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sábado, 12 de maio de 2012

Florais de pintores ilustres que perfumam o Dia das Mães

Jan de Hemm, Vaso de flores (1645)

O Dia das Mães, que se celebra amanhã, é também um período de maiores vendas para os floristas. Acredita-se que o comércio no Brasil deverá movimentar, hoje e amanhã, R$ 10 milhões. A associação das flores com as mães desprende uma mensagem de beleza e ternura, que foi muito bem explorada em natureza morta uma imagem que lembra a fotografia. A magia das flores que acontece em profusão nos presentes dos filhos faz parte de toda a tradição da relação de maio com o mês das flores e com final da primavera europeia.
Várias escolas tiveram seus florais destacados, não apenas para motivos de decoração como de afirmação dos artistas. Através dessas imagens inanimadas aprimoravam seus estudos de cores, e quanto mais se pintavam aquelas com maior número de pétalas e detalhes mais primorosas surgiam os óleos e até as aquarelas. Há quem prefira um estilo mais do que os outros, mas há um consenso de se chegar não à perfeição do retrato, mas da pureza de seus encantos.
O Vaso de Flores, de Jan de Heem (1645) se insere dentro do período barroco. O quadro é como um desafio à imortalidade da beleza, a ponto de nos fixar o essencial, o significativo, o máximo.

Girassois, van Gogh (1853)


Não há numa sequência coerente, os florais voltam a ser tema predominante nos artistas impressionistas, tais como Monet. É notório o quadro de Monet e sua família no jardim de sua casa, quando havia pouco tempo que tinha sido despejado de uma residência por falta depagamento. A imagem transmite apenas candura e harmonia, sem nenhuma transmissão das dificuldades vividas pelo artista francês.
Também impressionista, van Gogh pintou seus berrantes Girassóis (1853), que explodiam com intensa vibração. Para o pintor que fugia da monocromia, trata-se de uma exceção. O amarelo irradia um brilho chocante, se somam às sombras em marrom. A fase floral se aproximou dos últimos dias do pintor holandês, quando já sumcumbia às constantes crises de loucura.
Sabedor de seu sofrimento, van Gogh buscava contentamento na pintura, primeiro nas paisagens ao ar livre, como os campos de trigo, o sol de Arles e os lilases, para por fim se render ao estúdio que se improvisou no hospício. Mais uma vez o destaque é para sua capacidade de enxergar a formosura em objetos simples.
A Sala de Flores, Childe Hassam (1894)



A profussão de flores também aparece no quadro "A Sala das Flores", de Childe Hassam, em 1894, onde o floral se mistura com pilhas de livros. A saturação de objetos chega até passar despercebida uma moça de vestido rosa, deitada sobre um divã. Ela lê um livro e demonstra o aconchego e a satisfação causada pelo gosto daquele compartimento.
A casa pertencia a Celia Thaxter e era conhecida por reunir escritores, pintores e intelectuais norte americanos e de outros países que visitam sua casa. Dentre os convidados, estava o próprio Hassam, que trabalhou nos EUA como ilustrador e e gravador em madeira, antes de ir para Paris estudar arte.
Papoulas vermelhas, Emil Nolde (1867)


Destaco o quadro "Papoulas vermelhas", de Emil Nolde (1867), nome de relevância do expressionismo alemão, uma aquarela sobre papel. A cor é como se saltasse do papel e é as flores são singularmente desenhadas, não como se fossem reais, mas para dar a sensação de que o compromisso do artista é de fato com a estética.
Nolde foi perseguido pelo regime nazista e passou algum tempo tendo que pintar escondido. Mas viveu até sua morte na Alemanha e deixou obras que também retratam imagens religiosas e temas que ele acreditava.
Anêmonas e lilases, Odilon Redon (1912)


Também gosto muito do quadro "Anêmonas e lilases" (1912), de Odilon Redon. Ao contrário dos Girassóis de van Gogh, aqui há uma policromia forte, sem inibição, mas sem perder a suavidade. A variedade das cores nos transmite uma sensação de sonho, de realização como poucas obras artísticas nos oferece.
Redon faz parte do período do simbolismo, que começou como movimento literário, vendo na imaginação como mais importante fonte de criatividade. Depois se expandiu para outros ramos das artes e encontrou em alguns artistas adeptos fervorosos que imprimiram sua marca e seu gênio.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O nu que escandalizou Paris em almoço na relva de Monet



Não foi à toa que Le déjeuner sur l'herbe (O piquinique) tenha sido rejeitado no Salão de 1866, onde se tornou a atração principal, gerando tanto riso e escândalo. Afinal, quem poderia entender a inadequação de uma modelo nua em meio a pessoas sobriamente compostas? A presença de uma mulher despida entre os homens vestidos não se justificava nem por precedentes mitológicos nem alegórico, como afirmou um crítico da época.
Pior: tratava-se de uma prostituta. Assim, Monet trilhava caminhos parecidos de Toulouse Lautrec, em enaltecer figuras do bas-fond. Por mais que a sociedade francesa e, toda a Europa, fosse àquela época mais tolerante com a prostituição o quadro não deixava de ser obsceno aos olhos do público.
Mais tarde, tentou se reconciliar com o mesmo tema numa tela maior, que se ficou inacabada. No óleo posterior há os personagens masculinos vestidos, mas sem a protagonista da discórdia.
Monet, à exemplo de Renoir e Sisley foram os mais fiéis à escola impressionista, com as pinturas ao ar livre. Ao mesmo tempo que mantinha as diretrizes conservadoras, rompia com os paradigmas das temáticas, convenções e uso de cores. Muito provavelmente por todo esse conjunto tenha sido apontado como o ponto de partida para a Arte Moderna.