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sexta-feira, 18 de março de 2011

.Franco Corelli interpreta Faust de Charles Gounod




Ópera em cinco atos de Guonod. Faust teve sua estreia em 19 de março de 1859, no Théâtre Lyrique, Paris. Fausto perdeu a esperança de resolver o enigma do universo. Idoso, fracassado em sua busca de conhecimento e da razão, ele está para ingerir veneno, quando, nascendo o dia, ouve lá fora o alegre canto dos jovens trabalhadores a caminho do trabalho. A música se distancia, e ele faz novamente menção de levar o líquido à boca, mas ouve, então, um coro de trabalhado. Fausto amaldiçoa a idade e o tempo que passa, invocando a ajuda de Satanás.
Baseado em Fausto de Goethe, Guond teve que fazer várias alterãções, inclusive no balé, a fim de se acomodar com as exigências do Teatro. O fato é que grande parte do material autógrafo de Faust se encontra em poder de colecionadores particulares e da primeira versão só resta um esboço primitivo do libreto. Aqui, a ária Quel Trouble inconnu na interpretação de Franco Corelli.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Wherter prenunciou, o tempo todo, o fim trágico


12 de dezembro.
            Caro Wilhelm, encontro-me no mesmo estado daqueles infelizes que parecem estar possuídos por um espírito maligno. Isso me acomete às vezes; não é medo, nem desejo... é uma fúria interior, desconhecida, que me dilacera o peito, que me aperta a garganta! Ai Ai! E, então, vagueio por entre as terríveis cenas noturnas desta época misantrópica.
            Ontem à noite tive que sair. Tinha escutado que o degelo, de repente, começara, que o rio transbordara e todos os riachos encheram o meu querido vale e de Wahlheim em diante estava tudo inundado! Já passava das onze horas quando corri até lá. Foi um espetáculo terrível ver de cima do rochedo, ao luar, as ondas revoltas, rolando pelos campos e prados, pelos arbustos, fazendo daquele vale imenso um lago tempestuoso, entregue ao sibilar dos ventos! E quando então, a Lua ressurgiu por cima de uma nuvem negra com o seu brilho terrivelmente magnífico, diante de mim as águas rolavam e rugiam; o pânico apossou-se de mi e novamente a tentação! Ah! Fiquei ali de braços abertos diante do abismo, olhando para baixo! Para baixo! E perdi-me na deliciosa idéia de ali precipitar os meus tormentos, a minha dor, e bramir como as ondas! Oh!... você não é capaz de erguer o pé do chão e dar fim a todos os tormentos!... A minha hora ainda não chegou, sinto-o! Oh! Wilhelm! Como daria de bom grado a minha essência humana, para despedaçar as nuvens com esse vento tempestuoso e conter as águas! Ah! Esse deleite não será concedido, talvez um dia, ao encarcerado?
            E como foi doloroso olhar para o lugar onde descansara com Lotte, debaixo de um salgueiro, depois de um caloroso passeio... também estava inundado e quase não reconheci o salgueiro! Wilhelm! E os seus prados, pensei, e os arredores da sua casa de caça! Como o nosso caramanchão, pensei, deve ter sido desfigurado pela torrente impetuosa! E um raio de sol do passado brilhou em minha alma, assim como um prisioneiro sonha com heróis, prados e honrarias. Fiquei parado! Não me censuro, pois tenho coragem de morrer. Deveria... Agora estou sentado aqui como uma velha que tira a lenha das cercas e o pão das portas, para aliviar e prolongar por mais alguns momentos a sua vida agonizante e miserável.



Goethe
Tradução de Erlon José Paschoal

Os sforiementos do jovem  Werther
Literatura