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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Pasquim diz que importante não é competir. Mas sair vivo.



"Não acho que que tenha sido o humor, por si, que tenha vendido tanto o Pasquim. Foi a censura que vendeu o jornal. Censurados, não podíamos espinafrar o regime, logo tivemos da dar asas à imaginação, como dizem, e não cair em reclamações monocórdicas típicas de esquerda". Assim se referiu Paulo Francis sobre a historia do jornal, na Folha de São Paulo, na edição de 17 de junho de 1989.
Neste pequeno trecho do documentário feito pela TV Câmara temos o prazer de rever os rostos heróicos dos que resistiram bravamente e com muito humor aos anos de chumbo. Ao mesmo tempo, por ser tão breve, não temos o desprazer de acompanhar o fim de seu ciclo, suas intrigas, traições e a imensa covardia que foram feitas com alguns de seus empregados.
Vamos nos contentar pelo que representou positivamente. A graça de manchetes, que marcou minha geração e que se tornou uma Bíblia do jornalismo combativo para muitos. "Jacqueline não apenas nasceu com o rabo virado para a lua, como soube usá-lo". 'Tesoura sim. Alicate não". Para bom entendedor, poucas palavras bastam.
Segundo o Wikipedia, o Pasquim foi um semanário brasileiro editado entre 26 de junho de 1969 e 11 de novembro de 1991, reconhecido por seu papel de oposição ao regime militar.
De uma tiragem inicial de 20 mil exemplares, que a princípio parecia exagerada, o semanário (que sempre se definia como um hebdomadário) atingiu a marca de mais de 200 mil em seu auge, em meados dos anos 1970, se tornando um dos maiores fenômenos do mercado editorial brasileiro.
A princípio uma publicação comportamental (falava sobre sexo, drogas, feminismo e divórcio, entre outros) O Pasquim foi se tornando mais politizado à medida que aumentava a repressão da ditadura, principalmente após a promulgação do repressivo ato AI-5. O Pasquim passou então a ser porta-voz da indignação social brasileira

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Antônio Bandeira era o artista que não fazia quadros. Tentava fazer pintura.



Poucos artistas cearenses, ou mesmo brasileiros, foram tão celebrados no exterior quanto Antônio Bandeira. Tanto críticos franceses, quanto norte-mericanos e, sobretudo, os nacionais rasgaram elogios a uma arte que parecia assombrosa. De tão elogiado, passou-se muito tempo que alguém o questionasse. mesmo assim, de forma reticente, medrosa. Uma vez que se ia contra a maré.
Quem avalia os acertos e exageros na  exaltação a Bandeira é a doutora Maria de Fátima Morethy Couto. Ela diz que não é errado o deslumbramento do público e dos críticos na época em o pintor viveu. No entanto, ressalta que é preciso rever que parâmetros se tinham para se estabelecer a análise imparcial.
Claro, que Bandeira não foi apenas abstracionista. Mas essa fase lhe remete a  referência muito próxima a Pollock, pelo estilo da superposição de manchas de cor, respingos de tintas e pinceladas de tons variados.
Aos olhos dos críticos da sua época, tratava-se de "uma pintura de pequenas pinceladas; uma pintura de mil pontos
de fugas, de mil tetos, de mil cumes de árvores, uma pintura
do que você quiser escolher para seu devaneio. Bandeira, com
uma arte cuja delicadeza tem por parente longínquo (e de sangue
bastante diferente) a infinita minúcia de Paul Klee, sofre talvez
um pouco de ser apenas pintor a óleo e não aquarelista. O pintor
parece sempre lamentar alguma transparência que seu ofício não
pode lhe dar. Ele tampouco é suficientemente diversificado. Mas
a exposição é interessante". Afirma Pierre Descarges..
Antônio Bandeira nasceu no dia vinte e seis do mês de maio do ano de 1922, em Fortaleza e foi pintor e também desenhista brasileiro. Ajudou a fundar o “Centro Cultural Cearense de Belas-Artes” que anos depois passou a se chamar “Sociedade Cearense de Artes Plásticas” e foi esse foi o local de sua primeira exposição que aconteceu no ano de 1942. No ano de 1943, pintou a obra intitulada “Mulher de costas” e dois anos depois se mudou para a cidade do Rio de Janeiro.

No ano de 1945, Antônio Bandeira divulgou suas obras no Rio de Janeiro e com isso ganhou uma bolsa de estudos em Paris do governo da França e foi exatamente lá que ele se formou. No ano de 1950, o pintor resolve voltar ao Brasil onde fica por quatro anos e volta para a França. Nesses quatro anos que fica no Brasil fez duas exposições uma no ano de 1951, na “Associação Brasileira de Imprensa” e outra no “Museu de Arte Moderna de São Paulo” no ano de 1953. Suas primeiras obras foram paisagens, mas logo depois passou a pintar as formas abstratas. O pintor faleceu no dia seis do mês de outubro do ano de 1967, e deixou obras que marcaram muito na arte.
O crítico Frederico Morais escreveu a seu respeito: " (...) Acho definitiva, para a compreensão de sua obra, esta afirmação:´Nunca pinto quadros.Tento fazer pintura´. Quer dizer, o quadro não parece significar para ele uma realidade autônoma, uma estrutura que possui suas próprias leis, algo que se constrói com elementos específicos. A pintura é um estado de alma que ele extroverte aqui e ali, sem outro objetivo que o de comunicar um sentimento, uma emoção, uma lembrança. Enfim, é ´uma transposição de seres, coisas, momentos, gostos, olfatos que vou vivendo no presente, passado, no futuro´.

sábado, 28 de janeiro de 2012

Elisabeth Bishop foi a poeta andarilha, contente e descontente


Elisabeth Bishop (1911-1979), nasceu nos Estados Unidos, em Worcester, Massachusetts,  e viveu muitos anos no Brasil, dos 40 aos 56 anos. Aqui, foi tradutora, escreveu poemas encantou-se e, em seguida, desencantou-se com os trópicos. Ainda na idade madura, foi para a Inglaterra, em busca dos "cabelos louros, olhos azuis, gansos sobre a mesa..."). Depois descobriu que sempre viveu numa ilha.
Atualmente, cresce o interesse nas suas traduções, como em seus poemas sempre escritos em Inglês. Aquariana, (nasceu em 8 de fevereiro), vencedora do prêmio Pullitzer, inquieta, viveu uma paixão tumultuada por Lota de Macedo Soares, arquiteta e paisagista e que concebeu o aterro do Flamengo. O desenlace entre ambas resultou no suicídio de Lota, por overdose. Já Bishop  morreu tempos depois de aneurisma cerebral. Sobre o Rio de Janeiro, que hoje é alvo de mais exploração da mídia nacional, disse: "Não é uma cidade maravilhosa. Tem um cenário maravilhoso para uma cidade".


Carta poema

Minha bússula, meu bem
Continua apontando para o Norte
Para casas de madeiras
E olhos azuis
Contos de fadas em que
Os caçulas
De cabelos louros
É que trazem o ganso para a mesa,
Do amor de palheiros,
protestantes e beberrões...
As primaveras são ao contrário
Mas as maçãs silvestres
Maduras são rubis
E as amoras
Gotas de Sangue
E os cisnes conseguem remar
Na água gelada
Tão quente é o sangue
Naquelas membranas dos pés.
Por mais frio que esteja, meu bem,
Vamos para a cama
bem cedo
Mas nunca
Só porque é mais quentinho.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Tragédia do Rio reforça o espetáculo da dor explorado pelas mídias

Jornal Estadão


A semana termina, tendo como destaque na mídia a tragédia ocorrida no Centro do Rio de Janeiro, quando três prédios desabaram na avenida Treze de Maio,por volta das 20h30 da quarta-feira, 25. Acredita-se que o epísódio resultou em, pelo menos, cinco mortes e em 25 pessoas que ainda estão desaparecidas. No entanto, o Portal Comunique-se chama a atenção para a prontidão dos grandes, médios e pequenos veículos de comunicação, mobilizados para dar informações, em alguns casos, em tempo real.
O jornalista Anderson Scardoelli fez um lenvamento do que aconteceu nas redações de jornais, televisão e sites. Como é comum nessas coberturas, é que para informar os últimos acontecimentos da tragédia, emissoras, sites e publicações impressa se encarregaram de enviar repórteres para acompanhar de perto os desdobramentos do acontecimento. Eis o relato do repórter:
Televisão
Emissora de TV de maior audiência no País, a Globo apostou nas reportagens aéreas, além de contarem com a presença de suas equipes de jornalismo próximo ao local dos desabamentos. O ‘Plantão Globo’ foi inserido após a exibição da vinheta de abertura da novela ‘Fina Estampa’ para divulgar o que acabara de ocorrer no Rio de Janeiro. Sem ter muito dados do acidente, o jornalista William Bonner informou que o Corpo de Bombeiros já estava no local para fazer o trabalho de resgate. O âncora do ‘JN’ anunciou que a cobertura completa estaria no ‘Jornal da Globo’ – que teve a participação dos repórteres Bette Lucchese, Flávia Jannuzzi, Sandra Moreira e Fábio Júdice.

