É do mundo exterior que o conhecimento precisa vir a nós, pela leitura, audição e contemplação. Wendy Beckett
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quarta-feira, 5 de outubro de 2011
Van Eyck empresta sua arte como campanha de propaganda dos poderosos
Por centenas de anos, não somente a Igreja Católica assim como todos os poderosos precisaram da arte em suas campanhas de propaganda ou na autopromoção. A junção do poder político e clerical pode ser verirficado no quadro O Chanceler Nicolas Rolin, de van Eyck. Elaborado no período gótico, do século XV, o quadro é exemplar ainda das mudanças passadas pela Igreja e pela aristrocracia no aproveitamento dos temas para as obras de arte. Assim como a política da Igreja ia sofrendo mudanças, também variava o trabalho dos artistas. O Deus autoritário e cruel da Idade Média depois deu lugar a uma a imagem mais humana, quando a Igreja manifestou a necessidade de atrair grandes massas de população, antes da crise de Reforma, levando a tipos de atitudes sentimental e terna, como as virgens
O quadro mostra o Chanceler Nicolas Rolin (1376-1462), ajoelhado, de perfil, numa mesa almofadada. Tem os olhos fixos na Virgem sentada á sua frente, com o menino nu no regaço, que faz menção de abençoar Rolin. Cada detalhe da pintura, possui uma alusão espiritual, como a expulsão do Paraíso, Caim e Abel e a embriaguês de Noé.
Van Eyck foi um dos pintores dos Paises Baixos a manter a técnica do óleo sobre tela. O quadro data de 1435 e está em exibição no Musée du Louvre, Paris. A cena retrata a Virgem coroada por um anjo pairando enquanto ela apresenta o Menino Jesus para Rolin. Ele é definido dentro de um espaçoso alpendre de estilo italiano com uma rica decoração de colunas e baixos-relevos. No fundo há uma paisagem com uma cidade e um rio.
O que mais chama a atenção no quadro é a diversidade de temas e evocações. A auteridade do clérico se apresenta humilde e com rugas expostas que explicitamente lhe deixam envelhecido. O menino Jesus surge lhe abençoando. A paisagem, onde a história faz relato de conflitos sangrentos envolvendo a Igreja e o Poder Político, é amenizado por um hipótetico lugar permeado pela harmonia.
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