidada a jantar fora. Só que o jantar pode durar 20 anos, como durou a partir de 1964".

Esse trecho da crônica do autor de Quarup é pertinente quando o Ceará experimenta a mais desafiadora greve dos policiais miliares, deflagrada na quinta-feira, chegando ao auge das tensões na sexta-feira, até culminar na decretação do estado de emergência pelo governador Cid Gomes, no sábado. Com isso, cerca de 5 mil homens entre militares do Exército, Marinha e Força Nacional de Segurança (FNS) estão sendo responsáveis pela segurança do Estado do Ceará. De acordo com chefe da Divisão de Comunicação Social da 10ª Região Militar em Fortaleza, tenente-coronel Charles, citado pelo portal Verdes Mares, o contingente será reforçado ainda neste domingo. Além do contingente atuando nas ruas do Ceará, a 10ª Região aguarda a chegada de 80 homens do Pelotão de Choque do Exército e do Pelotão de Ações de Comando em Controle de Recife.

Apesar dos graves conflitos sociais, que são a principal causa da violência no Brasil, ainda podemos nos orgulhar do nosso espírito pacífico, cordial, festivo, extrovertido. Daí não ter havido consequências mais sérias durante o Réveilllon. Pelo sim pelo não, vale à pena refletir sobre alguns pontos: 1)Houve ou não falha dos serviços de inteligência para se antecipar aos efeitos do movimento paredista? 2)Se é real a dificuldade de comandar um grande efetivo de militares (e na ótica atual pequeno, se comparado com as demandas), por que não se divide em pequenas polícias, à exemplo dos Estados Unidos? 3)Um soldado que passa 20 anos sem promoção é por falta de merecimento ou por que alguma coisa está errada na política administrativa do Estado?

Voltando a Antônio Calado, o Exército pode se tornar um convidado perigoso sim. No entanto, nos últimos tempos tem demonstrado muita competência na administração da ordem pública, a exemplo do que vem sendo feito nos morros e favelas cariocas.O papel do Ministério da Defesa, especialmente o Exército, no Haiti (que funcionou como um grande laboratório para os embates de guerrilha urbana), deixou lições de como pode conduzir bem ações de neutralização de atividades criminosas. Talvez até com mais competência, porque é complexa a vigilância em 15.718 quilômetros, do que na função constitucional de guarda das fronteiras, do lado Oeste do País, ondea participação da Polícia Federal com seus 23 postos oficiais de fiscalização, não retem o tráfico de drogas, armas e a biopirataria.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Primeiro-Ministro da França visita as obras do PROSUB, em Itaguaí (RJ)

Amanhã,  às 16h30, o Primeiro-Ministro da República Francesa,  François Fillon, visitará as obras da Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM) e do Estaleiro e Base Naval (EBN), em Itaguaí (RJ). Acompanhado do Ministro  da Defesa, Embaixador Celso Amorim, do Comandante da Marinha, Almirante-de-Esquadra Julio Soares de Moura Neto, e do Diretor-Geral do Material da Marinha, Almirante-de-Esquadra Arthur Pires Ramos, o Primeiro-Ministro conhecerá as futuras instalações que possibilitarão a construção do submarino com propulsão nuclear.
 A parceria estratégica entre a República Federativa do Brasil e a República Francesa adotou, entre outras, a Cooperação na Área de Defesa, como parte de um Plano de Ação, mediante o qual os dois países desenvolverão a cooperação de longo prazo, fundada em parcerias industriais e transferência de tecnologia, abrangendo, entre outras metas, o desenvolvimento compartilhado de quatro submarinos com propulsão convencional (S-BR) e a assistência da França ao desenvolvimento da parte não-nuclear do projeto de submarino com propulsão nuclear brasileiro (SN-BR), de uma base de submarinos e à construção, modernização e manutenção de estaleiros.
 O Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) tem como principal objetivo capacitar o Brasil a produzir e operar submarinos convencionais e movidos a propulsão nuclear, visando fortalecer a defesa e controle das Águas Jurisdicionais Brasileiras.

Fonte: Assessoria de imprensa do Nuclep

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Vítimas cobram dívidas deixadas pela repressão do regime militar



Há quem diga que os dois lados mentem: os militares dizem que não "bateram" tanto quanto afirmam as vítimas, porque se tivessem apanhando muito não estariam tão inteiras. Essas dizem que apanharam muito. E a própria presidente Dilma conta que foi vítimas de torturas terríveis aos 19 anos. É muito provável que a maioria minta. Por isso, nada mais adequado que a instalação da Comissão da Verdade, sancionada pela presidente em 18 de novembro passado.
Embora haja quem reconheça como uma medida revanchista, os clamores das famílias que ainda têm seus entes queridos desaprecidos, ou a convivência impune de torturades e espiões do Regime Militar sem nenhuma crise moral insultam os sobreviventes e aqueles que sofreram indiretamente os tempos de "Anos de Chumbo'.
Aqui reproduzo uma carta aberta de meu primo e jornalista Mirton Peixoto, filho do militante de esquerda Aloíso Peixoto, meu tio. Católico fervoroso, Mirton não fala em revanche mas na mais transparente verdade que venha á tona e possa esclarecer o conflito entre militares e seus opositores.

