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sábado, 10 de setembro de 2011

Dagmar de Zorn é a lógica da beleza e do prazer infinito



Ricardo Noblat, Martins Fontes... todos disseram a mesma coisa: "Como uma ninfa vendo seu reflexo na superfície encrespada de um lago, esta moça nua está sentada à beira da água absorvida em seus pensamentos. Sua pele rosada é ecoada pelos suaves matizes das rochas e do verdor da natureza à sua volta.  Embora a figura não seja erótica, seu corpo voluptuoso atrai o olhar do espectador, e em sua pose há  algo de inocentemente sensual."
Obra do artista Sueco Anders Zorn (1860-1920). Em Dagmar (de 1911), apesar de seu apelativo desenho do nu, considero que mais importante é o uso dos materiais e das percepções pelo autor.  Cores, com a intensidade do verde ao fundo, e o aparente silêncio e quase total imobilidade do modelo (embora todo quadro seja imóvel) sugerem um prazer infinito pela harmonia.
Nesse caso, a pintura não é mera arte decorativa. Ela se projeta para a satisfação de demanda interior pelo belo. O primeiro assunto não é a nudez e nem tampouco a natureza. Mas, no meu entender, a capacidade de estar só, de viver a unidade natural, de perceber a pintura pela pintura. E ainda que me seja permitido mais citações, lembro "Tristan Klingsor: "A razão de um quadro não é a razão da lógica: é a razão da beleza"
O pintor também enveredou pela gravura e escultura, tendo viajado pela Europa e Estados Unidos.

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