É do mundo exterior que o conhecimento precisa vir a nós, pela leitura, audição e contemplação. Wendy Beckett
Pesquisar este blog
Olá
Muito me alegra pela sua visita. É um blog pretensioso, mas também informativo
Mostrando postagens com marcador Cinema. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Cinema. Mostrar todas as postagens
quinta-feira, 14 de junho de 2012
Francis Vale acusa os americanos de sabotarem o cinema brasileiro
A partir de amanhã até o dia 21 acontece em Jericoacoara o III Festival de Jericoacoara - Cinema Digital, que estará dividido numa mostra competitiva de curta metragens e informativa, reunindo películas de média e longa metragens. Este ano, a novidade foi o aumento no número de inscritos que contará com cerca de 40 competidores. O evento acontece num dos destinos turísticos mais badalado do Ceará e do País, a praia de Jericoacoara, com fama internacional, verdade ou não, de ser uma das mais bonitas do Brasil. Neste cenário e com fortes argumentos, não há como duvidar do sucesso de público e de crítica da iniciativa.
Contudo, há uma análise mais fria sobre fazer cinema no Brasil. A importância do curta metragem, as novas tecnologias que democratizam o acesso, a dificuldade de concorrer com o cinema americano foram objeto de entrevista do coordenador e cineasta Francis Vale ao Sobrearte:
Como você vê a importância do curta metragem na linguagem do cinema e na formação dos novos cineastas?
É o começo de tudo. Seu poder de síntese e a capacidade de dizer em curto período de tempo tornam um meio eficiente e forte. Ele tem uma grande valor para o documentário, para o registro da história e isso é que torna ainda mais atraente e motivador para novos talentos.
Quais as principais dificuldades vividas hoje neste segmento?
O curta merece uma atenção maior porque não tem mercado definido. Há a possibilidade de mudança dessa realidade por determinação da lei e também por novas demandas, como a telefonia celular. Evidentemente, que os conteúdos não poderão ser veiculados com projeções de duas horas. Haverá necessidade de mais produções de pouca duração.
Hoje é possível fazer um filme até com celular. As novas tecnologias ao mesmo tempo que democratizam o acesso a essa mídia também não banalizam e aumentam o volume de conteúdos ruins?
Você tem razão nos dois aspectos. A tecnologia está aí. Agora, não é o fato de que uma pessoa ter papel e caneta que vai se transformar em escritor. Também não serão uma câmera ou mesmo um aparelho celular e um notebook, que farão um cineasta. Naturalmente, que ficarão os melhores. Esses sobvreviverão pelo talento. é verdade que fazer cinema ficou muito fácil atualmente do que nos tempos do analógico.
O Brasil produz teatro, uma teledramaturgia de fama internacional, literatura, mas não consegue impor seu cinema. Tem faltado talento?
Não. Vamos compreender o Brasil como o maior mercado da América Latina. Evidentemente, que a holding que controla o cinema norteamericano tem todo o interesse em impedir o crescimento da nossa arte, porque isso lhe tiraria o mercado. Isso pode ser verificado nos shoppings. Não é exagero afirmar que 90% dos filmes em exibição são norte americanos. Houve dois filmes que ganharam as salas de projeção este ano, o Area Q e Xingu. Este último teve que ser retirado imediatamente para ceder lugar aos Vingadores. Ou seja, o produtor Fernando Meireles diz que não faz mais filme no Brasil. Foi aplicado um investimento de R$ 10 milhões, para atingir um público de 2 milhões e o máximo que se obteve foi cerca de 300 mil.
O senhor é otimista ou pessimista com o cinema brasileiro?
A médio e longo prazo sou otimista. Mas não vamos esquecer que temos um oponente poderoso, que são os Estados Unidos. O cinema é tratado por eles como assunto de governo. Foi assim que os presidentes norte-americano e chinês se reuniram: para tratar de cinema. Ora, eles investem pesado em publicidade, divulgação e no monopólio das salas de exibição, de tal modo que quando um filme chega ao Brasil já está pago e que se apura na bilheteria é lucro. Diferente do que acontece com o cineasta brasileiro que passa anos para obter patrocínio, que será investido também em publicidade, mesmo com todas as leis de incentivo.
.
sexta-feira, 1 de junho de 2012
Cine Viès exibe “O Preço do amanhã” nesta sexta-feira
A película “O Preço de Amanhã” (2011) será exibida hoje pelo Núcleo de Economia Política Viès, projeto de extensão do Departamento de Teoria Econômica da UFC. A sessão do Cine Viès terá início às 14h no Auditório Geraldo Nobre da Faculdade de Economia, Administração, Atuária, Contabilidade e Secretariado (FEAACS).
Dirigido por Andrew Niccol, o filme retrata uma sociedade futurista, na qual tempo é dinheiro. Cientistas descobrem como destruir o gene do envelhecimento. Então, quando uma pessoa chega aos 25 anos, para de envelhecer, mas possui apenas mais um ano de vida, a não ser que tenha dinheiro para pagar pelo tempo extra. Após o filme, haverá um debate com o professor Aécio Alves de Almeida, da FEACCS.
O Cine Viès acontece sempre na última sexta-feira do mês. Em junho, excepcionalmente, a exibição será na primeira sexta-feira do mês e encerrará o calendário deste semestre letivo.
Dirigido por Andrew Niccol, o filme retrata uma sociedade futurista, na qual tempo é dinheiro. Cientistas descobrem como destruir o gene do envelhecimento. Então, quando uma pessoa chega aos 25 anos, para de envelhecer, mas possui apenas mais um ano de vida, a não ser que tenha dinheiro para pagar pelo tempo extra. Após o filme, haverá um debate com o professor Aécio Alves de Almeida, da FEACCS.
O Cine Viès acontece sempre na última sexta-feira do mês. Em junho, excepcionalmente, a exibição será na primeira sexta-feira do mês e encerrará o calendário deste semestre letivo.
Marcadores:
Cinema
sábado, 26 de maio de 2012
A pior turma do STF e do Congresso não nos fazem perder a fé no Brasil
Deus perde a fé na humanidade e manda sua legião de Anjos, Miguel, Rafael e Gabriel para iniciar o Apocalipse. Miguel, no entanto, rebela-se contra essa ordem, corta suas asas e passa a viver com pessoas estranhas, que tentam resistir ao fim do mundo. Esse é o breve roteiro do filme A Legião, inspirado em história em quadrinhos, numa produção de 2010. A película tem sempre como tema a fé porque se mantém ou porque se perde, como é o caso da afirmação de Miguel, que a sua crença na humanidade se dá em questões improváveis como a de Jeep, o protagonista. Ele ama Charlie, sabendo que está grávida de um outro homem, que essa não o ama tanto quanto o homem pela mulher e mesmo assim é capaz de matar e morrer por aquele amor.
