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sábado, 7 de abril de 2012

Egito e Vietnã ensinaram que não se deve baixar a guarda em datas religiosas



É difícil pensar em guerra no dia de hoje, mas não é um pensamento absurdo, principalmente se olharmos um pouco para nossa identidade religiosa e um pouco mais para trás. Mais importante do que o Natal, a Páscoa é a maior festa religiosa para os católicos. Afinal, trata da ressurreição de Jesus Cristo, celebrada amanhã, como prova da vitória sobre a cruz. Ontem, o Papa Bento XVI lembrou que a cruz tem um significado ôntico, pois significa o sofrimento que passa todo ser humano e isso não tem sido diferente no presente com a crise econômica internacional, provocando desemprego e desesperança.
Para os católicos, a Páscoa é a esperança concretizada de que se passará da tristeza para a alegria. Deus enviou seu filho à Terra para que morresse pelos nossos pecados. Por tanto, todo o período da Semana Santa é um chamado para a reflexão da dor e da sua superação, por meio da promessa.
Se o Brasil fosse tão católico quanto no passado, se os seus inimigos fossem mais explícitos e beligerantes esse seria o momento ideal para um ataque. Mas isso não é sequer cogitado pelo Ministério da Defesa ou por qualquer pessoa sã.
O jejum da Sexta-feira Santa, a obrigação de não se comer carne, as igrejas sem missas e a procissão sem cânticos, com marcações esporádicas das matracas são tradições que perdem adeptos a cada momento e não ecoam nos sentimentos do grosso da comunidade católica.
Curiosamente, a não indiferença com a data até se justificaria historicamente no aspecto militar. Foram nos momentos de fervor religiosos que grandes potências sofreram baixas consideráveis, quando se pensavam no respeito à fé.
Primeiro foi a Guerra do Yom Kippur, quando forças egípcias atacaram israelenses na primeira linha de defesa, ao longo do canal de Suez, com chuvas de granadas. Isso aconteceu no chamado Dia do Perdão, maior feriado judeu, onde a tônica é a reconciliação incondicional, em 6 de outubro de 1967.
Foi uma retaliação à Guerra dos Seis Dias, que contou com o apoio da Síria, mesmo país que está sendo execrado na atualidade pela repressão cruel com os opositores do regime. A surpresa deveria deixar lições para os países beligerantes. Mas não foi isso o que aconteceu.
Anos depois, durante a guerra do Vietnã, as forças norte-americana baixaram a guarda no que foi chamado maior ataque daquele País a forças americanas. Detalhe: também aconteceu durante o feriado religioso vietnamita que jamais se pensaria em tamanha desobediência aos preceitos ao Tet, maior feriado do ano, ocorrendo em torno de tarde de janeiro a início de fevereiro.
O arquiteto da ofensiva foi o general Vo Nguyen Giap, principal responsável pela fragorosa derrota norte-americana em 1975. Poderia ter sido um mito, mas é difícil encontrar citações sobre seus feitos mesmo na internet. Os Estados Unidos nunca o perdoaram. É muito provável que o generais ianques tenham pensando: ah, vamos relaxar. Hoje, os comunistas estarão rezando. Não é uma contradição?
No Brasil, mais precisamente no Ceará, aconteceu no dia 1º deste ano, o momento mais grave na segurança pública. Quando se comemorava o Dia da Confraternização Universal, a Polícia promoveu a maior greve de sua história. Não houve conflitos fatais, mas não deixou de ser uma ação traumatica, que implicou, inclusive, na vinda de forças do Exército para intervir na segurança pública, um ato que não acontecia desde a retomada da democracia.
Tudo isso serve para entender que não há mais determinismo, quer filosófico, como assim pensava o marxismo, quer religioso, como prega o livro de Eclesiaste.
Temos um mundo não apenas menos apegado a normas e preceitos, mas muito menos religioso.
Baixar a guarda é somente para os incautos. No livro de São Mateus, diz que se o pai de familia soubesse que hora o ladrão chegaria a sua casa, vigiaria e não deixaria que fosse arrombada a sua morada. Se o espírito da paz reinasse na Semana Santa não haveria tantos assassinatos e acidentes de trânsitos fatais em maior número do que no período de Carnaval. São Mateus sugere que devemos orar e vigiar.

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