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domingo, 6 de fevereiro de 2011

Última fotografia de Luciano Carneiro antecipa imagens celestiais

A revista O Cruzeiro e o Jornal do Brasil deram grande impulso ao fotojornalismo brasileiro ao destinar um espaço destacado nas reportagens para as fotografias, até então usadas como acessórios do texto. Entre os principais nomes desse período estão Jean Manzon, Luiz Carlos Barreto, Indalécio Wanderley, Ed Keffel,, José Medeiros, Peter Scheier, Flávio Damm e Marcel Gautherot e o cearense Luciano Carneiro, que se notabilizou como jornalista internacional, cobrindo guerras e eventos importantes, como a recuperação dos registros da Guerra de Canudos. Nessa sua última cobertura, ele estava em casa, na véspera de um plantão de final de semana. Há quem diga que os fotógrafos daquele tempo (só daquele tempo?) ficavam apreeensivos com ligações em plantões, pois sempre havia a possibilidade de uma que diminuia a autoestima de um profissional de seu nível: fazer o factual, mostando corpos semi-nus na areia da praia de Copabacana. Ao contrário disso, a ligação falava sobre a festa de debutantes, a primeira a acontecer em Brasília desde a sua inauguração. A revista Cruzeiro documento esse último trabalho:


Terminada a cobertura e empenhado em passar o Natal com a família, tomou o avião de regresso ao Rio na têrça-feira, dia 22. A um minuto do aeroporto do Galeão, houve o choque do “Viscount” da VASP (em que viajava) pelo “Focker” da FAB. Luciano Carneiro e os demais trinta-e-um ocupantes do aparelho comercial pereceram. No meio dos destroços, foram encontradas, depois, suas duas máquinas fotográficas e a maleta de material. Tudo quebrado e os filmes expostos à luz. Teòricamente, aquêles negativos já não conteriam imagens. Entretanto, a Revista entrou em contato com as autoridades e mobilizou até o Ministro da Justiça, para que a Polícia liberasse, imediatamente, o material recolhido. Isto foi conseguido. Encaminhados os filmes ao laboratório, com surprêsa se verificou que não estava perdido o derradeiro trabalho do repórter. Ainda com marcas provocadas pelo desastre, as fotos colhidas por Luciano Carneiro ali estavam, mostrando o desfile das debutantes. Quis o destino, por um caprichoso jôgo de espelhos, que êle também figurasse numa das fotos

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