A TV Record usou o ‘Jornal da Record’, que estava no ar, para trazer as últimas informações do ocorrido, para isso contou com a narração da apresentadora Ana Paula Padrão, imagens do helicóptero da emissora e reportagens, por telefone, de Natália Alvitos. “O que a gente pode ver nesse local é uma série de carros estacionados, cobertos de muita poeira. Os carros estão totalmente cobertos pelos escombros. Toda a região foi cercada, isolada. Impressionante as imagens (do acidente)”, disse a âncora do principal telejornal da emissora de Edir Macedo.

Depois de apresentar o ‘Jornal da Band’, Ricardo Boechat voltou a aparecer em frente as câmeras da emissora. Direto da redação da TV Bandeirantes, ele informou que a equipe de jornalismo checou que um desabamento tinha ocorrido no centro do Rio de Janeiro. Semelhante a participação de Bonner, o âncora ressaltou que as matérias com mais detalhes seriam exibidas no ‘Jornal da Noite’. Foi o que ocorreu, indo ao ar depois do ‘Agora é Tarde’, o noticiário apresentado por Izabella Camargo contou com dois repórteres – Sergio Costa e Frederico Roriz – e três cinegrafistas – Dênis Cunha, Leonardo Cândido e Guilherme Ligiero. O jornalístico entrevistou o prefeito Eduardo Paes e pessoas que estavam em um dos prédios antes do desmoronamento.

Rádios
As emissoras de rádio também repercutiram o que aconteceu no centro carioca. Entre outros dials, CBN e Rádio Globo enviaram equipes para o local dos desabamentos. Ambas, pertencentes ao Sistema Globo de Rádio, fizeram uma cobertura multimídia, ao vivo pelo rádio e com textos atualizados de hora em hora em suas respectivas páginas oficiais na web.

Sites
No início da madrugada, as capas de diversos portais se voltaram praticamente por completo à tragédia do centro do Rio de Janeiro. Os veículos online buscaram, de modos diferentes, noticiar temas que tivesse ligação com o episódio, mas que iam além de afirmar que três prédios desabaram. “Mídia mundial repercute tragédia do Rio”, “Prédio estava com forte cheiro de gás, diz funcionário” e “Desabamento fecha quatro estações do Metrô”, foram alguns dos títulos usados. Desde o começo desta quinta-feira, além das reportagens, os sites deram espaço para as imagens dos escombros.

Somando as matéria de capa de IG, Abril, Estadão.com.br, Folha.com, Portal Terra e Yahoo Brasil, 28 matérias estavam em destaque na home durante a primeira hora desta quinta-feira. Teve página que sugeriu que os internautas enviassem fotos do desabamento. Mesmo com a ajuda dos leitores, os sites apostaram nos jornalistas de suas próprias redações para relatar os fatos que se desenrolavam no decorrer da madrugada. Fernanda Magalhães, Paula Bianchi e Diana Brito (Folha); André Naddeo e Giuliander Carpes (Terra); Cecília Ritto (Veja); e Beatriz Mercheid (IG) foram alguns dos repórteres que estiveram no local do desabamento.

Jornais impressos
Mesmo com os desabamentos no centro do Rio de Janeiro acontecendo durante a noite, os jornais impressos trazem na edição desta quinta-feira os relatos, entrevistas com especialistas e parte da busca dos bombeiros por feridos e possíveis corpos. Diários de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal, por exemplo, deram manchetes Sobre a tragédia carioca. Conhecido por dar títulos com frases de duplo sentido e buscando o humor, o Meia Hora de Notícias publicou o ‘chapéu’ “Parecia o fim do mundo”, acompanhado do título “Tragédia no centro do Rio”. O Estadão, por sua vez, deu a imagem dos escombros, mas a manchete de hoje é “STF lidera alta de gasto com diárias de viagem no Judiciário”.

Bom, aqui vamos nós. Não achamos que a população deva ficar alienada sobre o que acontece no seu redor, mas certamente há uma espetacularização da dor. Não tenho dúvida que mais uma vez funcionou o abuso, com notícias repetidas, em situações inapropriadas, como foi o caso de canais fechados de esporte.
Nesse sentido, é pertinente aqui lembrar o texto da filósofa Márcia Tiburi, quando trata do "Espetáculo da Dor":
"Há um verdadeiro contentamento com a dor em nossa cultura. Tal gosto pelo sofrimento é, todavia, escandalização da dor e, paradoxalmente, sua banalização. De tanto ser vivida se tornou banal. A dor é um elemento de uma democracia perversa, parece ser só o que realmente nos esmeramos por compartilhar. As imagens da morte de indivíduos ou grupos, das catástrofes históricas ou da violência em escala cotidiana alegram os olhos de quem aprendeu a viver no mundo do espetáculo, o grande território que na sociedade atual, mede a vida, os corpos, os desejos, com imagens prévias do que devemos ser. O que chamamos espetáculo é ele mesmo um olho que nos vê e forja o nosso próprio modo de olhar. Que futuro há para uma cultura que vive o voyerismo da catástrofe, que goza com o sofrimento alheio pensando estar a salvo dele?

Há solidariedade que possa nos salvar diante do apelo à morte do outro, ao ódio escancarado, a que nos convidam todos os dias as formas de vida – descaso e violência - que vivemos?

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Irreverência deverá marcar exposição “De Não Artistas” no Sesc



Quem disse que arte é coisa para artista? Essa é a provocação da Exposição “De não artistas” que terá início, hoje, dia 26, na Galeria de Artes do Sesc Juazeiro do Norte , a partir das 19 horas.
A exposição deverá ser marcada pela irreverência e a participação do público e consistirá de objetos e trabalhos interativos, além da exibição de vídeos sobre performances e intervenções urbanas realizados com alunos de escolas públicas do Crato, através do Laboratório de Estudos, Vivenciais e Experimentos em Arte Contemporânea (Leve) Arte Contemporânea. Além desses trabalhos terá uma espécie de atelier aberto em que o público poderá criar, montar, dançar, escrever, desenhar, etc. Outra característica é a extensão da exposição para o espaço virtual, tendo em vista que as pessoas estarão sendo instigadas a registrar e disponibilizar fotografias e filmagens na internet.

A exposição “De não artistas” é uma proposta do Coletivo Camaradas que ao longo dos anos vem desenvolvendo trabalhos artísticos e estéticos com esse caráter de inclusão e interação do grande público. “Não pretendemos fazer arte para os artistas, pois esse já tem acesso a arte. Queremos fazer arte com e para o povo”, acrescenta o integrante do Coletivo, Ricardo Alves.

Fonte: Assessoria de imprensa

Festmar de Verão anima as ruas de Aracati



Aracati realiza a partir de amanhã até 29 de janeiro a segunda etapa do
Festival Nacional de Teatro de Rua, o "Festmar de Verão". O Festival, que
acontecerá em frente à igreja matriz de Aracati e em Canoa Quebrada,
receberá oito grupos de teatro dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro,
Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará que farão espetáculos ao ar livre
pelas ruas do centro histórico de Aracati. Realizam o evento o Instituto
Aracupira de Cultura Brasileira (IACB), o Ponto de Cultura do Grupo Teatral
Frente Jovem, com o patrocínio da Secretaria da Cultura do Estado do
Ceará-Secult.