Esse filme me fez lembrar porque ainda mantenho tanta fé no Brasil. É um País que teria tudo para ter sido tragado pela crise mundial, que leva instituições e Estados ao buraco(embora haja correntes que digam que isso vem acontecendo paulatinamente e, depois, será com mais frequência). Nunca antes na história deste País houve uma turma de ministros do Supremo Tribunal Federal e parlamentares do Congresso Nacional tão abaixo da crítica. Não vamos ter nenhuma esperança, ou fé, de que haja qualquer puniçao para Carlinhos Cachoeira ou para os envolvidos no Escândalo do Mensalão.
Se os Legislativo e o Judiciário frustram e aumentam nosso sofrimento por não aproveitarmos o momento para evoluir, não fazemos vista grossa ao Executivo. Essa costura de acordo para aprovação de projetos, essa falta de quadros no Ministério, a insistência em enaltecer quantas bolsas famílias estão sendo distribuídas ao invés de mostrar quanto estão deixando de ser necessitadas nos fazem parecer que todos os Poderes concorrem para tornar este País a próxima hecatombe social.
O final dos tempos, como se apregoa no filme, é combatida por firme resistência em valentes e obstinados humanos, com a ajuda de Gabriel. Isso é mais ou menos que acontece no Brasil, que se ainda não se transformou num vale de lágrimas, em função de que há setores que carregam o País nas costas. E aqui vai meu elogio àqueles que acreditam na malícia, na macumba e na cachaça porque a dor e a culpa não lhes fazem os mais merecedores.
Eu recomendo o filme e também que as pessoas recuperem a fé, assim como é perfeitamente racional que somente o Brasil sendo muito abençoado, inclusive sendo exemplo de conduto pacífica não apenas nos Brincs, quanto na ONU, não fez perfilar multidões de zumbis e mortos vivos, vagando sem rumo e sem leme na nau dos insensatos.
Marcadores:
Cinema
segunda-feira, 23 de abril de 2012
Nada é para sempre ecoa sons das águas e florestas na dureza de rochas e corações
Existem pessoas que pedem ajuda e, com a nossa insenbilidade, essa é negada. Outros simplesmente não querem ajuda, embora saibamos que sem ela rumarão rapidamente para a auto-destruição. Por fim, têm aqueles que ajudamos, mas não na medida devida e isso resulta em mais uma ação malograda. É mais ou menos isso, que apreendemos quando assistimos "Nada para é para Sempre". No início do século XX, em Missoula, Montana, a família MacLean é comandada pelo reverendo MacLean (Tom Skerrit) e sua mulher (Brenda Blethyn), rígido na educação de seus filhos, Norman (Craig Sheffer), intelectual e romântico, e Paul (Brad Pitt), um endonista. Por sinal, jornalista. A trama sobre quem precisa de ajuda e quem pode ajudar é muito complexa para falar aqui, porque não vou querer tirar o gosto de quem pretende assistí-lo. Mas gostaria de contribuir para levar a uma compreensão ou de um exercício intelectual e, sobretudo, espiritual. A trama extrapola a ficção, para abordar a autobiografia do escritor Norman MacLean, que busca dar um estilo para uma vida medíocre e trágica. Mas voltemos a questão principal quem se interessa em ajudar aqueles que sofrem? O intelectual Norman, que teve o privilégio de sair de Montana e estudar Literatura, ou o pastor que percebe a pequenez humana diante dos grandes apelos da carne e da resignação, que antecede a revolta? Também assistimos a queixumes, mas não com ações efetivas sobre o que fazer. Esse é o caso Jessie Burns (Emily Lloyd), a amada de Norman, que também tem um irmão mais do que desenraizado, um homem sem bússola. Entre prostitutas, jogadores, as alternativas mais fáceis para se obter prazer, há uma natureza exuberante, com seus rios de água fluindo e suas florestas que fazem ecoar poesias à toa. Mas as perguntas permanecem, por que isso não basta para uma ideia de felicidade, se isso for pedir muito, mas de uma vida que nos alegra e nos faça vencer a melancolia, a sordidez e a monotonia.Em meio à beleza, existem infernos interiores e exteriores. Há um desfecho para toda essas indagações. Seriam saídas individuais ou coletivas? Melhor deixar a dúvida porque sei que alguém pode se interessar ainda por este bom filme. Em cartaz na Warner.
Marcadores:
Cinema,
Literatura
domingo, 8 de abril de 2012
Confissões de Schimidt encontra um sentido no desabafo da correspondência
Confissões de Schimidt é um filme de orçamento baixo, nos padrões de Holywood. Custou US$ 30 milhões. Avatar teve uma despesa de US$ 500 milhões. Não é um filme excelente, mas bom o suficiente para se debruçar sobre um quadro psicológico que trata das fraquezas humanas. É um caso de se surpreender num filme modesto, sobretudo considerando a boa atuação do elenco, especialmente de Jack Nicholson, que se revela um grande ator, sem que recorra à expressão louca e histriônica como em Estranho no Ninho (apesar da malandragem), o Iluminado e Melhor Impossível.
A história é sobre um homem que aos 60 anos se aposenta e lida rapidamente com a morte da mulher, Helen. Já no início, há um passagem da câmara pelos prédios e pelo semblante melancólico do protagonista que acompanhará por toda a película. Warren Schmidt (Jack Nicholson) é um homem medroso, fracassado e triste. Ele tenta superar o medo fazendo uma travessia pelo meio Oeste norte-americano, partindo de Omaha, em Nebraska. Tal como sugere Goethe, tendo coragem a força está a seu favor. Mas depois descobre que seu ato é incipiente se comparado com os pioneiros que chegaram ao Oeste Norte Americano, passando por adversidades bem maiores.
Também se sente fracassado em seu casamento, na relação com os amigos e na escolha do marido de sua única filha. Busca vencer esses obstáculos, encontrando energias onde já estão quase minguando. Impotente, se vê vencido pela hipocrisia do amigo Ray, a mediocridade da família do marido de Jenny, a filha, e por fim, é tomado por aguda tristeza.
Assim como se escreve num blog para que uma pessoa ou nenhuma venha a ler, as agruras de sua vida são relatadas em cartas para um garoto de seis anos, chamado Ndugu, que vive na Tanzânia. Resolve contar sobre a aposentadoria, a morte da mulher, o despeito com o genro e o desfalecimento de suas forças. Também lhe envia US 20 dólares por mês. Como diria o jornalista de Iguatu, Honório Barbosa, não importa se você escreve para uma ou 40 mil pessoas. A gratuidade do gesto é que compensa e recupera um sentido, onde se pensa que não há mais nenhum sentido. Está passando este mês no Cinemax.
Marcadores:
Cinema,
Sociologia
domingo, 1 de abril de 2012
Centenários comemorados por poucos amigos ou convidando todos aqueles que se acham amigos
Cem anos de Nelson Rodrigues, 100 anos da eclosão da Semana de Arte Moderna e 100 anos da morte do Barão do Rio Branco. Estes centenários que ocorrem em 2012 e tão importantes servem não apenas para reparar equívocos nos reconhecimentos de personalidades e movimentos, como também para refletir que rumos tomaram o teatro brasileiro, a arte de modo geral, e a diplomacia.
