Pesquisar este blog

Olá

Muito me alegra pela sua visita. É um blog pretensioso, mas também informativo

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Bandeira fazia poemas como quem morre

Desencanto
(Manuel Bandeira 1886-1968)

Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
- Eu faço versos como quem morre.

2 comentários:

  1. Era o mal (ou seria o bem?) de muitos poetas contemporâneos de Bandeira (e de antes...)
    Eu gosto, esse Desencanto, me encanta!

    Um abraço

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Acredito que há mais de uma motivação inspiradora para os poetas contemporâneos de Bandeira e dos anteriores. Me chamam a atenção é a concisão, a economia de palavras, o poema enxuto e irradiante.

      Excluir