Participarão do Festmar os grupos Teatral Frente Jovem, Gênesis e Fassonhos
(de Aracati), Pantim de Teatro (Boa Viagem), Aslucianas (Rio de Janeiro),
Arte Viva (Rio Grande do Norte), Circo Além da Lona (São Paulo) e Centro de
Criação Galpão das Artes (Pernambuco). Após esta etapa, haverá a oitava
edição do festival nacional, que, no ano passado, homenageou, com menções
honrosas, o poeta, ator, dramaturgo e escritor Mário Lago (1911-2002), e a
costureira e figurinistas Francisca Alves da Silva, a dona "Formiguinha",
já falecida, de Aracati.

O Festival Nacional de Teatro de Rua em Aracati surgiu em 1999, idealizado
pelo professor Tinoco Luna e tendo por iniciativa o Grupo Teatral Frente
Jovem. O evento começou apenas com grupos de Aracati, passando depois a
receber outros Municípios. Agora, recebe sete Estados brasileiros, do
Nordeste ao Sul.

Além do próprio Tinoco, o evento é organizado por Teobaldo Silva, na
coordenação executiva, e Xico Izzidorum na Programação e Mídia, tendo ainda
Plínio Teixeira, Zé Borracheiro, Marcos Cristo e Marcelo Pedreira no apoio
operacional.

Anfitrião do Festmar, o Grupo Teatral Frente Jovem, que em 2012 completa 27
anos, apresentará "Dengo em Verso e Prosa", um texto de Messias Domingos.
Trata-se de uma comédia educativa sobre a dengue. As formas de prevenção
são compreendidas por meio de situações engraçadas.

Serviço

2° Etapa do Festival Nacional de Teatro de Rua de Aracati, o "Festmar de
Verão"

Data: 27 a 29 de janeiro

Local: Em frente à igreja matriz de Aracati e em Canoa Quebrada

Informações: (88)9964.8648
Fonte: Assessoria de imprensa

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Obra do poeta Elmo Nunes chega à Fundação Biblioteca Nacional



“Agradecemos esta importante contribuição para a preservação e a guarda da produção intelectual nacional”. Essas foram as palavras de Daniele Del Giudice, chefe da Fundação Biblioteca Nacional, ao anunciar iniciativa que contempla cordéis de autoria do poeta Elmo Nunes de Poranga, no Ceará.
Três títulos do poeta foram selecionados para ocupar espaço na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, os quais são: “Amigos na Estrada” 1ª edição, “Preservando Para Melhorar” 2ª edição e “No Combate ao Mundo das Drogas”2ª edição, cordel reeditado para lançamento-2012, em virtude do “prêmio Patativa do Assaré” do qual o poeta é vencedor na categoria “criação e produção” pelo Ministério da Cultura.
O cordel que aborda temática sobre as drogas, será lançado por seu autor nas escolas municipais e estaduais de Poranga, seu próprio município, enquanto o Ministério da Cultura fará a distribuição nas Bibliotecas Públicas do País referente a 10% sobre a tiragem de 7000 mil exemplares.
Além dessa deferência ao artista popular de Poranga, Município quase vizinho ao Estado do Piauí, há uma retomada da literatura de cordel nas escolas públicas brasileiras e, em particular, do Ceará.
O femôneno é acompanhado pelo professor aposentado da Universidade Federal do Ceará (UFC) e estudioso da Cultura Popular, Gilmar de Carvalho, como um movimento promissor, uma vez que se rompe com os estigmas de que o cordel se tratava de para-literatura, anti-didático (como, por exemplo, seus sucessivos erros de concordância), e agora passando a lidar com o que faz parte do imaginário mais antigo da nordestinidade. Ou seja, alarga fronteira para se conviver com outras formas de expressão.
"Quem não teve uma babá, uma ama de leite, um tio que não contou histórias a partir do cordel? Indaga Gilmar de Carvalho. No mundo digital, em que a leitura no papel vem cada mais sendo negligenciada não vê como um paradoxo se retomar esse segmento cultural, uma vez que muitos artistas estão sintonizados com as novas tecnologias. Cita vários cordelistas que hoje publicam suas obras em blogs.
Contudo, Gilmar chama a atenção para se formar um mix com a literatura canônica. Ler Guimarães Rosa, Machado de Aasis é algo que se deve ser somado à arte que se manifesta das raízes populares. "O bom leitor é aquele que é inquieto", afirma Gilmar.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Minha dor foi perceber o vazio que Elis Regina nos deixou


Elis Regina (1945-1982) nos deixa um grande vazio. É bem verdade que autores e escritores além de não surgirem fartamente, ainda há aqueles que atravessam grandes desertos criativos, como é o caso do compositor cearense Belchior. Sua falta é num segmento não menos sensível da arte: a interpretação. Marcada pela apresentação histrônica, a voz foi das mais encantadoras da música brasileira, tendo passado por díversos estilos.
Quando Elis morreu, os exames comprovaram alto teor de álcool e cocaína. A reflexão que me veio foi porque as pessoas se drogam. Como jovem me instigava a curiosidade de entender se era por fraqueza ou porque ajudava a ser pessoa ou um artista melhor. Nunca obtive uma explicação convincente, mas que riqueza Elis nos fez herdeiros.
Ela morreu há exatos 30 anos num mês de janeiro. Muito jovem assim como se foram Dolores Duran, na música, Scott Fitzgerald, na literatura, James Dean, no cinema, apenas para citar alguns nomes. E um outro questionamento me vem hoje. Continuariam esses nomes a produzir obras tão maravilhosas ou o que fizeram já bastaram e foram ao limite da criação e doação ou até vagariam estereis estação após estação? Como não tenho resposta, resta o deleite de seus legados.

Assim como nossos pais
Letra: Belchior
Intérprete:Elis Regina


Não quero lhe falar,
Meu grande amor,
Das coisas que aprendi
Nos discos...

Quero lhe contar como eu vivi
E tudo o que aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar
Eu sei que o amor
É uma coisa boa
Mas também sei
Que qualquer canto
É menor do que a vida
De qualquer pessoa...

Por isso cuidado meu bem
Há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal
Está fechado prá nós
Que somos jovens...

Para abraçar seu irmão
E beijar sua menina na rua
É que se fez o seu braço,
O seu lábio e a sua voz...

Você me pergunta
Pela minha paixão
Digo que estou encantada
Como uma nova invenção
Eu vou ficar nesta cidade
Não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento
Cheiro de nova estação
Eu sei de tudo na ferida viva
Do meu coração...

Já faz tempo
Eu vi você na rua
Cabelo ao vento
Gente jovem reunida
Na parede da memória
Essa lembrança
É o quadro que dói mais...

Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Como os nossos pais...

Nossos ídolos
Ainda são os mesmos
E as aparências
Não enganam não
Você diz que depois deles
Não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer
Que eu tô por fora
Ou então
Que eu tô inventando...

Mas é você
Que ama o passado
E que não vê
É você
Que ama o passado
E que não vê
Que o novo sempre vem...

Hoje eu sei
Que quem me deu a idéia
De uma nova consciência
E juventude
Tá em casa
Guardado por Deus
Contando vil metal...

Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo, tudo,
Tudo o que fizemos
Nós ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Como os nossos pais...

domingo, 22 de janeiro de 2012

Flagrantes de crianças que já se foram e mulheres que estão se tornando


A revista New Yorker desta semana traz uma coletânea de fotografias postadas pela jornalista Ellyn Ruddick-Sunstein. A autora reuniu uma série de fotografias de jovens adolescentes dos Estados Unidos e fora de seu País, para mostrar flagrantes da transição entre criança e mulher. Há também momentos de relacionamento entre meninos e meninas, mas predominam a foto posada, disponível para a contemplação.
A jornalista afirma que suas fotografias favoritas são de adolescentes, elaboradas na liberdade recém-descoberta, e onde a sexualidade converge com a consciência de estar sendo observadas e julgadas pelo exterior. 
"Este é também o momento em que os jovens tornam-se mais interessados em controlar o que um observador deles. O que há de mais sutil nestas fotografias são muitas vezes aquelas com as adolescentes, que estão começando a entender que seus corpos estão sendo cada vez mais olhado e avaliado à medida que crescem", resalta a autora. 

sábado, 21 de janeiro de 2012

Jericoacoara, Amazônia e Brasil sonham com a grandeza de Darcy Ribeiro

Santa Elena, Venezuela by marcus peixoto
Santa Elena, Venezuela, a photo by marcus peixoto on Flickr.
"Ninguém me ama, ninguém me quer/Ninguém me chama de Baudelaire". Essa é a referência ao cantor Antônio Maria, que diante do sucesso de "Ninguém me ama", resolveu parodiar a si mesmo. Evoco essas lembranças, que constam do livro Crônicas do Fim de Milênio, de Antônio Calado, para falar de estrangeiros que adoram o Brasil, às vezes muito mais do que os brasileiros impermeáveis à grandeza, às vezes odiando e amando. Esse último caso é o meu amigo francês Pierre, casado com uma nativa de Jericoacoara. Ele se diz um cidadão do mundo e vive de eventuais serviços como fotógrafo e tradutor. É deslumbrado com a beleza paradisíaca daquela praia, considerada não sei por quem como um das 10 mais bonitas do mundo.