No Teatro, desconheço qualquer homenagem a Nelson em Fortaleza e no Interior no presente momento. E não é por falta de casas de espetáculos: José de Alencar, Sesc, São José, Shopping Via Sul... são apenas alguns palcos que me vêm à lembrança de imediato. A explicação para que a dramaturgia não tenha obtido maior envergadura é o isolamento da Capital. A cidade mais próxima com população acima de 250 mil habitantes é Sobral. Enquanto isso, Recife, chega a um patamar elevado, pela aproximação com capitais como João Pessoa, Natal, além de cidades importantes como Campina Grande, na Paraíba, e Carpina, em Pernambuco.
Mas isso só justificaria por pouco se falar da dramaturgia de Nelson? Há explicações que não alcanço, mas bem que seria oportuno que se retomassem suas peças, especialmente neste período em que o cinema a teledramaturgia insistem na temática que rende dinheiro fácil e não instiga maior reflexão das classes sociais mais pobres.
O que se aplica para entender a inanição teatral no Ceará estende-se ainda a compreensão da apatia em se debater a Semana de Arte Moderna, um movimento que fez uma semana ter a duração de três dias. Mas o sentido da irreverência, da quebra de padrões e da revolução estão nas suas manifestações originais, em romper com o colonialismo cultural, o academicismo e a tendência de se vencer o eterno complexo de inferioridade diante da Europa, no passado, e dos Estados Unidos, no presente.
Se no caso de Nelson, a justificativa para que se não façam tanto alarde das festas que virão é porque o grosso das comemorações acontece a partir do segundo semestre, em agosto precisamente, no caso da Semana de Arte Moderna e da morte do Barão do Rio Branco, que se celebraram em fevereiro, o impacto ficou restrito a country clubs burocráticos, formados especialmente por mão de obra operária que sobrevive da área cultural, quer na área pública ou privada. Curiosamente, cada vez mais tomando um perfil de que a credencial de acesso, o pré requisito, é a antipatia, o deboche e o desprezo pelos artistas marginais. Infelizmente, o debate não chegou com nenhuma ou quase nenhuma veemência ao meio acadêmico, não obstante o acréscimo nos últimos 10 anos não apenas no número de universidades particulares, como públicas, inclusive chegando ao interior do Estado
Por que tão pouca alusão àqueles que representaram uma nova era para o Brasil na Litetaratura, Teatro, Pintura, Arquitetura e Música? Cadê as referências - e didáticas - de Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Zina Aita, Vicente do Rego Monteiro, Ferrignac (Inácio da Costa Ferreira), Yan de Almeida Prado, John Graz, Alberto Martins Ribeiro e Oswaldo Goeldi,Victor Brecheret, Hildegardo Leão Velloso e Wilhelm Haarberg, Antonio Garcia Moya e Georg Przyrembel, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti del Picchia, Sérgio Milliet, Plínio Salgado, Ronald de Carvalho, Álvaro Moreira, Renato de Almeida, Ribeiro Couto e Guilherme de Almeida Villa-Lobos, Guiomar Novais, Ernâni Braga e Frutuoso Viana?
Por fim, a confusão de meus pensamentos chega ao Barão do Rio Branco, considerado um herói nacional. O homem que, através da diplomacia, demarcou as fronteiras brasileiras, sem necessidades de guerras, mesmo em áreas de litígios, como foi a questão do Rondônia (cuja Capital leva o seu nome). Gostaria que houvesse mais debates nas universidades para discutir os rumos da diplomacia atual, que ora prega o princípio da não indiferença para opinar sobre a crise na Síria, ora nada diz sobre a supressão dos direitos humanos em Cuba e a ausência de liberdade de expressão na China e também no mundo árabe. Ter cara de poucos amigos não significa ser mais inteligente. Mas também, como disse ontem a Folha de São Paulo, querer ser amigo de todo mundo resulta na perda de respeito.
domingo, 25 de março de 2012
Triângulo amoroso inspira as melhores manifestações da arte
![]() |
´Série de Tv Capitu. Imagem: Divulgação |
Com a disseminação da pornografia pelos canais de televisão fechados e até abertos, nas revistas, e até mesmo na internet, a pergunta que se faz é se houve ou não maior motivação para o adultério. As opiniões se dividem e as correntes tendem para o moralismo, com pseudos argumentos inclusive, e outros para uma crença que o temor da Aids e a emancipação feminina preponderam muito mais para uma monogamia mais racional e mais blindada aos arroubos impetuosos.
Fatal como a morte, o triângulo amoroso tem servido ao longo da existência humana de "matéria prima" para os artistas, os quais encontram no amor a três inspiraçãoe beleza estética. Literatura, cinema e música são impregnados pelo tema, como se os tormentos fossem expiados e sublimados pelo imaginário criador.
Madame Bovary, de Flaubert e Ana Karenina, de Tolstoi, são exemplos clássicos da literatura universal que abordam a infidelidade nas relações amorosas. Ambas as personagens femininas, talvez punidas pelo inconsciente machistas, pagam com a vida o preço de suas buscas de amor: Madame Bovary é envenenada e Ana Karenina se joga tragicamente de um trem.
A literatura brasileira reserva também um bom número de histórias de adultério e traições. Dom Casmurro, de Machado de Assis, mostra uma Capitu capaz de levar seu amante ao delírio de ciúmes e desconfianças. Ela igualmentente não sobrevive até o final do romance.
Do mesmo modo é farto o assunto no cinema: Amargo Regresso, a Bela da Tarde, Esposamente, Atração Fatal...Agora, pelo menso dois ironizam radicalmente o mais prosaico instrumento inventado pelo homem para garantir a fidelidade de suas mulheres, o cinto de castidade. "Tudo que você queria saber de sexo', de Woody Allen, e Obscuro objeto de desejo, de Buñel, relembram a peça criada pelos que partiam para as Cruzadas, na Idade Média, com a certeza de que se vivos retornassem para seus lares, trariam sobre suas cabeças apenas os louros da vitória.
![]() |
Cena de A Bela da Tarde |
As desditas amorosas provocadas pelas mulheres que buscam outros braços para seus alentos tiveram nos compositores da velha guarda da Música Popular Brasileira um campo fértil de inspiração muscial, sendo os seus principais expoentes Noel Rosa e Lupíscínio Rodrigues, com as composições "Vingança" e "Nervos de aço". O tema é também retomado por Roberto Carlos (Detalhes) e Chico Buarque (Olhos nos Olhos).
Para mim, a mais impressionante obra que trata da não aceitação da perda amorosa está no filme "A mulher do lado", de François Truffaut. A personagem mata o amante e em seguida se mata. no seu túmulo é escrito o epitáfio "Nem com você, Nem sem você".
Marcadores:
Cinema,
Literatura,
Música,
Wood Allen
sexta-feira, 2 de março de 2012
Cine Ceará recebe inscrições até dia 31 de março
Já estão abertas as inscrições para a 22ª edição do Cine Ceará – Festival Ibero-Americano de Cinema, que acontecerá no período de 1 a 8 de junho, em Fortaleza. Os interessados podem inscrever seus longas e curtas-metragens até o dia 31 de março. O regulamento completo do festival, organizado pela Associação Cultural Cine Ceará, encontra-se no site http://cineceara.com/.
