É do mundo exterior que o conhecimento precisa vir a nós, pela leitura, audição e contemplação. Wendy Beckett
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domingo, 8 de abril de 2012
Confissões de Schimidt encontra um sentido no desabafo da correspondência
Confissões de Schimidt é um filme de orçamento baixo, nos padrões de Holywood. Custou US$ 30 milhões. Avatar teve uma despesa de US$ 500 milhões. Não é um filme excelente, mas bom o suficiente para se debruçar sobre um quadro psicológico que trata das fraquezas humanas. É um caso de se surpreender num filme modesto, sobretudo considerando a boa atuação do elenco, especialmente de Jack Nicholson, que se revela um grande ator, sem que recorra à expressão louca e histriônica como em Estranho no Ninho (apesar da malandragem), o Iluminado e Melhor Impossível.
A história é sobre um homem que aos 60 anos se aposenta e lida rapidamente com a morte da mulher, Helen. Já no início, há um passagem da câmara pelos prédios e pelo semblante melancólico do protagonista que acompanhará por toda a película. Warren Schmidt (Jack Nicholson) é um homem medroso, fracassado e triste. Ele tenta superar o medo fazendo uma travessia pelo meio Oeste norte-americano, partindo de Omaha, em Nebraska. Tal como sugere Goethe, tendo coragem a força está a seu favor. Mas depois descobre que seu ato é incipiente se comparado com os pioneiros que chegaram ao Oeste Norte Americano, passando por adversidades bem maiores.
Também se sente fracassado em seu casamento, na relação com os amigos e na escolha do marido de sua única filha. Busca vencer esses obstáculos, encontrando energias onde já estão quase minguando. Impotente, se vê vencido pela hipocrisia do amigo Ray, a mediocridade da família do marido de Jenny, a filha, e por fim, é tomado por aguda tristeza.
Assim como se escreve num blog para que uma pessoa ou nenhuma venha a ler, as agruras de sua vida são relatadas em cartas para um garoto de seis anos, chamado Ndugu, que vive na Tanzânia. Resolve contar sobre a aposentadoria, a morte da mulher, o despeito com o genro e o desfalecimento de suas forças. Também lhe envia US 20 dólares por mês. Como diria o jornalista de Iguatu, Honório Barbosa, não importa se você escreve para uma ou 40 mil pessoas. A gratuidade do gesto é que compensa e recupera um sentido, onde se pensa que não há mais nenhum sentido. Está passando este mês no Cinemax.
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Cinema,
Sociologia
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ResponderExcluirObrigado pela atenção. Mas é um filme de fato muito interessante, porque lembra um pouco os romances de John Updike (sem a pornografia) e os dramas familiares de Eugene O'Neill, sem os excessos.
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