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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Queda de Jobim será o epílogo para o clima de formigueiro no Ministério da Defesa?

typhoonEm toda a história, tornou-se o ministro que passou mais tempo no cargo, desde 2007, e  também o que mais tempo levou na sua fritura. A história de Nelson Jobim à frente do Ministério da Defesa foi contada em parte neste blog, quando no inicio do governo da presidente Dilma perdeu  o seu prestígio. 
Em seguida, fez uma série de declarações delicadas, que não poderiam culminar em outra atitude, senão o seu afastamento do cargo. 
A sua opção preferencial pelos caças franceses, praticamente descartada pela presidente e pelos oficiais da Aeronáutica, os elogios rasgados a Fernando Henrique Cardoso, na festa de seus 80 anos, reuniões com comandantes da presidente com chefes das Forças Armadas, sem a sua participação, o anúncio de que teria votado em José Serra e, por fim, as críticas às ministras Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais), na revista Piauí, como pá de cal, somaram-se as motivações pela exoneração. 
O balança-mais-não-cai de Nelson Jobim foi suavizado na entrevista à TV Cultura, na segunda-feira passada, quando disse que era sua intenção continuar como Ministro da Defesa. Tanto assim, que se encontrava em Tabatinga, na fronteira com a cidade de Letícia, na Colômbia, para discutir o cinturão de fronteiras contra o narcotráfico, quando foi anunciada a demissão por telefone. Sua assessoria também havia confirmado a participação de 8 a 10 próximos, do 5º Encontro Nacional da Associação Brasileira de Estudos de Defesa (Abed), em Fortaleza, 
Além das autoridades nacionais, estarão presentes o ministro da Defesa do Equador, Javier Ponce Cevallos; o diretor do Centre for Defence Acquisition, de Londres, David M. Moore; e Yannick Quéau, da Fondation pour la Recherche Stratégique, da França. Entre os acadêmicos, Xiaoqin Ding, da Academia Chinesa de Ciências Sociais, e Sebastião Velasco e Cruz, cientista político da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
 O evento é uma realização da Associação Brasileira de Estudos de Defesa (Abed) e do Observatório das Nacionalidades, coordenado pelos professores Manuel Domingos Neto (UFC/Universidade Federal Fluminense) e Mônica Dias Martins (Universidade Estadual do Ceará-Uece). O local do encontro será o hotel Seara. 
Para o seu lugar, assume Celso Amorim (virá a Fortaleza?), o segundo diplomata de carreira a estar no Ministério. O primeiro foi José Viegas, que passou menos de dois anos no cargo e teve rejeição explícita dos comandantes militares.
Esse é o verdadeiro desafio do Ministro da Defesa no Brasil. Não basta a presidente Dilma gostar, os comandantes militares devem também, senão poderão ter sina parecida, num caso extremo, como o do baiano Waldir Pires, que se diz vítima de sabotagem pelos controladores de voos. Todos os antecessores de Nelson Jobim estiveram menos de dois anos no cargo. 
Celso Amorim, à frente do Itamarati no governo Lula, manteve uma postura de afastamento com os norte-americanos e uma aproximação muito críticada com ditaduras. O fato é que não deveria pairar nenhuma dúvida se o Brasil optará pela compra dos aviões norte-americanos, os mais viáveis e os mais confiáveis no mercado de armas. Esse é um ponto chave para oficiais da Aeronáutica. Um espectro envolve Brasília.

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