Comissão da verdade: hora de abrir o baú das injustiças contra o povo brasileiro

Por Mirton Peixoto*

Tomo a liberdade de resgatar a história da minha família, que na época no Brasil não podia se expressar e nem sequer viver com ideias democráticas. Foram momentos de muita tensão, entre o Estado Novo (1946) e a Ditadura Militar, nos anos de 1964 a 1968, e que ainda se estendeu até 1985. Hoje está sendo criada a Comissão Nacional da Verdade em que vai ser aberto o baú das injustiças contra o povo e a própria sociedade. Momento oportuno para colocar em pratos limpos tudo que aconteceu naquela época.

A veracidade dos fatos é a minha própria vida e a de minha família. Não temos documentos, mas temos fatos concretos de desrespeito e autoritarismo que ocorreram e ficaram para sempre na memória.

A vida do meu pai e todos os meus irmãos foi de tremenda luta pela sobrevivência e os resquícios dessa época são grandes e deixaram muitas feridas abertas. Qual o perigo que oferece um trabalhador (meu pai era soldador), que só tentava organizar a classe que ocupava? Por que viver na clandestinidade um operário, por simplesmente pensar em uma sociedade mais justa e solidária? Porque um líder comunitário que procurava ajudar a sociedade por melhores condições de vida era perseguido? Como uma filha de um “sonhador” não poderia assumir um concurso público ou trabalhar numa empresa por causa do nome do pai?

Um homem que não podia usar sua própria identidade, porque não era bem recebido pela classe patronal e uma sociedade militarista atrasada. Lembro-me de histórias contadas pelo meu pai que teria levado um tiro de “raspão” no braço direito em um comício de Luis Carlos Prestes, na chamada “Coluna Prestes", nos finais da década de 30. Para não ser preso ele fugia. Ele escrevia cartas para minha mãe em um papel em branco com limão. Para ler a carta, era preciso colocar o papel aparentemente branco sob a luz. Portanto, todo cuidado era pouco, para a sobrevivência. Contava, em forma de piada, acontecimentos verdadeiros, como, por exemplo, que todo sujo de carvão (para não ser reconhecido) a polícia federal chegou a perguntar a ele por ele próprio. E dizia: “sei lá quem é esse fdp” e pegando uma pá com carvão jogou pó no olho do policial. E assim mais uma vez fugiu e continuava vivendo na clandestinidade, sem praticamente identidade própria.

Lembro-me muito bem quando eu estava junto dele e “Dom Helder Câmara”, em 1963, antes de ir para Recife, pediu para ele não deixar cair o “Centro Maternal da Piedade” - local onde as lavadeiras lavavam as roupas para a sobrevivência e suas crianças ficavam no berçário. Lembro também quando ele contava que o então Governador Virgílio Távora estava em uma reunião em Messejana e outras pessoas estavam falando mal de meu pai, e o governador perguntou a essas pessoas, “esse Aloisio é o da Piedade? Pois enquanto vocês estão falando mal dele aqui, ele está lá trabalhando pela comunidade”. Meu pai tinha uma ligação com a esposa do Virgílio, a Dona Luiza Távora, ele a chamava de “Dona Zelinda” e conseguia tudo com ela para a comunidade.

Tenho uma irmã que estudou na Escola Normal Justiniano de Serpa na época em que alunos pularam o muro para não ser levados pela polícia. Daí ela não foi mais para a Escola. Só após alguns anos, ela continuou a estudar no Colégio São José, onde terminou o Segundo Grau. Outro irmão foi depor na Polícia Federal, pois era do Centro de Estudantes Secundaristas do Ceará. Lá também quem participava era perseguido.

O lema de meu pai era “justiça, igualdade e fraternidade”. E por causa desse “projeto” a minha família sofreu perseguições, foi negado emprego a ele e a todos os irmãos mais velhos. E ele teve que trocar de profissão e passou a ser contabilista. Enfim, vivíamos de trabalhos diários para a sobrevivência. Eu poderia dizer que matar um leão por dia era fácil. O problema maior era conviver com as cobras.

Nessa luta diária, eu, com menos de dez anos de idade, tinha a preocupação de sobrevivência e todos os dias esperava meu pai trazer a notícia do dia: se tinha conseguido dinheiro para comer no dia seguinte, pois, em muitos dias, não se tinha nem o necessário. Como dizia minha mãe, era “arroz e feijão na água e no sal, sem mistura”, pois emprego fixo era negado a toda família. Eu passei a ajudar meu pai nessa busca diária por dinheiro a partir dos 12 anos. Tinha uma irmã que cobria botões. Outros faziam serviços de escrita fiscal para mercearias. Outro irmão trabalhava como pintor numa empresa de um primo da minha mãe. Teve época em que meu pai devia tanto, que tomaram até o “ganha pão” dele, que era uma máquina de escrever e outra de calcular.

Eu, como filho mais novo, vi os meus irmãos serem privados de emprego, de falar, de gritar por condições mínimas de saúde e de sobrevivência. Eu com um ano de idade perdi a visão do olho direito. Outro irmão se arrastava pelo chão - não andava - era paralítico de nascença e morreu com 18 anos. Uma irmã mais nova morreu ainda. Vi minha irmã mais velha ser demitida e o dinheiro, guardado em casa, após alguns anos (talvez 15 anos), quando precisou, não valia mais nada, pois foi trocada a moeda do país. Outra irmã fugiu de casa para casar.

