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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Jonas, o profeta desobediente, é também o mais popular



"Eu clamei minha súplica ao Senhor Meu Deus e Ele me atendeu". Os versículos compõem o Livro de Jonas, no Antigo Testamento, considerado um profeta menor mas um dos mais populares. Tanto assim, que ocupa papel de destaque entre os 12 Profetas, conjunto de esculturas barrocas do artista Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, produzidas em pedra-sabão entre 1795 e 1805, em Minas Gerais. A escultura fica  à esquerda e sobre o prolongamento do mesmo muro que conduz a outro profeta muito conhecido, Daniel.
A popularidade de Jonas se deve, no meu modo de entender, porque chegam a ser cômicas suas peripécias para converter os ninivitas, assim como sua oração e seu apostolado desobediente se tornaram recorrentes na Bíblia. Por decisão de Deus, Jonas é convocado a converter Nívive. No entanto, ele desobedece e se dirige a Társis. No mar, há uma grande tempestade. Depois, é jogado às águas e engolido por uma baleia, passando três dias no ventre do mamífero. Por fim, chega a Nínive e as pessoas se dobram diante da ordens de Deus. Jonas, então, briga com o Criador, porque sabia ser Ele misericordioso e bondoso. No Novo Testamento, há também uma parábola que se refere a dois filhos, cujo pai pede que trabalhem na vinha. Um diz que vai e acaba não indo. O que diz que não não vai, termina por fazer a vontade do Pai. Por fim, a desobediência é vista não com palavras, mas com ações.
Na obra de Aleijadinho, nota-se que a escultura de Jonas também foi esculpida em um único bloco, apesar de sua grande dimensão, com grande expressão dramática, olhando para o Céu, na suposição  de agradecimento. Ao seus pés, a cabeça da baleia.
No pergaminho nas mãos de Jonas encontra-se uma citação bíblica em latim que afirma:
"Engolido por uma baleia, permaneço três dias e três noites no ventre do peixe; depois venho a Nínive." (Jonas 2).

Um comentário:

  1. "Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, retratou os principais envolvidos na Inconfidência Mineira liderada por Tiradentes. Sob a repressão da Coroa, Aleijadinho teria utilizado o subterfúgio da alegoria para imortalizar aqueles homens que tentaram mudar os rumos da história do Brasil. Os profetas são os conjurados. "
    (Isolde Helena Brans no livro "Profetas ou conjurados?")

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