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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Filologia clássica precisa da música para sobreviver

Há muita informação útil, pelo menos para quem gosta, no livro "Nietzsche, Biografia de uma Tragédia", de Rüdiger Safranski. Uma delas, como a de querer fundir música com filologia clássica , prometendo uma recriação poética, como forma de sobrevivência da filologia.
Com uma grande energia, entendia que deveria inventar, porque nada mais que sabia tinha sido de prazer saciável. Como um cio indominável, ele se pôs a criar e a romper estruturas da filologia para que fosse de fato bela e poétíca.
"Já no Prefácio, em que Richard Wagner é convidado como para um diálogo, aparece como profissão de fé, este evangélio de artista: A arte como a tarefa própria da vida, a arte como sua atividade metafísica"..."A Vontade da Potência", Nietzsche, que volta a citá-lo  em "O Nascimento da Tragédia no Espírito da Música", com tradução de Rubens Rodrigues Torres Filho. É muito difícil não gostar de Nietzsche e muito difícil não gostar da música de Wagner.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Apenas para pedir desculpas pela ausência

 UM AUSENTE


Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.


Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?


Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.


Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste
Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Sócrates leva a culpa pela decadência do Ocidente

Foto: Luiz Eduardo
Reflexão acadêmica de Matilde Gonçalves, sobre a relação de Robson Crusoé e o nativo Sexta-feira. Há referêcias iniciais a Weber:

"sobre o dia da tristeza. Neste dia, Sexta-feira fica em um lugar abaixado e durante aquele momento não fazia nada. Só podia olhar a terra e meditar a tristeza a qual ele estava sentindo naquele instante. Era costume de sua tribo, a qual ele mantinha.
A obra de Nietzsche é um esforço para vencer a razão “frente fria da cultura ocidental, quebrando aqueles valores e reestimulando uma corrente quente”  que ele denomina vida.  Ele defende a eternidade do efêmero contra a eternidade atemporal ou agora eterno, contra a utopia no futuro. Para ele, deve-se esquecer o passado, reiniciar a vida e recomeçar com coragem e alegria. Ele recusa os pilares da cultura ocidental, a piedade religiosa, a objetividade do cientista, o igualitarismo socialista.
Para ele, a decadência do ocidente começou com Sócrates, que teria desviado a humanidade de seus instintos fundamentais, desvitalizando-a, tornando-a fraca e submissa. 

domingo, 26 de setembro de 2010

Poeta bebe seus versos dentro de um crânio

Cat Skull 2
A fLAUTA-VÉRTEBRA

A todas vocês,
que eu amei e que eu amo,
ícones guardados num coração-caverna,
como quem num banquete ergue a taça e
[ celebra,
repleto de versos levanto meu crânio.

Penso, mais de uma vez:
seria melhor talvez
pôr-me o ponto final de um balaço.
Em todo caso
eu
hoje vou dar meu concerto de adeus.

Memória!
Convoca aos salões do cérebro
um renque inumerável de amadas.
Verte o riso de pupila em pupila,
veste a noite de núpcias passadas.
De corpo a corpo verta a alegria.
esta noite ficará na História.
Hoje executarei meus versos
na flauta de minhas próprias vértebras.

Vladimir Maiakowski(1893-1930)

sábado, 25 de setembro de 2010

Colômbia quer fim das Farcs, para-militares e da intervenção dos EUA

Os Estados Unidos estão comemorando a morte de  Mono Jojoy, líder guerrilheiro das Farc. No entanto, quando tudo conspirava para o ressentimento, ódio e a vingança, apareceu um sentimento de resgatar a esperança de homens e mulheres vítimas da violência decorrente de conflitos armados na Colômbia, que se arrastam há meio século. Para tanto, foi criada uma estratégia de sobrevivêrncia alicerçada na arte, promoção da cultura e na manifestação do carinho entre os povos sofridos daquele país.
Essa é a proposta de Haidy Duque, criadora da organização Taller de Vida, que  atua na recuperação psicológica de populações abaladas pela opressão de narcotraficantes e pela agressividade das Farcs na Colômbia.