No entanto, passou a se queixar de seus infortúnios, quando o encontrei em Fortaleza. É que sua mulher está grávida de dois meses e não quer ter um parto normal. A alternativa de uma cirurgia cesariana está sendo comprometida porque não há como pagar um plano de saúde, pelo menos até o nascimento do filho (a). Pierre tem uma péssima imagem do serviço de saúde pública no Brasil e, em particular, no Ceará. "Nem na França da I Guerra Mundial havia algo parecido", disse-me.

Outro apaixonado é o romeno Nissim, há 20 anos no Brasil. Ele vende pedaços de bolo e pequenos copos de café em paradas de ônibus intermunicipais. Conta que é matemático e foi professor durante muitos anos em seu País. O mais curioso na sua personalidade é a forma como ele me olhou, certa vez, fitando bem nos olhos, quase encostando a testa com testa como assim fez o sargento dos fuzileiros navais com o recruta Pyle, no filme Full Metal Jacket (Nascido para matar, de Stanley Kubrick). Tudo isso porque ousei desdenhar da sua teoria de que a Amazônia é o Éden da Humanidade, comprovando dessa maneira a existência de Deus. Afirma que sua teoria se baseia na Geografia, na Matemática e na Numeorologia. Nissim garante que se eu lhe desse ouvidos teria um furo de reportagem e ganharia notoriedade internacional. Sou cético, mas não vou matá-lo como  fez Pyle.

Considero o Brasil com condições reais de apresentar uma nova civilização, mas que deve esperar pelo menos 20 anos para oferecer serviços que não frustrem ou enojem Pierre e não levem meu amigo romeno à loucura.

Procuro pensar como Darcy Ribeiro, falando sobre o Brasil, no discurso de Petit Trianon, que o País é "uma romanidade tardia, tropical e mestiça. Uma nova Roma, melhor, porque racialmente lavada em sangue índio, em sangue negro. Culturalmente plasmada pela fusão do saber e das emoções de nossas três matrizes; iluminda pela pela experiência milenar dos índios para a vida no trópico; espiritualizada pelo senso musical e pela religiosidade do negro".

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Luiza, Big Brother e o lixo cultural que tanto nos divertem

Reprodução /
Twitter


A semana termina como mais questionamentos sobre a inteligência do brasileiro. Muito bom que as redes sociais, muito criticadas juntamente com as televisões por produzir lixo cultural, estejam favorecendo essa autocrítica sobre o que é relevante ou não nas nossas discussões.
Twitter, orkut, facebook, youtube e HI5 foram e são pródigos em produzir esses fenômenos midiáticos que têm muitas vezes menos de 15 minutos de fama. Uma cena comum - e muito discutida em Portugal, foi quando circulou há algum tempo um vídeo pela internet. Tratava-se de uma histérica disputa de uma aluna para manter seu telemóvel (aparelho celular), enquanto a professora buscava arrebatá-lo.
Algumas pessoas acham engraçado, outras consideram pobres intelectualmente, mas o que é importante mesmo é esse instante quando o ser humano, seja de onde for, para por algum momento a fim de se ver profundamente. O olhar do estrangeiro ajuda porque muitas vezes são melhores juízes em causas alheias, do que nas causas próprias. No entanto, quando olhamos para o nosso próprio umbigo, como vi em inúmeros comentários e discussões, não nos têm faltado imparcialidade, seriedade, vontade de desenvolver nossas faculdades interpretativas e a repulsa pelo fútil e hilário.
Também li muitos comentários de que chegamos à exaustão ao falar de assuntos bizarros. Não vejo assim. Na verdade, quanto mais ínformações, mais conteúdos são formados. A concisão e o reducionismo nos levam  a uma discussão superficial, quando temos acervo e tutano para irmos mais além. Não devemos restringir nossos pensamentos a cinco linhas. Também não são assuntos que mereçam teses ou dissertações. Nem muito ao mar. Nem muito à terra.
O leitor já deve ter notado que estou a falar sobre Luíza, Big Brother e menos sobre arte.  Se a ideia é que 90% da população brasileira (não faço a menor ideia onde vi esse dado) não leem, por que não oferecer referências e assimilar a contribuição de formulação de opinião aos restantes 10%?
Vou continuar mantendo a convicção de que não é o ridículo que nos faz sentir parte de um mundo melhor. Creio muito firmemente que as reflexões são etapas do amadurecimento de nossa sociedade. Assim como uma mangueira, não é de esperar que todos os frutos sejam sazonais ao mesmo tempo. Umas mangas estão verdes, outras nem tanto e outras de tão madura demandam nosso imediato deleite, de seu perfume, sua textura, sua cor e seu sabor.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Nana Mouskouri é a artista engajada nas causas da liberdade


"Quando você canta, eu canto com você, livre", afirma em francês em canto de Nana Mouskouri. Mais uma vez estou postando o famoso coro da ópera Nabuco, dividida em quatro atos, de autoria de Giuseppe Verdi, com libreto de Temistocle Solera, escrita em 1842. A ação da ópera conta a história do rei Nabucodonosor da Babilônia.
Neste novo post, há uma apresentação da cantora lírica Nana Mouskouri, numa exibição para a televisão em 1981. Nana, ou Nανά Μούσκουρη, (nascida Ioanna Mouskouri, Chania, 13 de outubro de 1934) é exemplo de artista com notório engajamento político em seu País e nas causas de defesa da liberdade.
A sua infância foi marcada pela invasão nazi da Grécia. Seu pai tornou-se integrante do movimento da resistência antinazi em Atenas. Nana começou a ter lições de canto aos 12 anos. Porém, devido à ocupação nazista, a sua família não possuía mais recursos para continuar a financiar as suas aulas. A sua professora, por achar que ela possuía um talento inigualável, ofereceu-se para continuar as aulas sem nenhum pagamento.

Je Chante Avec Toi Liberté
Quand tu chantes, je chante avec toi liberté
Quand tu pleures, je pleure aussi ta peine
Quand tu trembles, je prie pour toi liberté
Dans la joie ou les larmes je t'aime
Souviens-toi des jours de ta misère
Mon pays, tes bateaux étaient des galères
Quand tu chantes, je chante avec toi libertéEt quand tu es absente j'espère
Qui e-tu: religion ou bien réalité
Une idée de révolutionnaire
Moi je crois que tu es la seule véritéLa noblesse de notre humanité
Je comprends qu'on meure pour te défendre
Que l'on passe sa vie à t'attendre
Quand tu chantes, je chante avec toi liberté
Dans la joie ou les larmes je t'aimeLes chansosns de l'espoir ont ton nom et tavoix
Le chemin de l'histoire nous conduira vers toi
Liberté, liberté

