Mausoléu de Caio Prado. Foto: Bruno Gomes |
No príncípio, serviam apenas como peça da construção civil para sustentação de edificações. Depois tiveram traços mais elaborados e passaram também a ornamentar as cidades. Por fim, são também uma forma simbólica para chamar a atenção de valores sentimentais e intelectuais de uma época ou civilização.
Além da coluna que serve de suporte, existe a de caráter comemorativo, exemplificada pela coluna de Trajano, no Fórum romano, com seus relevos históricos.
Não obstante as imitações romanas, as mudanças sentidas no período barroco, o surgimento de novos materiais, o certo é que há uma assimilação de novas funções, ora como pilastras, ora como torre. E com todas as mudanças sentidas ao longo do tempo, podemos ser categóricos que as grandes referências ainda são da Grécia antiga e (ainda) as modernas de Oscar Niemeyer. Ambas tanto serviram como peça de sustentação como enfeite de uma construção.
Para o viajante, com olhar atento para a cultura e arte, não há como ignorar que as cidades falam muito de si através das suas arquiteturas, ora preservando, ora escolhendo novas escolas e tendências. Nossas percepções são importantes, porque sempre reconhecemos que somos melhores juízes em causas alheias do que nas causas próprias. Assim, as edificações e suas formas de construção, tanto descambando para a opulência quanto para a extravasão passional, são revelações muito claras dos povos que a constituem.
No Ceará, chama a atenção o mausoléu do ex-governador Caio Prado. Uma imensa coluna partida ao meio remete a dor que causou a seus familiares, quando morreu aos 36 anos, no ano de 1853, vítima de febre amarela. Jornalista e advogado, teve papel atuante na política do Nordeste, sendo mecionado no livro A Normalista de Adolfo Caminha. A coluna de mármore e mutilada na sua extremidade superior, como se tivesse sido atingida por um bombardeio, está exposta no Cemitério São João Batista, em Fortaleza. Essa mostra o quanto a família se desestruturou com o final de seus dias.
Monumento da Coluna Prestes. Foto: Divulgação |
No Brasil, o perigo foi achar que somente o moderno tinha valor e se tentou criar uma padronização, que o certo, o funcional e esteticamente valoroso, era tudo aquilo que se inspirava na Catedral de Brasília e nos Palácios do Itamaraty e da Alvorada. Com isso, houve uma destruição ou menosprezo a outras manifestações, que remetiam aos ornamentos em capiteis e espirais, por exemplo e que fazem parte dos periodos de transição. Esse desmonte do patrimônio histórico nacional serviu de mais conteúdo para Adorno perpetuar o pensamento sobre as cidades do Novo Mundo, as quais teriam saído da bárbarie para a decadência, sem passar pela civilização.
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