Inês ou a solidão
Maria José Batista
Na tempestade de um tempo maldito
Extingue-se o sol, o calor, o coração aflito
Ouve-se o uivo do chacal, o uivo da fera
No vazio idêntico da solidão que se apodera
Do espírito e da alma como um punhal
Fere o seio, o peito, o colo de graça fatal
Silencia na cova comida até ao pó
Até à inerte substância de criatura só
O choro e o riso do poder grandioso
Do despudor de um amor poderoso
A sete palmos da terra… é rainha sim!
Dos imensos invernos, da imensa miséria
De estrelas, de sóis, de luas de quem sorria
Pelo crime de tanto…tanto amar assim…
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