Os curtas-metragens devem ter sido realizados por produtores e/ou diretores brasileiros ou radicados no País há mais de três anos e ter até 20 minutos de duração, em qualquer formato. Devem ainda ser obras concluídas a partir de janeiro de 2011 e não podem ter participado de processos seletivos nas edições anteriores do Cine Ceará. Já os longas devem ter duração mínima de 70 minutos, finalizados a partir de 2010 por produtores e/ou diretores ibero-americanos (países da América Latina e o Caribe, Portugal e Espanha), em formatos profissionais.
Os prêmios da crítica para melhor curta e longa-metragem serão concedidos por um júri formado por membros da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Para o melhor longa, de acordo com o júri oficial, será concedido um prêmio especial no valor de U$10.000,00. Haverá ainda a entrega do troféu Mucuripe de melhor curta da mostra Olhar do Ceará, para o qual haverá um júri de estudantes das universidades de Fortaleza.
Concorrem ao troféu Mucuripe os filmes inscritos nas categorias longa-metragem (divididos em filme, direção, fotografia, edição, roteiro, som, trilha sonora original, direção de arte, ator, atriz e prêmio da crítica) e curta-metragem (filme, direção, roteiro, produção cearense e prêmio da crítica).
O 22° Cine Ceará é uma promoção da Universidade Federal do Ceará, através da Casa Amarela Eusélio Oliveira, com apoio do Governo do Estado do Ceará por meio da Secretaria da Cultura, e do Ministério da Cultura, através da Secretaria do Audiovisual. A realização é da Associação Cultural Cine Ceará e conta com patrocínio de empresas públicas e privadas, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura (SIEC) e da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet).
Fonte: Casa Amarela Eusélio Oliveira - (fone: 85 3366 7770)
Os curtas-metragens devem ter sido realizados por produtores e/ou diretores brasileiros ou radicados no País há mais de três anos e ter até 20 minutos de duração, em qualquer formato. Devem ainda ser obras concluídas a partir de janeiro de 2011 e não podem ter participado de processos seletivos nas edições anteriores do Cine Ceará. Já os longas devem ter duração mínima de 70 minutos, finalizados a partir de 2010 por produtores e/ou diretores ibero-americanos (países da América Latina e o Caribe, Portugal e Espanha), em formatos profissionais.
Os prêmios da crítica para melhor curta e longa-metragem serão concedidos por um júri formado por membros da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Para o melhor longa, de acordo com o júri oficial, será concedido um prêmio especial no valor de U$10.000,00. Haverá ainda a entrega do troféu Mucuripe de melhor curta da mostra Olhar do Ceará, para o qual haverá um júri de estudantes das universidades de Fortaleza.
Concorrem ao troféu Mucuripe os filmes inscritos nas categorias longa-metragem (divididos em filme, direção, fotografia, edição, roteiro, som, trilha sonora original, direção de arte, ator, atriz e prêmio da crítica) e curta-metragem (filme, direção, roteiro, produção cearense e prêmio da crítica).
O 22° Cine Ceará é uma promoção da Universidade Federal do Ceará, através da Casa Amarela Eusélio Oliveira, com apoio do Governo do Estado do Ceará por meio da Secretaria da Cultura, e do Ministério da Cultura, através da Secretaria do Audiovisual. A realização é da Associação Cultural Cine Ceará e conta com patrocínio de empresas públicas e privadas, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura (SIEC) e da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet).
Fonte: Casa Amarela Eusélio Oliveira - (fone: 85 3366 7770)
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
Orgias, drogas e estupros são vendidos pela indústria cultural
Um bom exemplo, e oportuno, de se bigbrotherlizar como orgias, drogas e estupros são vendidos pela indústria cultural. A Mostra História do Rock exibe nesta semana, o filme “Quase Famosos” (Almost Famous, 2000), do diretor norte americano Cameron Crowe. A sessão acontece na próxima sexta (20), a partir das 18h30, na Vila das Artes (Rua 24 de Maio, 1221, Centro). A entrada é gratuita. O longa traz a história de um garoto de 15 anos que consegue um trabalho na revista Rolling Stone para acompanhar a banda Stillwater em sua primeira excursão pelos Estados Unidos. Porém, quanto mais ele vai se envolvendo com a banda, mais vai perdendo a objetividade de trabalho e logo estará fazendo parte do cenário do rock dos anos 70.
Segundo o realese da Vila das Artes, a trilha sonora conta com nomes como Led Zeppelin, The Who e David Bowie. A obra ganhou Oscar de Melhor Roteiro Original (trailer). O 24 Quadros reúne-se todas as terças-feiras do mês, às 18h30, na Vila das Artes, para refletir sobre questões do universo audiovisual. As atividades são abertas aos interessados.
No entanto, vamos discutir o tema central. Carl Gustav Jung (1875-1961) enunciou o homem dividido em um quadrante: o sentimento, que diz respeito ás paíxões. Se desenvolver demais esse item, torna-se um sujeito passional, capaz até de matar por amor; há o lado intelectual, que se for demasiado também adquire a neurose de racionalizar tudo; há o lado instintivo, que diz respeito a comer demasiado, beber demasiado, fazer sexo demasiado. O excesso também leva a uma morbidez. E, por fim, o intuitivo, que faz acreditar no sobrenatural. O excesso leva ao fanatismo, também capaz de se matar e matar terceiros por uma religião, por exemplo.
O filme Quase Famosos fala de duas obsessões: o instintivo exagerado, que leva homens e mulheres a orgias, drogas e manipulação sexual de adolescentes e o fanatismo. Este se constitui na forma como cega seus seguidores, capaz de odiar e lutar até o homicídio quem ousa questionar os valores de seu ícone.
Tanto Jung quanto Freud estudaram muito profundamente esse tema. Enquanto o último manifestava uma visão pessimista do homem de um modo geral (no caso do fã de Rock, também poderia ser um fã de Charles Mason. No caso de um drogado, também poderia substituír a droga por uma religião. Tudo não passava de preencher um vazio), já o primeiro via uma solução no equilíbrio do quadrante.
a iniciação do adolescente no mundo adulto, como revela Quase Famosos, acontece de forma cruel e destrutiva. Não se sucede apenas pelo niilismo ou hedonismo, mas, sobretudo porque a direção é quase famosamente equivocada e poucos se dão conta de recuperar o verdadeiro rumo. Não precisa se optar por uma ou duas alternativas do quadrante formado pela intuição,intelecto, paixão ou o instinto, assim como não pode se prescindir de cada uma dessas unidades naturais.
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
Literatura e cinema exploram a pedofilia atenuando o escândalo
Pedofilia é crime. No entanto, nem por isso tem deixado de ser tema recorrente na literatura e no cinema com grande sucesso, além de casos que voltam e meia atingem pessoas da Igreja e da Música (que Deus tenha compaixão da alma de Michel Jacqson e de seus detratores). Foi na Grécia Antiga que se formou um conceito de que muitos meninos e meninas gostam e sentiriam frustrados se um adulto não se aproveitassem delas.
