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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Linguagem e a sede das Águas no Dia que Lisboa Tremeu


Chegou ao Brasil o Livro Quando Lisboa Tremeu e que será objeto de crítica do poeta e imortal Carlos Augusto Viana, no Caderno Cultura, da edição do próximo domingo do Diário do Nordeste. Com 478 páginas e custando R$  44,00 (em Lisboa, 19,96 euros), trata de um romance que ousa na linguagem híbrida e, sobretudo, o impacto que as forças da natureza causam sobre as pessoas. Está dividido em quatro partes: Terra, Água, Fogo e Ar e a forma compactada somente aumenta o interesse de se avançar os capítulos e se chegar ao âmago da história, que acontece na Capital Portuguesa, em  1 de Novembro de 1755. "Aqueles foram dias terríveis, dias em que perdemos os nossos gestos e pensamentos mais bondosos..."
Como diz o autor, Domingos Amaral, diretor da revista portuguesa GQ, a manhã nasce calma na cidade, mas na prisão da Inquisição, no Rossio, irmã Margarida, uma jovem freira condenada a morrer na fogueira, tenta enforcar-se na sua cela. Na sua casa em Santa Catarina, Hugh Gold, um capitão inglês, observa o rio e sonha com os seus tempos de marinheiro. Na Igreja de São Vicente de Fora, antes da missa começar, um rapaz zanga-se com sua mãe porque quer voltar a casa para ir buscar a sua irmã gémea. Em Belém, um ajudante de escrivão assiste à missa, na presença do Rei D. José. E, no Limoeiro, o pirata Santamaria envolve-se numa luta feroz com um gangue de desertores espanhóis.
De repente, às nove e meia da manhã, a cidade começa a tremer. Com uma violência nunca vista, a terra esventra-se, as casa caem, os tetos das igrejas abatem, e o caos gera-se, matando milhares. Nas horas seguintes, uma onda gigante submerge o terreiro do Paço e durante vários dias incêndios colossais vão atemorizar a capital do reino. Perdidos e atordoados, os sobreviventes andam pelas ruas, à procura dos seus destinos. Enquanto Sebastião José de Carvalho e Melo tenta reorganizar a cidade, um pirata e uma freira tentam fugir da justiça, um inglês tenta encontrar o seu dinheiro e um rapaz de doze anos tenta encontrar a sua irmã gémea, soterrada nos escombros.
Uma boa leitura assim como recomendo a crítica criteriosa de Carlos Augusto Viana.

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