Haidy concebeu a organização a partir de sua experiência pessoal, quando assistiu ao assassinato de seu pai, em abril de 1988, por grupos de para-militares. No primeiro momento, conforme disse, foi tomada pelos sentimentos de ódio e vingança, mas percebeu que, ao seu redor, havia outras vítimas da violência de grupos armados, e entendeu que "era chegado o momento de levantar a cabeça e fazer algo e reconstruir a esperança", afirmou.
Haide Duque - Foto: Marcus Peixoto
Hayde é uma das vozes na Colômbia que se opõe contra a presença de bases norte-americanas no País e tem sido uma defensora para a criação de uma lei, que já está tramitando no Congresso local, para manter uma assistência especial para as vítimas da violência. Por conta da militância, ela foi ameaçada de morte e somente pôde residir em Bogotá, capital da Colômbia, após sua causa ser defendida por grupos internacionais de defesa dos direitos humanos.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Adolescentes buscam aventura na prostituição

Teatro

Perdoa-me por me traíres

de Nelson Rodrigues



Primeiro Ato
(Nair e Glorinha estão na porta de Madame Luba, ambas vestidas de
colegiais, uniforme cáqui, meias curtas, cabelo rabo de cavalo, pasta
debaixo do braço. Glorinha vacila e a outra insiste)
NAIR Vem ou não vem?
GLORINHA Tenho mêdo!
NAIR De quem, carambolas? Mêdo de quê?
GLORINHA (Suspirando) — De algum bode.
NAIR Já começa você. Que bode?
GLORINHA Sei lá! (mudando de tom) E se o meu tio sabe?
NAIR Espia: não foi você mesma, criatura, que me pediu pra te trazer?
GLORINHA Pedi, mas... É o tal negócio. Você não conhece meu tio.
NAIR Conheço, até de sobra!
GLORINHA Duvido! Não te contei...
NAIR Um chato!
GLORINHA ... Te contei que, outro dia, só porque cheguei atrasada uma meia hora, ou
nem isso, uns 15 minutos talvez — êle me deu uma surra tremenda? E disse mais: que, na
próxima vez, me mata e mata mesmo!
NAIR Conversa! Conversa!
GLORINHA Pois sim! Eu que não abra o ôlho!
NAIR Mas êle não vai saber! Saber como? (baixa a voz) Só essa vez, está bem?
GLORINHA (Tentada) — Vontade eu tenho, te juro!
NAIR Faz, então, o seguinte, olha: tu entras um instantinho só. Eu te apresento a
Madame Luba que é lituana, mas uma simpatia!
GLORINHA E que mais?
NAIR Tu dizes que, infelizmente, não podes, por isso, por aquilo, inventa uma desculpa.
E cai fora... Mas se não fores, quem fica mal sou eu, porque prometi, batata, que te
levava!
GLORINHA Eu vou, mas fica sabendo: não me demoro nadinha!
NAIR Você não sabe o que quer, puxa!
(Nair e Glorinha na sala de Madame Luba. Em cena, Pola Negri, garção
típico de mulheres. Na sua frenética volubilidade, êle não pára. Desgrenhase,
espreguiça-se, boceja, estira as pernas, abre os braços)

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Nepomuceno, o nacionalista, é o melhor nome do Ceará



Alberto Nepomuceno (1864-1920), compositor y director de orquesta brasileño, está considerado como el mayor precursor de la música nacionalista en su país.
Nació en Fortaleza, estado de Ceará, el 6 de julio de 1864. Estudió en Recife, capital del estado de Pernambuco, y con apenas 18 años ya dirigía conciertos en el club Carlos Gomes. En 1880 perfeccionó sus estudios en Roma, en la Academia Santa Cecilia, con Eugenio Terzianie y Cerare de Sanctis. En 1889 recibió una beca del gobierno brasileño para estudiar en el Conservatorio Stern de Berlín y posteriormente en París. A partir de 1886 dirigió la Sociedad de Conciertos Populares de Río de Janeiro, divulgando un repertorio de música contemporánea poco conocido en aquel entonces en Brasil. Fue dos veces director del Instituto Nacional de Música.
Aunque muchas de sus obras siguen las trazas de un tardío posromanticismo, mediante otras preparó excepcionalmente el campo nacionalista, a donde habría de seguirle Francisco Mignone, y muy en especial el apartado de música afrobrasileña, del que es buen ejemplo su Suíte brasileira (1892), que contiene el célebre “Batuque”. Compuso óperas, como Artemis (1898), Abul (1913) y Catil (1918), una Sinfonía en sol menor, la obertura O Garatuja, el poema sinfónico El milagro de la simiente, conciertos, música de cámara, corales, canciones, piezas pianísticas y multitud de arreglos folclóricos. Fue el primer compositor que apoyó el canto en lengua portuguesa , hecho que contó con la aprobación del presidente Rodrigues Alves.
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