Ninguém esquece que Vladimir Nabocov, em Lolita, explorou com um claro pendatismo intelectual o fetiche pela ninfeta e um homem culto, "um artista desprovido de arte". A estranha história de amor teve um valor literatário que fez com que varresse o lixo para baixo do tapete. Isto é, o escândalo, saído de um desejo sexual de um homem de meia idade por uma adolescente, ficou relegado a um segundo plano.
Recentemente, vi Educação (An Education, de 2009), com Carey Mulligan.
Aqui é uma situação inversa. Trata-se de uma menina culta, de 16 anos, que se apaixona por um homem de meia idade, vulgar, voluptuoso e doente. Seduzida pelas viagens, passeios, jantares em restaurantes de luxo, questiona o que é uma luta de tanta dedicação aos estudos para chegar a Oxford, quando os prazeres encontram-se noutra vertente.
A trama consiste em mostrar qual é o ponto certo em que a menina passa a ser mulher ou que a fantasia cede lugar a realidade. Essa transição pode custar caro, mas no cinema tem seu glamour, quando deveríamos balançar a cabeça negativamente, para dizer que a arte não precisa se rebaixar tanto.
Pelas leis brasileiras, se aproveitar de menores de 14 anos trata-se de estupro presumido. Acima dessa idade, até os 16 anos, há diversas interpretações, várias jurisprudências e contestações tão eloquentes que às vezes até se esquece que o constrangimento, na sua forma menor, e o dano psicológico irreparável se divide por uma tênue e arbitrária linha de interpretação. Afinal, ninguém pode dimensionar o grau de manipulação que um adulto pode exercer, quer seja um doente ou não, sobre um jovem em formação.
Marcadores:
Cinema,
Literatura
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
Pollock abandonou toda convenção temática para pintar ação
![]() |
The Guardian of secret |
Certa noite, Jacques Pollock recebeu um telefonema em seu apartamento em Nova York. Era um amigo em estado de depressão, que confessou querer suicidar-se. O pintor, comovido, disse que não tomasse nenhuma atitude até que viesse ao seu apartamento. Lá, beberam vinho e sobre uma imensa tela espalharam cacos de vidros das taças e passaram a caminhar, fazendo desenhos com tinta e sangue. Ao final, o amigo foi dissuadido de por um fim à vida. Pouco tempo depois, o pintor morria num acidente de carro, com indícios de suicídio.
Pollock (1945-1956) não foi um pintor diferente, entre aqueles que viveram o descrédito e a consagração. Ao mesmo tempo em que a revista Life dava capa em 1949, indagando se seria o maior artista vivo dos Estados Unidos, hoje sua obra é questionável em diversos aspectos.
Os riscos e rabiscos, as tintas respingadas dos turbos e o aparente desconexo de cores e texturas chegam a dar impressão de que até uma criança é capaz de tal proeza. Para piorar a reputação na atualidade, acredita-se num complô da direita para enaltecer artistas norte-americanos numa forma de neutralizar a arte engajada de esquerda que ganhava corpo em meados de 1940.
Pollock nasceu em Cody, no estado de Wyoming. Homem de personalidade volátil e tendo vários problemas com o alcoolismo, em 1945 ele casou-se com a pintora Lee Krasner. Sua vida pessoal, foi tão impactante quanto seus quadros, classificados no abstracionismo expressionista, inspirou o filme Contos de Nova York, na primeira parte intitulada Lições de Vida, dirigido por Martin Scorsese (1989) e biografia explícita em Pollock, dirigido e interpretado por Ed Harris, em 2000. Em ambas as películas havia menções à degradação e a instabilidade emocional.
O pintor desenvolveu uma técnica de pintura, criada por Max Ernst, o 'dripping' (gotejamento), na qual respingava a tinta sobre suas imensas telas; os pingos escorriam formando traços harmoniosos e pareciam entrelaçar-se na superfície da tela. Pintava com a tela colocada no chão para sentir-se dentro do quadro.
Embora a obra seja associada a uma obra infantil, muitos artistas que tentaram lhe copiar o estilo estiveram muito distante do êxito. Afinal, o artista norte-americano era coerente e consequente. Tal como dissuadiu o amigo a não se matar, ele até o fim abandonou todas as convenções para pintar a ação.
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
Cinema mostra tragédia que devastou o Haiti
O filme Haiti, 12 de janeiro, dirigido por Cleonildo Cruz, será lançado no dia 12, às 18h, na Vila das Artes. No dia 19, o filme será exibido novamente, desta vez com a presença do diretor para debate. A obra, de 52 minutos, retrata a realidade do Haiti após dois anos da maior catástrofe das Américas, em que mais de 250 mil haitianos morreram e mais de 1 milhão ficaram desabrigados. Haitianos que sobreviveram relatam o caos estabelecido no dia do terremoto que atingiu a cidade de Porto Príncipe e redondezas. A chegada do primeiro contingente de militares brasileiros, em 2004, é resgatada, traçando uma linha histórica linear até os dias atuais.
Estive em Porto Príncipe, em 2006. Naquela época, a presença das Forças Armadas Brasileiras se destacava dentre as as nações que integravam a Minustah, missão de paz criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), dois anos antes. O então comandante era o general Elito Carvalho Siqueira, subsituindo o general Urano Bacelar, que havia se suicidado com um tiro na boca num hotel na capital haitiana.
Foi uma visita que se restringiu à Capital e não houve nenhuma oportunidade de contato com as lideranças que protestavam contra a ocupação do País, o mais pobre das Américas. Cercados por forte segurança, os jornalistas convidados a participar da mudança de efetivos brasileiros, com grande predominância de soldados nordestinos, inclusive do Ceará, estiveram sempre acompanhados de oficiais e soldados do Exército e com pouco contato com a população.
Bem antes da catástrofe que iria mergulhar o Haiti no mais radical caos, que teve início com a epidemia de cólera (atribuída a tansmissão dos próprios militares ocupantes) e culminando com o terremoto, era um lugar tomado pelas trevas,não havia energia elétrica, e pelo lixo. Muitos jovens, adolescentes por sinal, vendiam sangue para hospitais de primeiro mundo (dizem que inclusive de Miami) em troca de alguns dólares, além de um pouco de alimento dado para quem se submete às doações.
Como se não bastassem tanto sofrimento impigido aos haitianos, o País funcionou como um laboratório do emprego antiguerrilha urbana, que hoje é empregado pelo Exército brasileiro para inibir a violência nas grandes cidades. Essa metologia vem sendo empregada no Ceará, especificamente em Fortaleza, em vista da greve dos policiais militares que se arrasta desde a quinta-feira passada. Tudo indica que esse aprendizado será bem aplicado nos próximos dias na Capital, diante da aplicação das sanções pela ilegalidade do movimento grevista e da determinação de enfrentamento dos grevistas ao Governo. São dramas que se misturam, que espelham a miséria pessoal e coletiva e a falta de sensibilidade humana.
