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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Diga "xis" , hoje, Dia Mundial da Fotografia

fotos de buenos aires

Uma grande festa deverá acontecer no próximo dia 19, sexta-feira, quando se comemora o Dia Mundial da Fotografia. Aqui, os festejos estão programados para acontecer na Rua Sabino Pires, na Aldeota. Presto minhas homenagens àqueles que mais de três décadas de profissão me influenciaram como jornalista e pessoa. Cito nomes, mesmo correndo o risco de omitir outros importantes, como o de Zé Rosa, Edson Pio, João Guimarães e aos novos minhas saudações especiais para Levi Fonseca e Mauri Melo, e toda a moçada do Diário do Nordeste e Jornal O Povo e o sempre amado O Estado.
 Não há como dissociar  a máquina fotográfica de todos os nossos instantes, desde as profissionais que nós repórteres acompanhamos nas reportagens de campo, àquelas de amadores, pequenas (hoje digitais), mas que registram momentos marcantes da vida: o aniversário, a festa de confraternização, o flagrante que nos salta os olhos. Como como diria Henri Cartier-Bresson,  "fotografar é captar o momento decisivo".

História:

A fotografia surgiu na primeira metade do século XIX, revolucionando as artes visuais. Sua evolução deve-se a astrônomos e físicos que observavam os eclipses solares por meio de câmeras obscuras, princípio básico da máquina fotográfica.
A câmera obscura tornou-se acessório básico também para pintores e desenhistas, inclusive para o gênio das artes plásticas Leonardo da Vinci (1452-1519), que fez uso dessa ferramenta e deixou dela uma descrição minuciosa em seu livro de notas sobre os espelhos, publicado muito depois de sua morte, em 1797. Antes dessa data, as observações feitas em 1558 pelo cientista napolitano Giovanni Baptista Della Porta (1541- 1615) também continham uma descrição detalhada da câmera obscura. A publicação do livro Magia Naturalis sive de Miraculis Rerum Naturalium impulsionou a utilização dessas câmeras, descrita por Della Porta como uma sala fechada para a luz com um orifício de um lado e uma parede pintada de branco à sua frente.
Com o passar dos tempos, a câmera obscura foi sendo reduzida de tamanho, de modo que artistas e pesquisadores pudessem carregá-la com facilidade por onde andassem.
Na virada do século XVII para o XVIII, as imagens feitas por meio de câmera obscura não resistiam à luz e ao tempo, desaparecendo logo após a revelação. Foram vários os pesquisadores que conseguiram gravar essas imagens, mas todos encontravam dificuldades em sua fixação.
Em 1816, o francês Joseph Nicéphore Niépce (1765-1833) dava os primeiros passos no caminho do registro de imagens por meio de câmera obscura. Pesquisando um material recoberto com betume da Judéia e em uma segunda etapa com sais de prata, ele conseguiria gravar imagens em 1827. Niépce batizou a descoberta de heliografia.
No Brasil, Antoine Hercule Romuald Florence (1804-1879), um francês radicado na Vila de São Carlos1, pesquisou, entre 1832 e 1839, uma forma econômica de impressão, sensibilizada pela luz do sol e sais de prata, método parecido com os que Niépce, Daguerre e Talbot utilizaram na Europa. Ele chegou próximo a uma descoberta batizada de photographie, seis anos antes que seu compatriota Daguerre em Paris.
A pesquisa de Daguerre acabou sendo reconhecida pela Academia de Ciências de Paris, em 19 de agosto de 1839, sendo batizada como daguerreótipo, um método de gravar imagens por meio de câmera obscura. O fato provocou protestos por parte do inglês Willian Fox Talbot (1800-1877. Ele gravava igualmente imagens com câmera obscura, utilizando um processo parecido ao de Daguerre e Niépce, que passou para a história com os nomes de talbotipia ou calótipo.
Hércules Florence, como ficou conhecido no Brasil, obteve ajuda do botânico Joaquim Corrêa de Melo, mas nunca teve suas pesquisas reconhecidas. Inclusive, a palavra fotografia era utilizada por Florence e Corrêa de Melo desde 1832, antes que na Europa, onde, a partir de 1840, o astrônomo John Herschel passou a utilizá-la para unificar as diversas descobertas envolvendo a câmera obscura, no período entre 1827 e 1839.
