Exibição do Bloco Prova de Fogo em 1935 |
Onde estaria a verdadeira essência do carnaval brasileiro? Na Bahia? Em Recife e Olinda? Precisamente não está em Fortaleza. A Capital cearense nunca foi carnavalesca. O próprio compositor Luis Assunção, fundador da escola de samba que levava o mesmo nome, dizia que na verdade não conseguia impor um estilo parecido a uma escola, uma vez que os participantes de sua agremiação carnavalesca eram animados por marchinhas. Os maracatus pernambucanos possuem uma cadência totalmente distinta dos que aqui se exibem. Os cordões sumiram ou se ainda passam ninguém percebe. Quem, nos dias de hoje, fala do Prova de Fogo? Criado em 1935, por um sargento do Corpo de Bombeiros chegou a ser citado em uma música de Lauro Maia gravada por Quatro Ases e Um Coringa pela Odeon.
Também tipicamente do cearense foi a imitação. No passado, falava-se em influência do Sul Maravilha (entendido por Rio de Janeiro e São Paulo). Com a sofisticação dos meios de comunicação, inclusive a web, houve de fato a dominação. Isso se vê o arquejar de um carnaval de rua, que teima em desfilar na Capital, a despeito do desinteresse. Pateticamente, falta mais do que incentivo: alma carnavalesca.
As origens de como se degradou podem ser objeto de estudos para sociólogos. O que interessa é que as novas gerações não poder ter sequer uma vaga ideia de como esta festa tem uma simbologia de galhofa, espontaneidade e irreverência.
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