Estive em Porto Príncipe, em 2006. Naquela época, a presença das Forças Armadas Brasileiras se destacava dentre as as nações que integravam a Minustah, missão de paz criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), dois anos antes. O então comandante era o general Elito Carvalho Siqueira, subsituindo o general Urano Bacelar, que havia se suicidado com um tiro na boca num hotel na capital haitiana.
Foi uma visita que se restringiu à Capital e não houve nenhuma oportunidade de contato com as lideranças que protestavam contra a ocupação do País, o mais pobre das Américas. Cercados por forte segurança, os jornalistas convidados a participar da mudança de efetivos brasileiros, com grande predominância de soldados nordestinos, inclusive do Ceará, estiveram sempre acompanhados de oficiais e soldados do Exército e com pouco contato com a população.
Bem antes da catástrofe que iria mergulhar o Haiti no mais radical caos, que teve início com a epidemia de cólera (atribuída a tansmissão dos próprios militares ocupantes) e culminando com o terremoto, era um lugar tomado pelas trevas,não havia energia elétrica, e pelo lixo. Muitos jovens, adolescentes por sinal, vendiam sangue para hospitais de primeiro mundo (dizem que inclusive de Miami) em troca de alguns dólares, além de um pouco de alimento dado para quem se submete às doações.
Como se não bastassem tanto sofrimento impigido aos haitianos, o País funcionou como um laboratório do emprego antiguerrilha urbana, que hoje é empregado pelo Exército brasileiro para inibir a violência nas grandes cidades. Essa metologia vem sendo empregada no Ceará, especificamente em Fortaleza, em vista da greve dos policiais militares que se arrasta desde a quinta-feira passada. Tudo indica que esse aprendizado será bem aplicado nos próximos dias na Capital, diante da aplicação das sanções pela ilegalidade do movimento grevista e da determinação de enfrentamento dos grevistas ao Governo. São dramas que se misturam, que espelham a miséria pessoal e coletiva e a falta de sensibilidade humana.
Marcadores:
Cinema,
Haiti,
Ministério da Defesa
sábado, 10 de dezembro de 2011
Gypsy Rose Lee inventou o striptease norte-americano
Uma das mulheres mais bonitas do cinema de todos os tempos, Gypsy Rose Lee (1914-1970) é considerada a inventora do striptease norte-americano. Porém, não há nada de sexo sujo ou supeficial como as danças que são apresentadas nos dias de hoje. Aqui se nota claramente suas deficiências como dançarina e cantora. No lugar dessas qualidades, há uma presumida sensualidade e um humor, que se adequavam à moral da época.
Aliás, vale lembrar que os meados da década de 1940 eram da eclosão da II Guerra Mundial. Na Europa e nos Estados Unidos, experimentavam-se o fluxo e o refluxo da permissividade, que se expressavam na literatura, no cinema e na dança. Não foi à toa que o The Times se antecipava a essa época, em 1930, e declarava: "A degradação moral é o prelúdio da queda".
Rose Lee, também conhecida por Rose Louise Hovick/Louise Hovick, foi atriz de filmes, teatro burlesco e escritora, escreveu em homenagem a sua mãe, a peça musical e filme "Gypsy".
Em 1941, Gypsy Rose Lee escreveu um livro de suspense chamado "The G-String Murders" que se transformou em filme em 1943, "Lady of Burlesque", estrelado por Barbara Stanwyck. Seu segundo livro, "Mother Finds a Body", foi publicado em 1942.
Enquanto trabalhava no Minsky's, Gypsy Rose Lee teve uma vida amorosa intensa, com diversos parceiros. Em Hollywood, ela se casou com Arnold "Bob" Mizzy em 1937 por insistência do estúdio, o casamento acabou em 1941. Gypsy naquela época estava apaixonada por Michael Todd, e em 1942 numa tentativa de provocar ciúmes, ela se casou com William Alexander Kirkland. Se divorciaram em 1944 e tiveram um filho. Gypsy Lee foi casada ainda por uma terceira vez em 1948 com Julio de Diego, mas também se divorciaram. Também teve um caso público com o escritor Carson McCullers.
Em 1969, foi diagnosticado câncer nos pulmões pelos médicos. Ela fundou uma das primeiras instituições dedicadas a cães chineses nos EUA, que foi vendida após sua morte para Ida Garrett e Deborah Woods.
Marcadores:
Cinema,
Dança no Cinema
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Castro Alves tem retrato falado na luta pela abolição da escravatura
“Castro Alves – Retrato Falado do Poeta”, filme de Sílvio Tendler, será exibido esta terça-feira, 29/11, às 19h, fechando a programação deste ano no Cineclube Avenida (subsolo do Shopping Avenida, na Av. Dom Luiz, 300).
Rodado em 1999, “Castro Alves” traz o ator Márcio Garcia, interpretando o poeta baiano, em um misto de documentário e ficção. Castro Alves teve posição destacada pela abolição da escravatura e pela proclamação da república. O filme é dirigido por Silvio Tendler
Vozes d'África
Deus! ó Deus! onde estás que não respondes?
Em que mundo, em qu'estrela tu t'escondes
Embuçado nos céus?
Há dois mil anos te mandei meu grito,
Que embalde desde então corre o infinito...
Onde estás, Senhor Deus?...
Qual Prometeu tu me amarraste um dia
Do deserto na rubra penedia
- Infinito: galé! ...
Por abutre - me deste o sol candente,
E a terra de Suez - foi a corrente
Que me ligaste ao pé...
O cavalo estafado do Beduíno
Sob a vergasta tomba ressupino
E morre no areal.
Minha garupa sangra, a dor poreja,
Quando o chicote do simoun dardeja
O teu braço eternal.
Minhas irmãs são belas, são ditosas...
Dorme a Ásia nas sombras voluptuosas
Dos haréns do Sultão.
Ou no dorso dos brancos elefantes
Embala-se coberta de brilhantes
Nas plagas do Hindustão.
Por tenda tem os cimos do Himalaia...
Ganges amoroso beija a praia
Coberta de corais ...
A brisa de Misora o céu inflama;
E ela dorme nos templos do Deus Brama,
- Pagodes colossais...
A Europa é sempre Europa, a gloriosa! ...
A mulher deslumbrante e caprichosa,
Rainha e cortesã.
Artista - corta o mármor de Carrara;
Poetisa - tange os hinos de Ferrara,
No glorioso afã! ...
Sempre a láurea lhe cabe no litígio...
Ora uma c'roa, ora o barrete frígio
Enflora-lhe a cerviz.
Universo após ela - doudo amante
Segue cativo o passo delirante
Da grande meretriz.
....................................
Mas eu, Senhor!... Eu triste abandonada
Em meio das areias esgarrada,
Perdida marcho em vão!
Se choro... bebe o pranto a areia ardente;
talvez... p'ra que meu pranto, ó Deus clemente!
Não descubras no chão...
E nem tenho uma sombra de floresta...
Para cobrir-me nem um templo resta
No solo abrasador...
Quando subo às Pirâmides do Egito
Embalde aos quatro céus chorando grito:
"Abriga-me, Senhor!..."
Como o profeta em cinza a fronte envolve,
Velo a cabeça no areal que volve
O siroco feroz...
Quando eu passo no Saara amortalhada...
