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quarta-feira, 14 de março de 2012

O II Ceará das Rabecas recebe nomes nacionais e internacionais

Chico Dozinho, 91 anos. Foto: Marcus Peixoto

Francisco Cordeiro Xavier, conhecido por Chico Dozinho, tem 91 anos de idade. Nascido e criado em Santa Teresa, distrito de Tauá, a 350 quilômetros de Fortaleza, ele não é apenas um bom exemplo de longevidade. Sua arte com a rabeca tem uma agradável textura campestre, que inclui composições de Luis Gonzaga, Humberto Teixeira e Luis Assunção. "Tinha que ser artista, principalmente tendo 15 filhos para criar", disse.
O lugar onde mora é seco, menos neste perído do ano, quando começam as primeiras chuvas da estação. A vegetação praticamente inexiste nos Inhamuns, com sua caatinga já tão devastada, mas nem de longe lembra os tempos de sequidão. Como músico autodidata, lembra nas variações dos acordes os momentos tristes e alegres, tendo o instrumento como o companheiro fiel na solidão.
Artistas como Chico Dozinho não serão apenas homenageados como debatidos durante o II Ceará das Rabecas, que acontece de 17 a 19 de março no Sesc Senac Iracema. Na abertura oficial, estarão presentes: Sérgio Mambert, secretário de Políticas Culturais do Ministério da Cultura – MinC; de Francisco Pinheiro, secretário da Cultura do Estado do Ceará, Márcio Caetano, secretário interino de Cultura de Fortaleza e demais autoridades, além de personalidades da área cultural.
Muito parecido como violino, a rabeca é feita de forma artesanal e sua sonoridade não tem a precisão melódica do primeiro instrumento. O arco não é feito de crina de cavalo e daí que o som chega a sair um tanto "arranhado". No entanto, tanto a rabeca quanto o violino não possuem traste, que é o trilho existente no violão e outros instrumentos de corda, que ajuda o músico a tirar seus acordes. Desse modo, vale a intuíção e o chamado "olhometro". Geralmente, é tocada no ombro ou antebraço.
A iniciativa, que chega a sua segunda edição, é vista como uma forma de resgatar um importante traço da cultura regional, que somente é vista em algumas localidades remotas do Interior brasileiro. Hoje, poucos jovens se interessam pelo seu manejo, com sua instrução sendo passada da geração para geração.

Anna Maria Kieffer. Foto: Divulgação



Na programação vespetina dos dias 18 e 19, no Seminário da Prainha, acontecerão oficinas, workshops e o seminário Cultura e Tradição no qual focará os temas Políticas Públicas de Cultura e Patrimônio Imaterial e contará com as participações de Américo Cordula, diretor de Estudos e Monitoramento de Políticas Culturais da Secretaria de Políticas Culturais do Ministério da Cultura (MinC); o gerente do Ambiente de Gestão da Cultura do Centro Cultural Banco do Nordeste, Tibico Brasil; o presidente da Agência de Desenvolvimento do Ceará – ADECE, Roberto Smith; a pesquisadora e professora da Universidade Federal do Ceará, Sulamita Vieira; professora e pesquisadora, Simone Castro (IFCE); a pesquisadora e musicista paulista, Anna Maria Kieffer.


Toda a programação é gratuita.Mais informações e inscrições no www.cearadasrabecas.com.br

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