A história do Brasil tem uma dívida com a sociedade, que precisa, pelo menos, conhecer a verdade, o que aconteceu com todo o povo, que muito lutou, e que não tinha sequer identidade própria.

Como foi difícil a caminhada até aqui. Ficaram os frutos da organização de classe, trabalhos comunitários, luta por justiça e melhores condições de vida e de saúde. Posso dizer que a luta continua, mas pelo menos hoje temos a liberdade de expressar as opiniões, mesmo sabendo que ainda reinam as injustiças sociais e que o trabalho é desvalorizado pelos empresários. Os lucros ainda são concentrados nas mãos dos patrões e os trabalhadores ainda não estão conscientes de que é o trabalho que gera a riqueza.

Que este Brasil, de hoje e do futuro, aprenda com a história, que os fatos sejam revelados, que nunca mais voltem governos autoritários e que se possa apontar o erro, falar e expressar com liberdade. Posso dizer que na ditadura perdeu-se o brilho e a graça, diante da violência e da falta de Deus nos corações das pessoas, acreditando que a Comissão da Verdade revelará ao povo brasileiro a memória oculta nas sombras do regime de exceção.

* Diretor de Ação Sindical do Sindjorce e do DIEESE-CE e ministro extraordinário da Sagrada Comunhão da paróquia Bom Jesus dos Aflitos (Parangaba) e fundador da comunidade Santo Expedito (Maraponga).

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Compra de caças poderá ainda não sair no começo de 2012



A crise econômica que graça pela Europa e já respinga nos países emergentes e a piora nas relações comerciais Brasil e Estados Unidos são as principais causas para que o País ainda no começo do próximo ano não se defina pela renovação da frota de aviões militares. Desde o governo de Fernando Henrique Cardoso, vêm-se avaliando as propostas de compra de caças da francesa Dassault Aviation, da americana Boeing e da sueca Saab, numa operação milionária.
Que será necessária uma renovação urgente, ninguém tem dúvida. Afinal, não podemos assistir aos caças remanscentes terem o mesmo fim do avião presidencial conhecido como "Sucatinha" que foi aposentado esta semana, após transportar sete presidentes em 34 anos de voo. A aeronave ficará exposta no Museu Aeroespacial. Foram mais de 27 mil horas de voo e estava fora de operação desde 2010.
Se não fossem as implicâncias e o protecionismo norte americano, respectivamente, para a transferência de tecnologia e a expansão dos negócios da Embraer nos Estados Unidos, certamente já estaria definida a escolha pelos F-18. Mais viáveis pelo preço e pelas vantagens bélicas sobre o Rafale, etc. O problema de transferência de tecnologia não deveria ser posto de forma tão inflexível pelo Brasil, porque infelizmente possui limitações de engenheiros e nenhum País negociará transferência sabendo que o País será um competidor no mercado. Além disso, o Ministério da Defesa não trabalha apenas com caças para a estratégia da segurança nacional. Marinha e Exército têm prioridades que se somam as Aeronáutica.
No entanto, o bom senso ainda aponta para os aviões norte-americanos e sobre esses deverá recair a preferência da presidente Dilma Rouseff. Alguém dúvida que há algum país melhor do que os Estados Unidos no comércio de armas?
Júlio Verne, no livro da Terra à Lua, reconhecia o engenho ianque: "No que os americanos ultrapassaram singularmente os europeus foi na ciência da balística. Não que as suas armas atingissem mais alto grau de perfeição, mas porque ofereceram dimensões inusitadas, tendo, por conseqüência, alcances desconhecidos até então. No que respeita a tiros rascantes ou de rajada, os ingleses, os franceses e os prussianos nada mais tinham a aprender; mas os seus canhões, os seus obuses, os seus morteiros não passavam de pistolas de bolso comparados com os formidávei engenhos bélicos da artilharia americana. Isto não deve espantar ninguém: os ianques, esses primeiros mecânicos do Mundo, são engenheiros, como os italianos são músicos e os alemães metafísicos - de nascença".
Então, como um expert em defesa nacional já afirmou num blog especializado> "se queremos carros compraremos dos alemães. Se o caso for queijo, dos franceses. Mas se as necessidades são as armas, então os compradores naturais são os norte americanos". Simples assim.

sábado, 22 de outubro de 2011

Ministério da Defesa garante que Brasil não recuará no domínio da energia nucelar




