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quinta-feira, 12 de abril de 2012

Palestra sobre Arthur Bispo do Rosário e Raimundo Camilo no Sobrado Dr. José Lourenço

Bispo do Rosário (Divulgação)
No dia 14 de abril, às 10h, o Café do Zé, programação permanente do Sobrado Dr. José Lourenço, contará com a presença da curadora de artes, psicanalista e documentarista Flávia Corpas, que debaterá sobre Arthur Bispo do Rosário e Raimundo Camilo: arte em questão e outros desdobramentos.
A partir das primeiras décadas do século XX, as obras produzidas por pessoas consideradas loucas passaram a chamar a atenção de artistas, críticos de arte e psiquiatras. No Brasil, dois casos atuais ajudam a circunscrever a ambígua e complexa relação entre a arte oficial e produções artísticas independentes desta: Arthur Bispo do Rosário, artista consagrado e amplamente reconhecido pelo universo da arte contemporânea, e Raimundo Camilo, artista cearense, cujas obras começaram a ser expostas, a partir de 2005, e que, atualmente, compõem os acervos duas coleções nacionais e três internacionais.
Flavia Corpas desenvolve pesquisa de doutorado sobre Arthur Bispo do Rosário, na PUC/RJ. Fundou, no Rio de Janeiro, a Livre Galeria, espaço dedicado às artes visuais e suas articulações com os campos da literatura, poesia, teatro, cinema, ilustração, psicanálise e filosofia. É organizadora do livro “Arthur Bispo do Rosário: arte além da loucura”, de autoria de Frederico Morais, que será lançado em novembro deste ano.

Fonte: Assessoria de imprensa.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Redes de dormir dão um charme regional na decoração natalina no Ceará

Foto: Divulgação
Denise Braga, arquiteta, e Pablyto Leivio, publicitário, é um casal unido pela  criatividade. Dessa união surgiu a primeira ideia, em 2006, de fazer uma árvore de 2 metros, com mini redes, para decorar a casa deles.
A repercussão foi tanta que, em 2007 ela ganhou maiores proporções, transformando-se na protagonista da decoração da cidade de Fortaleza, enfeitando duas das principais praças da cidade: a praça Portugal e a praça do Ferreira.
O sucesso se deu devido à sacada de saber reunir dois importantes símbolos: a árvore de Natal e a rede de dormir nordestina. A ideia de buscar um forte elemento da cultura regional para dar vida a um dos principais símbolos do Natal, a árvore, transformou a ideia na decoração de maior sucesso da história de Fortaleza.
Devido a esse acontecimento a proposta foi repetida e ampliada em 2011. Esse ano, além da árvore estar presente nas praças Portugal e do Ferreira, ela está também em uma das principais avenidas da cidade: Washington Soares.
Agora, além das três da Capital, as duas importantes cidades do interior do Ceará: Juazeiro do Norte,  e Sobral, também estão com as árvores de rede.
As árvores de rede, que misturam a cultura nordestina com o clássico do Natal, mostram o poder da criatividade e de uma boa ideia para dar vida a uma cidade e mexer com o sentimento das pessoas.

Fonte:  Denise Braga e Pablyto Leivio

terça-feira, 19 de julho de 2011

Arte pulsa visionária e veemente das mãos de Arthur Bispo do Rosário


O fotógrafo Antonio Duarte havia me advertido. Não é o tempo que destrói nossa memória. Essa se dissipa pelo excesso de informações. Com essa desculpa (esfarrapada?) não posso atribuir a autoria da frase de que há loucos geniais, mas seria louco acreditar que tudo um louco produz é genial. Van Gogh era um louco genial. Arthur Bispo do Rosário (1909-1989) também. Ele  viveu durante 50 anos no hospital psiquiátrico Colônia Juliano Moreira, no Rio de Janeiro. 
Entre 1939 e 1989, esteve internado com diagnóstico de esquizofrenia e paranoia. Começou a produzir durante os ateliês de arte destinados à terapia dos internos. Arthur Bispo não gostava de fazer as refeições junto com os outros pacientes e não ia ao refeitório. Pegava a bandeja, ou alguém a levava para ele, e ia para bem longe. 
Sempre ficava atento a colheres, utensílios perdidos por outros pacientes e daí surgiam de suas mãos obras que se aproximavam da pop art, que, a partir de 1959, ganhava força com o movimento contrário a arte não figurativa. Nos Estados Unidos, artistas surgiam com representações trazendo estrelas de cinema, garrafas de refrigerantes, dentre outros, numa forma em que dava a aparência de vulgarização do surrealismo. Arthur Bispo, com esculturas e instalações realizadas a partir de sucatas e lixo,  foi redescoberto pelo crítico Frederico Morais na década de 80, e, então, se passou a fazer comparações com os trabalhos do artista Marcel Duchamp  (Fonte, 1917).
Arthur Bispo viveu no contexto da tentativa de humanização dos hospícios. O aproveitamento da sublimação e das percepções desordenadas foram muito bem trabalhadas pela psicanalista jungiana Nise da Silveira, que tanto valorizou a arte como teve a sensibilidade de introduzir animais domésticos (cachorros e gatos) na convivência com os pacientes. Contemporânea das terapias do eletrochoque e da lobotomia, implantou nos manicômios formas de tratamento que não apenas ofereciam outro meios de ocupação para os doentes, como propiciavam a vasão de gênios, os quais iriam constituir o Museu do Inconsciente.