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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Easy é a estrela de um mundo movido pela perversão e a caridade


No domingo passado fiz um comentário sobre o filme Taxi Driver, quando omiti duas informações importantes. A primeira que se trata de uma produção de 1976 e a última é que foi dirigido por Martin Scorsese. A data detém relevância porque ainda estava muito recente o Vietnã e os protestos nos Estados Unidos formavam uma demanda por arte e entretenimento, que aprofundasse o tema, quer no absurdo do conflito, com mais de 10 mil quilômetros de distância, quer pelos danos pessoais, assim vivido pelo Travis Bickle.
O diretor Martin Scorsese optou pelo drama introspectivo, ainda não totalmente liberto das garras da indústria do Cinema, como talvez não tenha sido o seu desejo real. Seja como for, o produto final é fascinante, onde ainda se inclui Easy (Jodie Foster), a prostituta adolescente, que mexe com os brios do paladino de Niro. O casal protagoniza um mundo movido pela perversão e a compaixão. O bom mocismo retardatário de Travis (de Niro) vai formando ondas de obsessões e destruições.
O monólogo diante do espelho é delirante. Ele não precisa de ninguém e seus inimigos, ou alvos, estão espalhados pelo pequeno compartimento, onde fixa fotografia de candidato a presidente. Mas quem disse que seria fácil retornar de uma guerra e achar que tudo se encaixaria? William Wyler já nos havia mostrado sofrimento semelhante em os Melhores Anos de Nossas Vidas, de 1946, sobre os deslocados da II Guerra Mundial. Agora, ficamos no aguardo sobre que novidades falarão os veteranos do Iraque e Afeganistão

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