Se o Iraque e a Líbia tivessem bomba atômica, teriam havido deposições de seus ditadores e sofridas perdas civis? A julgar pelo que acontece com a Coréia do Norte, onde uma ditadura é muito mais hostil ao Ocidente e agressiva, a resposta é não. Com esse argumento Exército e acadêmicos especialistas em Defesa Nacional têm se posicionado como favoráveis para a continuação do programa nuclear brasileiro, tendo à frente a Marinha do Brasil, que desaguará, se não houver nenhuma sabotagem, na criação da bomba.
O desenvolvimento da política nuclear, a contragosto dos Estados Unidos, assim como as ações de tecnologia espacial, desenvolvidas pela Aeronáutica, e de cibernética, pelo Exército, foram reforçadas pelo general Alderico Mattioli, diretor do Departamento de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa, esta semana. Ele disse que todo o esforço militar brasileiro se coaduna na estratégia da dissuasão.
Ele esteve presente à Audiência Pública para debater o reaparelhamento das Forças Armadas, promovida pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, presidida pelo senador Fernando Collor.
Para explicar melhor essa alternativa de defesa, o especialista em Defesa Nacional, Antônio Luiz da Costa, disse que há três tipos de estratégias: uma, quando uma força militar é consideravelmente superior a seu opositor. Então esse é derrotado de forma avassaladora. A segunda, é quando há uma inferioridade entre as partes. Há um certo equilíbrio de forças, mas vence quem derrota o inimigo minando suas forças, a exemplo do que faz o toreiro com o touro. E a última, é a dissuasão. Consiste em colocar a questão de que se houver um conflito, a força inferior poderá sucumbir, mas o inimigo poderá perder pelo menos um braço. Isso valeria à pena?
Antônio Luiz lembrou que a presidente Dilma também deixou explícito que o Brasil não abandonará seu programa nuclear, porque entende que o desarmarmento não pode ser unilateral. Ele salientou que o Brasil é um País rico, mas precisa ter poder. Caso contrário essa riqueza pode ser roubada.
"O Brasil é um País mestiço, sincrético, antropofágico (no sentido empregado por Oswald de Andrade, naturalmente), tolerante e pode ser a liderança do futuro, pela impossibilidade dos Estados Unidos em reunir essas qualidades e pelo declínio que as Nações ricas vêm sofrendo no lado Ocidental.
Contrário ao pensamento da proliferação das armas nucleares, o professor Gutther Rudzit, doutor em Defesa Nacional, disse temer que o Brasil perca essa hegemonia no Ocidente, e não apenas passe a ser temido como também incentive o armamento atômico pelos países vizinhos. Ele foi advertido por Antônio Luiz, que deveria imaginar o que o "espaço do Brasil não é assim como colher frutas no pomar".
Ou seja, nunca antes neste Pais a energia nuclear passa a ser uma prioridade assim como a compra de caças, mais navios, mais submarinos e mais recursos que levem o País a não sofrer perdas, quer pelas suas riquezas na plataforma marítima, quer por deter 12 por cento da água mundial e por se constituir no País mais influente do Hemisfério Sul, consolidando as raízes e suas diferenças como uma América Portuguesa.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Queda de Jobim será o epílogo para o clima de formigueiro no Ministério da Defesa?

typhoonEm toda a história, tornou-se o ministro que passou mais tempo no cargo, desde 2007, e  também o que mais tempo levou na sua fritura. A história de Nelson Jobim à frente do Ministério da Defesa foi contada em parte neste blog, quando no inicio do governo da presidente Dilma perdeu  o seu prestígio. 
Em seguida, fez uma série de declarações delicadas, que não poderiam culminar em outra atitude, senão o seu afastamento do cargo. 
A sua opção preferencial pelos caças franceses, praticamente descartada pela presidente e pelos oficiais da Aeronáutica, os elogios rasgados a Fernando Henrique Cardoso, na festa de seus 80 anos, reuniões com comandantes da presidente com chefes das Forças Armadas, sem a sua participação, o anúncio de que teria votado em José Serra e, por fim, as críticas às ministras Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais), na revista Piauí, como pá de cal, somaram-se as motivações pela exoneração. 
O balança-mais-não-cai de Nelson Jobim foi suavizado na entrevista à TV Cultura, na segunda-feira passada, quando disse que era sua intenção continuar como Ministro da Defesa. Tanto assim, que se encontrava em Tabatinga, na fronteira com a cidade de Letícia, na Colômbia, para discutir o cinturão de fronteiras contra o narcotráfico, quando foi anunciada a demissão por telefone. Sua assessoria também havia confirmado a participação de 8 a 10 próximos, do 5º Encontro Nacional da Associação Brasileira de Estudos de Defesa (Abed), em Fortaleza, 
Além das autoridades nacionais, estarão presentes o ministro da Defesa do Equador, Javier Ponce Cevallos; o diretor do Centre for Defence Acquisition, de Londres, David M. Moore; e Yannick Quéau, da Fondation pour la Recherche Stratégique, da França. Entre os acadêmicos, Xiaoqin Ding, da Academia Chinesa de Ciências Sociais, e Sebastião Velasco e Cruz, cientista político da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
 O evento é uma realização da Associação Brasileira de Estudos de Defesa (Abed) e do Observatório das Nacionalidades, coordenado pelos professores Manuel Domingos Neto (UFC/Universidade Federal Fluminense) e Mônica Dias Martins (Universidade Estadual do Ceará-Uece). O local do encontro será o hotel Seara. 
Para o seu lugar, assume Celso Amorim (virá a Fortaleza?), o segundo diplomata de carreira a estar no Ministério. O primeiro foi José Viegas, que passou menos de dois anos no cargo e teve rejeição explícita dos comandantes militares.
Esse é o verdadeiro desafio do Ministro da Defesa no Brasil. Não basta a presidente Dilma gostar, os comandantes militares devem também, senão poderão ter sina parecida, num caso extremo, como o do baiano Waldir Pires, que se diz vítima de sabotagem pelos controladores de voos. Todos os antecessores de Nelson Jobim estiveram menos de dois anos no cargo. 
Celso Amorim, à frente do Itamarati no governo Lula, manteve uma postura de afastamento com os norte-americanos e uma aproximação muito críticada com ditaduras. O fato é que não deveria pairar nenhuma dúvida se o Brasil optará pela compra dos aviões norte-americanos, os mais viáveis e os mais confiáveis no mercado de armas. Esse é um ponto chave para oficiais da Aeronáutica. Um espectro envolve Brasília.