Com o anúncio da gravação da imagem por Daguerre na Europa, logo se instituiu uma grande polêmica entre os pintores. Eles acreditavam que o novo método acabaria com a pintura, não admitindo, portanto, que a fotografia pudesse ser reconhecida como arte, uma vez que era produzida com auxílio físico e químico.
Com o anúncio da gravação da imagem por Daguerre na Europa, logo se instituiu uma grande polêmica entre os pintores. Eles acreditavam que o novo método acabaria com a pintura, não admitindo, portanto, que a fotografia pudesse ser reconhecida como arte, uma vez que era produzida com auxílio físico e químico.
A prematura discussão com representantes das artes plásticas fez com que pintores resistentes à utilização da fotografia procurassem por uma nova forma de expressão, dando origem ao movimento impressionista, que, aos poucos, encontrou rumo e reconhecimento na história das artes visuais. A discussão retorna, de algum modo, nos dias de hoje, envolvendo duas formas distintas de captação de imagens, a fotografia analógica e a fotografia digital.
No século XX, a fotografia passou a ser utilizada em grande escala pela imprensa mundial, em amplas reportagens fotográficas, fazendo aumentar naturalmente a exigência de profissionais que trabalhavam com fotojornalismo. A cobrança por equipamentos mais leves e ágeis despertou nos fabricantes o interesse em investir no setor, provocando uma renovação no mercado e chamando a atenção do grande público para as novidades tecnológicas e as belas imagens que surgiam no dia-a-dia da imprensa mundial.
A profissão de fotógrafo passou a ser cobiçada em todo o mundo, revelando profissionais altamente qualificados e, até, adorados em vários países, como Brett Weston, Cartier Bresson, Edward Weston, Robert Capa, Robert Frank, Alexander Ródchenko, Pierre Verger e Jean Manzon, entre outros. Esses profissionais formaram uma geração de ouro do fotojornalismo mundial, mostrando muita criatividade e ousadia em suas fotografias, fazendo delas verdadeiras obras de artes, admiradas por milhões de pessoas.
Com o surgimento da fotografia digital, no final dos anos 1980, todo o glamour conquistado pela fotografia analógica tende a entrar em declínio. A evolução dos equipamentos digitais aponta para o aniquilamento gradual da fotografia analógica nos próximos anos. Os grandes fabricantes já anunciaram o fechamento de fábricas e a não-confecção de materiais para o amador da fotografia analógica, acabando com o fascínio exercido durante décadas pelos laboratórios fotográficos de revelação e ampliação e transformando a prática tão comum da fotografia analógica em coisa primitiva. Na opinião dos defensores da fotografia digital, a velha forma de captação de imagens sobreviverá apenas na memória de veteranos fotógrafos incapazes de se adaptar às novas tecnologias.
A fotografia digital provocou uma ruptura entres os profissionais da imagem, principalmente fotojornalistas, dando origem a três categorias de profissionais no mercado de fotografia: a primeira é formada por veteranos fotógrafos, a segunda, por fotógrafos que vêm acompanhando a morte gradativa da fotografia analógica, e a terceira, por fotógrafos mais jovens, que assistem ao nascimento da fotografia digital.
Os fotógrafos da era digital são acusados de falta de domínio dos métodos e técnicas utilizados na fotografia, como luz, filtros, velocidade do obturador, entre outros. Os equipamentos digitais são em sua grande maioria automatizados, não permitindo ao profissional o controle manual de suas ações. Ainda que existam equipamentos com controle manual, as escolas formadoras desses profissionais optam por adquirir equipamentos automatizados, economicamente mais viáveis.
A geração digital é facilmente reconhecida em eventos ou coberturas jornalísticas por não utilizar o visor da câmera para fotografar, optando por visualizar a imagem por meio do cristal líquido atrás da máquina. Esses profissionais têm a seu favor a tecnologia, o domínio e manuseio de computadores, programas, scanner e outros tantos recursos oriundos do avanço digital, que permitem a transmissão e tratamento da imagem do próprio local do evento, agilizando dessa forma as coberturas jornalísticas.

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