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quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Pollock abandonou toda convenção temática para pintar ação

The Guardian of secret

Certa noite, Jacques Pollock recebeu um telefonema em seu apartamento em Nova York. Era um amigo em estado de depressão, que confessou querer suicidar-se. O pintor, comovido, disse que não tomasse nenhuma atitude até que viesse ao seu apartamento. Lá, beberam vinho e sobre uma imensa tela espalharam cacos de vidros das taças e passaram a caminhar, fazendo  desenhos com tinta e sangue. Ao final, o amigo foi dissuadido de por um fim à vida. Pouco tempo depois, o pintor morria num acidente de carro, com indícios de suicídio.
Pollock (1945-1956) não foi um pintor diferente, entre aqueles que viveram o descrédito e a consagração. Ao mesmo tempo em que a revista Life dava capa em 1949, indagando se seria o maior artista vivo dos Estados Unidos, hoje sua obra é questionável em diversos aspectos.
Os riscos e rabiscos, as tintas respingadas dos turbos e o aparente desconexo de cores e texturas chegam a dar impressão de que até uma criança é capaz de tal proeza. Para piorar a reputação na atualidade, acredita-se num complô da direita  para enaltecer artistas norte-americanos numa forma de neutralizar a arte engajada de esquerda que ganhava corpo em meados de 1940.
Pollock nasceu em Cody, no estado de Wyoming. Homem de personalidade volátil e tendo vários problemas com o alcoolismo, em 1945 ele casou-se com a pintora Lee Krasner. Sua vida pessoal, foi tão impactante quanto seus quadros, classificados no abstracionismo expressionista, inspirou o filme Contos de Nova York, na primeira parte intitulada Lições de Vida, dirigido por Martin Scorsese (1989) e biografia explícita em Pollock, dirigido e interpretado por Ed Harris, em 2000. Em ambas as películas havia menções à degradação e a instabilidade emocional.
O pintor desenvolveu uma técnica de pintura, criada por Max Ernst, o 'dripping' (gotejamento), na qual respingava a tinta sobre suas imensas telas; os pingos escorriam formando traços harmoniosos e pareciam entrelaçar-se na superfície da tela.  Pintava com a tela colocada no chão para sentir-se dentro do quadro.
Embora a obra seja associada a uma obra infantil, muitos artistas que tentaram lhe copiar o estilo estiveram muito distante do êxito. Afinal, o artista norte-americano era coerente e consequente. Tal como dissuadiu o amigo a não se matar, ele até o fim abandonou todas as convenções para pintar a ação.

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