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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Na guerra da selva, não é preciso ser bom homem para ser bom soldado


Por causa de uma dívida de R$ 40 mil, referente a venda de um carro, um homem entra numa loja do devedor e atira à queima roupa. O morto pouco tempo teve para compreender que seu dia tinha chegado ao fim, já às  vesperas do final do ano. Afinal, quem atirava era o filho do dono de uma loja de revendas de automóveis, aquele que manteve empenhada a palavra de que seria pago, mas num gesto frio não se compadeceu em ceifar a vida de quem considerou como um traidor da confiança. Porém, numa ironia do destino, porque não é comum isso acontecer, rapidamente equipes de policiais em motocicletas ao ouvirem o disparo, cercaram e prenderam o assassino e o comparsa que conduzia o veículo da fuga, numa ação espetacular - e rara - de prisão em flagrante.
Nunca vi tanta televisão como nestes últimos dias de mais repouso, mesmo que a contragosto. Por exemplo, vi o Papa Bento XVI, que disse em sua primeira encíclica que era pecado advinhar, concluir sua homilia natalina afirmando que tanto o preocupava a crise econômica na Europa, quanto a crise da fé. Orou pela paz mundial, por fim. Vi o último comboio dos Estados Unidos abandonar o Iraque. Num instante seguinte, um atentado mata mais mais de 70 pessoas e deixa dezenas de ferido em Bagdá. Os conflitos se agravam na Siria, reconhecendo o Brasil ainda um aliado. O Supremo Tribunal Federal praticamente engaveta o processo do mensalão, causando protestos em vários setores da sociedade. O que fazer? Lá não estão os melhores juristas, aqueles do maior saber da magistratura, mas chegando lá não tem mais para onde ir. Mudo de canal. Procuro os da televisão fechada e assisto, olha que coincidência, "Os homens que encaravam as cabras", que conta sobre um grupo de soldados norte-americanos para-normais, que eram treinados para destruir seus oponentes com o poder da mente. Acaba sendo engraçado, mas de um humor que magoa os iraquianos, os animais e o sentido dos Exércitos. Não é possível que nada na literatura ou no cinema não contrarie a máxima chinesa de que se não é preciso bom ferro para se fazer pregos, também não são necessários bons homens para se fazer bons soldados.
Por fim, olhei para dentro de mim mesmo e vi a batalha que travava pela minha saúde. Como Al Capone, não posso mudar as condições. Apenas as enfrento sem recuar. Assim como Deus fez erguer o Exército dos Ossos Secos, dando-lhe fibra, carne e vida, como diz o Livro de Ezequiel, assim vamos enfrentando os inimigos, ocultos ou não, com moral alta, fortalecido pela esperança e fé e, sobretudo, sendo um reconhecedor das batalhas já vencidas, como um predestinado para a vitória.
As batalhas acontecem muito mais facilmente do que aquelas que conseguimos perceber. Há uma tendência natural do homem para o combate, como se fossem infindáveis as motivações. Na vida real, ou na televisão há um mundo cruel que luta renhidamente. Algumas bombas caem com efeito pirotécnico. Algum sangue derramado, quando não o nosso, nos faz lembrar quanto a vida nos foi generosa e nos poupou daquela tragédia. Mas que a felicidade não nos chegue por esse mesquinho preço. Enquanto isso, vou pensando como Kant: "Duas coisas nunca deixam de me causar espanto e admiração:o céu estrelado lá no alto e a lei moral dentro de mim".

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