A imprensa foi colocada em cheque, ontem, na abordagem dada ao terrorismo. A atual presidente da Frente Parlamentar Brasil-Cuba, Vanessa Grazziotin afirmou que os cubanos Gerardo Hernández, René González, Ramón Labañino, Antonio Guerrero e Fernando Gonzáles foram presos injustamente em 12 de setembro de 1998 durante o governo Bill Clinton.
De acordo com a senadora, "Os Cinco", como passaram a ser conhecidos, foram presos nos EUA depois de investigar e denunciar atentados contra Cuba arquitetados por grupos anticastristas sediados em Miami.
Vanessa Grazziotin informou que existe um movimento internacional pela libertação dos cubanos. Segundo ela, dez ganhadores do Prêmio Nobel já se somaram aos pedidos de soltura dos Cinco, além da Anistia Internacional e parlamentos de diversas nações.
A senadora pediu o apoio dos parlamentares, da população e do governo brasileiros em prol do movimento de libertação, que ela chamou de causa humanitária. Grazziotin também se solidarizou com a população americana pela passagem dos dez anos do atentado ao World Trade Center, em Nova York. Entretanto, ela afirmou que
os Estados Unidos já cometeram, nas últimas décadas, diversos atos que também podem ser considerados terroristas.
O pronunciamento aconteceu um dia depois da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) realizarem a palestra Terrorismo e Novas Mídias, apresentada pelo professor de Comunicação da Universidade de Haifa, Israel, Gabriel Weimann.
Weimann defende que as redes sociais são usadas largamente para recrutar e treinar novos membros para as ações terroristas, por meio de campanhas de marketing digital específico. Se o alvo é selecionar crianças, são usados recursos lúdicos para atraí-las.
O professor monitora 5,8 mil sites de militantes de movimentos terroristas e é autor de diversas publicações voltadas para esse segmento, como o livro Terror on the internet: the new Arena, the new challenges (ainda sem tradução para o português).
Para o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) existem "formas diferentes de terrorismo", embora a imprensa tenha criado o estigma de que o terrorismo tem que ser de origem mulçulmana e árabe. Ele lembrou a queda de um avião com um delegação de atletas cubanos em meados da década de 70 por terroristas venezuelanos, que hoje se encontram em liberdade nos Estados Unidos. Na ocasião morreram cerca de 70 pessoas. "Não importam se morre um ou mais. O terrorismo tem que ser condenado de todas as formas", afirmou.
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