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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Presídio promove socialização abrindo suas muralhas para a arte


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Foto: Viviane Pinheiro


Os mais diversos tipos de cossocos, cartas artesanais de baralho e até uma balança de precisão para drogas, feita com copinhos de iorgutes. Esses engenhos foram apreendidos em casas de detenção do Ceará e passaram a ser uma espécie de acervo da "criatividade" dos internos, guardados na sede da Sejus. No entanto, cada vez mais os presídios abrem suas muralhas para o trabalho e a arte, no esforço de combater a ociosidade, gerar renda e promover a socialização.
Das 514 internas do Instituto Penal Feminino Desembargadora Auri Moura Costa (IPF), 185 estão hoje se beneficiando de atividades de geração de renda. Boa parte dessas mulheres atua na indústria da moda, por meio da parceria entre a Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado do Ceará (Sejus) e indústrias de Confecção Famel (proprietária das grifes Famel e Dona Florinda) e Pena. 
As ações produtivas resultam na redução das penas e, especialmente, na ressocialização das mulheres já julgadas por crimes. Além das indústrias, boa parte das internas se integra em atividades como o artesanato, padaria e serviços de manutenção do presídio. Pelo fato de não possuírem familiares, se dá prioridade a estrangeiras presas por envolvimento com o narcotráfico.
Afora as indústrias de confecções, outra atividade concorrida pelas presidiárias são as oficinas de artesanato, coordenadas por Maria Eunice Bezerra, a tia Nenen. Ela ministra aulas de crochê, fuxico (técnica que aproveita restos de tecido para criar e customizar roupas, acessórios e objetos domésticos), bordado, pintura, petwork e macramê.
Outra boa notícia chega  da Penitenciária Dênio Moreira de Carvalo (PDMC), em Ipaba, município de Minas Gerais, O informe Comunique-se dá conta que "o brasileiro Juarez da Silva Goulart ganhou destaque em sites e blogs durante a semana passada, mas a repercussão de seu nome não está relacionada com a geologia, área de sua formação, nem pelas experiências de morar no exterior – viveu na França e nos Estados Unidos". O motivo de ele aparecer na mídia é o trabalho de editor que realiza como interno. 
Segundo a publicação, Silva Goulart cumpre pena em regime fechado na prisão do interior mineiro, informa o site do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) – que não divulga os crimes pelos quais o geólogo foi acusado e nem o período da pena que ele cumprirá. Longe de sua profissão, o detento trabalha da biblioteca da unidade carcerária e comanda o jornal “Inclusão”, publicação que teve sua terceira edição lançada no final do mês passado.

Com o objetivo de ressocializar detentos, o jornal é produzido integralmente por pessoas que cumprem pena no PDMC e pelos próprios funcionários do local. Além do editor Silva Goulart, o veículo de comunicação tem todas as reportagens e notas feitas pelos presidiários e agentes; as imagens são de responsabilidade de um dos administradores penitenciários. Na última edição, o “Inclusão” teve tiragem de 1.200 exemplares. 

Patrocinado pela indústria Celulose Nipo-Brasileira (Cenibra), o jornal também conta com o apoio do diretor da penitenciária de Ipaba, Adão dos Anjos, que publicou um artigo na última edição. “Meu pai cometeu alguns erros”, disse ao ser questionado pela Agência CNJ sobre a sua relação de colaboração com o jornal editado por Silva Goulart.
Engenhos apreendidos no IPPS. Foto: Marcus Peixoto




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