Poesia
A palavra, como tu dizias,
chega húmida dos bosques: temos que semeá-la;
chega húmida da terra: temos de defendê-la;
chega com as andorinhas
que a beberam sílaba a sílaba da tua boca.
Cada palavra tua é um homem de pé.
cada palavra tua faz do orvalho uma faca,
faz do ódio um vinho inocente
para bebermos contigo no coração
em redor do fogo.
*
Eugénio de Andrade
Obrigado Maria, você é maravilhosa
Os Amigos
ResponderExcluirOs amigos amei
despido de ternura
fatigada;
uns iam, outros vinham,
a nenhum perguntava
porque partia,
porque ficava;
era pouco o que tinha,
pouco o que dava,
mas também só queria
partilhar
a sede de alegria —
por mais amarga.
Eugénio de Andrade, in "Coração do Dia"
Ele é fantástico. Uma poesia digna e bela
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