sábado, 9 de julho de 2011

West Point e o Exército norte americano se tornaram independentes do Brasil

Capela West Point Academia Militar Cadet de
Capela de West Point

A Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), no Rio de Janeiro, informa sobre a administração de aulas de Geografia do Brasil para os cadetes da Academia Militar do Exército dos Estados Unidos da América (West Point), localizada em Nova York. A ligação entre ambas instituições é antiga. Pelo menos dois generais que atuaram durante o regime militar instituído a partir de 1964 foram professores de Português na escola norte americana: o general-de-Exército Heitor Furtado Anizaut de Mattos, e o general-de-brigada Oacyr Pizzotti Minervino. O general Floriano Peixoto, não o ex-presidente do Brasil,  de 1996 a 1998, exerceu a função de Oficial de Ligação do Exército Brasileiro.
Berço dos grandes oficiais, influentes políticos e mentores da indústria de armas, West Point tem como seus maiores críticos, pela liberdade de expressão e o exercício da auto-crítica, os próprios norte americanos.  Para explicar porque os Estados Unidos são há décadas, um estado militarizado, que gosta de participar de alguma guerrinha em algum lugar do mundo, o general Van Fleet (de West Point, 1915), afirmou: A Coréia foi uma bênção. É preciso que haja  Coréias aqui ou em qualquer lugar do mundo". Já o ex-senador radical republicano B.F Wade, de Ohio, declarou: "Não acredito que se possa encontrar, em toda a face da Terra...outra instituição que tenha produzido tantos homens falsos e ingratos quanto os que emanaram dessa instituição".
Do escritor norte-americano Gore Vidal, há a lembrança do fundador da Academia (em 1817) Sylvanus Thayer, um admirador apaixonado de Napoleão Bonaparte, que afirma que o próprio "se empenhou em criar um inferno de quatro anos para os rapazes mandados para ele, vindo do país inteiro. Eram mantidos permanentemente ocupados, recebiam tratamento de robôs, e eram enquadrados num código de honra que, em poucas palavras, transformava cada um deles em espião dos outros'.
Ainda segundo Gore Vidal, não é de espantar que o pessoal de West Point tenha mais sucesso quando se dedica a criar West Points em miniaturas,especialmente na América Latina. Claro que ainda há o desejo de jovens cadetes brasileiros de cursarem nos Estados Unidos, para isso existem o intercâmbio e é incentivado por todos os Ministérios da Defesa. Mas se no passado havia avidez e um sentimento de orgulho para o currículo cursar o Fort Benning (Geórgia), como o general de Exército Rubens Bayma Denys; o Fort Bevoir (Virgínia), o general de Exército, Samuel Augusto Alves Correa; o Fort Leavenwort,  o general-de-Exército Luiz Gonzaga Schoeder Lessa, dentre outros, todos na ativa durante o movimento de militar de 1964, hoje existe uma inversão de valores. Já não há mais a reverência aos norte-americanos, não "porque cometeram muitas maldades aqui e acolá", mas porque esses se tornaram independentes do Brasil. Em todo o caso, prevalece a mentalidade de que "quando não se tiver nada para fazer, policie a área".

sábado, 25 de junho de 2011

América do Sul e narcotráfico passam a ser prioridade para os Estados Unidos


Com a retirada das tropas do Afeganistão e, de forma gradual, no Iraque, a Líbia é alvo prioritário da Otan e dos EUA. No entanto, não se pode deixar de notar as recentes mobilizações na América do Sul, onde já se apontam para uma ação mais ostensiva dos órgãos de inteligência e contra inteligência. A Agência Brasileira de Inteligência (Abin), através de um oficial da contra inteligência ,havia se pronunciado que a guerra do Iraque fez com que os Estados Unidos deixassem "de lado" essa parte do hemisfério, pelo menos no governo Bush.
No entanto, vamos notar alguns acontecimentos recentes. O ministro da Defesa do Brasil, Nelson Jobim, finalizou na sexta-feira passada sua visita à Colômbia, após acompanhar o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, que assinou a Lei de Segurança Cidadã.
Na capital colombiana, Jobim e Rivera anunciaram o início de projetos de fortalecimento na zona de fronteira comum para proteger os recursos naturais, a biodiversidade e os povoados situados na fronteira.
A ideia é iniciar a negociação de um plano binacional de segurança fronteiriça que garanta que nesses 1.645 quilômetros de fronteira entre Colômbia e Brasil se tenha as melhores condições de segurança.
No Site da CIA, o Brasil é apontado como o segundo maior consumidor de cocaína e o maior produtor da maconha. Dentre os problemas verificados no País, aponta a necessidade de erradicação dos plantios da maconha, bem como maior fiscalização na lavagem de dinheiro. O Brasil é visto como entreposto para o tráfico internacional.
Ainda na semana passada, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse achar preocupante o quadro mostrado pelo relatório da ONU sobre o avanço do tráfico de drogas no Brasil e no exterior. O ministro afirmou que o problema atinge todos os países e não apenas um país ou região específica. O relatório aponta o aumento de volume de cocaína apreendida no Brasil e também a multiplicação por dez do número de pessoas presas na Europa com carregamentos de drogas depois de passar pelo território brasileiro.
Pelo levantamento do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc), em 2009 foram apreendidas 24 toneladas de cocaína em território brasileiro. O número é três vezes maior que as 8 toneladas apreendidas em 2004. O relatório informa ainda que, em 2009, a Europa apreendeu 1,5 tonelada de cocaína que estava em poder de traficantes que passaram pelo Brasil antes de viajar para a Europa. O número é mais de quatro vezes maior que o volume da cocaína de mesma origem apreendida em 2005 em aeroportos e portos da Europa.
Não que essa história toda sirva de pretexto para uma intervenção militar na Região, embora suas bases na Colômbia e Paraguai, continuarão se expandindo  na administração do presidente democrata Barak Obama.



