É do mundo exterior que o conhecimento precisa vir a nós, pela leitura, audição e contemplação. Wendy Beckett
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quarta-feira, 9 de maio de 2012
Diante de Daniel, os leões tiveram que jejuar
Uma das passagens mais belas da Bíblia encontra-se no livro de Daniel. Trata-se de um profeta, que na sua ascese antecedeu a Cristo, detém uma história pessoal de renúncia radical à sua humanidade e por mais mítica que possa parecer é plena de ensinamentos. Tanto nos deparamos com os demônios para nos enganar e desvirtuar, assim como o Criador foi sábio em fazer com que seus interlocutores, os seus anjos, mostrassem o caminho da virtude, da vitória do bem sobre o mal.
Naturalmente que esse é um papo muito parecido com o do pregador evangélico, mas para quem lê muitos livros, assiste muitos filmes, contempla quadros e embora não seja raro o deslumbramento, há poucos momentos em que encontramos a transcedência, um rumo a seguir, um exemplo -embora muito difícil de ser seguido - que nos fortalece, nos torna um vencedor diante dos inimigos.
Daniel foi proibido pelo rei Nabucodonosor de rezar. Então, ele rezava três vezes ao dia. Para tentá-lo pela gula, lhe ofereciam os melhores manjares. Daniel simplesmente rejeitava. Quando foi posto ao sacríficio dos leões, não encontraram mais um homem em carne. O profeta havia se transformado em espírito. Então, aconteceu de também ter sido rejeitado pelas feras.
Verdade? Mentira? Chegamos a um momento na história de nossa vida que nos vimos numa encruzilhada. Faltam-nos os amigos, os familiares já não nos consolam, o mundo secular é insufiente. Então, eis que surgem sinais místicos, que redimem. Em algum momento, se pode pensar em Daniel. E o que importa se agora só lhe habita o espírito? Quem irá sentir falta? São muitas perguntas. Mas o mistério da fé melhor que seja permeado por mais dúvidas do que por certezas.
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