Orgias, drogas e estupros são vendidos pela indústria cultural



Um bom exemplo, e oportuno, de se bigbrotherlizar como orgias, drogas e estupros são vendidos pela indústria cultural. A Mostra História do Rock exibe nesta semana, o filme “Quase Famosos” (Almost Famous, 2000), do diretor norte americano Cameron Crowe. A sessão acontece na próxima sexta (20), a partir das 18h30, na Vila das Artes (Rua 24 de Maio, 1221, Centro). A entrada é gratuita. O longa traz a história de um garoto de 15 anos que consegue um trabalho na revista Rolling Stone para acompanhar a banda Stillwater em sua primeira excursão pelos Estados Unidos. Porém, quanto mais ele vai se envolvendo com a banda, mais vai perdendo a objetividade de trabalho e logo estará fazendo parte do cenário do rock dos anos 70.
Segundo o realese da Vila das Artes, a trilha sonora conta com nomes como Led Zeppelin, The Who e David Bowie. A obra ganhou Oscar de Melhor Roteiro Original (trailer). O 24 Quadros reúne-se todas as terças-feiras do mês, às 18h30, na Vila das Artes, para refletir sobre questões do universo audiovisual. As atividades são abertas aos interessados.
No entanto, vamos discutir o tema central. Carl Gustav Jung (1875-1961) enunciou o homem dividido em um quadrante: o sentimento, que diz respeito ás paíxões. Se desenvolver demais esse item, torna-se um sujeito passional, capaz até de matar por amor; há o lado intelectual, que se for demasiado também adquire a neurose de racionalizar tudo; há o lado instintivo, que diz respeito a comer demasiado, beber demasiado, fazer sexo demasiado. O excesso também leva a uma morbidez. E, por fim, o intuitivo, que faz acreditar no sobrenatural. O excesso leva ao fanatismo, também capaz de se matar e matar terceiros por uma religião, por exemplo.
O filme Quase Famosos fala de duas obsessões: o instintivo exagerado, que leva homens e mulheres a orgias, drogas e manipulação sexual de adolescentes e o fanatismo. Este se constitui na forma como cega seus seguidores, capaz de odiar e lutar até o homicídio quem ousa questionar os valores de seu ícone.
Tanto Jung quanto Freud estudaram muito profundamente esse tema. Enquanto o último manifestava uma visão pessimista do homem de um modo geral (no caso do fã de Rock, também poderia ser um fã de Charles Mason. No caso de um drogado, também poderia substituír a droga por uma religião. Tudo não passava de preencher um vazio), já o primeiro via uma solução no equilíbrio do quadrante.
a iniciação do adolescente no mundo adulto, como revela Quase Famosos, acontece de forma cruel e destrutiva. Não se sucede apenas pelo niilismo ou hedonismo, mas, sobretudo porque a direção é quase famosamente equivocada e poucos se dão conta de recuperar o verdadeiro rumo. Não precisa se optar por uma ou duas alternativas do quadrante formado pela intuição,intelecto, paixão ou o instinto, assim como não pode se prescindir de cada uma dessas unidades naturais.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Expressões artísticas culturais marcam o Dia do Ceará em espaços e equipamentos públicos



O Dia do Ceará, 17 de janeiro, faz parte do calendário oficial de eventos do Estado. A data comemorativa é referente ao dia em que o Ceará ganhou autonomia da Capitania de Pernambuco em 1799, tornando-o administrativamente independente. O valor simbólico do Dia do Ceará será comemorado pelo Governo do Estado com diversas manifestações culturais na cidade de Aquiraz , primeira capital do Estado, e em Fortaleza.

A Praça das Flores (Aquiraz) abrigará a salvaguarda dos valores cívicos da população com a solenidade de execução de hinos e hasteamento da bandeira do Estado. Já o Museu Sacro de São José de Ribamar, primeiro Museu de Arte Sacra do Ceará e um dos primeiros do Nordeste, abre suas portas à visitas guiadas e à exposição de artes plásticas “No Ceará é Assim” de diversos artistas cearenses com a curadoria de Carlos Macedo.

Nas proximidades do Museu Sacro a população poderá apreciar a feira de artesanato e receber a revista "Canto de Iracema" - Solar - da Biblioteca Volante que agrega, à comemoração, a difusão da literatura cearense.

O Dia do Ceará, segue em sua programação, expressando as manifestações artísticas culturais do estado, na Praça da Matriz, com a exibição dos filmes " O Auto da Camisinha" de Clébio Viriato e "Nego Chico" de Nilo Uchoa. Conjugando com as expressões culturais, a Igreja Matriz São José de Ribamar, acolhe a população para a celebração de missa solene.

Em seguida, o cortejo do Maracatu Nação Fortaleza conduz a população em ritmos e cores abrindo espaço para à apresentação de artistas cearenses. O Ceará se transfigura na melodia de Marivalda Kariri, Messsias Holanda, Eugênio Leandro, Aparecida Silvino e Fábio Carneiro.

Para o secretário da Cultura, prof. Francisco Pinheiro, "o dia 17 de janeiro marca o surgimento do Ceará como entidade política autônoma, representando, uma guinada política importante nas relações socioculturais e econômicas locais, além de possuir um valor simbólico para a identidade cearense".

Os equipamentos culturais vinculados à Secretaria da Cultura do Estado também contam com uma programação especial voltada ao Dia do Ceará . Em Fortaleza, o TJA, Museu do Ceará, Sobrado, Museu da Imagem do Som celebram a data com atividades artísticas culturais.

Sobre o Dia do Ceará

O Dia 17 de janeiro faz parte do calendário oficial de eventos do Estado por meio da lei nº13.470, de 18 de maio de 2004, que instituiu a data comemorativa que referencia o dia em que o Ceará ganhou autonomia da Capitania de Pernambuco, em 1799. A emancipação do Ceará foi garantida por Carta Régia assinada pela Imperatriz de Portugal, D. Maria I, em virtude do crescimento populacional e econômico que a antiga capitania do Ceará apresentava em 1799. A Lei estadual determina a realização anual de um evento oficial em Aquiraz, primeira capital do Estado, por ocasião da data. Além disso, órgãos e entidades da administração estadual, assim como as escolas da rede pública estadual de ensino, devem promover o Dia do Ceará.
Fonte: Secult

domingo, 15 de janeiro de 2012

Cupido e Psique e a clássica história do amor que nunca satisfaz

Há uma curiosa história de amor entre Psique (Alma) e Cupido (Eros). Psique era uma linda mulher, que não somente despertava o ciúme de suas duas irmãs, como de Vênus. Esta não compreendia como os mortais poderiam render tantas homenagens e reverência àquela mulher, quando na verdade ela era de fato a grande deusa. Portanto, ordenou a seu filho Cupido, que lhe atingisse com uma de suas setas, de sorte que se apaixonaria pelo mais feio dos homens.
Ocorreu que, deslumbrado pela formosura e encanto de Psique, Cupido se atrapalha e acaba se ferindo com a ponta de uma de suas lanças. Apaixona-se pela mulher e, para fugir dos castigos de sua mãe, ele a leva para seu palácio, onde desfruta de luxo e de mágicas noites de amor.
No entanto, Cupido nunca poderia deixar ver seu rosto. Certo dia, curiosa para saber que tipo de amante havia desposado, Psique acende a lamparina e deixa ver o homem louro e igualmente belo tomado pelo sono e pela fadiga após a noite de intensa paixão. Sem querer deixa que o azeite caia sobre o corpo do amado, que o acorda e, então, foge, deixando-a só e desprovida de todos os bens materiais.
Por fim, pede a Zeus, que intervenha e conceda a imortalidade a Psique, o que é atendido pelo pai, pois entende que o filho muito lhe ajudou em suas conquistas e que também poderia ser útil no futuro.
A história também reflete bem a distinção que Freud faz entre o amor genital e o amor oriundo da "finalidade inibida". O primeiro é que se materializa entre o casal na sua plenitude. O segundo provém das relações familiares e os deveres para com esses laços. Ambos tipos de amores, para Freud, são insatisfatórios para causar o bem estar, embora propiciem grandes prazeres e a necessidade de se fazer parte do tecido social ou do rebanho, respectivamente.
O casal é o tema da escultura em mármore de Antonio Canova (1757-1822), intitulada Cupido e Psique, que se encontra no museu do Louvre, em Paris. Chama a atenção que as asas do amante ainda não estão recolhidas, o seu olhar apaixonado e a suavidade e delicadeza dos corpos. Canova ficou notório em fazer monumentos públicos, túmulos e estátuas.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Fé arrasta multidões de católicos em romarias pelo sertão Nordestino

Para quem conhece o interior do Nordeste não há como não perceber a mistica que move a vida das pessoas. Já não são mais "pobres coitados" tangidos por um visionário como Antônio Conselheiro, em Canudos. A realidade atual é que o milagre não somente é possível como essencial para se vencer o sofrimento. Profetas e profecias abundam.
Certo ou errado, o tempo não tem diminuido o fevor religioso, não obstante o crescimento das igrejas evangélicas e a luta que trava contra a idolatria. Mesmo assim, novos santos e, incrívelmente, novos milagres somente aumentam o rebanho que acorre para as cidades que se transformaram em grandes santuários religiosos.
Nesta coletânia de fotografias, procurei fazer flagrantes de uma noite e madrugada nervosas, por conta da pressa em mandar o material para a edição de sábado do Diário do Nordeste. Mesmo assim, ofereço aos leitores alguns momentos de como se manifesta esse ritual de devoção a são Francisco.



