Rogaciano Leite (1920-1969) nascido em Pernambuco e morto de infarto no Rio de Janeiro, em 1º de julho, teve atuação marcante no Ceará, onde seus restos mortais estão sepultados no Cemitério São João Batista. Começou a carreira de poeta-violeiro aos 16 anos, morou na Paraíba, no Recife, Rio de Janeiro e São Paulo, além de ter morado na França e ter passado pela extinta União Soviética onde escreveu o poema osTrabalhadores.
Jornalistas da minha geração sabem que Rogaciano Leite não é apenas nome de avenida em Fortaleza, mas que deu relevante contribuição ao jornalismo cearense, atuando no Jornal O Povo. Segundo José Raimundo Costa, "boêmio, tirou pouco da vida, mas a viveu em toda a plenitude, com a liberdade que escolheu". Poeta brilhante e repentista, escreveu esses versos para uma música que ganharia fama na voz de Sílvio Caldas.
Cabelos cor de prata
(letra de Rogaciano Leite)
Meus cabelos cor de prata
são beijos de serenata
que a luz mandou pra mim.
Os meus cabelos grisalhos
são pingos brancos de orvalho
num tinteiro de nanquim.
Estes meus cabelos brancos,
que hoje estão da cor dos bancos
solitários de um jardim,
já sentiram muitos dedos
e ouviram muitos segredos
que elas contavam pra mim.
são pingos brancos de orvalho
num tinteiro de nanquim.
Estes meus cabelos brancos,
que hoje estão da cor dos bancos
solitários de um jardim,
já sentiram muitos dedos
e ouviram muitos segredos
que elas contavam pra mim.
Se hoje, estão desbotados
é porque foram beijados
com muito amor e emoção
E os beijos foram tão puros
que os meus cabelos escuros
estão da cor do algodão.
Eu fiz tanta serenata
que a lua, desfeita em prata,
mandou mil beijos pra mim.
E os beijos foram tão puros
que os meus cabelos escuros
ficaram brancos... assim!
é porque foram beijados
com muito amor e emoção
E os beijos foram tão puros
que os meus cabelos escuros
estão da cor do algodão.
Eu fiz tanta serenata
que a lua, desfeita em prata,
mandou mil beijos pra mim.
E os beijos foram tão puros
que os meus cabelos escuros
ficaram brancos... assim!
TRIBUTO A ROGACIANO
ResponderExcluirRendo a ti, caro poeta,
O tributo de um plebeu
Gerado por um ousado
Aluno dos versos teus
Carne e alma ponho nele
Imito-te ó Prometeu
Aspirando a maestria
No fogo da poesia
Onde teu canto nasceu.
Legaste ao meu sertão
Essa vontade de cantar
Inspirando a inspiração
Terás a minha canção
Enquanto aqui passar.