Pesquisar este blog

Olá

Muito me alegra pela sua visita. É um blog pretensioso, mas também informativo

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Gorki é o arauto emocional da literatura proletária da Rússia

Como Aprendi a Escrever


 Como aprendi a Escrever, de Maximo Gorki (1868-1936) não é um manual de regras definidas para quem  se dedica ao ofício da escrita, quer como romancista, poeta ou jornalista. Serve, isso sim, para instigar o questionamento: tenho, de fato, sido tenaz no meu aprendizado? Tenho buscado boas referências para expressar meus pensamentos e sentimentos?
Gorki é, sobretudo, um exemplo de superação. Nascido num meio pobre, buscou na arte de escrever um refúgio. Dizia que a motivação de escrever vinha ou porque se era muito pobre e triste, daí o desejo de escrever funcionava como um meio de embelezar a vida. Ou porque provinha da riqueza, como a diversidade de impressões, que faz surgir o desejo interior de relatá-las para alguém. Aos 19 anos tentou o suicídio com um tiro. Sua primeira obra de sucesso aconteceu com a peça Os Pequenos Burgueses, de 1901. 
Aqui, se trata de uma palestra que Gorki proferiu para novos escritores da URSS e publicado em 1912, e editadas,no Brasil, em 40 páginas pela editora Mercado Aberto. Explica como é criar personagens através da imaginação, intuição e compor na própria mente. Mostra o romantismo idealista ativo que leva o homem à rebelião contra a realidade. Foi a grande a grande referência da literatura proletária, pois assim descrevia os vagabundos, as cidades paupérrimas, os artistas fracassados e as estepes russas, revelados com ternura e esperança. Eis trechos da obra:


A arte da criação literária, a arte de criar personagens e tipos, exige imaginação, intuição, habilidade de"compor coisas" na própria mente. Quando um escritor descreve um comerciante, um funcionário ou um trabalhador conhecido por ele, faz simplesmente uma imagem mais ou menos justa de um indivíduo, porém essa imagem será uma simples fotografia sem nenhuma significação socialmente educativa e contribuirá muito pouco, em profundidade e amplitude, para nosso conhecimento da vida e dos homens.

Contudo, se um escritor for capaz de extrair de20, 50 ou 100 comerciantes e trabalhadores, os traços, os hábitos, gostos, gestos, crenças e moldes característicos, típicos deles como classe, e s puder dar vida a a esses traços em um só comerciante, funcionário ou trabalhador, terá criado um tipo e sua obra será uma obra de arte. O campo de sua observação e a riqueza de sua experiência de vida outorgam frequentemente  ao escritor o poder de transcender sua atitude pessoal e subjetiva sobre os fatos.

Na luta pela existência, o instinto de conservação desenvolveu no homem duas poderosas forças criadoras. Essas forças são o conhecimento e a imaginação. A primeira é a capacidade de observar, comparar e elucidar os fenômenos naturais e os fenômenos da vida social. em outras palavras, o conhecimento é a capacidade de pensar. Em essência, a imaginação também é pensamento; é pensamento acerca do mundo, porém, é fundamentalmente, pensamento em imagens, pensamento em forma artística; poderia se dizer que a imaginação é a capacidade de atribuir qualidades humanas, sentimentos humanos e, inclusive, intenções humanas e coisas fenômenos espontâneos da natureza.

Nenhum comentário:

Postar um comentário