sexta-feira, 6 de maio de 2011

Continua impasse do novo papel das Forças Armadas

CONTRA A DENGUE

Prefeitura e Exército vedam caixas-d´água

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Os trabalhos de vedação de caixas-d´água iniciados ontem no Conjunto Ceará, se estenderão até o dia 12 de setembro, cobrindo todas as etapas daquela localidade
FOTO: THIAGO GASPAR
Parceria com a Secretaria Municipal de Saúde reúne 72 soldados em trabalho de prevenção à dengue
"Estamos travando uma guerra contra um inimigo minúsculo e aparentemente fácil de ser vencido, mas na verdade, o mosquito transmissor da dengue é perigoso e difícil de ser controlado. A epidemia da dengue não é algo que se decreta, mas sim que se constata".

A afirmação é do titular da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Alex Mont´Alverne, ao falar, ontem, para cerca de 72 soldados, cabos e um sargento do Exército Brasileiro. O contingente vai auxiliar as equipes da SMS na vedação e telamento de caixas-d´água nas áreas das Secretarias Executivas Regionais III e V (SER III e SER V).

Durante a preleção, que aconteceu na Unidade Profissionalizante de Atendimento ao Menor (Upam), no Conjunto Ceará, o secretário municipal de Saúde, lembrou que os números estão sendo reveladores da necessidade de ampla mobilização da sociedade, inclusive recorrendo aos empresários e, particularmente, às forças armadas brasileiras. Até ontem, haviam sido registradas 36 mortes por dengue no Ceará, sendo que 13 aconteceram na Capital, afora mais nove casos que estão em investigação.

A escolha do Conjunto Ceará para dar início da operação de vedamento de caixas-d´água foi explicada por Alex Mont´Alverne por ter sido o bairro que apresentou menor cobertura na Capital. Ou seja, apenas 14% dos seus imóveis estão devidamente protegidos.

"A ação é fundamental para reduzir a incidência da doença, pois os recipientes, quando desprotegidos, são propícios à reprodução de larvas do Aedes aegypti", comentou.

A primeira casa visitada pelos soldados foi a situada na Rua 608, nº 72, na segunda etapa. A proprietária, Maria Virgínia Moreira, disse que vinha pensando em tomar essa providência, mas sempre adiava, em vista de outros afazeres da família.

Meta
O supervisor de Endemias da SMS, Edilberto Nunes, disse que a meta é atingir 13 mil caixas-d´água, que é o número pertinente às telas que foram doadas pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec). Segundo Edilberto, é difícil precisar quantas unidades serão vedadas por dia, tanto por conta do tamanho das unidades a serem cobertas, quanto pela dificuldades de se trabalhar durante o período chuvoso.

Uma outra preocupação é que essa atividade seja extensiva às demais caixas-d´água que se encontram desprotegidas em outros bairros da cidade. Para tanto, as autoridades de saúde do Município acreditam que o gesto do Exército e da Fiec deverá motivar outras entidades e instituições a aderirem à campanha de combate a dengue, especificamente nessa atividade.

Divididos em 36 duplas, os homens do Exército visitarão prédios dos bairros Autran Nunes, Bom Sucesso e Quintino Cunha, na Regional III, até o dia 6 de setembro.

O trabalho na SER V se estenderá até 12 de setembro, cobrindo o Conjunto Ceará. A escolha dos bairros levou em consideração os índices de infestação predial, o número de caixas-d´água e as condições socioeconômicas e ambientais.

ALDEOTADois prédios abandonados preocupam vizinhança
Dois prédios abandonados no coração da Aldeota estão causando temor na vizinhança, por conta dos focos de dengue. Apesar de as obras terem sido interrompidas a algum tempo, os moradores do entorno afirmam que ainda não houve uma inspeção da SMS para o controle focal. Um dos prédios fica localizado entre as ruas Beni de Carvalho e Coronel Jucá, com quatro pavimentos. O outro fica na confluência das ruas Monsenhor Catão e Henriqueta Galeno.

De acordo com Heloísa Caracas, moradora do Condomínio Angelina Góes, pelo menos quatro moradores contraíram a doença no prédio, que fica localizado na Rua Henriqueta Galeno. Em um desses prédios, na Rua Henriqueta Galeno, do alto dá para ver que há moradores residindo no local. Além de um fogão, também foram avistados animais domésticos, inclusive galinhas.