Ai! dizem: "Lá vai África embuçada
No seu branco albornoz. . . "
Nem vêem que o deserto é meu sudário,
Que o silêncio campeia solitário
Por sobre o peito meu.
Lá no solo onde o cardo apenas medra
Boceja a Esfinge colossal de pedra
Fitando o morno céu.
De Tebas nas colunas derrocadas
As cegonhas espiam debruçadas
O horizonte sem fim ...
Onde branqueia a caravana errante,
E o camelo monótono, arquejante
Que desce de Efraim
.......................................
Não basta inda de dor, ó Deus terrível?!
É, pois, teu peito eterno, inexaurível
De vingança e rancor?...
E que é que fiz, Senhor? que torvo crime
Eu cometi jamais que assim me oprime
Teu gládio vingador?!
........................................
Foi depois do dilúvio... um viadante,
Negro, sombrio, pálido, arquejante,
Descia do Arará...
E eu disse ao peregrino fulminado:
"Cão! ... serás meu esposo bem-amado...
- Serei tua Eloá. . . "
Desde este dia o vento da desgraça
Por meus cabelos ululando passa
O anátema cruel.
As tribos erram do areal nas vagas,
E o Nômada faminto corta as plagas
No rápido corcel.
Vi a ciência desertar do Egito...
Vi meu povo seguir - Judeu maldito -
Trilho de perdição.
Depois vi minha prole desgraçada
Pelas garras d'Europa - arrebatada -
Amestrado falcão! ...
Cristo! embalde morreste sobre um monte
Teu sangue não lavou de minha fronte
A mancha original.
Ainda hoje são, por fado adverso,
Meus filhos - alimária do universo,
Eu - pasto universal...
Hoje em meu sangue a América se nutre
Condor que transformara-se em abutre,
Ave da escravidão,
Ela juntou-se às mais... irmã traidora
Qual de José os vis irmãos outrora
Venderam seu irmão.
Basta, Senhor! De teu potente braço
Role através dos astros e do espaço
Perdão p'ra os crimes meus!
Há dois mil anos eu soluço um grito...
escuta o brado meu lá no infinito,
Meu Deus! Senhor, meu Deus!!...
sábado, 5 de novembro de 2011
Livro de Eli é despido do materialismo para se viver somente a Palavra
"Combati o bom combate, acabei a carreira, mantive a fé". A frase se encontra no livro de São Paulo a Timoteo e é que a mais norteia o filme O Livro de Eli (The Book of Eli, 2010), dirigido pelos irmãos Allen e Albert Hughes, que está em exibição este mês na tv paga, pela HBO. É de fato uma película instigante porque do começo ao fim se remete a um cenário exótico, monocromático, onde não há dúvidas que se parece com a Terra, mas pode também não ser: ela foi destruída como no Apocalipse e há uma briga bárbara pela água e, como diria Sheldon Cooper, pelas últimas latas de atum.
Eli (Denzel Washington)é um andarilho desprovido de ego e um guerreiro contra o hedonismo. Ele tem um objetivo muito claro: levar o livro até um lugar seguro onde possa ser reimpresso, e assim ser criada uma nova ordem na humanidade. Esse é o livro da Biblia, fazendo com que o protagonista leia todos os dias uma passagem. As citações acontecem fora de ordem: há os Salmos e trechos do Gênesis.
No entanto, tem como obstáculo Carnagie (Gary Oldman) - sempre impecável como vilão -, que não mede esforços para tomar posse da obra. Há quem diga que é uma referência a um ex-presidente poderoso, que citava palavras de Deus para invadir países. Carnagie domina uma cidade tomada por ladrões. Na sua caminhada, encontra Solara (Mila Kunis), analfabeta, oprimida e filha da companheira de Carnagie. Assim, busca caminhar junto com Eli e ser a colaboradora na missão.
Aliás, um ponto fraco do filme está na grandeza da inspiração, que se dá ao extrair temas ou citações da Bíblia. Quantos e quantos escritores já recorreram a esse expediente, que deixou de ser uma novidade e até uma limitação criativa? Podemos citar desde José de Alencar, passando pelo autor de best seller Jeffrey Archer (autor de Caim e Abel), até o único Nobel de Literatura de Língua Portuguesa, José Saramago.
Eli é implacável contra seus inimigos e obstinado na missão de preservar o livro até que um dia ele observa que não há porque se apegar à matéria, se ele é detentor na memória de todas as palavras contidas na Bíblia. Se as assimila , por tanto, pode barganhar. Deixa que lhe seja arrebatado em troca de uma sobrevida, de modo a lhe garantir tempo até chegar um lugar indefinido do Oeste, onde as muralhas são vigiadas por guardas armados. No lugar, se tenta recompor uma novo acervo cultural, com livros de Shakespeare, música de Bach, enfim, tudo aquilo que nos dignifica pelo bom gosto e refinamento e que é o oposto do que se encontra no final dos tempos.
Recomendo o filme, porque apesar de guardar os clichês dos filmes de ação, não abre mão de instrumentos que elevaram o cinema à categoria de arte.
Marcadores:
Cinema,
Prêmio Nobel,
Teologia
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
Chaplin e Polalnski: grandes criadores, péssimas criaturas
Lita Grey, em biografia que nunca foi traduzida no Brasil, conta que por muito pouco não foi jogada de um trem, quando, aos 17 anos, confessou que estava grávida de Charles Chaplin (1889-1977). O encantador palhaço temia ser preso e queria se ver livre da atriz. Na tradução brasileira, nos damos conta que ele, aos 35 anos, durante a rodagem de “Em Busca do Ouro/The Gold Rush” (1925), seduziu Lita, quando tinha apenas 15 anos e interpretava o principal papel feminino do seu filme. Ela obteve a sugestão de um aborto numa uma oferta de 20 mil dólares. O relacionamento infeliz gerou dois filhos, culminando no divórcio em 1926, com a jovem atriz, alegando publicamente que ele havia tentado filmar suas relações sexuais, sugerira uma outra mulher entre eles no leito conjugal e lhe pedira que aceitasse a felação, sendo que o sexo oral era crime na Califórnia.
Os escândalos de Chaplin não pararam por aqui. Assim, na história dos grandes artistas há outros exemplos de péssimas criaturas, embora nos seja tão caro e cruel tal julgamento. Mas lendo a biografia do Carlito, não há outra sensação: ele fazia tantos elogios a si próprio, que até parecia que o Mundo existia apenas para que não ficasse sozinho.
Podemos citar outro criador controvertido: Roman Polanski, 78 anos. O gênio de Chinatown e Bebê de Rosemary não escondeu sua inclinação para a libido desordenada e doentia. Em Chinatown, há o caso de um incesto consentido. A protagonista afirma que se tornou amante do pai e gostou. Poderia ser um escândalo. Não foi até porque na vida real, houve casos de paixões entre irmãos e de pai e filhas, sublimadas ou não, que aguçaram sensibilidades. Esse é o caso de Florbela Espanca.