Canindé é destino da segunda maior peregrinação no mundo devotada a São Francisco (superada apenas pela peregrinação em direção a Assis, na Itália, terra natal do Santo). Na semana de 26 de setembro a 4 de outubro (dia de São Francisco), cerca de 2,5 milhões de pessoas visitam a cidade; embora haja peregrinos de todas as classes sociais, a imensa maioria é de pessoas humildes.

A devoção dos fiéis é tão forte que o Vaticano elevou a Igreja de São Francisco de Canindé ao status de Basílica, reservado apenas aos principais destinos de peregrinos cristãos em todo o mundo; Canindé é considerada o maior santuário franciscano no continente americano.

A maioria dos fiéis demonstra sua fé e seus agradecimentos por meio de uma expressão típica da cultura religiosa nordestina, os ex-votos, objetos feitos geralmente em madeira, que representam o resultado positivo da promessa ou pedido atendido pelo santo.

Muitas celebrações a São Francisco acontecem no anfiteatro da Praça do Romeiro. A Praça conta ainda com museu, zoológico e parque ecológico. O visitante vai encontrar ainda artesanato baseado em artigos religiosos como terços, fitinhas, velas, medalhas e imagens.

A romaria ao Santuário de São Francisco em Canindé se destaca pelo caminho que o fiel deve percorrer. Mas em vez dos cenários do Velho Mundo, o peregrino tem diante de si a paisagem sertaneja. Ao longo do percurso, iniciado em Fortaleza, o viajante conhece a fauna e a flora do semi-árido, tomar banho em açudes e riachos, e desfrutar da hospitalidade das fazendas da região.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Keats faz a doação do amor lírico e trágico como nenhum outro poeta



Soneto
John Keats (1795-I82l )

Quando fico a pensar poder deixar de ser
antes que a minha pena haja tudo traçado,
antes que em algum livro ainda possa colher
dos grãos que semeei o fruto sazonado;

quando vejo na noite os astros a brilhar
- vasto e obscuro Universo, impenetrável mundo! -
quando penso que nunca hei de poder traçar
sua imagem com arte e em sentido profundo;

quando sinto a fugaz beleza de alguma hora
que não verei jamais – como doce miragem –
turva-se a minha mente, e a alma em silêncio chora

um impulsivo amor. E a sós, me sinto à margem
do imenso mundo, e anseio imergir a alma em nada
até que a glória e o amor me dêem a hora sonhada!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Bertrand Russell explica porque não vê sentido em acreditar em Deus


"O fato de que uma crença tem um bom efeito moral sobre um homem não é uma evidência qualquer em favor de sua vedade". A afirmação é do filósofo e matemático Bertrand Russell (1872-1970), durante o debate transmitido em 1948, pela rádio BBC, com o padre jesuíta F.C. Copleston. Parte do debate se encontra disponível na Coleção Os Pensadores, da editora Abril. O religioso inicia definindo Deus como um ser pessoal supremo - distinto do mundo e criador do mundo. A definição é aceita.
Nesta entrevista tramistida pela televisão em 1959, também pela BBC, praticamente repete o que comentou anteriormente, tendo como foco de que seria uma grande desornestidade e traição à integridade intelectual aceitar uma religião somente porque ela é útil.
Nesse sentido, Russell torna mais claro qual é o papel da crença do que a aposta de Pascal. "Se você diz que não acredita em Deus e se Ele existir, então você pode se dar mal. Se você diz que Deus não existe e Ele não existe, ninguém perde e ninguém ganha. Se você diz diz que Deus existe e Ele realmente existe, então todos saem ganhando. Se você diz que Deus existe e Ele não existe você não perde nada".
Esse é o conceito oportunista que Russell encontra e acha que a moral pode vir de uma postura lógica, assim como preconizava Kant. No entanto, o que ele descarta, e é vital para o crente, é a graça, que se manifesta como um milagre ou não na vida das pessoas. Como uma força sobrenatural, essa independe de religiões e está acima do bem e do mal que essas podem fazer, ao contrário do que o filósofo inglês afirma.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Brasil é o primeiro país a gerar energia limpa a partir de biocombustível na Antártica



O Brasil vai iluminar a Estação Antártica Comandante Ferraz com um motogerador a etanol. A ação faz parte da comemoração dos 30 anos da Estação, operada pela Marinha do Brasil, e conta com a parceria da Vale Soluções em Energia (VSE) e da Petrobras.
Nesta quarta-feira (11), o ministro da Defesa, Celso Amorim, estará na Antártica para visitar a Estação, onde dará partida na operação do motogerador a etanol, que tem capacidade de suprir, com folga, toda a energia necessária às operações e aos programas científicos lá realizados.
A partir do evento, o motogerador passará a operar continuamente na Antártica, dando início ao programa científico que faz do Brasil o primeiro país do mundo a utilizar biocombustível para produção de energia no continente.
Segundo Celso Amorim, a iniciativa brasileira é digna de celebração, pois coloca o país em destaque no cenário tecnológico mundial e alinhado com a meta da ONU, que declarou 2012 como o Ano Internacional de Energia Sustentável para Todos.
O projeto – O motogerador a etanol brasileiro foi desenvolvido com tecnologia totalmente nacional e gera energia limpa, sem qualquer tipo de aditivo, a partir de um sofisticado equipamento de controle e comando via internet. A tecnologia foi desenvolvida pela VSE, uma empresa da Vale e do BNDES.
A Petrobras fornece 350 mil litros de etanol, idêntico ao utilizado nos veículos nacionais, e fará o acompanhamento tecnológico para validar a utilização do biocombustível em condições climáticas severas.
O projeto é beneficiado pela Lei da Inovação, por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), que promove e incentiva o desenvolvimento de produtos e processos inovadores voltados para atividades de pesquisa.
O equipamento e o biocombustível partiram em outubro do Brasil para a Antártica no navio de Pesquisas Oceânicas Ary Rongel. Em seguida, uma equipe de engenheiros brasileiros partiu para o continente para realizar as instalações e os testes necessários ao funcionamento do equipamento.
A partir de agora e durante um ano, o motogerador vai operar em total sincronismo com os motogeradores já existentes a diesel, preservando o parque energético atual como uma medida adicional de segurança.
Estação Antártica Comandante Ferraz – A estação brasileira é operada pela Marinha do Brasil e foi instalada na Baía do Almirantado, localizada na Ilha Rei George, no verão de 1984. A partir de 1986, passou a ser ocupada anualmente e guarnecida por militares da Marinha do Brasil e pesquisadores, podendo acomodar até 58 pessoas. A estação possui laboratórios destinados às ciências biológicas, atmosféricas e químicas.

A partida na operação do motogerador a etanol é um dos eventos que marcam os 30 anos do Programa Antártico Brasileiro (Proantar), gerenciado pela Marinha por meio da Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (SECIRM).
Criado em janeiro de 1982, o Proantar tem realizado importantes pesquisas científicas em diversas áreas de conhecimento, de forma a respaldar a condição do Brasil de membro consultivo do Tratado da Antártica, assegurando a participação nacional nos processos decisórios relativos ao futuro daquele continente.
Acompanham o ministro da Defesa na missão à Antártica o comandante da Marinha, almirante-de-esquadra Julio Soares de Moura Neto, e o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro-do-ar Juniti Saito.

