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quinta-feira, 19 de outubro de 2023

A caverna de Platão desvenda os mistérios do conhecimento


 O mito da caverna de Platão é uma alegoria que ilustra a jornada do conhecimento e a busca pela verdade. Na história, pessoas estão acorrentadas no fundo de uma caverna, com as costas voltadas para a entrada. Elas só conseguem ver as sombras projetadas na parede à sua frente, que são criadas por figuras passando por trás de uma fogueira. Essas sombras representam a realidade ilusória que percebemos através dos nossos sentidos.


Platão argumenta que a verdadeira realidade está fora da caverna, onde a luz do sol representa o mundo das ideias e das formas puras. Aquele que consegue se libertar das correntes, sair da caverna e contemplar o sol alcança o conhecimento verdadeiro, deixando para trás a mera percepção sensorial limitada.


Essa alegoria se aplica ao homem do século 21 de várias maneiras. Vivemos em uma era de bombardeio constante de informações e estímulos sensoriais, através da internet e das redes sociais. Muitas vezes, somos prisioneiros de uma realidade virtual, focando apenas nas sombras projetadas pela mídia, pela opinião popular e pelos padrões sociais.


A busca pelo conhecimento verdadeiro exige que questionemos e desafiamos essas narrativas pré-concebidas. Precisamos nos libertar das correntes da conformidade e desenvolver pensamento crítico para discernir entre a realidade verdadeira e a ilusão. Devemos buscar o conhecimento além das aparências superficiais e explorar as profundezas do mundo das ideias. Somente assim poderemos ter uma compreensão mais completa e significativa do mundo em que vivemos.


A aplicação do mito da caverna ao homem do século 21 nos incita a buscar a verdade em meio à vastidão de informações e a refletir sobre como nossas percepções podem ser limitadas. Nos convida a questionar, explorar e expandir nossos horizontes mentais, em busca de um conhecimento mais autêntico e uma compreensão mais profunda da nossa existência.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Platão relata como foram os últimos momentos de Sócrates até o suicídio


"Conhece-te a ti mesmo". É a pilastra fundamental da filosofia de Sócrates (469-399 A.C). 
A verdade é que ele não deixou nada escrito e tudo que sabemos nos foi passado pelos seus discípulos principalmente Platão e Xenofontes. Surge, então,  um problema ao se discernir entre aquilo que foi dito por Sócrates, em carne e osso, ou aquilo que é atribuído à sua figura histórica e até mitológica. Esse é o caso dos últimos dias do filósofo grego, conforme narração de Fedão, que conta ter testemunhado  quando se preparava para suicidar-se com veneno. O relato é empolgante e nada revela de angustiante ou da relutância em morrer, após ter sido julgado por corrupção de jovens (que também faz parte de outra obra de Platão, tratando exclusivamente do julgamento). Ao contrário de Aristóteles, que via o homem a partir de suas experiências, Platão acreditava que havia um mundo de sensibilidade e aquele ideal. Daí devemos dar os devidos descontos sobre o que é verdade ou não dos últimos instantes de Sócrates:

FEDÃO

Escrito em 360 A.C.
Personagens do Diálogo: Fedão, que é o narrador do diálogo a Equécrates de Fliunte, Sócrates, Apolodoro, Símias, Cebete, Critobulo, atendente da prisão
Cena: A prisão de Sócrates (*)

     I – Equécrates — Estiveste tu mesmo, Fedão, junto de Sócrates no dia em que ele tomou veneno na prisão, ou ouviste de alguém?
     Fedão — Não, eu mesmo, Equécrates.
     II – Equécrates — E as condições em que morreu, Fedão? Quais foram suas palavras? Como se houve em tudo? Quais dos seus familiares se encontravam ao seu lado? Ou as autoridades não permitiram que entrassem, vindo ele a morrer privado de assistência dos amigos?
     Fedão — De forma alguma; vários estiveram presentes; em grande número, mesmo.
     Equécrates — Então, procura contar-nos com a maior exatidão possível como tudo se passou, no caso de dispores de folga.
     Fedão — Disponho, sim, e vou tentar expor-vos o que se deu. Para mim, nada é tão agradável como recordar-me de Sócrates, ou seja quando falo nele, ou quando ouço alguém falar a seu respeito.
     Equécrates — Pois podes ter a certeza, Fedão, de que teus ouvintes estão nessas mesmas condições. Esforça-te, portanto, para contar o caso com todas as minúcias
     Fedão — Era por demais estranho o que eu sentia junto dele. Não podia lastimá-lo, como o faria perto de um ente querido no transe derradeiro. O homem me parecia felicíssimo, Equécrates, tanto nos gestos como nas palavras, reflexo exato da intrepidez e da nobreza com que se despedia da vida. Minha impressão naquele instante foi que sua passagem para o Hades não se dava sem disposição divina, e que, uma vez lá chegando, sentir-se-ia tão venturoso com os que mais o foram. Por isso mesmo, não me dominou nenhum sentimento de piedade, o que seria natural na presença de um moribundo. Também não me sentia alegre, como costumava ficar em nossa práticas sobre filosofia. Sim, porque toda nossa conversa girou em torno de temas filosóficos. Era um estado difícil de definir, misto insólito de alegria e tristeza, por lembrar-me de que ele iria morrer dentro de pouco. As mais pessoas presentes se encontravam em condições quase idênticas, umas rindo, outras chorando, principalmente Apolodoro. Conheces o homem e sabes como ele é.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Longa jornada com Kant, Maquiavel, Buda e vento no rosto

Stock Image


Fico feliz em saber que Zen e a Arte de Manutenção de Bicicletas,  de Robert M. Pirsig, permanece sendo um best-seller. depois de ser rejeitado por 121 editoras, estando marcado no livro do Guinness. Li este livro em 1984.  Pai pilotando e filho na garupa atravessam costa a costa dos Estados Unidos numa motocicleta. Enquanto a viagem transcorre, a obra, narrada em primeira pessoa, tenta conciliar questões básicas de manutenção do veículo, numa longa viagem de férias, como também se debruçar questões filosóficas básicas entre Aristóteles e Platão.
Fernando Gabeira também leu e disse que, desde então, não conseguia mais sequer ver um ventilador quebrado em sua casa. Pirsing nos ensina a ser elementar numa longa viagem, que tipo de roupa se deve usar na estrada, os produtos de higiene e primeiros socorros e peças e ferramentas utilizadas para os serviços mecânicos.
A aventura caminha num emaranhando de citações, em que se fala de Kant e Buda. O Ocidente, o Oriente e a qualidade são palavras elementares do livro, muito repetidas e com reflexões complementares. Seria o equivalente a se divulgar pelo twitter uma viagem. Não é bacana? Mas isso foi em 1975.