Na vida real, Polanski responde por crime de pedofilia e sua arte se arrefeceu desde Lua de Fel, quando quis mostrar, mais uma vez, que perversões e taras são bons temas. Ele ficou chato e decepcionante. Não é uma postura moralista, porque não precisa ser artista para se revelar um virtuose e na vida real demonstrar a falta de caráter. Isso acompanhamos no ambiente familiar, na vizinhança, no local de trabalho...
A reflexão que faço é que a idolatria sempre cega e esconde lados sombrios.
Marcadores:
Charles Chaplin,
Cinema
sábado, 1 de outubro de 2011
Cine Freud mantém programação até o final do semestre
O Cine Freud, projeto de extensão vinculado ao Laboratório de Psicanálise do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Ceará, mantém uma programação completa de exibições de longas-mestragens até o final deste semestre, que pode ser conferida no site do projeto (https://sites.google.com/site/cinefreud).
As inscrições para cada exibição são gratuitas e são feitas on-line, no site do Cine Freud, ou na Casa Amarela Eusélio Oliveira (Av. da Universidade, 2591 – Benfica), somente no dia e horário do evento. Há sorteio de livros e uma declaração de participação é emitida a cada semana. O Cine Freud é organizado pelos alunos Victor Nepomuceno, Giselle Gadelha e Aliatá Ricelli, do Curso de Psicologia.
Fonte: Cine Freud - Laboratório de Psicanálise da UFC - (fone: 85 3366 7727)
--
Universidade Federal do Ceará - UFC
Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional
(85) 3366.7331 / 3366.7332
terça-feira, 13 de setembro de 2011
Dos espartilhos ao silicone, os ardis da sedução feminina

Essas e outras questões envolvendo este universo estão na Exposição “Entre Espartilhos e Silicones”, idealizada pelo Shopping União de Osasco, que conta a história da moda feminina através das décadas.
Dividida em oito núcleos, a mostra é um retrato da sociedade em diversos períodos históricos e apresenta personagens de filmes inesquecíveis que transformaram seus figurinos em ícones da moda, cultuados e reproduzidos em todos os cantos do mundo. Um dos mais marcantes, certamente, foi o filme “Bonequinha de Luxo”, que comemora 50 anos da sua estréia no dia 5 de outubro, trazendo uma impecável Audrey Hepburn, cujo estilo, com óculos grandes, vestidos Givenchy, colar de pérolas e boquinha para fumar cigarros, foi considerado a principal definição de glamour dos anos 60.
Pegando carona nas aventuras de Holly Golithly (personagem de Hepburn no filme), o público vai conferir no Piso Mall Avenida, de 09 a 30 de setembro, diariamente das 10 às 22 horas, quem eram e como viviam as mulheres desde a segunda metade do século XIX – das “espartilhadas” com suas cinturinhas de vespa, ao corpo e beleza perfeitos de Angelina Jolie, no ano 2000.
A exposição segue a cronologia da moda e do mundo com os anos 20 e os vestidos de cintura de baixa, os “achatadores de seios” e as “bandagens” para martirizar as curvas; e os anos 50, com o “renascimento” das donas de casa e da mulher sedutora com cinturas novamente marcadas, saias rodadas e sutiãs com enchimentos. Já as décadas de 60 e 70 mostram a revolução no comportamento feminino, culminando com o nascimento do culto ao corpo dos anos 80 e 90, em que não bastava ser bonito, tinha de ser perfeito. E já que a perfeição não é um ideal fácil, a realidade apresenta suas armas: botox, silicone e todo o arsenal de produtos disponíveis no mercado atualmente.
A mostra conta com 34 fotos entre imagens e recortes, além de gravuras em aquarelas e painéis de mulheres que marcaram décadas como: Jean Harlow (20); Marlene Dietrich (30); Rita Hayworth (40); Bridgitte Bardot (50); Sophia Loren e Marilyn Monroe (60); Elizabeth Taylor (70); Madonna (80); Cindy Crawford (90) e Angelina Jolie (2000); vitrines com espartilhos, enchimentos de silicone e adereços femininos; além de TV com cenas de filmes que retratam os costumes femininos através das décadas.
A foto acima foi feita durante uma viagem da atriz italiana Sophia Loren aos Estados Unidos em 1958. Enquanto Jayne Mansfield sorria para a foto, Sophia Loren foi imortalizada olhando para o decote dela. A foto é de Joe Shere.
Fonte: SG Assessoria em Comunicação
e http://imagesvisions.blogspot.com/
Marcadores:
Cinema,
Fotografia,
Moda
terça-feira, 30 de agosto de 2011
Mostra debate literatura e cultura na América Latina
Terá início quinta-feira (1º) ciclo de filmes sobre a cultura andina, em comemoração ao centenário de nascimento do antropólogo e escritor José María Arguedas, evento promovido pelo Grupo de Estudos de Literatura, Tradução e suas Teorias (Geltte), vinculado ao Departamento de Letras Estrangeiras da Universidade Federal do Ceará. A projeção das películas será na Biblioteca Municipal Dolor Barreira (Av. da Universidade, 2572 – Benfica), sempre a partir das 18h30min.
O evento, que promoverá ainda leitura comentada de um conto de Arguedas, coincide com os cem anos de redescoberta da cidade de Machu Picchu, no Peru. Confira a programação completa no Portal da UFC (www.ufc.br). É gratuito e não há necessidade de inscrição.
Fonte: Profª Roseli Cunha, coordenadora do Geltte, do Departamento de Letras Estrangeiras da UFC - (fone: 85 3366 7611 / 3366 7612)
Fonte: UFC
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Vila das Artes oferece curso de Realização em Audiovisual
A Vila das Artes oferece, em setembro, vagas para ouvintes em disciplinas do Curso de Realização em Audiovisual, coordenado pela Escola Pública de Audiovisual. Os interessados podem se inscrever nas disciplinas de Cinema Latino-americano, Outros Olhares e Crítica no Cinema. Serão disponibilizadas 10 vagas para cada uma.
A primeira está com inscrições abertas até o dia 26 de agosto, sendo ministrada pelo professor Estevão Garcia de 5 a 9 de setembro, das 8 às 12h. O objetivo é apresentar as cinematografias dos países da América do Sul e da América Central (incluindo a região do Caribe), dos anos 50 aos dias atuais. A partir da projeção de trechos de filmes, serão analisados aspectos significativos das tensões políticas, econômicas, sociais e estéticas que caracterizam essas regiões.
As inscrições podem ser feitas de segunda a quinta, das 8 às 21h, e sexta, das 8h às 12h, na Secretaria da Vila das Artes (Rua 24 de Maio, 1221). É necessário o preenchimento de uma ficha. Caso o número de procura seja maior do de vagas haverá seleção. Outras informações pelo 3105-1404. (Foto: Aula de Linguagem da fotografia, com Jane Malaquias)
Inscrições para ouvintes
22/08 a 26/08 - Cinema Latino Americano, com Estevão Garcia
22/08 a 05/09 - Outros Olhares, com João Luiz Vieira
22/08 a 12/09 - Crítica no Cinema, com Rodrigo de Oliveira
Fonte: Vila das Artes
Assinar:
Postagens (Atom)