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terça-feira, 7 de junho de 2011

Mesmo ocupando as estrelas ou as nuvens, Malud acusa Deus de não existir





Manischevitz visitou uma sinagoga e lá falou com Deus, mas Deus parecia ter se ausentado. O alfaiate procurou no fundo de sua alma, mas lá tão pouco encontrou esperança alguma(...). Ocorre-lhe por fim à própria vida, mas sabia que não faria isso. Contudo, era uma ideia a considerar. Pensar é existir. Ele se queixou de Deus. Como pode amar alguém tão insensível, como uma pedra, uma vassoura, como o vazio? Abrindo a camisa, Manischevitz pôr-se a dar socos no peito magro, amaldiconando-se por ter acreditado que Deus o ajudaria.
O trecho é do conto Anjo Levine, do livro o Barril Mágico, de Bernard Malud. A obra é composta por 13 contos, tendo como cenário Nova York e a Itália. Malud (1914-1986) nasceu nos Estados Unidos e sua obra se centra sempre em personagens judeus, sendo a grande maioria migrantes da Europa Oriental. O tema  principal é o desespero, a dificuldade de viver com o outro, e há sempre uma tensão que somente pode ser superada exatamente com a compreensão do outro.
Malud não tenta acabar com Deus. Em O Faz Tudo, o protagonista O acusa por não existir. Mas há uma espiritualidade proveniente dos conflitos e o êxito, longe da idolatria, é possível.

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