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quinta-feira, 24 de maio de 2012

Miguel Sousa Tavares diz que 80% dos livros infantis são feitos para idiotas

Escritor português Miguel Sousa Tavares
Está marcado para acontecer em São Paulo, o  lançamento do livro A criança e o marketing, no próximo dia 31 de maio,  na Livraria da Vila Madalena. No bate-papo com pais e educadores, as autoras, psicóloga Ana Maria Dias da Silva e a especialista em comunicação Luciene Ricciotti Vasconcelos, mostram como a publicidade atinge as crianças e quais são os caminhos para previnir o consumismo.
Na verdade, é um livro para adulto, com a proposta de prevenir o consumismo infantil, mas na verdade a ideia é vender o livro, com técnicas inovadoras de mercado. A publicidade da editora afirma que "nos dias de hoje, em que muitos pais não conseguem dedicar tempo suficiente aos filhos e sentem imensa culpa por isso, a qualidade do que as crianças assistem, leem e ouvem nem sempre é questionada. Numa época em que ter é mais valorizado do que ser, os apelos do marketing infantil podem contribuir para desvirtuar o caráter dos pequenos, encurtando a infância e facilitando a formação de adultos consumistas e infelizes. Porém, é possível reverter esse quadro com informação e senso crítico. Em seu livro, Ana Maria e Luciene analisam como se dá a formação do caráter, desvendam o funcionamento das principais ferramentas de marketing e da comunicação e mostram como a publicidade atinge as crianças."
Esse conflito sobre o que escrever para meninos e meninas  fez lembrar o escritor português Miguel Sousa Tavares, que entre um romance e outro,  escreve um livro infantil, mas adverte que sempre teve cuidado de não parecer mais infantil e nem descobrir a roda. Segundo ele, 80% dos livros infantis são escritos para idiotas, algo que ele evita não tratando crianças como adultos, falando uma linguagem que não venha a compreender. Lembra que uma vez escreveu "contexto", mas viu que uma criança não entenderia.
O interessante é que a literatura infantil de Miguel Sousa aparece como um recreio. Autor de obras densas, estabelecendo diálogos entre a realidade e a ficção, se sente exausto ao término de um desses seus livros, daí passa a ingressar no mundo da criança. "É como um jornalista que depois de escrever uma reportagem muito forte se vê levado a escrever sobre o cotidiano, como os acidentes que acontecem no tráfego", compara.
Já no caso de A Criança e o Marketing, as autoras partem do pressuposto de que pais e professores podem, desde a mais tenra infância, ajudar as crianças a se tornarem consumidores conscientes.
A questão que se coloca não é falar sobre a fantasia, o lúdico e o imaginário que permeiam o universo do público alvo. A questão é ensinar como consumir e o que se deve consumir. Segundo as autoras, atualmente, pessoas de todos os níveis sociais e de todas as idades estão escolhendo o consumo como atitude de vida e não como meio de satisfazer suas reais necessidades. Enfim, há maneiras e maneiras sobre como faturar.

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