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terça-feira, 3 de abril de 2012

O amor que renuncia à possibilidade de um amor recíproco



"Por decisão angélica e expressão manifesta dos santos, com a aprovação de Deus e toda esta Comunidade, excomungamos, expulsamos, anatematizamos e maldizemos a Baruch d'Espinosa... Maldito seja no dia e na noite, maldito ao deitar-se e ao levantar-se, maldito em sua saída de casa e em sua entrada. Que jamais Deus o Perdoe. Ordenamos que se dirija a ele por palavra ou por escrito, que ninguém o preste socorro nem favor algum, que ninguém esteja com ele debaixo do mesmo teto nem dele se aproxime a quatro varas de distância, que ninguém leia uma obra composta ou escrita por ele."
Assim foi o decreto de excumunhão de Spinosa da comunidade judaica, que conseguiu ainda o feito de ser perseguido pelos católicos de seu tempo. Tudo isso porque ousou racionalizar a fé, tendo como inspiração a fisolofia de Descartes.
Nascido na Espanha e de origem judaica, poderia ter seguido uma trilha parecida com Teresa d'Ávila, que, por influência de sua família, escondeu suas origens num catolicismo fervoroso, passando depois a uma mística e êxtase somente experimentados pelos santos.
Spinosa, não. A filosofia cartesiana fazia com que acreditasse somente naquilo que poderia experimentar. Aliás, sendo ainda mais radical, defendia que toda a verdade carecia de um suporte matemático. Esse raciocínio, que prenunciava o desenvolvimento das Ciências, era fortemente rechaçado pela igreja da época, fazendo com que conseguisse desagradar a gregos e troianos, por assim dizer.
Mas a lógica racional de Spinosa não durou muito tempo. Já próximo a sua morte, antes de completar 45 anos, ele finalmente se rendeu à espiritualidade. Dizia que não podia barganhar com o amor divino, porque Deus não esperava amor de sua criação, uma vez que era sabedor de sua imperfeição. Spinosa talvez pudesse ser entendido alguém que tenha se rrebaixado, chegado à camada do pré-sal da humilhação moral, mas é no reencontro com o espiritual, que sua filosofia ganha corpo e torna-se uma rreferência para pensadores posteriores, como Kant, que não pode desvincular a filosofia de uma necessidade de se pensar a moral e a ética.

Em tempo: O Instituto de Cultura e Arte da Universidade Federal do Ceará está com inscrições abertas, até 2 de maio de 2012, para o concurso público de professor adjunto em Fortaleza.

As vagas são para os setores de estudo “Ensino de Filosofia” e “Lógica e Filosofia Analítica”, com regime de trabalho de 40 horas semanais e dedicação exclusiva. O candidato, com título de doutor, pode fazer a inscrição de forma presencial, por procuração ou pelos Correios. O endereço da Secretaria do ICA é: Rua Abdnago, s/n, Campus do Pici – Fortaleza-CE – CEP 60455-001, Fortaleza-CE.

A taxa de inscrição é de R$ 183,00 e cada selecionado terá remuneração de R$ 7.333,67. O concurso é regido pelo Edital n° 126/2012, que pode ser lido, na íntegra, no site da Superintendência de Recursos Humanos da UFC: www.srh.ufc.br.

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