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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Zanzibar e o mundo da fantasia que extravasa no Carnaval



Carnaval é tempo de se vestir e viver fantasias, de extravasar sentimentos interiores que normalmente, seriam inconfessáveis. Daí a explicação porque tantos homens, machistas por assim dizer, se vestem de mulheres, e estas, normalmente recatadas, usam roupas sumárias, não se importam com as posições das pernas e chegam a ser confundidas com prostitutas. Desde a década de 50 que esse fenômeno é costumeiramente visto pela imprensa, que aproveita para tomar posições conservadores e, muitas vezes, cínicas.

Capa da Revista o Cruzeiro do Carnaval de 1952
Há uma necessidade premente de se aproveitar estes dias de feriado para uma fuga da realidade, para se viver momentos mais compensadores, que nos são negados nos demais dias do ano, quando somos tolhidos por normas rígidas, a repressão dos instintos a necessidade de se viver numa sociedade, que a exemplo da família (no sentido lato), não é bem aquela que escolhemos, mas não pudemos rejeitá-la, em alguns casos até mesmo amá-la, porque são impositivas.
Este ano, o carnaval não deverá ser diferente daquele que passou. Vamos nos fartar de mulheres semi peladas nos desfiles das escolas de samba, homens com trajes exageradamente femininos e pouquíssima criativade de  adereços e músicas próprias para o período.
As lembranças mais fortes que tenho da folia momina, mesmo já passados muitos anos desde os meus 18, ainda deixaram marcas indeléveis. Era um domingo à noite em Paracuru, quando o grande hit  Zanzibar zoava pela praça da matriz naquela simpática cidade litorânea do Ceará. Uma composição que não diz coisa com coisa, temos que reconhecer,  do compositor e arquiteto cearense Fausto Nilo. Sem entrar em maiores detalhes de como tudo isso aconteceu, porque sei que não é interessante para o meu estimado, alegre e folião leitor, tive uma parada cardíaca.
Uma das coisas que me lembro é de uma ambulância com suas sirenes histriônicas, rasgando estradas ou avenidas, que pensei não ser mais desse mundo. Foram três dias de coma. Quando acordei, num leito do Hospital de Emergência e Urgência IJF, ainda no seu prédio antigo na Rua Padre Valdevino,  vi ao meu lado uma  prancheta com um laudo escrito no papel pregado: tentativa de suicídio. Me rebelei, protestei. Chamei a enfermeira e disse que se tratava de um engano. Um absurdo. Amava viver. Ela, que virou pernsonagem de meu livro com traços físicos parecidos com a Clementina de Jesus, me falou frases ainda mais desconexas do que a música de Zanzibar. Parecia zangada comigo. Resumindo, nunca mais  passei o carnaval em Paracuru.


Zanzibar
Elba Ramalho
No azul de Jezebel
No céu de Calcutá
Feliz constelação
Reluz no corpo dela
Ai tricolor colar
Ás de maracatu
No azul de Zanzibar
Ali meu coração
Zumbiu no gozo dela
Ai mina aperta a minha mão
Alá me "only you"
No azul da estrela
Aliás bazar da coisa azul
Meu "only you"
É muito mais que o azul de Zanzibar
Paracuru
O azul da estrela
O azul da estrela

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