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sábado, 28 de janeiro de 2012

Elisabeth Bishop foi a poeta andarilha, contente e descontente


Elisabeth Bishop (1911-1979), nasceu nos Estados Unidos, em Worcester, Massachusetts,  e viveu muitos anos no Brasil, dos 40 aos 56 anos. Aqui, foi tradutora, escreveu poemas encantou-se e, em seguida, desencantou-se com os trópicos. Ainda na idade madura, foi para a Inglaterra, em busca dos "cabelos louros, olhos azuis, gansos sobre a mesa..."). Depois descobriu que sempre viveu numa ilha.
Atualmente, cresce o interesse nas suas traduções, como em seus poemas sempre escritos em Inglês. Aquariana, (nasceu em 8 de fevereiro), vencedora do prêmio Pullitzer, inquieta, viveu uma paixão tumultuada por Lota de Macedo Soares, arquiteta e paisagista e que concebeu o aterro do Flamengo. O desenlace entre ambas resultou no suicídio de Lota, por overdose. Já Bishop  morreu tempos depois de aneurisma cerebral. Sobre o Rio de Janeiro, que hoje é alvo de mais exploração da mídia nacional, disse: "Não é uma cidade maravilhosa. Tem um cenário maravilhoso para uma cidade".


Carta poema

Minha bússula, meu bem
Continua apontando para o Norte
Para casas de madeiras
E olhos azuis
Contos de fadas em que
Os caçulas
De cabelos louros
É que trazem o ganso para a mesa,
Do amor de palheiros,
protestantes e beberrões...
As primaveras são ao contrário
Mas as maçãs silvestres
Maduras são rubis
E as amoras
Gotas de Sangue
E os cisnes conseguem remar
Na água gelada
Tão quente é o sangue
Naquelas membranas dos pés.
Por mais frio que esteja, meu bem,
Vamos para a cama
bem cedo
Mas nunca
Só porque é mais quentinho.

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