Fonte: Marinha do Brasil

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Literatura e cinema exploram a pedofilia atenuando o escândalo



Pedofilia é crime. No entanto, nem por isso tem deixado de ser tema recorrente na literatura e no cinema com grande sucesso, além de casos que voltam e meia atingem pessoas da Igreja e da Música (que Deus tenha compaixão da alma de Michel Jacqson e de seus detratores). Foi na Grécia Antiga que se formou um conceito de que muitos meninos e meninas gostam e sentiriam frustrados se um adulto não se aproveitassem delas.
Ninguém esquece que Vladimir Nabocov, em Lolita, explorou com um claro pendatismo intelectual o fetiche pela ninfeta e um homem culto, "um artista desprovido de arte". A estranha história de amor teve um valor literatário que fez com que varresse o lixo para baixo do tapete. Isto é, o escândalo, saído de um desejo sexual de um homem de meia idade por uma adolescente, ficou relegado a um segundo plano.
Recentemente, vi Educação (An Education, de 2009), com Carey Mulligan.
Aqui é uma situação inversa. Trata-se de uma menina culta, de 16 anos, que se apaixona por um homem de meia idade, vulgar, voluptuoso e doente. Seduzida pelas viagens, passeios, jantares em restaurantes de luxo, questiona o que é uma luta de tanta dedicação aos estudos para chegar a Oxford, quando os prazeres encontram-se noutra vertente.
A trama consiste em mostrar qual é o ponto certo em que a menina passa a ser mulher ou que a fantasia cede lugar a realidade. Essa transição pode custar caro, mas no cinema tem seu glamour, quando deveríamos balançar a cabeça negativamente, para dizer que a arte não precisa se rebaixar tanto.
Pelas leis brasileiras, se aproveitar de menores de 14 anos trata-se de estupro presumido. Acima dessa idade, até os 16 anos, há diversas interpretações, várias jurisprudências e contestações tão eloquentes que às vezes até se esquece que o constrangimento, na sua forma menor, e o dano psicológico irreparável se divide por uma tênue e arbitrária linha de interpretação. Afinal, ninguém pode dimensionar o grau de manipulação que um adulto pode exercer, quer seja um doente ou não, sobre um jovem em formação.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Morreu a fotógrafa que registrou do mais fútil ao mais complexo gesto humano

Morreu, na quinta-feira passada, aos 99 anos, a fotógrafa norte-americana Eve Arnold. Conhecida por ser a fotógrafa de Marlyn Morroe, com quem teve a oportunidade de fazer seus retratos mais naturais e espontâneos, deixou um legado muito mais complexo e diversificado.

Na Folha de São Paulo de hoje, no Caderno Ilustrada, há uma breve roteiro da sua relevância profissional, não apenas para a fotografia, como a para a documentação de fatos históricos no Século XX. "Viajou o mundo, conheceu personalidades, publicou livros. Foi a primeira fotógrafa a fazer parte da lendária agência Magnum", afirma o texto. Esteve no Oriente Médio e fez fotos das mulheres utilizando a burca, como o título por "Trás do véu". Na China, suas lentes captaram as primeiras relações amistosas sino-norte americanas. Além disso, fotografava artistas de cinema e intelectuais.

O fato de seu nome estar bastante associado a de Marilyn Monroe se deu pelo fato de que passou dez anos fotografando a atriz e produzindo imagens icônicas de Marilyn, ao mesmo tempo glamurosa e frágil. A aproximação naturalista de Arnold era uma novidade para a época, acostumada às poses de estúdio comuns em Hollywood.



"Meu Deus, vou ser conhecida apenas por isso? Fiz outras coisas. Fiz importantes reportagens políticas no Afeganistão, Rússia e China", chegou a lamentar, conforme afirma o texto da Ilustrada. Clique na foto para ir para a galeria:

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Vida e obra de Oswald de Andrade são temas de livro



Ele foi considerado um polemista de sua época. Criou o Manifesto Antropofágico. É um dos percussores da Semana de Arte Moderna, em 1922, o mais rebelde de todos, segundo os críticos. Já deu para adivinhar quem é? Se sua resposta é Oswald de Andrade, acertou. E na semana em que o escritor completaria 122 anos, a Callis Editora apresenta a obra “Oswald de Andrade” para adultos e crianças.

Escrito por Carla Caruso, o título conta de forma lúdica e divertida a infância e a vida de um dos principais personagens do modernismo brasileiro. Mas, muito além de uma biografia, a obra coloca as novas gerações em contato com a concepção artística de Oswald e com sua coragem diante do conservadorismo da época.

O livro “Oswald de Andrade”, premiado pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), faz parte da Coleção Biografias Brasileiras, que ainda narra a vida de grandes escritores brasileiros como Machado de Assis e Monteiro Lobato.

Fonte: Retoque Comunicação

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Godfather (O Poderoso Chefão)

Maracatu Solar inicia neste sábado os ensaios para o carnaval de 2012

Apresentação pública do Solar. Foto: Divulgação

O Maracatu Solar, um programa de formação Cultural  Continuada da Associação Cultural Solidariedade e Arte (Solar), inicia neste sábado, às 19h, em sua sede (avenida da Universidade,2333), seus ensaios abertos visando o carnaval de rua de 2012.
Com o Tema e loa (canção) intitulados Griôs e Tuxauas - Luzes do Saber de autoria de Pingo de Fortaleza e Descartes Gadelha o Maracatu Solar (terceiro colocado no carnaval de rua de 2011) participará domingo de carnaval do desfile na avenida Domingos Olímpio, e segunda-feira comporá com outros grupos o 2º Tambores Ancestrais na Noite Escura na praça do Benfica e terminado sua programação carnavalesca se apresenta na terça-feira na mesma praça do Benfica, às 14h após o bloco Sanatório Geral.
Como preparativos para essa maratona carnavalesca o Maracatu Solar oferecerá oficinas de batuque e coreografia aos seus brincantes, sempre às terças e quintas-feiras (à partir do dia 10/01) e realizará ensaios abertos todos os sábados, quando participará também do pré-carnaval do bloco da  Cachorra Magra na Rua Marechal Deodoro.
Para os interessados em participar do Maracatu SOLAR as inscrições estão abertas até o dia 14 de janeiro.

Maiores informações:
85-32261189
85-99877321

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Pollock abandonou toda convenção temática para pintar ação

The Guardian of secret

Certa noite, Jacques Pollock recebeu um telefonema em seu apartamento em Nova York. Era um amigo em estado de depressão, que confessou querer suicidar-se. O pintor, comovido, disse que não tomasse nenhuma atitude até que viesse ao seu apartamento. Lá, beberam vinho e sobre uma imensa tela espalharam cacos de vidros das taças e passaram a caminhar, fazendo  desenhos com tinta e sangue. Ao final, o amigo foi dissuadido de por um fim à vida. Pouco tempo depois, o pintor morria num acidente de carro, com indícios de suicídio.
Pollock (1945-1956) não foi um pintor diferente, entre aqueles que viveram o descrédito e a consagração. Ao mesmo tempo em que a revista Life dava capa em 1949, indagando se seria o maior artista vivo dos Estados Unidos, hoje sua obra é questionável em diversos aspectos.
Os riscos e rabiscos, as tintas respingadas dos turbos e o aparente desconexo de cores e texturas chegam a dar impressão de que até uma criança é capaz de tal proeza. Para piorar a reputação na atualidade, acredita-se num complô da direita  para enaltecer artistas norte-americanos numa forma de neutralizar a arte engajada de esquerda que ganhava corpo em meados de 1940.
Pollock nasceu em Cody, no estado de Wyoming. Homem de personalidade volátil e tendo vários problemas com o alcoolismo, em 1945 ele casou-se com a pintora Lee Krasner. Sua vida pessoal, foi tão impactante quanto seus quadros, classificados no abstracionismo expressionista, inspirou o filme Contos de Nova York, na primeira parte intitulada Lições de Vida, dirigido por Martin Scorsese (1989) e biografia explícita em Pollock, dirigido e interpretado por Ed Harris, em 2000. Em ambas as películas havia menções à degradação e a instabilidade emocional.
O pintor desenvolveu uma técnica de pintura, criada por Max Ernst, o 'dripping' (gotejamento), na qual respingava a tinta sobre suas imensas telas; os pingos escorriam formando traços harmoniosos e pareciam entrelaçar-se na superfície da tela.  Pintava com a tela colocada no chão para sentir-se dentro do quadro.
Embora a obra seja associada a uma obra infantil, muitos artistas que tentaram lhe copiar o estilo estiveram muito distante do êxito. Afinal, o artista norte-americano era coerente e consequente. Tal como dissuadiu o amigo a não se matar, ele até o fim abandonou todas as convenções para pintar a ação.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Cinema mostra tragédia que devastou o Haiti