A diarista Fátima da Silva Freitas disse que o lugar causa aflição para os moradores, porque os prédios inacabados são locais onde residem sem tetos e até mesmo servem de esconderijos para ladrões. O gerente de Vigilância Ambiental, da SMS, Urânio Nogueira, disse que mandará equipes no local para que seja feito o controle focal. Ele informou que caso haja algum impedimento para o acesso da equipe, é provável que se requeira uma ação judicial.

MARCUS PEIXOTO
REPÓRTER
Diário do Nordeste
Assim tem sido a realidade das Forças Armadas Brasileiras. Enquanto o Exército mantém o gosto pela alvenaria, construindo estradas, barragens ou em operações civis, a Marinha utiliza hoje suas embarcações militares para excursões escolares. Exemplo disso acontece nas suas fragatas e no milionário porta-aviões de origem francesa, o São Paulo,que até hoje não fez outra coisa senão boiar. Já o caso da Força Aérea é a nossa eterna novela das 8. Com o dilema na escolha dos caças,  passou a ser paraquerada por franceses (hoje sem muitas chances), os suecos (com muito poucas) e os norte-americanos, os mais cogitados. A indenição do povo papel das Forças Armadas, que devem se inserir no papel constituicional de defesa da soberania nacional, torna esse instrumento precário e inseguro.

domingo, 13 de março de 2011

Canções de guerra incitam o espírito da infantaria e das forças especiais

 O terreiro lá de casa não se varre com vassoura, varre com ponta de fio e onda de metralhadora.


Se eu morrer e for pro céu, desço a terra no rapel, mas se no inferno eu for parar, eu subo a terra no lepar


Quando eu morrer vou de farda de instrução (bis) Até o cemintério pagando flexão. Quando eu chegar no céu azul (bis) vou falar com o são pedro na posição de canguru. Quando eu morrer quero ir todo engomado (bis) até na morte eu não quero ser torrado. Quando eu morrer eu vou de fal e de bereta (bis) chegar no inferno e dar um tiro no capeta. E o capeta vai gritar desespero (bis) meu Deus do céu tira daqui esse guerreiro.


Corridinha mixuruca, que não dá nem pra cansar, eu vou dar a volta ao mundo, vou até o Ceará. Fraco é a vovozinha, a turma aqui é pra valer, a gente corre a vida inteira, e não se cansa de correr.


Assim são as cantigas de guerra, usadas em marchas ou nas corridas para a preparação física. Claro que os Exércitos, assim como as demais armas, sonham com equipamentos modernos, que estejam acessíveis para a defesa de posições e para a dissuasão dos inimigos. No entanto, a valentia e o espírito guerreiro da Infantaria não se compram. Em todos os países, onde os militares se fazem muito presente nas decisões da Nação, existem as Forças Especiais, que no caso do Brasil é o Comandos, oriundos dos antigos grupos de para-quedistas com decisiva atuação - e desproporcional - na guerrilha do Araguaia. Também não menos importante na retaliação de militares mortos no rio Solimões, por membros das Farcs colombianas, no final da década de 1990.Hoje, a crítica é que não mais praticam as operações secretas (conhecidas no jargão militar, como black ops), exceto algumas missões de reconhecimento em regiões de fronteiras. A falta de operacionalidade é um fator de desvantagem não apenas com outras forças de países de primeiro mundo, mesmo comparando com o Bope, especializado em conflitos urbanos reais. 

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Ministro da Defesa sente a pressão internacional

"Nunca confie na probabilidade do inimigo não estar vindo, mas dependa de sua própria prontidão para o reconhecer. Não espere que o inimigo não ataque, mas dependa de estar em uma posição que não possa ser atacada". 


Foi com esse conceito, retirado de A Arte da Guerra, de Sun Tzu,  que o  ministro da Defesa Nelson Jobim concebeu  "o coração da sociedade estratégica" entre Brasil e França, protocolada formalmente pelo ex-presidente  Lula e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, no dia 7 de setembro de 2009.
Por enquanto, não há nenhum sinal de presença inimiga, quer descendo os Andes e adentrando a selva amazônica, quer pelo Atlântico, onde se encontra as maiores reservas de petróleo da Nação (cerca de 90% da produção nacional), mais precisamente na bacia de Campos, e um ataque, aí sim, pararia o País. Além disso, o Brasil possui dimensão continental e, por sua natureza, torna quase impossível o sucesso de uma invasão, assim como seria para os Estados Unidos e, historicamente provado, para a Rússia.
Mas seria por isso que os brasileiros deveriam deixar para lá as fronteiras do lado Oeste e não se preparar no lado Leste, em vista da cobiça internacional, que chegará ao pico com a escassez do petróleo e a instabilidade do mundo árabe? A resposta para essas perguntas foi um acordo militar com a França, onde se incluía a compra de caças. 
A titular de Exteriores da França, Michèle Alliot-Marie, que esteve até terça-feira passada no Brasil, ouviu a resposta de que a compra está suspensa, dentro dos cortes orçamentários realizados pela presidente Dilma. Tallvez leve mais de um ano, talvez a França fique de fora da compra dos caças. Talvez o Brasil percebeu o tamanho do lençol: ou se cobre bem a cabeça, ou se cobre bem os pés.
O orçamento de Defesa para este ano era de R$ 15 bilhões (equivalente a US$ 8,8 bilhões), mas com os cortes decididos pelo Governo ficará em R$ 11 bilhões (US$ 6,4 bilhões).Michèle saiu daqui acreditando que as vendas estão apenas suspensas e que o Brasil não recuará no plano selado por Lula e Sarkozi, afirmaram fontes oficiais.  Ela não saiu da França acreditando que teria uma resposta diferente. Duvido que o serviço de inteligência seja inepto. Talvez, o símbolo maior é que a pressão internacional ingressa num capítulo interessante para suscitar questionamentos sobre o que é necessário para o Brasil. Isso antes que o inimigo nos surpreenda.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Ministério da Defesa ainda mantém clima de formigueiro



