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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Passado de glória e encantos na decadente Jacarencanga


A ideia de incluir os antigos casarões no city tour de Fortaleza é boa e é ruim. Boa se for a longo prazo e caso ocorra uma reforma do bairro, que se encontra degradado. Ruim caso se aponte para o imediatismo e não aproveite o que a área tem de melhor para oferecer. Na verdade, foi-se o tempo em que o bairro ostentava o título de reduto das elites de Fortaleza. Seus casarões, sobrados e mansões remanescentes fazem parte de um passado glorioso. No entanto, apesar das mudanças, ainda há atrativos no Jacarecanga que o colocam como um bairro que mantém viva a memória de um passado soberbo
Exemplo disso é a casa que foi edificada pelo intelectual Thomaz Pompeu Sobrinho. O imóvel destaca-se pela forte influência do estilo art-nouveau italiano e foi erigido em 1929. Serviu-lhe de residência até o seu falecimento, em 9 de novembro de 1967, aos 87 anos de idade.

Nesse sobrado morou toda a família de Pompeu, uma média de 30 pessoas. Às vezes, até mais, quando, num rompante de curiosidade científica mas inútil (por valor nulo) e inconsequente (por não deter nenhuma noção) abrigava uma tribo indígena do Ceará no início do Século. O objetivo era estudar os costumes das etnias.
A casa tem três pavimentos e era o edifício mais alto do bairro quando foi erguido. A edificação possuía 36 cômodos, 15 quartos, 3 salas e 1 porão.De implantação isolada, gozando de jardins laterais, nos fundos e a sua frente, tendo um recuo de 6 metros em relação a rua. É composto por dois pavimentos, porão e torre mirante. O acesso acontece em nível para o porão (onde "hospedava" a tribo) e em desnível, com escadaria, para o pavimento principal. É notável o esmero no tratamento dado a portada de acesso que se abre para um vestíbulo que precede o interior do edifício.
Há outros casarões, com menos opulência, com mais charmes, mas vai entender como os ricos gastam dinheiro em nome da ostentação...O bairro poderia o último a ser escolhido para área nobre da cidade. Fica na divisa de duas linhas férreas, próximo ao cemitério público e distante da praia. Mesmo assim, foi lá onde se construído o Liceu (onde estudei) na década de 1800, o Corpo de Bombeiros e casas beneficientes para as mulheres sem famílias e os idosos.

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