Comerciante desnuda by marcus peixoto
Comerciante desnuda, a photo by marcus peixoto on Flickr.
O filme Haiti, 12 de janeiro, dirigido por Cleonildo Cruz, será lançado no dia 12, às 18h, na Vila das Artes. No dia 19, o filme será exibido novamente, desta vez com a presença do diretor para debate. A obra, de 52 minutos, retrata a realidade do Haiti após dois anos da maior catástrofe das Américas, em que mais de 250 mil haitianos morreram e mais de 1 milhão ficaram desabrigados. Haitianos que sobreviveram relatam o caos estabelecido no dia do terremoto que atingiu a cidade de Porto Príncipe e redondezas. A chegada do primeiro contingente de militares brasileiros, em 2004, é resgatada, traçando uma linha histórica linear até os dias atuais.
Estive em Porto Príncipe, em 2006. Naquela época, a presença das Forças Armadas Brasileiras se destacava dentre as as nações que integravam a Minustah, missão de paz criada pela  Organização das Nações Unidas (ONU), dois anos antes. O então comandante era o general Elito Carvalho Siqueira, subsituindo o general Urano Bacelar, que havia se suicidado com um tiro na boca num hotel na capital haitiana.
Foi uma visita que se restringiu à Capital e não houve nenhuma oportunidade de contato com as lideranças que protestavam contra a ocupação do País, o mais pobre das Américas. Cercados por forte segurança, os jornalistas convidados a participar da mudança de efetivos brasileiros, com grande predominância de soldados nordestinos, inclusive do Ceará, estiveram sempre acompanhados de oficiais e soldados do Exército e com pouco contato com a população.
Bem antes da catástrofe que iria mergulhar o Haiti no mais radical caos, que teve início com a epidemia de cólera (atribuída a tansmissão dos próprios militares ocupantes) e culminando com o terremoto, era um lugar tomado pelas trevas,não havia energia elétrica, e pelo lixo. Muitos jovens, adolescentes por sinal, vendiam sangue para hospitais de primeiro mundo (dizem que inclusive de Miami) em troca de alguns dólares, além de um pouco de alimento dado para quem se submete às doações.
Como se não bastassem tanto sofrimento impigido aos haitianos, o País funcionou como um laboratório do emprego antiguerrilha urbana, que hoje é empregado pelo Exército brasileiro para inibir a violência nas grandes cidades. Essa metologia vem sendo empregada no Ceará, especificamente em Fortaleza, em  vista da greve dos policiais militares que se arrasta desde a quinta-feira passada. Tudo indica que esse aprendizado será bem aplicado nos próximos dias na Capital, diante da aplicação das sanções pela ilegalidade do movimento grevista e da determinação de enfrentamento dos grevistas ao Governo. São dramas que se misturam, que espelham a miséria pessoal e coletiva e a falta de sensibilidade humana.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

A peça As três Velhas abre temporada no teatro José de Alencar

Foto: Eduardo Mello
A atriz e diretora Maria Alice Vergueiro - Homenagem Prêmio Shell Paladina do Teatro Experimental no Brasil - pela primeira vez no Ceará: abre a temporada do TJA de 2012 com o espetáculo “As três velhas” , neste sábado(7) e domingo(8),  às 19 horas.
 “As três velhas” narra o drama de duas marquesas decadentes, octogenárias, Melissa (Luciano Chirolli) e Graça (Danilo Grangheia), que vivem em uma mansão em ruínas, devastadas pela fome e pelo abandono, sempre vigiadas pela centenária criada Garga (Maria Alice Vergueiro). Como numa fábula, uma única noite de assombrosas revelações familiares transformará para sempre a história dessas estranhas figuras. Riso e tragédia se configuram em um gênero inesperado, batizado pelo próprio autor, Jodorowsky, de “melodrama grotesco”.
O espetáculo surgiu há três anos, quando os atores Maria Alice Vergueiro e Luciano Chirolli decidiram retomar uma antiga parceria e fundaram a companhia Teatro Pândega. Em 2010, pisaram juntos nos palcos paulistanos, e trouxeram pela primeira vez ao Brasil o original de “Las tres viejas”, do chileno Alejandro Jodorowsky.
Depois de passar pelo Rio de Janeiro, Brasília, Londrina (Festival Internacional de Londrina), Curitiba e Florianópolis. O espetáculo começa sua temporada 2012, em Fortaleza. Daqui segue para o Festival Internacional de Artes Cênicas de Pernambuco – Janeiro de Grandes Espetáculos. Na versão que será apresentada na cidade, além dos atores Maria Alice Vergueiro (que também cuida da direção) e Luciano Chirolli (prêmio Shell de Melhor Ator no ano de 2010), o elenco traz o experiente ator Danilo Grangheia.

Serviço:
As três velhas: espetáculo será apresentado no sábado (7), às 21 horas, e domingo (8), às 19 horas. Ingresso: R$ 10 (meia) e R$ 20 (inteira).
Fonte: Secult

domingo, 1 de janeiro de 2012

Exército pode ser um convidado perigoso

Tanques no cotidiano by marcus peixoto
Tanques no cotidiano, a photo by marcus peixoto on Flickr.
Em 1994, Antônio Calado escreveu: "O Rio resume o Brasil. Posto sob alguma espécie de controle militar, o Rio deixa de ser uma calamidade carioca; é um vaticínio para o resto do País. Militar brasileiro gosta tanto de ser chamado a restabelecer a ordem nas ruas quanto uma solteirona de ser convidada a jantar fora. Só que o jantar pode durar 20 anos, como durou a partir de 1964".

Esse trecho da crônica do autor de Quarup é pertinente quando o Ceará experimenta a mais desafiadora greve dos policiais miliares, deflagrada na quinta-feira, chegando ao auge das tensões na sexta-feira, até culminar na decretação do estado de emergência pelo governador Cid Gomes, no sábado. Com isso, cerca de 5 mil homens entre militares do Exército, Marinha e Força Nacional de Segurança (FNS) estão sendo responsáveis pela segurança do Estado do Ceará. De acordo com chefe da Divisão de Comunicação Social da 10ª Região Militar em Fortaleza, tenente-coronel Charles, citado pelo portal Verdes Mares, o contingente será reforçado ainda neste domingo. Além do contingente atuando nas ruas do Ceará, a 10ª Região aguarda a chegada de 80 homens do Pelotão de Choque do Exército e do Pelotão de Ações de Comando em Controle de Recife.

Apesar dos graves conflitos sociais, que são a principal causa da violência no Brasil, ainda podemos nos orgulhar do nosso espírito pacífico, cordial, festivo, extrovertido. Daí não ter havido consequências mais sérias durante o Réveilllon. Pelo sim pelo não, vale à pena refletir sobre alguns pontos: 1)Houve ou não falha dos serviços de inteligência para se antecipar aos efeitos do movimento paredista? 2)Se é real a dificuldade de comandar um grande efetivo de militares (e na ótica atual pequeno, se comparado com as demandas), por que não se divide em pequenas polícias, à exemplo dos Estados Unidos? 3)Um soldado que passa 20 anos sem promoção é por falta de merecimento ou por que alguma coisa está errada na política administrativa do Estado?

Voltando a Antônio Calado, o Exército pode se tornar um convidado perigoso sim. No entanto, nos últimos tempos tem demonstrado muita competência na administração da ordem pública, a exemplo do que vem sendo feito nos morros e favelas cariocas.O papel do Ministério da Defesa, especialmente o Exército, no Haiti (que funcionou como um grande laboratório para os embates de guerrilha urbana), deixou lições de como pode conduzir bem ações de neutralização de atividades criminosas. Talvez até com mais competência, porque é complexa a vigilância em 15.718 quilômetros, do que na função constitucional de guarda das fronteiras, do lado Oeste do País, ondea participação da Polícia Federal com seus 23 postos oficiais de fiscalização, não retem o tráfico de drogas, armas e a biopirataria.