Sistema de monitoramento de satélite do Brasil Pelo MD
 Há evidente processo de fritura do ministro da Defesa Nelson Jobim. A suspensão da compra dos caças, reuniões da presidente Dilma, a portas fechadas com o comandante da Aeronáutica e as críticas pela nomeação de José Jenoíno, ainda envolvido no escândalo do Mensalão, são terrenos minados para a travessia de uma nova gestão.
 A questão Jenoíno não diz respeito tanto ao mensalão, mas é contra a lógica de que Aldo Rebelo, então deputado federal pelo PC do B, já foi preterido do Ministério, porque se temia uma politização das Forças Armadas no primeiro governo Lula. Tem uma relação com prestígio interno e isso começa a ser questionado no ministro da Defesa, que até agora tem passado mais tempo no Cargo: desde junho de 2007. Os anteriores Elcio Alvares, Geraldo Magela da Cruz Quintão, José Viegas Filho, José Alencar e Valdir Pires, não passaram mais de dois anos.
Isso leva a crer que não basta a presidente Dilma gostar. As Forças Armadas precisam também. E gostaram de José Alencar, porque era vice-presidente, e Nelson Jobim, que foi ministro do STF e desde a sua posse vinha prometendo mundos e fundos para Exército, Marinha e Aeronáutica.
Os demais foram tratados desde o desdém à sabotagem explicita. Elcio era alijado, porque se queria um militar da reserva. Geraldo teve problemas com aviões da FAB utilizados por civis. José Viegas, casado com a design peruana Erica Stckholm, então com36 anos, bonita e desenvolta nas reuniões sociais, causava desconfortos com as distintas senhoras dos generais. O estopim foi uma carta do comandante do Exército fazendo apologia ao militarismo à moda antiga.
Mas ninguém foi mais vítima do complô de caserna e do desprezo do que Valdir Pires, durante a crise dos controladores. Ou seja, a permanência de Nelson Jobim vai depender,especialmente, do apoio do alto comando militar.

Serviço: O Ministério da Defesa é o órgão do Governo Federal responsável pela direção superior das Forças Armadas, constituídas pelos Comandos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.
Sua principal missão é manter a soberania nacional e a integridade territorial, bem como estabelecer políticas ligadas à defesa e segurança do País, como a Política de Defesa Nacional (PDN).

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Desaparecidos políticos são um fato histórico, afirma general

Foto: Marcus Peixoto
Em 1969, o general José Elito Carvalho Siqueira, novo ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) tinha 23 anos  e era aspirante a Oficial. Ele faz parte da nova geração de generais que não tiveram nenhuma relação direta com os "Anos de Chumbo", período associado ao regime militar instalado em 1964. Eis porque mantém uma indiferença ao clamor daqueles que sobreviveram e lamentam a perda de seus filhos e entes queridos e não vêem a constituição de um tribunal justo para punir os excessos dos militares. Claro que não poderia surpreender a declaração do general, que é uma ressonância de todo o conjunto das Forças Armadas. 
Elito, que comandou as forças de paz na Onu, no Haiti, em 2006, é contrário a esse tribunal. Disse que vai manter a Abin da forma como se encontra e a próxima entrevista deverá ser ainda mais curta.
O general norte-americano Norman Scharzkopf, que comandou as forças de coalização na Guerra do Golfo, não foi nada diplomático com o jornalista brasileiro Lucas Mendes ao ser indagado sobre os excessos de guerra. "Se você tivesse alguma coisa entre as orelhas não faria essa pergunta", afirmou Scharzkopf. Essa é uma formação autoritária e totalmente desprovida de brilho de oratória para um militar, ao contrário do seu desempenho no front. 

sábado, 23 de outubro de 2010

A tragédia humana de todos os dias no Haiti

Foto: Marcus Peixoto
Esta semana o Haiti, na América Central, constatou mais de 1.500 vítimas de cólera, número que pode chegar a 2.000 ainda este final de semana. Mal curado de um dos maiores terremotos de sua história, o País ainda depende das Nações Unidas para não mergulhar na mais completa desordem e guerra civis.
0 fato de várias tragédias se somarem num só lugar não é obra do vodu e nem do destino. Está na exploração onipresente, com os jovens vendendo sangue para hospitais em Miami, como já foi denunciado pela televisão brasileira, em troca de Gourdes, com o retrato de François Cappoix
(1766-1806), ou do trabalho semi-escravo das costureiras, em galpões para vender calças jeans para o mundo todo.
A foto é em Bel Air, quando acompanhei as forças de Paz da ONU. O Brasil participa da missão de 2004, com 2.166 militares