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domingo, 10 de junho de 2012

Missa de Requiem clama pela piedade para uma existência de fraquezas



O personagem Sheldon Cooper, de Big Bang Theory, é contestado por um precoce gênio da Fisica, sul coreano, de apenas 16 anos. Diante dos argumentos do opositor, Cooper afiirma : "De repente, passei de Mozart para Antonio Salieri", numa referência ao filme Amadeus, de Milos Forman (1982), onde o primeiro é vítima da inveja mortal do segundo. Verdade ou não, a trama do filme passa a ser uma caricatura na série da Warner, mas o espírito permanece: o gênio é incostestável e o instinto aguça o complexo de inferioridade para aqueles que não alcançam tamanha grandeza.

Missa de Requiem, aqui conduzida pelo maestro Karl Bohm, é mais um exemplo da sensibilidade sublime do compositor alemão, que começou a compor aos quatro anos de idade. A sonoridade triste da melodia, que recorda a morte, também faz uma prece a Deus por nos ter feito desfrutar os dias vividos pela presença do ente querido, além da crença de que os mortos serão julgados por um Deus piedoso.

"Rex tremendae majestatis
Qui salvandos salvas gratis,
Salva me, fons pietatis!


Ó Rei, de tremenda majestade,
que ao salvar, salva gratuitamente
salva a mim, ó fonte de piedade!"

As condições da morte de seu pai, o fato de pertencer à maçonaria e o misterioso homem que lhe encomendou a obra, para ser tocada na missa fúnebre da mulher falecida concorreram para que Mozart se pautasse pela forte espiritualidade e entendesse que estaria compondo a música para o seu próprio funeral.
Aqui, não se fala precisamente do anúncio final dos tempos. Ele pressentia sua morte, já debilitado pela doença e crente em forças sobrenaturais e buscava assim a conciliação. Aliás, inexoravelmente, vale para o fim de todos nós, a finitude dada como certa e, para aqueles que têm fé, a certeza de uma vida depois desta pela miserórdia divina.
Nota-se que a obra, a última a ser escrita, não foi totalmente concluída. Mas é o gênio de Mozart, acima das invejas, acima do tema melancólico e da luta contra a mesquinharia humana que domina este presente da arte para sua reverência eterna.

domingo, 20 de maio de 2012

Concerto para clarinete, de Mozart, é pano de fundo para briga entre Veja e a Globo



Claro que nesta briga da Revista Veja com o Grupo Globo pode parecer que ambos têm razão e ambos estão errados. Podemos dizer que o grupo comandado pelos Marinho carregou nas tintas ao comparar Rupert Murdock a Roberto Civita, que conheci no L' Hotel, em São Paulo, falando em italiano e em voz alta, mesmo sabendo que estava próximo a uma mesa de jornalistas, todos brasileiros. Também não podemos dizer que a Veja é "bozinha" e que se pauta apenas pelos interesses jornalísticos. Seria muita inocência.

Entendo que há uma antropafagia em curso, ou como diria ironicamente o meu colega Cidrack Ratz, um atropelamento em andamento, e que faz parte de um jornalismo menor. Esse sim tem sido a pauta de boa parte do noticíário brasileiro, onde na falta de inteligência e bom gosto se apela para o destempero. Vide o comentário da âncora do SBT sobre a estudante de Direito que foi condenada pela Justiça por crime de preconceito contra os nordestinos.

Naturalmente que a tensão dos mercados se reflete nas redações e nos conteúdos. Quando fui indagado pelo Paulo Oliveira sobre o fim do jornalismo impresso disse que não acreditava, porque as mídias não destruiam umas as outras. Alberto Dines foi perguntado quase da mesma maneira pelo Juca Kfouri na ESPN internacional e sua resposta foi menos parecida, mas com o mesmo espírito. Não é hora de se pensar no fim do jornalismo impresso.

O problema é que a safra de se escrever e o prazer de ver o seu trabalho impresso no papel ou nas telas eletrônicas correm o risco de parecer ao leitor desinteressantes. A forma como a Veja e a Globo estão se digladiando deixa de ser técnica para ser política e tenho minhas dúvidas de que essas divergências que acontecem no varejo se estendam ao atacado.

Escrevo para dizer que ainda sinto grande prazer pelo que escrevo e ainda acredito no jornalismo e ,menos na política. Eis porque acabei não falando de Mozart, que é o objeto deste post para comentar sobre a briga intestina da imprensa brasileira. Mas depois de digerir tudo isso, se for possível, irei simplesmente ouvir música clássica.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O encanto da Ave Maria, cantada por Montsserat Caballé..



Otelo, ópera em quatro atos de Giuseppe Verdi, teve sua estreia em 5 de fevereiro de1887, no Alla Scala, Milão e teve um êxito digno de nota. Esse trabalho surgiu 16 anos depois de Aida, quando muitos pensavam que o velho compositor já havia se aposentado. No auge de sua capacidade criativa, ele surge quase no mesmo momento em que as plateias festejavam Requiém, de Mozart (1884), que na comparação de obras de grande envergadura, constatou-se quanto valia o gênio do autor italiano, que primava pelos corais.
Muita além da grandiosidade da obra, Otelo, o general mouro de Veneza, é uma das reflexões mais sérias sobre o ciúme, vivido ora por pessoas inseguras, ora por sentimentos mórbidos, que beiram à paranoia. No caso do militar, que chegava a Veneza vitorioso de guerras, acabava se convertendo num prisioneiro da cor de sua pele. Por seus dotes militares, é tolerado, mas não aceito pelos venezianos, que nutrem com relação a ele sentimentos racistas. Otelo está ciente desse preconceito e se sente inseguro. Para dissimular sua insegurança, comporta-se de modo grosseiro e impulsivo, a ponto de intimidar sua própria mulher, Desdêmona. Numa das cenas, do terceiro ato da ópera, ele a esbofeteia, em frente aos embaixadores.

A Ave Maria é cantada no IV ato, quando Desdêmona vive o inferno do ciúme de Otelo, movida por uma conspiração palaciana. É uma das mais belas composições, pela leveza e poesia. Vale à pena ressaltar que o libreto é uma condensação de mais de 3.500 versos da peça de Shakespeare, convertido em torno de 800.
Aqui, temos uma interpretação de Montserrat Caballé, considerada uma das maiores sopranos dos últimos tempos.

domingo, 29 de maio de 2011

Dramático e intransigente, Don Giovanni funciona como uma catarse de Mozart



O gênio precoce de Mozart, que compunha aos quatro anos de idade, deixou uma extensão produção musical, apesar de ter morrido precocemente. A sua obra inclui recitais, sinfonias, concertos e óperas. Dentre essas Don Giovanni, inspirada em seu pai. Aqui, mantém uma tradição da época que é o libreto em italiano, apesar do compositor ser de origem alemã.
Don Giovanni é uma ópera em dois atos da autoria de Wolfgang Amadeus Mozart, com libreto de Lorenzo Da Ponte. Estreou em Praga, a 29 de outubro de 1787.
Devido ao sucesso no ano anterior com a sua ópera Le Nozze di Figaro o diretor do Teatro Nacional de Praga Pasquale Bondini encomendou uma nova ópera a Mozart, que voltou a chamar o libretista Lorenzo da Ponte, o mesmo da peça anterior, e com o qual voltaria a trabalhar em Così Fan Tutte