Trecho da resposta de Marcuse a Adorno, quando em 1969, estudantes tentaram invadir o instituto onde dava aulas e teve que chamar a Polícia. Marcuse se coloca a favor da rebelião dos estudantes, embora já esboce sua decepção com o movimento estudantil, o facismo de esquerda e, enfaticamente, o imperialismo.
Talvez o mais importante: não posso descobrir em mim a "frieza em cada um de nós "perante a terrível conjuntura; se for "auto-engano", já deve ter penetrado tanto na carne e no sangue que não é mais frieza. Da mesma forma, não é pelo menos possível que justamente a constatação da frieza seja auto-engano e "defense mechanism"? E, de qualquer modo, parece-me desumano que não se deva protestar contra o inferno do imperialismo sem ao mesmo tempo acusar aqueles que, desesperados, se efendem por todos os meios contra esse inferno. Como princípio metódico, transforma-se imediatamente em justificação e desculpa do agressor.Passemos ao "fascismo de esquerda": não esqueci que há "contradictiones" dialéticas -mas também não esqueci que nem todas as "contradictiones"são dialéticas-, muitas são simplesmente falsas. A esquerda (autêntica) não pode, "em virtude de suas antinomias imanentes", transformar-se na direita, sem mudar essencialmente sua base social e seu objetivo. No movimento estudantil nada indica uma mudança desse tipo.
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