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terça-feira, 26 de julho de 2011

Desejo e horror na Vênus Adormecida de Paul Devaux

Paul Delvaux Venus Adormecida 1944
O trabalho do artista belga Paul Delvaux (1897-1994), combinando perfeição clássica com uma atmosfera erótica e preocupante, nos passa um sentimento de vertigem. Vênus encontra-se deitada, enquanto é vigiada por uma manequim, numa noite enluarada. A sensualidade de Vênus Adormecida está definida contra o seu cenário noturno opressivo, observou Martins Fontes. Delvaux explicou mais tarde que a tela foi pintada em Bruxelas, durante a ocupação alemã durante a guerra e, enquanto a cidade estava sendo bombardeada. "A psicologia daquele momento foi muito excepcional, cheia de drama e angústia", lembrou. "Eu queria expressar esta angústia na imagem, em contraste com a calma da Vênus '. 
Paul Delvaux em "Vênus Adormecida", nos mostra, em ambiente de classicismo grego, a primitividade da mulher que está nua, e o  cerimonioso, daquela  que aponta a caveira ao lado daquela. O significado analítico seria o de destacar como o prazer sexual deve estar ligado à morte. Eros e Thanatos são representados no confronto entre o instinto da vida e o instinto da destruição, que como lembrou Freud "nessa luta consiste essencialmente toda a vida e, portanto, a evolução da civilização pode ser simplesmente descrita como a luta da espécie humana pela vida". O sentimento perturbador do quadro parece residir na beleza da jovem e no horror que há no seu entorno. Devaux era conhecido no meio artístico ainda pelo primor de construções meticulosamente retratadas. Ganhou maior projeção após a segunda Guerra Mundial, por ocasião do apogeu do surrealismo. Um pintor tardiamente surrealista, depois de ter tentado o Impressionismo e o Expressionismo.

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