É do mundo exterior que o conhecimento precisa vir a nós, pela leitura, audição e contemplação. Wendy Beckett
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domingo, 25 de dezembro de 2011
Villa Lobos funde todos os estilos e ritmos em As Bachianas Brasileiras
Educado e culto, Heitor Villas Lobo (1887-1959), por pouco não foi médico, como queria sua mãe. No entanto, tornou-se maestro e compositor e, sobretudo, o maior nome da música brasileira de todos os tempos. Filho de um músico amador, aprendeu desde cedo a tocar o violoncelo, instrumento que prepondera na sua notória obra as Bachianas, rotulada num estilo neobarroco, misturando todos os estilos, instrumentos (inclusíve exóticos) ao clássico tradicional.
Nesta ária, há o excesso que torna genial a expressão artística de Villa Lobos: oito violoncelos (na concepção original). O compositor não nega as raízes do erudito. Pelo contrário, o incorpora assim como o fólclore brasileiro e a música sertaneja, realçando como é vital na cultura brasileira a miscigenação.
O estilo original, a forte personalidade e a influência que exerceu no século XX até hoje, lhe rendeu justas homenagens em países de todo o mundo, com destaqaue para a França e os Estados Unidos, A aria (Cantilena), das Bachianas Brasileiras nº 5, é dedicada a Arminda Villa-Lobos, sua ex-aluna e sua segunda mulher, como quem viveu até morrer de câncer.
Canta a soprano:
Tarde uma nuvem rósea lenta e transparente.
Sobre o espaço, sonhadora e bela!
Surge no infinito a lua docemente,
Enfeitando a tarde, qual meiga donzela
Que se apresta e a linda sonhadoramente,
Em anseios d'alma para ficar bela
Grita ao céu e a terra toda a Natureza!
Cala a passarada aos seus tristes queixumes
E reflete o mar toda a Sua riqueza...
Suave a luz da lua desperta agora
A cruel saudade que ri e chora!
Tarde uma nuvem rósea lenta e transparente
Sobre o espaço, sonhadora e bela!
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Música Clássica,
Villa Lobos
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